Quimerae escrita por Crazy Old Stories


Capítulo 21
Capítulo 2 – Salvação e Danação Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte do capítulo 2



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Seire não sabia o que pensar. A salvação dela poderia ser a ruína para sua benfeitora. Aqueles soldados certamente veriam a cena e achariam que ela foi atacada: havia um rastro de sangue na estrada e uma poça enorme onde ela desmaiou. “Preciso de um banho e roupas novas…” Já se sentia muito melhor. Sente também que suas feridas estão fechando, sem auxílio de magia. Era uma sensação estranha…

Observa um pouco ao redor. Raffleia, sua salvadora parece dormir. A magia de purificação que usou deve consumir muito do clérigo. O centauro estava nitidamente nervoso. Caminhava para um lado e o outro, como um cavalo selvagem aprisionado. Ela percebe que seu corpo era coberto por muitas cicatrizes.

Seire não sabia o que pensar do centauro. As histórias diziam coisas horríveis sobre eles. Mas também diziam que estavam extintos… E bem ali tinha um. Se sua extinção era mentira, bem que o resto também poderia ser. O fato é que, ele é amigo de Raffleia, aparentemente, e ela não parece ser alguém que andaria por aí com um assassino violento.

O barulho dos cavalos se aproximava lenta e inexoravelmente. Parecem muito mais próximos do que realmente estão… Será que o desperto tinha melhorado sua audição? Não sabia dizer.

Poucos metros estrada acima, surge o primeiro cavaleiro do comboio. Parece ser um batedor, enviado para averiguar a situação. Era certeza terem visto o sangue na estrada e decidido acompanhar o rastro no intuito de saber o que havia acontecido. Ao ver o sangue e os dois monstros no meio da estrada, o batedor parte em retirada: iria avisar aos outros.

— Parece que terei de ir até lá, dama Raffleia. Vou precisar novamente de suas artes curativas. — e, dito isto, o centauro parte estrada acima na direção em que o batedor partiu.

Certo que ele é um monstro, deve ser bem forte. Mas enfrentar sozinho mais de 10 cavaleiros? Seria suicídio! Ou assim pensa Seire. Já Raffleia, estava acostumada com aquilo: a maioria sempre atacava primeiro e perguntava depois.

— Por distintas situações a Deusa da Morte tenta levar-te. Mas sempre estou lá para minar os planos divinos. Tua promessa o tornas imortal, não é verdade? — murmura Raffleia.

Seire não consegue entender. Aparentemente os dois já estiveram em muitas situações difíceis. Mas promessa? Imortal? Nada no mundo é imortal. Não eram questões para se preocupar no momento. Tinha que forçar em se recuperar para poder ajudar sua benfeitora e aquele centauro. Não era ela um monstro também? Que se juntasse a outros monstros então.

Sabe muito bem que o que está pensando é uma blasfêmia! Mas cedo ou mais tarde Néphise não irá mais olhar por você se continuar assim! Não queria pensar deste jeito, mas como nada fez para me ajudar, talvez nunca tenha sido meu propósito ser uma clériga…

Seire se senta, já tinha forças o suficiente para isso. Vê Raffleia murmurando com sua montaria, sem entender palavra alguma.

— Bem… O que vai acontecer agora? — pergunta Seire, temerosa.

— Hum hum… Arth irá derrotar todos os soldados. Vai sangrar até a quase morte. E, se tudo der certo e eu me recuperar até lá, vou salvá-lo da morte. Sim, Arth é seu nome. Peço desculpas a ti por não esclarecer antes.

— Não acho que ele consiga derrotar quinze pessoas. — suspira Seire.

— Ele consegue… Hum hum…Embora tenha feito votos difíceis de se cumprir: não matar; não fugir de uma luta; recuperar algo perdido; proteger o legado até o fim dos tempos. — Seire a encara, confusa. — Não, não. Ele nunca me disse o que tem de recuperar nem o que tem que proteger, senhorita. Por enquanto ele me protege. No futuro? Quem sabe…

— Eu… Posso ajudar também… Eu acho. Achei que esses soldados pudessem me socorrer. Mas acho que o mundo humano está me rejeitando. — Raffleia fica um pouco espantada, mas deixa Seire continuar — Não sou humana como pensa. Meu mundo foi destruído e fui deixada para morrer, como monstro, no solo sagrado de Néphise!!! E então, quem vem ao meu socorro não é um humano, mas um monstro…

— Hum hum… Não gosto que me chames de monstro. Mas creio que entendi o que quiseste dizer. Entenda, existem muitas raças distintas e criaturas inimagináveis, mas monstros? Muito pouco. Tu és apenas de uma raça de má fama, assim como a minha.

“Talvez”. Começava a ficar preocupada com o centauro.


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