Não sei qual foi a ideia de meus pais em dar esses nome a mim, mas acho que eles gostavam bastante desse clássico. Tanto que sempre todos me chamaram de bela e já acostumei com esse apelido.
Apesar de estar aniversariando hoje, vou para escola daqui a sete horas- sim, estou acordada até agora contando que tenho aula cedo- na verdade, seis horas e meia.
Fui dormir ás uma e meia da madrugada. Mas acordei- digamos que- disposta para a aula, ou melhor, primeiro dia de aula. Me arrumei, tomei café e fui para a porta esperar minha van.

Ao chegar na escola, senti aquele leve choque por estar entrando em uma escola nova, que clichê.

Logo que achei minha sala vi que várias pessoas já estavam lá, conversando. Havia várias panelinhas formadas em alguns cantos da sala, os outros que não faziam parte delas apenas estavam conversando em pares, ou apenas estavam sós.
Fiquei um bom tempo olhando cada rosto da sala, até que um professor entrou e se apresentou. Falou que iria fazer uma dinâmica com todos da sala, e que era para se misturaram e cortarem as panelinhas.
Urgentemente todos se revoltaram e começaram a reclamar, fazendo um grande barulho. Até que o professor gritou mais alto que todos e começou a explicar a dinâmica , que seria em pares.

Ótimo, me sobrou um menino mimado, rico e metido como par. Luke, a propósito. E foi assim que o conheci, e percebi que ele é do tipo que fics com todas e é super esnobe.
Não foi tão ruim "socializar" com Luke, mas ele é insuportável! Tem um tamanho normal- alguns centímetros mais alto que eu- tem o cabelo castanho claro, quase loiro, sobrancelhas claras, rosto fino, olhos de uma cor entre o verde e o azul e era magro.
Não posso mentir, ele é bem bonito. Ta, muito bonito. Mas oco por dentro, do qual eu percebi que é uma característica que muitas das meninas daqui não ligam, apenas pulam para cima dele.

