Find Her escrita por Naless


Capítulo 2
B.


Notas iniciais do capítulo

OI! TUDO BEM COM VOCÊS? ~sesconde! Então, desculpa a demora!!! Não consegui sair de uma parte da fic e isso barrou muita coisa. ALÉM DE, tenho outras histórias também, então acabei me focando mais nelas. Enfim! MIL DESCULPAS!
Obrigada pelos favoritos e comentários! Vocês são lindos demais!!!
Enfim, é isso. Boa leitura!



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Os Uzumaki e os Hyuuga sempre tiveram uma boa relação familiar. Isso se dava mais pelas matriarcas da família, que desde quando eram adolescentes tinham uma forte ligação. Então assim que nasceram Naruto e Hinata, ambos tiveram muito contato e rapidamente se tornaram amigos, sendo cada um considerado família em ambas as partes.

Foi estranho para Naruto saber que a mãe de Hinata tinha falecido. Ele a viu bem de manhã! Como que de repente isso aconteceu? Não sabia explicar, sequer conseguia pensar em palavras que consolassem Hinata. Durante a tarde ficaram no quarto, um consolando o outro, não precisavam de palavras para poderem se ajudar. Com o silêncio do quarto, o Uzumaki foi capaz de ouvir a respiração de sua amiga, percebendo assim que a morena havia adormecido.

Levantou-se cuidadosamente da cama a deixando deitada, estava extremamente preocupado em deixá-la sozinha, mas precisava saber como sua mãe estava. A olhou uma última vez antes de sair pela porta cuidadosamente para não acordá-la, seguindo para o outro cômodo a procura de sua mãe.

Assim que terminou de descer as escadas ouviu a campainha tocar. Caminhou desanimado para a porta, imaginando ser o pai de Hinata. Provavelmente sua mãe havia ligado para ele avisando sobre sua filha, mas somente agora conseguira tempo para buscá-la. Se surpreendeu ao ver seus amigos. Não percebera o tempo passar.

– Naruto. – Olhou para Gaara. – Você está bem? A garota está melhor? – Ele negou e foi abraçado pelas meninas, elas estavam preocupadas desde que saíra da escola. – O que aconteceu?

– A mãe de Hina morreu esta manhã. – Respondeu baixo, fazendo com que Ino e Sakura apertassem ainda mais o abraço.

Tendo em vista o estado do amigo, Sasuke e Gaara apoiaram suas mãos nos ombros do loiro transmitindo conforto. Conversaram um pouco na entrada da casa, mas vendo que Naruto queria consolar a mãe saíram deixando o material, que logo foi parar em um canto qualquer do chão da pequena sala.

Kushina Uzumaki jamais foi uma mulher parada, quieta e calma, se houvesse uma palavra que pudesse descrever a ruiva, com certeza seria vibrante. Era muito estranho ver essa mulher sentada no sofá enquanto olha para o chão, parecia tão sem vida. Naruto não gostava de ver sua mãe desolada, seu coração apertava sempre que a via dessa forma. Ele sabia que Kushina sofria pela saúde fraca de Shurui, as duas eram amigas próximas, não queria imaginar o quanto ela sofria agora quando ouviu a notícia do falecimento.

O Uzumaki sentou do lado de sua mãe e apoiou a cabeça em seu ombro. Sentiu ela apoiar a cabeça em cima.

– Como está Hinata? – Perguntou baixo.

– Dormindo. – Ela assentiu. – Vou levar ela pra casa quando acordar.

– Pode ser que acorde tarde, seu pai já está chegando, assim que ele chegar vamos todos nós. – Ele assentiu e levantou para voltar ao quarto. – Naruto. – Virou-se. – Não a deixe sozinha.

Naruto ficou surpreso com o pedido. Os dois estavam juntos desde crianças, cresceram juntos, seria muito difícil deixar Hinata. Sorriu abertamente e disse:

– Jamais mãe.

Lidar com a morte nunca foi tão complicado quanto Hinata achava. Seria mentira dizer que ficou sem chorar enquanto esteve sozinha ou quando seu pai a abraçava. Sentia falta de sua mãe e nada no mundo poderia substituir o amor que teve por ela. O fato era: Hinata dificilmente ficou sozinha. Os quatro meses passaram com seus amigos, conhecidos e desconhecidos entrando em casa sem que soubesse. A família Uzumaki, por exemplo, mais passava tempo em sua casa do que na deles, se as famílias já eram próximas, agora tinham tornaram-se uma.

