Quimerae escrita por Crazy Old Stories


Capítulo 5
Prólogo - O Ferreiro e o Sáurio Parte 3 - Final


Notas iniciais do capítulo

Quinta parte do prólogo



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Lamark fica possesso. Aquilo era exatamente o oposto ao que ele havia ordenado. Não consegue pensar numa solução para consertar tudo aquilo. Pelos Deuses! Eles só precisavam da comida! Por fim, ele respira fundo, resignado. Ele até pensou em fazer alguma coisa na hora em que tudo aconteceu, mas logo percebeu que de pouco adiantaria. Por fim preferiu esperar pela volta de Tork e dos outros. Não se pode fazer nada pelo leite derramado.

Pouco depois Tork e o exército chega, juntamente com três carroças abarrotadas. Somente uma continha comida…

Lamark sempre foi muito paciente com tudo, mas aquilo tudo tinha sido a gota d’água!

— Ha! Ha! Ha! Veja o que eu consegui sem você, seu fracotezinho de merda. — provoca Tork ao chegar.

— Estou vendo perfeitamente… — responde Lamark, rangendo os dentes — Desobedeceu as minhas ordens e as de meu pai. Saqueou tudo da vila quando tudo o que queríamos era comida. E, não satisfeito, ateou fogo.

Nesse tempo os defensores da vila recobram suas forças. Se veem numa situação bem difícil, embora melhor do que o imaginado: estavam amarrados e cercados por sáurios, mas vivos. Também não entendiam o que estava acontecendo. Talvez nunca entenderiam…

— Não há nada o que se possa fazer por enquanto… — suspira Lamark, se acalmando — Levaremos a carroça com a comida. O resto fica. — e encara Tork — Também levaremos os humanos.

— Covarde! — braveja Tork — Levaremos tudo! E esses humanos? Matamos. Não precisamos de prisioneiros!

Lamark encara Tork por alguns segundos. Suspira… Não conseguiria resolver aquilo sem violência. E era justamente o que Tork queria. Não seria ele maior e mais experiente que o garoto? Ganharia fácil qualquer duelo. Ou não? “Ele terá uma bela surpresa… ”, pensa por fim.

— Então você vai ficar me desobedecendo desse jeito… Que assim seja. — Lamark então saca sua faca, enquanto murmura, e desfere um golpe no ar, em direção ao pescoço de Tork, onde surge um leve corte que começa a sangrar um pouco. — Da próxima vez não será apenas um arranhão. E o mesmo vale para todos vocês! — grita por fim, apontando a faca para o restante dos sáurios.

Eles ficam assustados, sem entender direito o que o líder fez. Mas percebem que ele não era tão fraco quanto Tork dissera. Este fica enfurecido. Não teria sido um problema se fosse um duelo digno, mas aqueles truques baratos?! Era de dar nojo…

No fim ele baixa a cabeça, percebendo que sua vida tinha sido poupada. Sente-se humilhado: pelas regras ele teria que obedecer Lamark até o fim dos seus dias. Se ao menos o garoto fosse um guerreiro como o pai…

E assim os problemas de liderança parecem se resolver.

* * *

Meltse viu seu plano sair da pior maneira possível. De algum jeito aqueles sáurios tinham visto eles. Deveriam ser caçadores e tanto. Também se arrependeu de não ter ficado com os arqueiros. O sáurio com o arco era bom, mas ele mesmo era um pouco melhor.

Só que tudo realmente deu errado porque percebeu tarde demais que estavam sem os arqueiros. Quando viu, já tinha um enorme sáurio e sua montaria em cima de Martha e Rachel. Não conseguiu reagir antes das duas serem derrubadas, mas ficou feliz por acertar em cheio a cabeça do saqueador.

Zepelli, com sua experiência em batalha, conseguiu avançar com presteza. Então o sáurio caído rapidamente se levantou, como se nada tivesse acontecido. Se Rachel não o tivesse segurado, Zepelli não teria conseguido passar por ele.

Meltse não conseguiu reagir bem durante a luta. Já havia usado muito um martelo, mas nunca lutado com um. Viu então o arqueiro sáurio preparar mais flechas, e assim o medo da morte veio até sua alma. Por algum motivo ele não atirou.

Desesperados eles avançaram. Zepelli conseguiu atingir com força o escudo de um dos sáurios. Talvez eles ainda tivessem uma chance, já que os sáurios pareciam receosos. E a esperança se reacendeu quando viu que Marco, Ralph e Colodi tinham descido do telhado e vinham ajudar, mesmo feridos no braço.

A euforia durou pouco no entanto: todos caíram no chão subitamente. Eles sentiam como se algo os estivesse segurando no chão. Viam-se impotentes enquanto os sáurios os amarravam. Pelo menos continuavam vivos…

E assim, derrotados, veem o restante dos sáurios retornar com três carroças cheias de tudo que havia de valor em Hochberg. E tudo fica com gosto ainda mais amargo quando percebem o fogo tomar conta da vila. “Eles vão pagar por isso!”

Meltse lembra que Zepelli havia dito que os líderes daquele exército não pareciam muito satisfeitos. Aparentemente ele tinha razão: dois dos sáurios montados começam uma discussão. Ninguém conseguia entender o que falavam, se é que aquilo era realmente fala e não rosnados e grunhidos.

Então um dos sáurios saca uma faca e faz um gesto de corte no ar. De repente os ânimos parecem se acalmar e o outro sáurio desiste da contenda. O que era aquilo? Algum tipo de desafio? Não fazia o menor sentido!

Aliás, ninguém ali sabia explicar o porquê de ainda estarem vivos! Sáurios não eram violentos e sanguinários?

Bem, aparentemente, aqueles ali não queriam ver sangue… Por fim exército calmamente se organiza para partir. Um deles de dirige aos humanos, levantando-os e forçando-os a caminhar. Seriam levados como prisioneiros!

E assim, o exército parte, levando sete prisioneiros e uma carroça…


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