POV Alisme

Nefertiti olhou para mim, curvando seus lábios em um sorriso maldoso.

-Creio que isso não será possível. – ela disse em um tom falsamente doce.

-Creio que você esconde uma solução para tudo isso. – disse no mesmo tom que ela.

Ela franziu os lábios e estreitou os olhos.

Eu sabia que ela não era o rostinho bonito que fingia ser.

Ela escondia algo desde que foi transformada. Eu sabia disso e ia descobrir o que era.

Carlie pegou a minha mão de repente e com o seu dom transmitiu uma mensagem para mim.

Alisme, eu não sei se ela pode perder a paciência e nos expulsar daqui. Mas, eu acho que você não teve uma atitude muito colaborativa com essa frase.

Lily, como sempre tentando ser correta em tudo...

Nefertiti fitou-me demoradamente, e eu sustentei seu olhar sem medo.

-Bem criança, já que tanto insisti, terá de cumprir uma tarefa para sair de Dark Sun.

Sorri maliciosamente com o pensamento de que eu era a Escolhida - ela nunca poderia dizer não para mim.

-Afinal – ela continuou – não é todo dia que podemos ajudar a Escolhida.

Belle, Rose e Lily me olharam, provavelmente pensando se tinham ouvido certo.

-Você é a Escolhida... – sussurrou Rose incrédula.

As três se curvaram para mim, e repetiram a saudação que á muito não diziam.

A Escolhida será aquela que poderá fazer do mundo o que quiser.

Nós a respeitaremos, e a protegeremos como se fosse uma rainha amada.

 A Escolhida será digna de todo o poder existente.

 Nós, agora nos curvamos diante dela.

 Ó Escolhida, aquela que é boa, saiba que somos fiéis a você agora e para sempre.

Em nossa frente agora se encontra a mais poderosa humana e futura vampira de todo o Universo.

Nós a saudamos.

Lisonjeada e corando muito, olhei para os rostos de minhas primas e minha tia.

Todas sorriam alegremente.

Respirei fundo, e as encarei.

Carlie se levantou e sussurrou lentamente algo para Nefertiti.

Ela assentiu e abriu os braços.

Todos os humanos e vampiros se viraram para olhar o que havia de tão importante para ela abrir os braços.

Geralmente ela só fazia isso quando transmitia informações muito importantes para nós.

-Aqui em minha frente se encontra a Escolhida. Saúdem-na.

Todos olharam para mim, e alguns conhecidos sorriram alegremente.

A saudação entoou em meus ouvidos novamente, então depois de doze séculos de espera, Nefertiti disse:

-Escolhida, responda a este recado.

Concentrei-me muito, e consegui me lembrar da resposta.

Reconheço agora, que me encontraram.

Minhas promessas serão cumpridas.

Prometo protegê-los.

Prometo salva-los.

Prometo por fim, encontrar o Escolhido.

Aquele que será meu amor eterno.

Aquele que será o único capaz de derrotar o grupo mais temido.

Aquele que será a realeza dos vampiros.

Aquele que será meu.

Todos aplaudiram, e então uma luz azul se acendeu sobre mim.

Eu flutuei até um metro acima do chão, a sensação era única. Liberdade.

Meus pés pousaram suavemente no piso de mármore.

Fechei os olhos não acreditando naquilo.

Abri-os e vi aquilo, uma coisa mais impressionante ainda do que tudo.

Isabelle, Carlie, Rosesme... Todas elas também flutuaram, só que a luz que as banhava era branca.

Nefertiti arregalou os olhos com o que havia acontecido.

-Eis aqui, as suas seguidoras!

Todos aplaudiram, e as meninas, muito sem jeito, foram até o meu lado.

Aos poucos, as pessoas foram voltando a comer, comentando excitadas sobre o ocorrido.

-Agora que já se exibiu, digo, se apresentou, acho que posso lhe dizer a tarefa – disse rispidamente.

-Sim, pode me dizer... – murmurei.

Ela deu um sorrisinho idiota, e tornou a falar.

-Isso não será fácil de concluir. Vocês terão de achar um pergaminho que contém as explicações sobre como sair daqui. No caminho terão de lutar com um vampiro recém nascido e então, resolver a charada de uma esfinge.

Charada de esfinge. Ótimo.

Decifra-me ou devoro-te. Diga a resposta ou eu te mato.

Óbvio que Nefertiti preferia a segunda opção.

Bem, por mais difícil que a tarefa fosse, eu iria cumpri-la.

-Onde está o pergaminho? – perguntei.

Novamente um sorriso maldoso.

-Está no seu dormitório.

Arregalei os olhos e puxei Carlie e Rose pelo braço, essas por sua vez, puxaram Belle junto.

Chegamos.

Procurar uma coisa não era fácil. Nós éramos míseras humanas que não sentiam porcaria nenhuma de todos os cheiros do mundo.

-Allie...

-Rose?

Ela ergueu na luz um papel branco pérola, ele estava velho e exibia várias fendas de tanto que fora dobrado e desdobrado.

Seu rosto estava apavorado, e exibia um olhar aterrorizado. Ela estava visivelmente pensando naquilo.

-Belle. – chamei.

-Sim? – ela respondeu.

-Você pode abrir o papel? Rose está com medo de que haja alguma maldição infiltrada nele.

O que era verdade Rose raramente confiava em cartas ou coisas do gênero. Ela achava que bruxos existiam...

Bell pegou a nossa fonte de informações, e abriu.

Em seguida fomos engolidas por um jorro de luz dourada, então nosso quarto desapareceu.