Encontros escrita por Alexandra Eagle


Capítulo 2
Capítulo 2 - Na selva




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Os exploradores seguiram viagem selva adentro, colhendo plantas, raízes, casca de salgueiro... E Challenger se deslumbrava com cada novo inseto e algumas espécies de flores que nunca tinham visto.

– Veja, Verônica, essa flor é incrivel!! Você já havia visto ela antes?

– Sim, professor. É bom levar algumas delas; eu li em um dos diários do meu pai que as folhas dessa planta possuem uma substância anti-inflamatória muito eficaz.

Marguerite e Roxton estavam colhendo algumas raízes perto dali. Roxton, apesar do inicio de manhã maravilhosa que ele teve com Marguerite, sentiu que ela o estava evitando desde então.

– Marguerite, você quer conversar sobre o que está te perturbando?

– Não é nada, Roxton. Só estou cansada e quero voltar logo pra casa da árvore, então se apresse com essa ervas daninhas.

– Bom, se não é nada então por que você não me olha nos olhos e me dá um sorriso? Eu me preocupo com você e não quero que esconda nada de mim; já passamos dessa fase, assim eu espero. É sobre o que conversamos de manha, não é? Eu já disse que vou esperar até a hora que você achar melhor. Só não que você se feche outra vez, já disse que nunca vou te deixar. Confia em mim, meu amor? Nunca vou te deixar, nem se você me pedisse!

Roxton tocou o rosto dela com ternura, os seus olhos expressavam tudo o que acabara de dizer com tanta ênfase. Ela não queria que houvesse qualquer dúvida sobre o seu amor.

– John, eu sei que você me ama, mas tem coisas que vão muito além do amor e que não podem ser ignoradas!

– Então está tudo bem como você disse agora há pouco?

– John, me deixa em paz! Vamos logo terminar isso, eu vou ajudar Challenger com aquelas flores.

Roxton pegou o braço dela com força pra ela não poder fugir.

– John, me solta!

Ele a encarou firme. Estava furioso com as incertezas, as dúvidas etc, que Marguerite revelou com o comentário anterior.

– Me escute, essa conversa ainda não acabou e quando voltarmos para a casa da árvore vamos resolver de vez toda essa situação, você me entendeu?

Ele soltou o braço dela e Margurite continuou a caminhar sem dizer nada, foi muito duro ver como John ficou chateado. Oh, meu deus, o que vou fazer? Eu o amo tanto e agora não sei o que fazer. Eu não sei, não sei....

Marguerite chegou perto de Challenger e sorriu ao ver o brilho nos olhos do cientista observando um besouro vermelho caminhando entre as flores.

– Challenger, deixa esse inseto estúpido aí e vamos logo colher essas plantas!

– Minha cara, é uma pena que você não reconhece esse espécime maravilhoso. E já temos o suficiente dessas plantas, vamos continuar mais ao sul. Nesse ritmo estaremos de volta em 3 dias.

– 3 DIAS?! TUDO ISSO?!

Veronica deu sinal para o grupo se reunir; ela encontrou pegadas de homens macacos muito perto dali.

– Vamos seguir em frente até acharmos um lugar seguro para acampar. Fiquem atentos quanto a homens macacos por perto.

O grupo seguiu mais ao sul da selva sem muitos problemas, eles encontram uma clareira perto de um riacho e começaram a montar o acampamento. O clima estava tenso entre Margurite e Roxton, então o caçador preferiu ir preparar o jantar.

Marguerite montou a barraca junto com Verônica, em silencio. A herdeira estava muito enjoada e não queria que a outra percebesse nada, mas foi impossível quando, de repente, Marguerite desmaiou. Verônica foi rápida e conseguiu amparar a queda da bela morena.

– MARGUERITE! MARGUERITE! ROXTOOON! CHALLEGEEER! VENHAM AQUI DEPRESSA!

Roxton veio correndo; quando viu Marguerite inconsciente nos braços de Verônica seu coração parou por alguns instantes.

– O QUE ACONTECEU COM ELA, VERÔNICA?

– Eu não sei! De repente ela desmaiou, vamos levá-la para dentro da barraca.

– Sim, deixa que vou pegar ela.

Quando Roxton a pegou no colo Marguerite acordou; sentiu os braços fortes a envolvendo em um abraço.

– Roxton, o que você está fazendo? Me põe no chão.

– Você desmaiou. Não vai caminhar.

Verônica e Challenger preparam uma cama com os cobertores que trouxeram. Gentilmente, Roxton deitou Marguerite, que ainda estava protestando sobre os cuidados do caçador.

– Eu já disse que estou bem. Só tive uma tontura.

– Você vai ficar deitada aí e pronto. Challenger, o que será que ela tem? Ela vai ficar bem? - a procupação e o amor na voz de Roxton comoveu a todos!