Por todo o tempo, Hinata descobriu coisas interessantes: sua mãe era muito amada pelas pessoas ao redor, seu pai consegue ser um péssimo chefe de cozinha, Hanabi se mostrou ser uma irmã capeta e de repente Naruto ficou mais atraente. Não soube dizer se sempre achou isso ou se o falecimento de sua mãe a fez notar.

Ficou pouco tempo em casa, na outra semana decidiu que precisava ir para a escola. Se sua mãe estivesse viva, a mataria por estar faltando aula. Tanto ela quanto Naruto precisavam estudar, por mais que o loiro não parasse de reclamar. E foi com genuína surpresa que retribuiu o abraço que recebeu de Ino e Sakura, foi meio estranho porque elas eram de mundos completamente diferentes. Naruto tudo bem, eles são amigos de infância, mas as duas meninas a darem tanto carinho fazia Hinata se sentir envergonhada, ainda mais por receber atenção demais.

Seus amigos ficaram mais próximos dela ao saberem da notícia, e descobriu gostar dos populares. O grupo de Naruto não era tão presunçoso como achava. Desde então, em alguns intervalos a Hyuuga passa com os populares. Achava divertido o romance de Sasuke e Sakura, os dois aparentavam se gostar muito e só não se declaravam por pura teimosia. A facilidade de fazer eles ficarem envergonhados fazia o intervalo ficar divertido.

Em meio a conversa com as meninas, descobriu que Ino e Gaara já namoraram uma vez, porém não puderam continuar devido aos pais do ruivo. Internamente, desejava que voltassem, conseguia ver pelo brilho em seus olhos que ainda se gostavam.

– Aaaah Hina! Vamos, por favor! Faz grupo comigo! – A morena olhava nervosamente para Naruto, que estava ajoelhado na sua frente. – Sabe que não me dou bem com Zetsu. Por favor!

– Você não se dá bem com metade dos professores Naruto. – Respondeu impaciente. – E outra, já falei com Kiba que faria o trabalho com ele.

– Como? – Levantou e ficou de frente para Hina com as mãos na cintura. – Vai me trocar? – Ela franziu o cenho.

– Te trocar? Não seja ridículo. – Suspirou. – Estamos no meio do ano e essa é a terceira vez que você me pede para fazer trabalho. Todas as outras você disse que estava fazendo com os meninos. – Levantou da cadeira e andou para porta. – Não venha me dizer que te troquei sendo que foi o contrário.

E saiu. Os alunos da sala encaravam a porta espantados pelo que acabaram de assistir. A estranha tinha falado com o popular de forma muito aberta e esse mesmo popular estava com a feição arrependida. Não deveria ocorrer o contrário? Gaara e Sasuke, que assistiram a pequena discussão por perto, aproximaram do loiro e bateram em sua cabeça. Naruto os olhou nervoso pelo tratamento.

– Imbecil. – Sasuke colocou a mão na testa e negou a cabeça. – Não te criei por seis meses para agir assim, ainda mais com Hinata.

– Ela deve estar chateada. – Naruto olhou para Gaara. – Vai lá pedir desculpas.

– Chateada? Ela tá é puta comigo. – Andou em direção a sua cadeira e os dois foram atrás de si. – Se eu for é capaz dela começar a me bater. E Hinata consegue ser tão assustadora quanto a mãe, tenho amor a minha vida. – Sentou jogado. – Vou esperar na hora da saída para conversar.

– Não vai falar besteira. – O loiro rolou os olhos. – Estou falando sério idiota. E você precisa escolher logo com quem vai fazer trabalho, Zetsu consegue ser bem irritante.

– Ino? – Olhou para a loira e ela negou. – Sakura? – A rosada negou também. – Claro, vocês duas estão com seus pares, certo, certo. – As garotas rolaram os olhos e ele assentiu como se fosse sábio. – E quem é que vai fazer trabalho comigo?

– Pare de ser burro cara. – Gaara apontou o moreno do seu lado. – Eu e Sasuke vamos fazer o trabalho, as meninas provavelmente com elas.

