Sangue no papel escrita por patorro


Capítulo 9
The End of Everything


Notas iniciais do capítulo

Bem... demorou muito pra sair por conta de falta de inspiração e preguiça, maaaas aqui está! TCHARAN! Saiu do forninho da Giovana antes que alguém pudesse perguntar se a Jessica já tinha acabado... Boa leitura!



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Estava voltando para o tal barraco daquele Eddie. Eu ainda não conseguia acreditar que eu havia explodido a Casa Branca! Eu tinha dopado todos os seguranças e, de repente, lá estava Clover, quase se auto-explodindo! Nunca estive tão nervosa em toda a minha vida,afinal, ela ainda estava com o pé em um ângulo inimaginável! E ela ainda quis ver o lugar sendo explodido!
Chegando lá, Eddie notou o estado dela. Então, eles começaram a cochichar, de novo.
– Como você fez isso, Clover?- ele perguntou, aflito
– Do mesmo jeito que eu caí no nosso primeiro encontro! De que outro jeito?- ela respondeu. Eu intervi logo
– Encontro? Como assim "encontro"?- Clover revirou os olhos e disse
– Eu e Eddie namorávamos, até que ele resolveu acreditar que eu sou louca...- Eddie ficou vermelho e continuou, enfurecido
– Eu NÃO acho que você é louca! Só achei louca a sua ideia de vingança!- ele respirou fundo e, antes que Clover pudesse continuar a discussão, ele subiu as escadas e voltou com uma seringa cheia, uma bolsa térmica e um pouco de gaze- Deixa eu fazer o curativo...- ele apoiou a perna de Clover no balcão, envolveu a canela dela na bolsa térmica e injetou o líquido. Depois destorceu o pé dela começou a passar gaze por toda a área antes danificada.- Venham, tem um quarto aqui em cima... onde a Clover dormia quando não queria dormir em casa...
Subimos as escadas e chagamos em um quartinho um pouco maior que o meu em Seattle. Tinha uma cama de casal, um sofá-cama e um pequeno aparelho de televisão. Eddie trouxe nossas malas e fechou a porta, nos deixando sozinhas. Clover esperou um pouco e começou a vasculhar na mala dela, até que encontrou uma fita cassete. Ela sorriu e esfregou o objeto na minha cara.
– Então, você quer ver?- eu estranhei e perguntei
– Por que eu gostaria de ver?- Clover revirou os olhos e respondeu, com um tom de sarcasmo
– Tá bem... Se você não quer saber o porquê de eu ter te acusado de matar a diretora Wills... Ou o porquê do beijo...- roubei a fita da mão dela e ela ficou séria. Estava prestes a apertar o play, mas Clover se levantou e começou a se apoiar nas coisas para ir embora- Acho melhor você ver isso sozinha- Eu estranhei, mas quando apertei o play, entendi porque.
" E eu nunca imaginei que eu poderia falar isso pra você, Lynda, mas eu te amo!" *beijo*/*gole da garrafa de vodka*/ *barulho de porta abrindo* "OU! QUE QUE É ISSO! CAI FORA", *corte*/ *imagem de Rachel, sozinha em cima de poça de sangue*- isso era o que estava na fita. Era a verdade. Não sabia se tinha matado Sra. Wills ou não, isso não havia me chocado. O que realmente havia me chocado era o fato de que eu estava chapada, beijando e me declarando para minha melhor amiga no meio de uma madrugada de Domingo. Isso, isso era literalmente INSANO. Mais insano do que qualquer morte, mais insano que qualquer explosão, mais insano que tudo na minha vida.
Estava em estado de choque, até que Clover voltou e disse:
– Vamos ver o noticiário pra você tirar isso da cabeça, ok?- ela ligou a televisão e o telejornal começou:
