Pov. Narradora

Caio levantou cedo, pois deveria ir para o colégio lecionar suas aulas de musicas, até o momento ela não tinha se acostumado com a ideia de professor não que ela fosse incapacitado do cargo, mas era estranho.

O jovem de 23 anos foi até o banheiro ainda meio sonolento. Colocou a cabeça debaixo da torneira na qual jorrava uma água gelada o que fez despertar-se, depois escovou os dentes e penteou o cabelo, Caio além de ser um excelente musico era super vaidoso. Encarou o espelho que refletia o mesmo, observou então os pequenos olhos puxados herdados do pai que é Japonês de nascença.

Ao terminar a higiene tomou o café com a família sossegadamente como se o dia estivesse totalmente livre.

—Maninho se demorar mais um pouco vai chegar no colégio apenas 2030! —comentou uma garota de cabelos pretos e cacheados, os olhos dela eram puxados igual o do irmão.

—Cheia de graça Sofia. —Ele falou franzindo a testa descontraidamente.

—Sempre, agora eu estou indo para o curso!

—Vai com Deus! —Ela se despediu dando um beijo na bochecha de cada um que se assentara na mesa.

Caio e os pais enrolaram mais um pouco saboreando os baurus feitos com todo amor pela mãe, o suco de laranja diferentemente havia sido preparado pelo pai.

Ao terminar a refeição o garoto subiu ao quarto e retirou do maleiro um violão beije, depois abriu a segunda gaveta para pegar as partituras, a pasta já o esperava em cima da cama. O colégio ficava a 20 minutos de carro do local então ele acelerou um pouco mais aumentando a toada.

O colégio estava muito movimentado, todos os estudantes caminhavam para sua sala de destino enquanto os professores punham as ultimas novidades em dias, a coordenadora dava o seu chilique matinal com os pobres alunos do sexto e assim seguia a confusão rotineira.

Quando Caio chegou à primeira coisa que fez foi passar na cantina e pegar um copo de café feito pelas merendeiras, este ambiente era novo para ele, as salas de aula, o tanto de instrumento a sua disposição para ajudar na formação dos alunos, os novos amigos geniais como o professor de historia e a de química.

A sala de musica era toda decorada com notas musicais, e no mural havia parte de uma partitura incompleta, um pouco adiante se encontrava as caixas de som e microfones, o projetor de vídeos também estava lá.

Caio retirou o violão das costas e começou a tocar alguns acordes, involuntariamente veio em sua cabeça a musica aquarela então ele começou a cantar:

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela, viajando, Havaí, Pequim ou Istambul.

Enquanto ainda cantava a bela letra à adolescente Bia entrou toda sorridente pela sala de musica, ela usava um vestido vermelho com uma fita de cetim na cabeça, a roupa era antiga mais ainda era bela e delicada.

—Bom dia professor! —Cumprimentou timidamente. Mas irradiando sua felicidade.

—Bom dia linda. O que a deixou tão feliz pela manhã de hoje? —Demonstrou curiosidade no sorriso da bela.

—Como sabe que eu estou feliz?

—Telepatia... —Ela o olhou incrédula. — Estou brincando. Eu descobri devido seu sorriso.

— Realmente estou! Hoje minha irmã vai a um local e é quase garantido o emprego! —Contou empolgada já imaginando a irmã trabalhando.

_Hum... — Ele esbouçou um sorriso gratificante porém não sabia o que dizer. —Quer cantar comigo?

—Claro!

Os dois continuaram a canção em uma total sincronia, pode se notar que Bia era dona de grande talento.

As aulas foram ótimas, todas as turmas que passavam pela aula de musica apaixonava pelo professor.

Caio retornou para casa às oito horas da noite, a comida estava pronta no fogão... Sofia brincava com o filho na sala.

—Ô sua folgada... Veio dar despesas novamente pra mamãe! —Bufou caio indignado com a freqüência que Sofia ficava na casa dos pais já tendo ela a própria!

—Cala a boca seu sem vergonha, pelo o menos só lancho e janto, e você que com 23 anos ainda mora aqui! —Retrucou um pouco ofendida.

—Isso é porque eu ainda não casei! —Resmungou ele fazendo um biquinho.

—E eu só fico aqui porque estou me sentindo sozinha, você sabe muito bem que meu marido está viajando!

—Eu sei... Eu adoro sua companhia e a desse bebê lindo também! —Sofia confirmou com a cabeça.

Os dois ficaram na sala brincando com a criança enquanto a mãe banhava e o pai vestia roupa, Caio relatou o dia para a irmã, até citou o talento da Bia... Ele á achava carinhosa e decidida. Sofia o olhava com orgulho, era bom ver o irmão á um passo mais perto do sonho dele.