– Na verdade, eu vou fazer com Chouji. – Ino disse levantando a mão. O ruivo levantou uma sobrancelha. – Que foi?

– Nada, só é estranho você de repente querer fazer trabalho com ele. – Cruzou os braços. – Nunca conversou com ele.

– Gaara, dispenso seu momento de ciúmes. – Encostou na cadeira. – Ele precisa e eu vou ajudar. – Pegou lixa em seu estojo. – Sakura vai fazer com Tenten e as duas não conversam muito, e ai? – Lixava sua unha sem preocupação.

– Tem diferença Ino. – Andou ficando em frente a loira, colocou suas mãos na mesa e curvou-se. – As duas são garotas, tem problema nenhum. Chouji é um moleque que vai dar em cima de você a todo momento. – A garota revirou os olhos. – Não faça isso, sabe que me irrito.

– Vou repetir para que entenda okay? E dessa vez lentamente para não encher meu saco.– Guardou o objeto e aproximou seu rosto. Firmou os olhos verdes no outro. – Gaara. Dispenso. Seu. Momento. De. Ciúmes. – Ficaram em silêncio e ela voltou a se encostar. – Não sei pra que tanto drama, sabe que não faço nada demais.

O trio ficou em silêncio observando o casal. Mesmo depois do término Gaara e Ino tinham o péssimo costume de brigar por qualquer motivo, e era qualquer mesmo. Era da personalidade orgulhosa da Yamanaka até o ciúme exagerado e desnecessário do No Sabaku. Sakura costuma dizer que se eles estivessem juntos, provavelmente o namoro estaria na corda bamba de tanta briga.

– Não é você… Dá para prestar atenção em mim quando falo com você? – Gaara chamou a atenção da loira que olhava suas unhas.

– Olha, hoje é véspera de final de semana. – Levantou. – Não estou a fim de passar meu final de semana inteiro querendo te matar. Não esse. – Passou pelo menino. – Quando estiver calmo vem conversar comigo, paciência zero para sua infantilidade.

A loira saiu da sala sem acompanhamentos, assim como Naruto, Gaara tinha certeza de que se fosse atrás dela apanharia. Sentou desanimado e olhou para os amigos procurando apoio.

– Nem me olha desse jeito. – A rosada abriu o caderno. – Meu tempo para dizer que você é idiota esgotou por hoje.

Gaara olhou para Sasuke.

– Cara de cachorro molhado na chuva não funciona comigo cara. – Sentou também. – Já basta Naruto de depressivo por aqui.

– Ridículo. – O loiro murmurou. – Não sei Ino, mas Hina quando nervosa parece que vai tirar a alma do seu corpo e destruir. – Suspirou. – Saudades dela calma e tímida.

– Ela já não é assim? – Naruto negou. – Que divertido.

– Sasuke, é tudo menos divertido. – Olhou para a rosada. – Que posso fazer pra ela me perdoar? – Ela olhou para o moreno.

– Hoje é dia de pedirem alguma coisa para mim? – Ele negou. – Pra que senhor? Pra que eu tenho amigos tão imbecis? – Clamou com as mãos para o alto. – Pelo amor de deus Naruto, você vive falando que não perderam a amizade, mas parece que esquece a garota quando pisa na academia. – Gaara riu e ela se virou para ele nervosa. – E para de rir. Quer tanto voltar para a porca quando não consegue nem mudar a forma de pensamento. E outra, se um dia perder a Ino e vim chorando pra gente, juro que te dou um tapa. Larga de ser medroso e vai enfrentar seus pais. Agora, calem suas bocas e pensem um pouco na merda que vocês vem fazendo durante meses.

Os meninos, depressivos pelo sermão que receberam, abaixaram a cabeça e ignoraram o mundo a volta. Não perceberam que Hinata e Ino haviam voltado, mas estas ao contrário do que pensaram, exalavam mais irritação. O que era muito surreal para os alunos. Ver a popular nervosa já era parte do dia a dia deles, mas a morena prestes a matar o primeiro que tentasse conversar era novidade. Quem diria que a mocinha quieta poderia dar medo.