" Hoje, no nosso jornal: será mais uma dupla de meliantes ou assassinos profissionais? A Casa Branca foi explodida nesta noite. As 22:43, câmeras externas escondidas gravaram a ação de duas jovens que acenderam o pavio em direção aos canos do esgoto, cujo estavam cheios de gás metano, que acabou em uma explosão que devastou totalmente a Casa Branca. Uma delas, com cabelos negros e pele clara, estava aparentemente ferida, já que seu pé estava em um ângulo descomunal. Aparentemente, esta tinha responsabilidade de acender tudo. A outra, com cabelos encaracolados e pele morena saiu de sua tarefa e retirou a outra do local. A exatamente 2 dias atrás, em Seattle, o ginásio de Black Swan High School foi explodido. Aparentemente, todas as câmeras haviam sido desativadas e suas fitas simplesmente desapareceram. O prefeito de Seattle também sofreu com essa noite, quando foi enforcado por volta das 4:00 da manhã. Os policiais só encontraram um chaveiro que pertencia a uma família que vivia ali nas redondezas. Depois de algumas horas de investigação, eles decidiram falar com a família. Pouco tempo depois, a senhora Li, vizinha dos Daush (família a qual pertencia o chaveiro) alegou ver uma menina invadindo seu quintal, alimentando seu cachorro e logo depois fugiu para a rodoviária. Na rodoviária, um motorista teve seu braço arrancado e, depois, o corpo do homem foi esmagado pelas rodas do veículo. Os passageiros, que estavam esperando que o motorista começasse a viagem, foram embora, dizendo que uma voz feminina alegou que o ônibus iria para Washingtonw, não para o destino esperado. Logo depois, o veículo desapareceu. Algumas pessoas dizem terem o visto em Washingtonw, mas ainda não existem provas concretas disso. Segundo a ficha da polícia, a menina que tem pele mais clara é Clover Gardens, com paradeio desconhecido até agora, sua parceira aparenta ser Rachel Daush, estudante e membro da Black Swan High School..."- foi quando Clover desligou o aparelho e se jogou em cima de mim, me batendo com força:
– COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO? VOCÊ ESTRAGOU TUDO!- ela socou meu nariz, tirando um pouco de sangue. Porém ela não parou, simplesmente continuou me socando, cada vez com mais intensidade- VOCÊ SABE QUANTO TEMPO EU DEMOREI PARA CONSEGUIR O QUE QUERIA? QUANTAS PESSOAS QUE DESACREDITARAM DE MIM? QUANTOS PLANOS EU TIVE DE FAZER? QUANTAS PESSOAS EM POTENCIAL EU MATEI? SABE?- depois dessas perguntas, eu parecia não sentir dor. Clover notou o fato de que eu não estava mais gemendo e chorando. Ela apertou minhas bochechas com força, juntamente apertando minha jugular com a outra mão- Que que cê tá olhando?- foi quando eu acertei um soco bem no olho dela
– Deixa eu ver se eu entendi... você não se importa? Quando me disse que matar era divertido, eu achei que era loucura... mas eu sei que fiquei cada vez mais parecida com... VOCÊ! Eu não ACREDITO que pude ser tão... TOLA! E eu estou fazendo tudo isso... SÓ POR CAUSA DE UMA FITA CASSETE? Porque eu iria acreditar que você fazia isso por uma coisa boa? Tudo que você faz é MATAR INCONDICIONALMENTE! VOCÊ É UMA PSICOPATA!- ela, ainda com as mãos no olho, começou a chorar. Ela me encarou e lançou de volta:
– Você realmente acha que eu não me importo? Pessoas que eu sempre considerei como irmãs pra mim e falharam... Você acha que isso não DOÍ? Talvez eu tivesse te matado também, mas não porque eu não me importo, mas porque eu acho que... bem... você deveria ter acreditado quando eu disse que era sua amiga... Rachel, você talvez tenha sido a única com quem eu consegui finalizar meu plano... Mas você derrapou. Você pos tudo por água abaixo. E eu sei que eu não vou conseguir fugir do estado para começar tudo de novo... A única pessoa em que eu realmente confio é Edward... Ele foi o único, até aquele dia, que acreditou em mim... Depois você fez a mesma coisa, dando uma de Eddie 2... e nem tudo foi em vão... Ainda podemos vencer... Só precisamos do meu cara.- ela limpou as lágrimas e berrou - EDDIEEE!!! VEM CÁA!!- em poucos segundos, apareceu o cara dela
– Uou... Vocês estavam... brigando, né? Rachel, você está viva? Você é confiável, então...- Clover se levantou.- Que belo olho roxo, matadora...- Eddie continuou. Clover se inclinou e o beijou. Depois começou a chorar, mas por pouco tempo. Ela balaçou a cabeça e começou a falar firmemente