Depois de uma semana já éramos todos unidos, estava tendo aula normal e em breve haveria uma pequena festa de boas vindas aos novatos.
Sábado, em casa, havia planejado ir á um clube com amigos meus. Ás três saímos de casa e nos encontramos lá. Ao vê-los, corri para abraçá-los.
Éramos cinco. Vitória, uma garota alta,branca, magra e de cabelos e olhos pretos. José, um garoto moreno, de cabelos castanhos e olhos claros. Ana, uma garota baixinha, morena, de olho pretos e cabelo ruivo. Joe, um garoto um pouco baixo, meio magro, de cabelo preto e olho azul. E eu.
Eu não olhava eles desde o ano passado, no começo das férias. Nada havia mudado, apenas o fato de que agora eu via um clima entre a Vitória e o José.
"Como foi as suas férias Bela?"-O Joe perguntou me encarando com seus olhos claros- ele sempre da isso de propósito.
"Foram boas Joe, mas pena que não encontrei vocês "- Falei, agora me referindo so todo.
"Onw Bela, que pena"-A Ana falou e fez sinal para entrarmos logo.
Aquele clube era do tipo bem variado, mas dessa vez só iríamos a piscina. Nos separamos para ir ao banheiro trocar de roupa, mas não demoramos muito.
Ana, Vitória e eu saímos do banheiro e os meninos já estavam lá. José e Joe estavam de bermuda, exibindo seu corpos magrelos e recheados de tanquinhos.
Ficamos nos encarando por uns segundos, até que descemos para a piscina a nossa frente- um tobogã e um escorregador, ambos enormes. Só de olhar já me dão calafrio.
Fomos direto para a fila do escorregador á esquerda.
"Vocês tem certeza que querem ir nesse?"- Perguntei só para ter certeza.
"Sim, vamos, você vai gostar."- Joe falou.
"Está bem, só dessa vez!"- Falei arrancando pequenas palmas deles.
Depois desse como em vários outros, um mais alto que o outro. Após um bom tempo na piscina, ás cinco horas já estávamos saindo.
Até que vi um rosto conhecido vindo de uma piscina ao lado. Luke, já não basta ter que o aguentar na escola?
"Olá Bela."- Ele se direcionou a mim com uma cara maléfica. Pana que a beleza de fora não é a mesma de dentro!
"Oi Luke."-Falei sem ânimo.
"Não vai apresentá-lo Bela?"- Joe perguntou me lançando um olhar de suspeita.
" Prazer, Luke."-Ele mesmo se apresentou a todos antes que eu respondesse.
"Prazer"-Disseram em solo me lançando mais olhares de suspeita.
"Foi muito bom conhecer vocês, mas na verdade estou de saída."-Disse se despedindo e logo saindo.
Saímos em direção ao banheiro para nos trocarmos e logo saímos para ir para nossas devidas casas.
"E então bela, quem era o garoto?"- Vitória perguntou curiosa.
"Luke, ele é da minha sala. Mas, não precisa se preocupar, ele é muito esnobe."-Falei quebrando a curiosidade de todos.
"Tem certeza que não precisa se preocupar bela?"- Joe perguntou e eu afirmei com a cabeça.
"Humm, olha lá viu?"- Ana falou rindo.
Depois saímos separadamente, pois Ana, José e Vitória iriam para um lado enquanto eu e Joe para outro. Nos despedimos e seguimos nosso caminho.
"E aí Joe, pegou muitas nas férias?"- perguntei o puxando pela cintura.
"Ta me chamando de rodado?"- Ele respondeu jogando seus braços em volta do meu pescoço.
"Haha, até parece que não é."- Falei rindo dele.
"Olha aqui baixinha!"- Exclamou por ser só um poço mais alto que eu, o que me fez rir.
"Eu te pego Bela!"-Ele falou me fazendo olhar para trás. Isso não soou tão bem...
"Quer dizer, não foi isso que.. Ah sua mente poluída!"- Ele me alcançou e continuamos andando normalmente.
Então seguimos nosso caminho até a minha casa, onde a do lado era dele. Cheguei em casa, arrumei minhas coisas, banhei e fui jantar.
Depois que terminei tudo que tinha pra fazer subi para o meu quarto e peguei meu celular e um filme para assistir- A Fera-, logo vi que havia uma mensagem.
-Joe-

-Preparada para acordar cedo?
-Nem um pouco, de manhã me arrependo de ter dormido tarde.
-Não acha melhor dormir mais cedo bela?
-Acho,mas não tenho sono.
-Então boa noite, vou dormir.
- Boa noite Joe.
-Beijos
-Beijos
Ele era como um irmão pra mim, já que minhas duas irmãs biológicas não são tão próximas de mim.
Assim que me despedi dele, fui assistir o filme, que considero uma das melhores adaptações de A Bela e a Fera. Para os que já estão cansados daquele clichê de contos de fadas.
Fui dormir duas horas da manhã, acordei e fiz meus hábitos do dia-a-dia. O dia passou bem rápido.
Três anos se passaram e um dia meu pai viajou a trabalho, prometendo mandar cartas para dar notícia. Um dia ele mandou uma diferente, que realmente me surpreendeu.
"Querida Bela, hoje me hospedei em uma mansão que avistei perto de casa. Neste fui tratado muito bem. Mas um dia me lembrei de você ao ver uma rosa vermelha e saudável, a arranquei com cuidado e a coloquei dentro de uma estufa. Mas me assustei ao ver que havia um menino me avistando na entrada, e logo que tirei a flor e coloquei na estufa ele correu para perto de mim." Porque está mexendo no meu jardim?"- ele falou." Desculpe, apenas me lembrei da minha filha."- Falei percebendo que isso não adiantou nada. Depois que terminei de falar ele me avisou que me daria um castigo, teria que ficar aqui ou lhe oferecer uma de minhas filhas. Desculpe Bela, mas não vou lhe arriscar, vou ter que ficar aqui."
Ele terminou a carta e eu já estava banhada de lágrimas, não poderia deixar meu pai com um estranho. Eu tenho que impedir isso. Arrumei uma mochila com o necessário para uma semana, botei tudo que eu preciso e peguei meu celular.
-Joe-