As aulas acabaram sem que Hinata percebesse. A raiva não a deixou estudar e seus amigos se recusavam a tentar uma conversa, ainda mais quando os olhos perolados exalavam tanto ódio. O último sinal foi ouvido, apressou em arrumar seus materiais e ir embora o mais rápido possível, sabia que Naruto tentaria conversar com ela.

Ouviu seu nome ser gritado, ocasionando em correr para escapar. Desviou rapidamente dos alunos, desceu as escadas e alcançou o portão sofridamente. Ah, ela deveria fazer algum exercício físico, caso contrário morreria na próxima fuga. Olhou para trás para saber se alguma cabeleira loura rebelde estava a seguindo, suspirou quando viu apenas as cores bizarras dos cabelos dos outros.

Virou para frente e pôs-se a correr para casa, não seria hoje que conversaria com Naruto.

As cores azul e preto começaram a dar indícios que a noite havia chegado, e Sakura não poderia dizer quando em sua vida esteve mais nervosa por conta disso. Arrumar os cabelos, escolher roupa, fazer maquiagem e o essencial: não gaguejar infinitamente. A correria dentro do quarto junto com os pequenos surtos histéricos faziam seus pais pensarem o que a garota tinha na cabeça para fazer tanto estardalhaço. Oras, uma adolescente comum precisa sofrer de vez em quando, ainda mais quando vai em um encontro.

Pronto, bastava pensar que seu rosto transformava em um pequeno tomate, tornando a situação mais engraçada para sua amiga. Ino fora chamada em um ato desesperado a tarde pela rosada, achando que a garota estaria em crise ou algo realmente de ruim aconteceu em sua vida, e tão rápido quanto a ligação, chegou perguntando preocupada sobre o que aconteceu, quase a matou quando ouviu que Sakura teria um encontro.

– Pare de rir Ino porca! – Resmungou Haruno. – Você veio para me ajudar.

– Ajudar no que testuda? – Esticou-se na cama e abriu os braços. – Tá toda produzida já. – A outra revirou os olhos. – Mas um dia te mato Sakura, vim aqui igual uma doida achando que tinha acontecido alguma com você. O coitado do Chouji ficou assustado comigo.

– Como se importasse, me poupe Ino. – Passou o rímel e depois sentou na cama. – Desculpa, estou nervosa. É meu primeiro encontro e… – Suspirou. – Logo hoje? E se der algo errado? Podia ser no domingo né? Ai passava o resto da semana triste.

– Para de drama. – A loira levantou da cama sentando do lado da amiga. – Sasuke não é considerado príncipe por nada não. – A abraçou. – É só ser você, não seja outra. Se ele te chamou pra sair é porque gosta de você do jeito que é. – Beijou a bochecha.

– E se um de nós fizer merda?

– Se for você, me conte para eu rir. – Sakura revirou os olhos. – Se for ele, então a família Uchiha terá que preparar um funeral.

– Vai matar o menino? – Sakura perguntou arqueando a sobrancelha.

– Claro. – Soltou e deu de ombros. – Ninguém te magoa não minha filha, só eu tenho esse poder.

– Babaca. – Levantou novamente indo em direção ao armário de sapatos.

– Pra onde ele vai te levar? – A rosada deu de ombros. – Não sabe?! – Negou. – Credo, Gaara no primeiro encontro tentou me levar para o parque. – Olhou rapidamente o armário. – Pega a sapatilha rosa, combina com seu cabelo.

– Como ele tentou? – Fez como Ino pediu.

– A ideia era essa no início. – Deitou novamente colocando os braços atrás da cabeça e fechou os olhos sorrindo. – Ele me buscou em casa, chegou a falar com meus pais você acredita? No primeiro encontro, que garoto retardado faz isso? Chegamos no parque e tava fechado, então andamos para outro canto, mas também tava fechado. No final de tudo ficamos andado pela cidade toda.

– Isso foi antes da gente se conhecer né? – Pegou uma bolsa. – Já que quando te conheci vocês já namoravam.

– Isso ai, garota experta. – Ouviu a outra bufar. – Começamos a namorar no primeiro ano e foi ai que a merda toda aconteceu. – Levantou cruzando as pernas. – Sabe o pior? Gaara não fez nada quando os pais dele começaram a interferir no namoro. – Jogou o cabelo para trás e suspirou. – E agora me quer de volta, como se fosse capaz de dizer não pros pais retardados dele. – Deitou. – Não mereço alguém que não luta por mim.

