Encontros escrita por Alexandra Eagle


Capítulo 18
Capítulo 18- Vamos Caçar




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Para Marguerite aquela engenhoca nunca demorou tanto para chegar ao seu destino, agora era uma questão de vida ou morte. O coração da herdeira parecia que iria saltar pela boca a qualquer momento, de tão rápido que batia, as mãos estavam trêmulas, o suor frio escorria pelo rosto pálido de medo da bela mulher. Ainda agachada temendo o que lhe espera, ela abraçou o próprio corpo procurando em si mesma um consolo.

“Jacob não, não, não... meu Deus’’, pensou a herdeira se lamentando profundamente.

— John...

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Diana tinha um olhar fixo em direção ao elevador, estava enlouquecida pela fúria, não podia acreditar que sua rival havia escapado da armadilha, mas o jogo estava apenas começando. E logo a ex noiva se recompôs e correu para o parapeito da casa de árvore com o rifle em suas mãos, pronta para atirar assim que avistasse Marguerite.

— Vamos onde você está? Apareça. – Disse Diana enquanto engatilhava o rifle.

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As solas das botas já estavam gastas pelo tempo e o atrito do solo irregular, os calos nos pés latejavam de dor, mas nada o faria parar. As vestes cobertas de lama e o suor marcado no colarinho da camisa até o peito não deixam dúvidas de que não haviam sido dias fáceis, longe de casa e dos amigos. Mas não há aventuras sem um preço a pagar. O dia estava quente, os raios de sol eram intensos ao ponto de incomodar ao tocar a pele exposta e até mesmo os olhos claros atentos ao caminho cheio de obstáculos, mais alguns passos adiante e ali estava uma grande pedra de mais ou menos 3m de altura muito parecida com uma concha, era fácil de escalar bastava apenas caminhar da parte mais baixa até o topo. E assim ele fez...

A respiração ofegante já cansado da viagem, o jovem lançou um olhar para o horizonte, com as mãos protegendo os olhos do sol, algumas piscadas por segundos se passaram. Até que ele reconheceu um lugar não muito distante dali.
E logo surgiu um singelo sorriso acompanhado de um misto de sentimentos o tomou quase que de imediato. Era como uma sessão de alívio e felicidade.

— Que saudade da casa da árvore. – Disse o repórter sorrindo já empolgado para reencontrar os amigos e especialmente Verônica.
Mal ele sabia o que o aguardava, mas estava prestes a descobrir da pior maneira...

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— DIANA BAIXA ESSA MALDITA ARMA!

— NÃO! Não me distraía, não quero perdê-la de vista desta vez, ELA NÃO ESCAPA!

Harrison a encarou como quem está de frente a uma fera selvagem.

— Não quero mais mortes, por favor minha irmã, CHEGA DE SANGUE EU NÃO POSSO SUPORTAR, não posso, não posso... – Harrison deixou as lágrimas contornarem o seu rosto, perdido em suas próprias palavras.

Diana deu de ombros para o irmão e se concentrou em seu objetivo: Matar a herdeira!

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Nas alturas em algum lugar do platô**

— Maldição! – Esbravejou lorde Roxton.

O balão sofreu um dano na lateral ao enroscar um galho de uma grande árvore, nada muito sério, mas foi um susto e tanto para os exploradores. A pressa é realmente uma inimiga que pode acabar com qualquer plano traçado. Challenger perguntava a si mesmo se poderia ter evitado. O caçador inconformado com o azar, se perguntava o mesmo. A tensão do momento se tornou ainda maior com esse atraso.
O balão estava perdendo ar e consequentemente altitude.

— Como eu não vi essa maldita árvore...

— Roxton não batemos na árvore, foi um dos galhos, conseguiu perfurar o balão. Essa é uma área muito difícil, até mesmo para sobrevoar, fique feliz por não ser Pterossauros. Seria muito pior! – Retrucou Verônica.

Challenger estava tentando avaliar o dano...

— É mesmo uma falta de sorte, deveríamos ter pego mais altitude... Mas tem ar o suficiente para chegarmos até a casa da árvore ou pelo menos próximo em segurança.

As últimas palavras do cientista, amenizaram um pouco a angústia do caçador.

— Ah menos mal, vamos aliviar o peso e seja o que Deus quiser. – Disse o nobre.

Depressa desarmaram os sacos de areia nas laterais do cesto. Mas leves ganhariam mais tempo no ar.
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Casa da árvore**

— Coragem, coragem vamos, você precisa ser rápida. – Dizia Marguerite temendo sair do elevador.

A bela morena sabia o que esperava por ela, mas se continuasse a li parada, poderia ser surpreendida pelos irmãos Connelly. Não eram excelentes exploradores, mas sabiam escalar e descer de árvores.
Um pé cautelosamente para frente e depois o outro para fora do elevador. Aquelas folhagens nunca pareceram tão distantes como agora.
Ela fechou os olhos respirou fundo: uma, duas, três vezes...
Abriu os olhos e disparou sem olhar para trás, rumo ao pequeno portão de acesso da cerca elétrica.

No alto**

— Ahh aí está você, é o seu fim... – Disse Diana com um sorriso maligno estampado no rosto, mirando o rifle em direção a cabeça da rival.

Marguerite estava abrindo o portão o mais depressa que possível, quando ela olhou para o alto por instinto...
Diana apertou o gatilho...
Harrison interveio no exato momento.

— NÃO, DIANA NÃO!! – Mas não conseguiu impedir o disparo.

POW!!!

— Ahhhhhhhhh MEU BRAÇO. – Gritou Marguerite

Atingida um pouco abaixo do ombro, a dor foi imensa, mas se não fosse a intervenção do Sir no último segundo, teria sido um tiro fatal!
Marguerite abriu o portão segurando a ferida, que sangrava muito. E correu o mais rápido que pôde com todas as suas forças em direção a selva na esperança de não ser atingida novamente.

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— Isso foi um tiro? Ah já vi que as minhas boas vindas não será como eu esperava... – Disse Ned Malone para si mesmo.

Confuso e preocupado o repórter se apressou e começou correr em direção a casa da árvore.

Casa da árvore**

Diana estava furiosa e transtornada. Mais uma vez a herdeira havia escapado.

— Harrison, por que você fez isso? Ela estava na mira. Porque você tem sempre que ESTREGAR TUDO!

— Diana não posso permitir que faça isso! Vamos embora, já temos tudo o que precisamos. Deixe-a ir pelo amor de Deus ela está grávida!

— Nunca! Não é só uma questão de dinheiro. É também de vingança! Você não entenderia. Eu poderia sair desse maldito platô como uma Lady Roxton e heroína. Se não fosse aquela maldita mulher. Os dois vão pagar por isso, você queira ou não. Está comigo meu irmão?!

— Eu estou indo embora, você vem comigo ou não? Se quiser ficar e se vingar é problema seu! PRA MIM CHEGA! – Harrison apanhou as mochilas com os suplementos, as joias da herdeira, armas e o que pôde levar. Assim que estava pronto, ficou ao lado do elevador esperando... Aguardando por uma palavra de Diana. Até que ele perdeu a paciência.

— Venha logo, vamos embora Diana.

A dissimulada bufou em frustração, não havia mais o que fazer. A oportunidade estava perdida. Então a mulher pegou suas coisas o mais rápido que pôde e rumou para o elevador, sem olhar na cara do irmão e acionou a alavanca do elevador. Por último enquanto o estava descendo Harrison deu uma última olhada no corpo caído do aventureiro.

“Que Deus me perdoe”, pensou.


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Notas finais do capítulo

Está chegando ao fim...



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