Quimerae escrita por Crazy Old Stories


Capítulo 6
Prólogo - O Covarde Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Sexta parte do prólogo



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Era uma noite sombria, sem lua. Uma noite onde muitos se trancam dentro de casa e rezam para que nenhuma criatura maligna entre. É a hora em que demônios caminham na terra, trazendo morte e desgraça.

Nesta mesma noite um exército composto por aproximadamente duzentos cavaleiros marcha pela via principal de um pequeno vilarejo chamado Rammphel. Seu destino era a Floresta Negra. “Mau sinal” –– os aldeões murmuravam.

Estes soldados não eram quaisquer uns: pertenciam ao Exército Real, naquele momento comandados por Gaheris em pessoa, o comandante militar, antigo protetor da Rainha, a Dama Branca e atual líder do Grande Reino. Estavam a caçar um criminoso fugitivo e extremamente perigoso. Todos no Império sabiam de tal caçada. O criminoso era nada mais nada menos que o assassino da Rainha.

A Dama Branca trouxera união e paz ao Grande Reino. Agora, ninguém sabia exatamente o que iria acontecer. O Reino iria se quebrar e guerras irromperiam pelos feudos? Ou Gaheris conseguiria manter o legado da Dama Branca? Todos estavam temerosos e apreensivos com o futuro. Sua morte foi inesperada, principalmente porque seu assassino era justamente alguém que havia jurado protegê-la…

Informações de que o criminoso passou por uma cidade mais ao sul de Rammphel tinham chegado até Gaheris e assim o exército seguiu os rastros dele até este vilarejo e até a Floresta. Ele já tinha um plano perfeitamente arquitetado para capturá-lo. Fazia questão de prendê-lo vivo para ser executado em praça pública, mesmo que para isso precisasse sacrificar todos os seus soldados.

Enquanto isso, nenhum dos soldados está realmente preocupado. Afinal, são duzentos contra um único indivíduo. Riem, festejam. Dizem que será uma luta sem baixas, brincadeira de criança. E alguns ali eram realmente crianças. Havia três cadetes que tinham acabado de sair da Academia Militar, nunca tinham participado de uma batalha real na vida.

Um destes rapazes se chama Rassufel, da nobre família Kaiga, mais conhecida pelo seu método peculiar de luta que por sua riqueza: era a única a utilizar duas espadas. E não eram quaisquer espadas. Sendo uma curta e uma longa, elas só possuem um fio e são levemente curvadas. A família Kaiga guarda o segredo de forja de suas espadas a sete chaves.

Rassufel era o sétimo filho da família. Como tal, praticamente não teria direito a herança e por isso dedicou sua vida às artes da luta e da espada. Desde jovem treinou o estilo da família e, apesar de ser o mais novo, sempre foi o melhor com espadas. Ele era também muito bom em lidar com animais, principalmente com cavalos. Era como se pudesse se comunicar com eles. Apesar de tudo, a maioria dizia apenas que ele poderia ser um bom soldado no futuro… se deixasse de ser tão covarde e sobrevivesse até lá.

Mesmo sendo um espadachim exemplar, ele era mais conhecido por sua covardia. Muitos o chamavam de Coelho, por parecer um coelho assustado e paranoico. Desde pequeno qualquer coisa lhe afligia medo, o menor dos acontecimentos o amedrontava. Muitos estranharam sua decisão pela prática da espada e sua entrada na Academia Militar. Como um covarde iria lutar?

No entanto, ele foi um dos cadetes mais bem cotados. Graças a seu bom desempenho e sua habilidade com cavalos, Rassufel foi designado para um posto que poucos desejam: o de batedor. Era relativamente comum acontecer de batedores irem e não voltarem. Às vezes voltavam… Mortos.

Rassufel sentia medo. Pelo menos é isso o que todos acham. E riem dele por causa disso. Os únicos que não riam eram os outros dois recrutas, Gajeel e Navir, colegas de Rassufel na Academia. Estes sabiam que todo o medo que ele sempre sentia era gerado por um forte instinto de sobrevivência, que já havia salvado suas vidas várias vezes.

Na Academia Militar, diziam que Rassufel com medo era o mesmo que problemas chegando. E problemas bem grandes. Funcionava quase como premonição. E uma vez ele quase desmaiou de pavor quando Gaheris fez uma visita aos recrutas.

— Rassufel, você está sentindo alguma coisa? — pergunta Gajeel. — Normalmente quando você faz essa cara, é porque vem coisa ruim pela frente.

— Sim! Como daquela vez com o urso, lembra? Estávamos num acampamento na floresta e você nos acordou no meio da noite do nada, pouco antes do animal aparecer! Nem quero imaginar o que teria acontecido se estivéssemos dormindo… — comenta Navir.

— Eu… não sei ao certo… — responde Rassufel. — É como se… É como se tudo aqui fosse o problema. O perigo é estarmos aqui. — fala, olhando assustado para os lados.

— Relaxem garotos. — diz um dos soldados mais antigos — É a primeira vez de vocês então é normal sentir um pouco de medo. Mas não têm porque se preocupar. Estamos em completa vantagem. — Rassufel sente que aquilo não era bem verdade, mas não sabia dizer o porquê.

Naquele momento ele entendia exatamente o motivo dele estar com tanto medo. Todos tinham razão, eram duzentos contra um. Quase uma piada. Mas o instinto dele persistia dizendo: “Tem algo errado” “Esta floresta é perigosa” “Todos vão morrer”

Com isso ele estava com muito medo em entrar naquela floresta a procura do criminoso. E maior era o pavor de fugir e ter que lidar com Gaheris e qualquer coisa que lhe fosse acontecer com a deserção…


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