-Joe, eu preciso de ajuda.
-Bela?O que aconteceu? Alguém te machucou?
-Não, mas eu tenho que sair de casa, o meu pai está preso em uma mansão por punição e eu vou ficar no lugar dele.
-Bela você não pode fazer isso! Tem que haver outro jeito. Você já falou com sua mãe? Avisou ao seu pai?
-Desculpa, não há outro jeito. Estou descendo as escadas e vou falar com ela agora.
-Eu vou com você, te espero na porta.
-Obrigada Joe, mas quando chegar lá é só comigo, você sabe.
Desci as escadas, falei com a minha mãe que apesar de ter recusado e odiado a ideia teve que me deixar ir. Ela me receitou tudo que eu tinha ou não de fazer e finalmente me levou até a porta para me despedir.
"Cuidado, muito cuidado. O Joe vai com você não é?"- Ela falou chorando, igualmente como eu estava.
"Sim, eu vou com ela tia. Não deixaria ela ir sozinha."- Joe falou tentando enxugar suas lágrimas.
Me despedi dela e pedi que se pedissem noticias minhas explicassem resumidamente. Segui o meu caminho abraçada ao Joe e dividindo a nossa tristeza.
"Bela."- Me chamou levantando meu rosto.
"Promete que você vai fazer de tudo para sair de lá logo?"- Ele perguntou me olhando nos olhos. Essa foi a primeira vez que eu não odiei isso.
"Prometo, eu prometo. Mas tenho que salvar meu pai."-Falei já ignorando minhas lágrimas.
Ele segurou meu rosto em direção ao dele e me beijou. Não um beijo longo, mas um selinho. Não sei dizer o que eu senti, mas foi como uma proteção.
"Desculpa Bela."-Ele falou olhando para baixo.
"Não, não foi ruim. Quer dizer, não foi isso que eu quis dizer."-Eu tentei explicar.
"Não foi ruim?"- Ele perguntou trocando minhas lágrimas e a dele por risos.
"Como você consegue fazer isso?"- Eu perguntei perplexa.
"Isso o que?"- Ele perguntou como se não tivesse feito nada.
"Eu...Eu estava chorando!E você me fez rir!"-Falei admirada.
"Ah, não foi nada!"-Falou com vergonha e abaixando a cabeça.
"Obrigada Joe, por tudo!"-Falei agora chorando de felicidade.
"Ta chorando de novo? Ah não, o que que eu fiz?".-Ele falou preocupado.
"São lágrimas de felicidade seu bobo!"- Falei rindo da cara dele.
Andamos o resto do caminho até o local que meu pai tinha escrito. E logo chegamos.
"Você tem certeza do que está fazendo,Bela?"- Ele perguntou.
"Sim, agora você tem que ir, eu... Eu vou entrar."-Eu disse me encorajando.
Me virei para o beijar na bochecha.
"Bela... Muito cuidado, por favor. Eu vou sentir saudade, na verdade, já estou sentindo."-Ele desabafou.
Ele se virou para retribuir o beijo.
"Você promete que vai mandar notícias?"-Ele falou tentando parar suas lágrimas.
"Sim, eu vou tentar."-Falei batendo na porta.
Assim, ele me abraçou com todas as forças e sussurrou boa sorte em meu ouvido. E começados a esperar atenderem a porta.
"Quem é?"- Perguntaram do outro lado da porta.
"É a filha do seu hospede."-Falei pensando no tempo que iria ficar nessa casa.
Abriram a porta e me convidaram a entrar.
"Tchau Joe, se cuida, por favor."-Falei encorajada.
"Tchau Bela, digo o mesmo. E por favor, mande notícias."-Ele falou caindo novamente no choro.
Dei um passo a frente e me virei novamente para lhe dar um tchau com a mão. Entrei na casa e a mulher que havia ne convidado a entrar pediu para eu esperasse o meu pai e o homem que o puniu na sala.
Logo chegaram, mas havia algo de estranho. Ele era quase do meu tamanho, de olhos azuis, branco, rosto fino e de cabelo tão castanho que parecia loiro.