– Concordo com você. – Pulou em cima da outra.

– Deus do céu que gorda!

– Cala a boca. Não importa quem você escolhe, sempre vou te apoiar. – Rolou na cama ficando de frente para a loira. – Mentira, se alguém fazer a gente se afastar, mato essa pessoa.

– Com certeza, ninguém me afasta da testuda. – Sorriram em acordo. – Garota, você não tem que terminar de se arrumar não?

– Depois desse momento romântico você resolve me expulsar? Tá bom. – Levantou da cama. – E outra, estou pronta, só falta o abençoado chegar.

Ino assoviou quando percebeu o traje da rosada. Não era por menos, por ser de noite o encontro Sakura optou por usar saia longa e uma blusa regata. Não utilizou muita maquiagem, apenas contornou os olhos com lápis e rímel e passou em seus lábios uma cor mais escura de batom. Seus longos cabelos foram colocados em uma trança embutida de lado.

– Se Sasuke não te quiser meu coração é todo seu. – Piscou para rosada que mandou um beijo para a amiga. Riram da brincadeira. – Seus pais não vão ligar se eu ficar aqui essa noite né?

– Claro que não Ino, você é quase da família. É bom que mamãe tem alguém para encher o saco. – Ouviram a campainha, Sakura olhou alarmada para Ino. – Será que é ele?

– CEREJINHAA, TEM UM MENINO MUITO BONITO QUE QUER TE VER! – A rosada colocou a mão na cabeça enquanto a Yamanaka gargalhava. – E É BOM TÁ MUITO BEM ARRUMADA, SENÃO QUEM SAI COM ELE SOU EU!

– Deus do céu. Minha mãe só serve para me envergonhar.

– Para de drama cerejinha. – Sakura a olhou furiosamente. – Eu nunca vou esquecer disso, muito menos o menino muito bonito que tá lá embaixo, sabe disso. – Apontou para ela. – Reza pra Naruto e Gaara nunca ouvirem esse apelido.

Só de pensar no que sua vida se transformaria se os dois ouvissem fez com que ficasse pálida. Nunca que aqueles dois poderiam saber! Teria que chantagear muito bem Ino e Sasuke para que não espalhassem. Decidiria isso depois, primeiro tinha o encontro para dar certo. Respirou fundo preparando-se para descer e encontrar Sasuke.

– CADÊ VOCÊ CEREJINHA?

– PELO AMOR DE DEUS MÃE, CALA ESSA BOCA! – Gritou na porta. Certo, talvez respirar mais fundo funcionasse. Virou-se para Ino deitada na cama. – Estou indo, nada de fazer coisas pervertidas na minha cama. – Mandou beijo.

Desceu as escadas correndo temendo pelo pior, se sua mãe gritou daquele jeito, imaginava como estava conversando baixo com Sasuke. Céus! Sasuke a atormentaria pelo resto de sua vida! Como se não bastasse a amiga retardada no quarto, seu par romântico não cansaria de chamá-la dessa forma. De fato, fazer o encontro na sexta feira não parecia ser uma boa ideia.

Encontrou sua mãe próxima demais do moreno, faltava pouco para a mulher realmente tentar abraçar o menino e puxar porta afora para um encontro. A mulher estava louca! Antes de interferir o momento bizarro, observou Sasuke. O cabelo naturalmente bagunçado, a calça jeans preta e blusa azul o deixava próximo de um príncipe, ele só seria muito arrogante, mas, mesmo assim, um príncipe.

– Mãe, quer fazer o favor de se afastar dele? – Caminhou a porta e ficando no meio deles. Apontou para trás. – Sasuke tá desconfortável, não vê isso? E você é velha demais para ele. – Virou-se empurrando o moreno para fora da casa, sem permitir que sua mãe responda. – Deixe a diversão com sua filha tá bom? – Virou-se novamente para a mais velha. – Estou saindo, Ino vai dormir aqui em casa, volto mais tarde. Até!

Puxou o Uchiha pelo braço alcançando rapidamente a rua, andaram em silêncio por boa parte do caminho. Diferente de Sakura que sentia vergonha pelo momento anterior, Sasuke prendia o sorriso devido a situação, ocorreu de forma mais engraçada do que tinha achado. Chegaram a uma parte mais movimentada do bairro em total silêncio incomodando o Uchiha, ele chamou para um encontro e não uma saída desconfortável.