Challenger pôs a mão na testa de Marguerite para medir a temperatura e constatou que não havia febre.

– Minha querida, quando foi a ultima vez que você comeu?

– Ah acho que eu comi uma fruta hoje de manhã na casa árvore.

Roxton ficou nervoso com o que ouviu; ele tinha perguntando mais cedo se ela comeu alguma coisa e ela mentiu dizendo que sim, que estava bem.

– Marguerite, por que você mentiu pra mim? Está sem comer o dia todo e agora deve estar doente, está satisfeita?

– John, me desculpe, eu só não estava com fome e, além disso, não estou doente. Minha pressão deve ter caído e só isso! Pare de ser tão exagerado.

Challenger interveio antes que os dois começassem a brigar.

– Ela está bem, Roxton, não se preocupe. Vamos terminar de preparar o jantar, ela precisa comer para se estabilizar. Marguerite, você não pode ficar sem se alimentar com esse calor e a longa caminhada que demos hoje. Muito me admira você não ter desmaiado antes.

– Tá bom, eu não vou... Agora, se me derem licença, eu vou me lavar antes do jantar.

Dizendo isso ela se levantou e caminhou entre os dois homens. Roxton agarrou o braço dela e...

– Onde você pensa que vai? Se não percebeu, você acabou de passar mal; não pode sair sozinha no meio dessa selva. Você deveria ficar deitada!

– Me solta! Eu vou aonde eu quiser, você não manda em mim.

Os dois estavam se fuzilando com os olhos, então Veronica, já de saco cheio da briga dos dois...

– Parem de brigar, vocês dois. Marguerite, se você está mesmo se sentindo melhor eu vou com você. O riacho é perto daqui.

– Estou me sentindo bem, Verônica, e vou me sentir ótima depois de um bom banho.

– Então vamos.

Roxton não gostou nada disso, mas nada pôde fazer.

– Estejam de volta em meia hora ou vou buscá-las.

Ele disse olhando diretamente para a herdeira que revirou os olhos e fingiu não dar a mínima. E assim elas seguiram rumo ao riacho; Veronica sabia que Marguerite só queria ficar um pouco longe de Roxton e que o banho foi a melhor desculpa.

– Marguerite, eu sei que você não gosta de falar sobre isso, mas eu não posso ficar quieta vendo essa situação... Você e o Roxton se amam, assumam logo isso! Não é segredo pra ninguém e é até muito divertido ver vocês tentando, em vão, fingir serem apenas amigos, mas acho que isso está incomodando o Roxton e você está muito estranha há algum tempo. Já te disse que você pode desabafar comigo, eu não estou interessada no seu dinheiro e não vou te fazer nenhum mal. Só quero te ajudar, eu sou sua amiga.

Marguerite se espantou, ela não esperava essa reação vinda da linda garota da selva. Não é que eu não confie em você, Verônica, mas é tudo tão complicado. O que você pode entender sobre a minha situação? Sobre o meu passado? Como Roxton vai me aceitar depois que saírmos desse platô? E agora que eu não tenho certeza se sou só apenas eu que ele pode aceitar ou não..., pensava a herdeira.

–Verônica, eu te agradeço, mas não há nada para falar.

– Marguerite, você está ficando até doente de tantos temores guardados pra si mesma. Goste você ou não, essa é sua família agora e nos preocupamos uns com os outros. Você não deve temer o seu amor, apenas viva! Eu nunca falei sobre isso, mas eu tinha muito medo de como ficaria meu relacionamento com Malone quando vocês achassem uma saída do platô. Chegaríamos na sociedade zoológica de mãos dadas e todos nos questionariam sobre por que ele está com uma selvagem!

– Veronica, você não é uma selvagem!

– Eu sei que não sou, mas é o que vão pensar. Entre outras coisas horríveis... E você sabe disso. A sociedade só enxerga as aparências, eu sempre ouvia os meus pais conversando sobre isso e eles tinham razão. A prova disso é o seu medo, Marguerite. Mas agora o Malone foi embora e eu não tive a chance de dizer o que sinto por que tive medo, receio. E tudo isso para eu perceber que nada disso vale a pena, eu hoje sei que iria com ele, enfrentaria o julgamento da sociedade e o importante é que estaríamos juntos!

– Você ficaria em Londres por ele?

– Se eu pudesse, sim. Mas, como protetora, eu tenho que voltar e cumprir o meu papel e estou confiando nos sentimentos do Malone para que ele volte e fique comigo, assim como meu pai ficou com a minha mãe.

–Eu tenho certeza de que ele vai escolher você. Disso não tenho duvidas.

As palavras de Verônica surtiram efeito em Marguerite e ela sentiu que talvez estivesse jogando a sua felicidade no lixo por causa do medo do julgamento dos outros, quando só o que importa é o futuro com o John.


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