– Ok... Precisamos daquela mala, Eddie...- ele arregalou os olhos
– AQUELA mala? Pra que?
– Talvez para que o governo americano não nos mate...
Eles desceram para ir numa tal "sala das malas", onde eu descobri uma eternidade de pastas, caixotes, malões e malinhas... Quando Eddie retirou uma mala preta de couro bem extensa. Ele olhou para Clover com um olhar incerto, mas ela o encarou de modo firme e assentiu com a cabeça, como se dissesse "Está na hora". Eles pediram para eu me preparar, colocando alguns apetrechos aqui e ali enquanto preparavam as coisas. Em algumas horas, com o Sol dando vestígios de sua existência, Clover apareceu com uma metralhadora em mãos. Ela me passou uma bandeira gigantesca e disse:
– Suba lá e pendure a bandeira quando eu der o sinal.
– Pera, cadê o Eddie?- ela riu e respondeu
– Ele tá tomando conta pra que o governo entre no pc e veja que nós deixamos notificação no face... é, meu cara é uma bom hacker, inveja?- eu revirei os olhos e ela me mostrou o caminho para o telhado. Não demorou muito, Clover subiu em poucos minutos com adrenalina em seus olhos e ordenou:
– Tá esperando o que? ABRE LOGO NOSSA BANDEIRA!- eu levantei do chão, abandonei o tédio lá mesmo e estiquei o pano, prendendo de ponta a ponta. A mensagem dizia " SE NÃO NOS PEGARAM NO SEU TERRITÓRIO, VENHAM NOS PEGAR NO NOSSO, BUNDÕES!" ela se referia em ter escapado da explosão, praticamente ilesa.
Ela abriu a porta com um estrondo e disse, calma:
– É hoje que o mundo cairá sob nossos pés... Rachel, obrigada.- ela sorriu e começou a chuviscar. Não havia notado a nuvem preta gigantesca que cobria Washingtonw. Ela desenfaixou o pé, me entregou algum tipo de arma bem potente e alertou:
– Só comece quando Eddie chegar aqui, ok?- ela contemplou o horizonte e Eddie surgiu
– Está na hora, Clover...- uma imensidade de viaturas da polícia apareceu, então ela sorriu e berrou:
– SE É CLOVER GARDENS QUE VOCÊS QUEREM, É CLOVER GARDENS QUE TERÃO, BABACAS!- ela começou a airar feito louca. Grandes poças d'água agora se estendiam pelo chão. Eu me aproximei de uma delas e comecei a lembrar do que havia filosofado alguns dias antes... de termos nossos verdadeiros eus escondidos atrás da máscara do reflexo... e eu estava certa. Nunca poderia imaginar a meses atrás que Clover, a menina que andava consigo mesma, era uma assassina, assim como nunca imaginei como ela poderia ter um coração mole, como visto hoje mais cedo. Nunca imaginei que eu era capaz de reconfortar matando, que eu tinha sentimentos pela minha melhor amiga, que eu era mais que apenas a menina inútil de moleton... eu era Rachel Daush. Não importava se eu havia ou não matado a diretora, não importava se eu havia me drogado, não importava se eu havia matado inocentes, não importava se Clover era uma psicopata, nada importava. Eu era Rachel Daush, e eu iria morrer da maneira que eu sabia agora que era: INESQUECÍVEL.
Abri um sorriso, parei de encarar a poça e sai correndo em direção a Clover
– Onde você estava? Não consigo segurar todos sozinha! Jogue essa granada e...- eu agarrei a granada e virei de costas para os policias. Clover não emitia som algum, ela apenas mexia sua boca, como se estivesse falando. Mas eu não ligava. Tudo estava mais lento, como se o universo estivesse me dando uma deixa, para que eu fizesse algo que me marcasse para sempre. Mas eu só pensava em uma coisa. Eu olhei Clover nos olhos e disse:
– Foda-se- eu saltei para trás, acionei a granada de mão e ouvi um grande estrondo depois. Mas não senti nada, porque havia mergulhado dentro da escuridão.


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Notas finais do capítulo

AND WE'RE DONE! ACABOU NOSSO LIVRO! UHUL!



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