Black Hole - Interativa escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 19
Espelhos e Vidros


Notas iniciais do capítulo

Depois de mais um tempo de Hiatus, mais um capítulo. Não garanto a frequência alta... Talvez a média... Quem sabe a baixa...



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O grupo recolheu tudo depressa, e Zak os conduziu pela espiral.
— Vão gostar de saber algumas coisinhas. Para chegarmos ao Centro da espiral, precisamos passar por portões.
— Como aquele da música que passamos? - Perguntou Lin.
— Sim, mas aquele foi o segundo. O primeiro é o que chamamos de UDT. Upside Down Tree.
— A Árvore de Cabeça para Baixo. - Lembrou HaNa. - Então, não são literalmente portões.
— São obstáculos – explicou Zak. - Logo nos aproximaremos do terceiro.
— Quanto tempo temos, exatamente?
— O casamento Makai costuma acontecer pela manhã. Temos, no mínimo, até amanhã de manhã,. Mas talvez, talvez haja mais tempo. Os Makai costumam preparar a noiva durante um tempo antes de casar os dois. Mas não vai durar mais do que os três dias. Eles não vão deixar Mabel passar dos 12.
— Tá – disse Alex. - E quanto tempo levamos para chegar lá?
— Eu vou tranquilo e demoro três dias, mas dá pra fazer em dois.
— Certeza?
— Não. Fica calmo, cara, nós vamos dar um jeito. Ah, olha o próximo portão.
O grupo correu na direção de uma parede de água corrente.
— Uau – admirou-se Annika. - Isso é simplesmente incrível.
— Você ainda não viu do lado de dentro. Entrem um de cada vez.
Zak passou pela água e desapareceu. Apesar de a água ser transparente, não dava para ver do outro lado, por causa do movimento. Eles passaram um a um. Quando se encotraram do outro lado, estavam divididos por paredes de vidro, e a água tinha sumido. Os corredores de vidro se seguiam à frente, e o vidro ocasionalmente era espelhado.
— Continuem avançando – disse Zak, mais à frente em seu corredor, e eles obedeceram, movendo-se rapidamente.
Os corredores começaram a fazer curvas e ficaram completamente espelhados. O lugar transformou-se em um confuso labirinto, onde se embrenharam e se perderam. Ocasionalmente, ouviam os outros gritando para tentar se comunicar, mas o som parecia distante.
Elly alisava os espelhos em busca de uma saída. Batia três vezes tentando se comunicar com alguém que estivesse do outro lado. Às vezes, obtia batidas de resposta, mas continuava não conseguindo se comunicar por voz.
HaNa andava com pressa pelos espelhos, em busca de saída. Às vezes gritava pelos outros, na esperança de ser ouvida, mas qualquer resposta parecia ser de alguém a muitos quilômetros. Finalmente, depois de algum tempo, ela conseguiu ouvir algo mais próximo, e tentou ir na direção da voz.
— TEM ALGUÉM AQUI? - Gritou ela.
— HANA? - Perguntou a pessoa, e Hana reconheceu a voz.
— KAI! SOU EU!
Annika se movia na direção da voz de Kai. Eles continuaram se falando até o som ficar alto o suficiente. Finalmente, se encontraram em um trecho de vidro.
— Kai! Está tudo bem?
— Sim, mas e você.
— Estou bem. Achei que o vidro tivesse acabado lá atrás.
— Acho que ainda resta um pouco. Os espelhos impedem o som, mas o vidro não.
— Parece que o labirinto não tem fim. Como vamos sair?
— Não sei. Só podemos continuar tentando, e vamos ter que nos separar. Não vamos chegar a lugar nenhum aqui.
— Eu sei.
— Hana, há alguns minutos eu ouvi a Lin em algum ponto à sua esquerda. Havia dois trechos de virdro nos separando. Eu consegui ver uma parte dela, mas não posso alcançá-la. Você precisa ajudá-la.
— Ela se feriu?
— Acho que não. Não tem como aqui. Mas ela está gritando e chorando muito alto, está parada no chão. Eu gritei por ela, mas não me respondeu.Eu não sei o que aconteceu.
— Eu vou até ela. Continue tentando achar a saída.
HaNa correu para a esquerda sem se despedir. Kai seguiu seu caminho.
— Avelin! - HaNa gritava ocasionamente, tentando se manter à esquerda de onde estava. Finalmente, ela começou a ouvir o choro e os gritos desesperados. Começou a correr na direção da voz, enquanto ela parecia mais perto. Por fim, a encontrou. Apenas um trecho de vidro as separava, e não dois. - AVELIN! O que aconteceu?