Certo, respira e faça o que o irmão cara de pau mandou.

– Está muito bonita Sakura. – A rosada o olhou rubra. – Mais do que já é.

– O-obrigada. – Abaixou a cabeça. – Também está muito bonito. – Talvez não olhar para ele não faria com que gaguejasse. – E-então, qual seu plano para hoje a noite?

– Boa pergunta. – Parou de andar, e estranhando o comportamento, Sakura o olhou confusa. – Quer tomar sorvete? – Ela assentiu ainda confusa. – Que bom, porque só tenho dinheiro pra sorvete. – Os olhos verdes rolaram e ele riu com a atitude. – Conheço um lugar legal.

Andou novamente para o lado de Sakura, dessa vez pegando sua mão. Andavam calmamente pela calçada, cada um com seus corações descompassados, aceitando o calor de cada um. A cada segundo aceitavam os sentimentos do outro. Se antes Sakura estava disposta a não gaguejar, daquele jeito tornaria difícil. Pra que mesmo Sasuke resolver ser um príncipe? Podia ser um ogro com ela, nem se importaria se Ino o matasse depois.

Durante o caminho mantiveram o silêncio, porém desta vez confortável e acolhedor. Sakura limitava-se a olhar apenas para frente, não percebendo que Sasuke a espiava em alguns momentos. Desde quando a viu na casa ficou um tanto surpreso com a mudança da rosada, não estava acostumado a vê-la de forma delicada. Na academia o uniforme apagava sua real beleza, não deixando transparecer a fragilidade que exalava. Mesmo com todo seu temperamento, Sakura era uma garota agradável e tímida. Incrível que não parecia ser.

Por sugestão de Sasuke, os dois pegaram seus sorvetes e foram para uma praça que havia próximo. Sentaram nos bancos. A praça em si era uma das preferidas do Uchiha, poucas pessoas conheciam por não ser perto do centro comercial. Por estar noite, a praça ficava em silêncio, permitindo apenas o barulho do balançar das folhas. Arbustos e flores deixavam o ambiente agradável, proporcionando aos casais apaixonados um local para passarem o tempo.

A Haruno olhou a sua volta encantada com a beleza do parque, discretamente olhou para a pessoa ao seu lado, achou engraçado o fato dele fazer tanta bagunça por conta de um sorvete. Quem diria que o príncipe perfeito conseguia se sujar igual uma criança.

– Sasuke. – Ele murmurou e a olhou. – Quer um pano para limpar a sujeira no seu rosto? – Nunca na sua vida, Sakura vai esquecer a leve coloração rosa no rosto do outro. Decidida a ver mais, provocou. – É sério, parece uma criança.

– C-ala a boca! – Gaguejou e virou a cara. A ouviu rir e se estressou. – Fica quieta Sakura. E não ouse falar com os três imbecis.

– Até parece, eles precisam saber que o príncipe se suja igual uma criança do fundamental.

– Vai contar mesmo? – Ela assentiu ainda rindo. – Tudo bem, quero ver como Gaara e Naruto vão ficar quando saber da cerejinha. – Ela o olhou alarmada. – Vai mesmo contar? Cerejinha.

Sasuke sorria perversamente para a coitada. O garoto é um demônio, ela teve certeza quando ouviu essa ameaça. Que tipo de pessoa tem um brilho nos olhos e um sorriso maníaco ao falar que vai espalhar o apelido bizarro que sua mãe gritou? Só Sasuke mesmo, nem a Yamanaka teria a absurda coragem. Suspirou descrente.

– Você é cruel demais, credo.

– Não sou cruel, mas veja só cerejinha. – Sakura o olhou irritada, ele, se divertindo com tal situação, encostou no banco e abriu seus braços. A olhou divertidamente. – Se aqueles retardados souberem do seu apelido, sua vida não vai ser a mesma.

– Vou repetir: você é cruel demais. – Terminou o sorvete, levantou e jogou fora o recipiente. Tornou-se a sentar. – Mas e aí, criança do fundamental, – Ele revirou os olhos – algum plano para o final de semana?

