A Sombra do Colosso escrita por Komorek


Capítulo 7
Capítulo VI - O Gigante do Subterrâneo




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Acordei. Novamente, estava de volta ao templo. Isso parecia um processo infinito, onde só teria fim quando chegasse no último Colosso. O Terceiro Ídolo à esquerda se destruiu, e eu então me levantei, e esperei pelas palavras de Dormin.

Teu próximo adversário é... Um gigante se esconde debaixo do templo. Ele anseia por destruição. Mas um tolo, não é.

Debaixo do templo? – me perguntei. Por um momento, pensei que o Sexto Colosso estivesse em baixo do Santuário. Porém, ao sair dele, e erguer minha espada, vi que não era deste templo que Dormin estava falando. Os feixes de luz apontaram para o Sul, mas um tanto para a direita.

Agro apareceu do meu lado. Agro... não pode ser você que me traz de volta todas as vezes... então... quem pode ser? Dormin? – era o que pensava. A cada Colosso que eu derrotava, mais dúvidas vinham em minha cabeça.

Me montei em Agro, e parti na direção dos feixes de luz. Eles apontaram, primeiramente, em direção da entrada do que parecia ser um bosque, com muitas e altas árvores. Ao entrar, percebi que seria muito fácil me perder. Levantei a espada, para checar o caminho certo, e por algum motivo, nenhum feixe de luz saiu dela.

– Hã? O que aconteceu? – tentava me movimentar de todas as formas, mas a única coisa que saía da lâmina, era um pequeno brilho verde – Porque não está me indicando o caminho...?

Logo me lembrei das palavras de Dormin, no momento em que cheguei nessas Terras. “Eleve tua espada sobre a luz...”. Será que ela só pode me indicar o caminho quando estou em um lugar luminoso...? – Procurei por um local que tivesse pelo menos um resquício de luz, pois as folhas das árvores tampavam o Sol.

Em minha procura, acabei encontrado outro daqueles Templos com Lagartos de Rabo Branco. No último Colosso, eu comi um deles, e me senti mais forte. Talvez devesse comer mais um... – pensei, enquanto pegava meu arco. Disparei uma única flecha, desta vez, acertando em cheio sua cauda.

Ao me aproximar, o lagarto se mexeu, e correu para outra direção, deixando seu rabo. Achei aquilo bem estranho, mas logo esqueci. Ao terminar de comer, novamente me senti mais forte, como se aquela cauda tivesse alguma coisa mágica.

Eu não me ajoelhei e ofereci-lhe uma prece, assim como fiz da última vez, pois não achei necessário. De repente, notei duas luzes no fim do bosque. Uma para a direita, e outra, mais para a esquerda. Subi em Agro, e caminhei em direção da direita. Era uma saída. Porém, era estreita, e tinha um pequeno desfiladeiro ao lado. Percebi que o caminho da esquerda, me levava direto para baixo, mas nesse onde fui, havia uma árvore, e um outro lagarto de rabo branco.

A árvore era torta, fazendo seus frutos estarem localizados acima do desfiladeiro. Atirar, fariam elas cair lá em baixo. Me aproximei, e matei o lagarto com a espada, comendo sua cauda. E com muito cuidado, escalei a árvore, e tentei tirar as frutas manualmente. Agro deu um leve relincho, o que interpretei como “Isso não vai dar certo...”. E ela tinha razão, ao tentar tirar a segunda fruta, perdi o equilíbrio, e caí daquela altura.

Minha sorte, foi que em uma pequena lagoa. Era bem rasa, mas foi o suficiente para não me deixar ferir gravemente. Pude ver Agro lá de cima, dando a volta pelo caminho. Ela desapareceu pelo bosque, e logo, saiu de outro local. Ela seguiu pelo caminho que escolhi não seguir.

Havia outra árvore no local. Desta vez, com muitas frutas. Comi todas, e também dividi com Agro. Logo, levantei a espada, e os feixes de luz apontaram para a esquerda. Era impossível atravessar a montanha a esquerda, então tive que subir um morro logo à frente, e passar por dentro de um túnel.

Ao atravessa-lo, meus olhos arderam por uns instantes. Uma luz muito forte tomava conta do caminho a seguir. O que é isso...? Está muito forte! Não vou conseguir ver assim...! – para checar o caminho corretamente, levantei novamente a espada. De repente, toda a luz ao redor simplesmente diminuiu, e os feixes que saíram da lâmina eram muito fortes.

– Essa espada... ela absorve a luz?

Entendi... essa espada absorve a luz do ambiente, e a transforma em pequenos feixes. Por isso que, quando estou em um ambiente sombrio, ela não indica o caminho...! – cheguei a uma resposta. Mantive a espada erguida, mesmo já sabendo o caminho correto, pois a luz sem ela era muito forte.