A garota estava jogada no chão, encolhida, suando, as mãos e as pernas tremiam e seus olhos estavam distantes. Parecia ter dificuldades pra respirar, talvez por causa do choro, mas mesmo assim, tentava gritar.
— HANA! ME AJUDA!
— Eu não sei como! Me conta o que houve!
— As paredes! Estão fechando! Logo o teto vai desabar!
HaNa observou o corredor de Lin mais atentamente. Parecia completamente normal.
— Lin, as paredes não estão fechando!
— Estão. Você não pode ver?
HaNa começou a entender o que estava acontecendo. Lin era claustrofóbica.
— Sua mente está pregando uma peça, Avelin. Você precisa tentar fugir.
— Eu quero… Eu quero sair daqui. Mas não consigo levantar.
— Não tenha medo. Eu garanto que nada vai acontecer. Nós estamos seguras.
Lin começou a chorar com mais força. HaNa não sabia o que fazer a não ser pedir que ela ficasse calma. Alguns segundos depois, Avelin deu um novo grito. Ele havia sido tão estridente que a parede de vidro havia tremido… E isso deu uma ideia a HaNa.
— Me escute, Avelin. Preciso que você cante muito alto. - Ela decidiu mentir. - As ondas sonoras vão afastar as paredes de você.
— Eu não consigo – disse ela, aos prantos.
— Você precisa tentar. Por favor.
Avelin permanecia em seu estado. HaNa precisava incentivá-la, então começou a cantar a única música que poderia. Uma das poucas que ela conhecia que não eram coreanos. Uma das que ela sabia que Avelin sabia cantar, pois já tinha visto. Uma das que poderiam ser altas o suficiente para causar alguma reação no labirinto. Chandelier.
Ela começou a cantar bem devagar, para dar tempo de Avelin começar a cantar junto. Mesmo assim, no refrão, que era a parte mais alta e aguda, Avelin não estava cantando forte o suficiente. Ela contuinuou cantando com Lin e a encorajando entre as notas. Ficou feliz ao perceber que Lin estava aumentando seu volume, e mais ainda ao constatar que Kai voltara ao lugar onde disse ter estado antes, onde podia observá-la. Mesmo não gostando muito da prática, Kai cantou junto. Elly apareceu correndo no intervalo entre Kai e Lin. Mesmo em seu desespero, percebeu o que estava acontecendo. Suas lágrimas caíram, de tristeza ao ver a amada em uma situação tão deplorável. Mas ela cantou com esperança. No segundo refrão, ela cantou com toda a força de seus pulmões, com HaNa, Elly e Kai para ajudar. O espelho pareceu derreter dos vidros mais próximos e caiu no chão como purpurina. Assim, formaram-se mais paredes de vidro onde encontraram outros amigos. Stux e Ally já tinham ouvido e tentado se aproximar nos corredores ao redor. Todos, com exceção de HaNa e Lin, cantavam usando suas armas para tentar quebrar o vidro, mas sem sucesso. HaNa inventou mais um refrão na música, para tentar uma última vez. Dessa vez, o vidro começou a rachar perto de Lin, e Hana foi incentivando com pequenas batidas. Ao final, ele desmoronou em muitos pedaços. Lin gritou, mesmo sem ter sido atingida gravimente. HaNa foi até ela e a aninhou, sendo rápida em acalmá-la.
— Está tudo bem! Tudo bem, Lin! Estou aqui com você. Não tenha medo, eu vou te tirar daqui.
— Como você vai fazer isso, HaNa? - Perguntou Ally. - Não achamos a saída.
— Estamos bem perto – disse Alex, de repente aparecendo em um dos novos trechos de vidro. - Eu consegui sair e descobri como. Usem suas garrafas como bússolas.
— O quê? - Perguntou Stux, sem entender.
— A saída também é uma parede de água mágica. Qualquer pequeno acúmulo de água será atraído para lá, formando ondas sutis. Usem a água para descobrir que caminho seguir.
— Mas a HaNa não vai conseguir sozinha.
— Vou sim. Eu vou me virar. Fique tranquilo, amor. Eu vou dar um jeito de nos tirar daqui. Nos vemos do outro lado.


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Notas finais do capítulo

HaNa tendo destaque. Interessante, não?
Esperando os comentários e opiniões dxs queridxs leitorxs.



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