– Acho que vou na casa do Naruto, ajudar ele na vida romântica.

– Aproveita e leva Gaara, assim faz duas boas ações no dia. – Encostou-se no banco e virou seu corpo para o lado de Sasuke.

– Naruto ainda tem chance, Gaara já desisti tem tempo. – Olhou para o lado e a viu confusa. – Ele é muito chato, não continuou o namoro porque os pais não queriam que ele se misturasse com a nova família rica. – Apoiou o antebraço no encosto e cabeça na mão. – Sabe que a família Yamanaka não seguiu nenhuma tradição e cresceu sozinha. – Ela assentiu e ele suspirou. – Os pais do Gaara levaram isso em conta e o imbecil não soube nem dizer não para eles.

– Não consegue ensinar a ele isso não? – Negou. – Sasuke! Ele é seu amigo!

– Mas Ino também é, e não quero ver ela mal por Gaara ser um babaca. – Passou a mão livre no cabelo. – Tava pensando até em apresentar uma pessoa pra ela.

Sakura cruzou os braços e o olhou interrogativa. Não sabia se concordava com a ideia dele ou se montava um plano maravilhoso com Sasuke para juntar de vez aqueles dois. Tinha que, pelo menos, assumir que ver Ino sofrendo por conta do ruivo é muito ruim, dói demais na rosada. Ela sabe que a amiga ainda gosta do ex, porém não concorda com a passividade que ele tem em relação a própria vida.

– No que está pensando pessoa? – O Uchiha observava os olhos verdes em si, conseguiu perceber que tentava decifrar seus pensamentos.

– Não sei se concordo com você ou não. Quem é o garoto que quer apresentar a Ino?

– Você não conhece.

– E isso impede de você falar por quê…?

– Por que você não conhece. Precisa de mais?

– Óbvio. – Ele suspirou.

– Mulheres. O nome do novo possível par romântico de Ino Yamanaka é: – Colocou as mãos para o ar. – Sai Shimura.

– Sai… Shimura? – Ele assentiu. – Certo, não conheço, mas você o conheceu aonde?

– Em uma reunião de família. Super gente boa e o pai dele também é legal, acho que dá para Ino gostar. – Sakura riu da dúvida do garoto. – Está rindo do quê?

– Você não tem certeza se a porca vai gostar? – Sasuke negou e ela riu ainda mais. – Estou vendo que torce pela felicidade da sua amiga. – O Uchiha rolou os olhos. – Certo, e qual seu plano mirabolante para Naruto e Hinata?

– Não tem plano, é só fazer ele acordar e ir correr atrás dela. – Apoiou novamente a cabeça na mão. – Se não Kiba é capaz de fazer isso primeiro.

– Só espero que tudo dê certo entre os dois, dá para ver que Hinata gosta dele.

– Mas aparentemente Naruto é besta demais pra perceber o óbvio – O sarcasmo era notável na fala do moreno – Honestamente, nem sei como ele conseguiu passar de ano.

Falar sobre a situação dos casais fazia com que ambos pensassem sobre como tantos problemas poderiam ser evitados se pudessem ser conversados. No caso de Naruto, no entanto, chegaram a conclusão que não bastava apenas falar, eles precisavam jogar mais de dois baldes de água fria no amigo para que a situação relativizasse. Não se cansavam de brincar com as situações dos amigos, que de tão complicadas tornavam tudo mais cômico.

As conversas transpassavam sem saberem a origem dos assuntos, em alguns momentos reclamavam e ficavam surpresos ao perceberem lados do outro que antes não sabiam. Opiniões, desejos e planos de vida foram compartilhados os deixando próximos para algo que eles não tinham conhecimento. Os laços que antes tinham foram fortificando-se a cada comentário e conhecimento que absorviam, sentindo-se felizes ao perceberem que a surpresa era mútua.

Amavelmente e encantadoramente, Sakura e Sasuke aproximavam-se para uma nova classe de sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Então! Meus parabéns a você que leu o capítulo! YEEEEEEEY!
Gostaram??? Particularmente, eu amei. KKKK Bem, não tenho muito o que falar e comentar. D: Por isso, espero vocês nos comentários? Obrigada novamente pelos comentários e favoritos. Beeeeeeeeeijos!



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