À minha esquerda, havia um enorme deserto. Porém, o caminho que devia seguir, era à direita, onde a luz indicava um grande templo, fundido com uma enorme montanha. Havia uma entrada subterrânea, então tive que deixar Agro para trás. Um lance de escadas marcava a entrada, e ao virar à direita, havia um pequeno obstáculo de blocos de pedra, o que realmente não deixaria Agro passar.

Após mais dois do mesmo obstáculo, cheguei a um enorme salão. Havia um buraco no teto, por onde a luz entrava, e estava a alguns metros do chão. Estava em cima de um tipo de Paredão, com pequenas plataformas, da qual poderia me agarrar para descer.

Após alguns segundos, agarrando e soltando as plataformas, escutei um grande estrondo vindo de trás de mim. O Paredão atrás de mim de repente se abriu para baixo, e de dentro de uma sala oculta, saiu o Sexto Colosso. Um gigante de mais ou menos 24 metros, com uma grande Barba descendo de seu rosto. Sua pele tinha um tom de cinza, e haviam dois chifres em sua máscara.

Eu não tinha para onde correr. Lentamente o Colosso levantou sua perna direita, e preparou um golpe em minha direção. Rolei para o lado, desviando da pisada. A minha frente, havia um muro, que poderia ser escalado. Corri em direção dele, e o pulei. Do outro lado, onde havia um grande pilar no meio, e outro muro, semelhante ao anterior. Enquanto corri na direção dele, escutei um estrondo vindo de trás.

O Colosso estava andando em minha direção, e passou pelo muro, destruindo-o com a maior facilidade. Desesperado, voltei a correr para o próximo, e então, o pulei. Segundos depois de cair do outro lado, escutei mais um estrondo. A criatura era bem mais veloz do que eu. Enquanto escalava um Terceiro Muro, pude ver uma sombra de uma mão gigante se aproximando de mim.

Saltei desesperadamente, e caí rolando no chão, machucando meu cotovelo. Junto com meu impacto no chão, veio um estrondo do Terceiro Muro. O Colosso se aproximou de mim, e levantou a perna. Merda...! Esse Colosso não para...!! – me levantei rapidamente, e desviei para o lado.

Havia uns degraus que levavam até um tipo de esconderijo, e foi para onde corri. Lá, me sentei, e descansei.

– Cara... Esse Colosso... Assim como Dormin disse, “Ele anseia por destruição”... Como vou escalar um monstro desses?

Enquanto eu falava sozinho, pude ver o Colosso se agachando. Merda, ele vai me pegar...! – mas não. Ele abaixou a cabeça, e ficou me encarando. Após alguns segundos, ele se levantou novamente, e de repente, escutei um estrondo enorme vindo de cima. Ele havia socado, tentando me fazer sair.

– Ele realmente... é inteligente...!

O impacto fez alguns pedaços do teto caírem, mas não o fez desabar. Segundos depois, o Colosso fez a mesma coisa. Notei que quando agachado, sua Barba tocava o chão. Era minha única chance. Corri em sua direção, e agarrei-a.

A criatura logo levantou, e então, eu pude escala-la até chegar em sua cabeça. Lá, havia um Selo. Notei que o Selo Vital não estava no centro de sua cabeça. Estava um pouco mais para a esquerda. A parte esquerda do cérebro é responsável pelo raciocínio lógico, então... Deve ser por isso que ele é mais inteligente...

Preparei o primeiro golpe, e o efetuei com sucesso. O Colosso se mexia muito, fazendo-me perder o equilíbrio diversas vezes. Finquei a espada mais duas vezes, o que deixou a criatura com muita raiva, porém, um tanto que tonta. Mais um golpe fez o Selo desaparecer. Droga... tem mais um Selo...

Tentei manter-me em pé no Colosso, para verificar onde se localiza o último Selo. Porém, a criatura se chacoalhou fortemente, fazendo-me perder o equilíbrio, e rolar para suas costas. Se eu não me agarrasse, teria caído de cima dele. Senti um brilho vindo de minha esquerda, e para minha surpresa, o segundo Selo estava do outro lado de suas costas.

Pulei da direita para a esquerda, e me agarrei bem no centro do Selo. Preparei o golpe, e finquei a espada uma vez. A criatura começou a se chacoalhar de forma brusca, mas nos intervalos entre uma e outra, eu cravava a espada. Nos últimos golpes, o Colosso mal se mexia. Eu então, preparei o último ataque, e com gosto, o efetuei. Ele caiu lentamente para frente, criando um grande impacto.

Me agarrei em seu pelo, para não cair. Mas, instantes depois, as essências me possuíram. Já estava acostumado com a escuridão, com a pequena luz, e com os sussurros. Mas algo, me pegou de surpresa. A voz feminina. Consegui escuta-la perfeitamente.

– Não...


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Notas finais do capítulo

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