Encontros escrita por Alexandra Eagle


Capítulo 16
A ilusão da paz


Notas iniciais do capítulo

Essa fic terá um final!



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 Na casa da árvore à expectativa pelo retorno do casal crescia a cada hora que se passava. O caçador saiu em busca da herdeira pela manhã e já passava da hora do almoço e nenhum sinal deles.

Verônica ficou cuidando do aventureiro, que aliás, não fazia questão de esconder o quanto estava aflito sem ter notícias da morena que o encantou, como nenhuma outra mulher.

— Não acha que deveríamos ir atrás deles Verônica? Já deveriam ter retornado.

A loira arqueou uma das sobrancelhas...

— Como você é teimoso, a surra que Roxton te deu pelo jeito não foi o suficiente. Não se preocupe logo estarão aqui... Você deveria se preocupar consigo mesmo. Durma, descanse um pouco e amanhã já estará novo em folha.

— Eu já estou bem, aprendi a apanhar desde muito jovem, sempre me metia em brigas em Nova Iorque.

— Porque será que eu não estou surpresa, deixe-me adivinhar você paquerou a namorada de alguém?

— Ahhh... Algumas vezes rsrs mas todas me paqueraram primeiro rsrs.

Ambos deram risadas e o aventureiro se animou em contar suas experiências, Verônica claro ouvia tudo com muita atenção imaginando os detalhes a cada situação que o aventureiro narrava... Se perguntando internamente se talvez um dia quem sabe, pudesse conhecer esse mundo tão diferente do platô. Como seria?

—_______


Na clareira abaixo da grande árvore:

Os irmãos Connelly ficaram ajudando o cientista a verificar o balão, e assim, poder seguir com os planos de explorar a região dos vulcões o mais depressa possível.

O visionário empolgado com a nova esperança de retornar a Londres, não parava de falar sobre os seus planos e o retorno triunfal a civilização com as novas descobertas de um mundo novo para explorar. Diana já não suportava ouvir o homem ruivo, e Harrison fingia dar-lhe certa atenção, sempre respondendo sim ou não ou somente um gesto com a cabeça, na verdade o Sir estava com os pensamentos longe preocupado com sua própria situação. E principalmente no rumo dos planos arquitetados por sua irmã inescrupulosa.

"Será que essa loucura dará certo!? Eu não quero que ninguém se machuque... Por outro lado, Diana tem razão, não podemos sair daqui de mãos abanando, seria uma sentença de morte." Pensava Harrison respirando profundamente.

Diana se mordia de ciúmes e ódio, muito ódio, ela estava certa de que Lord Roxton voltaria de mãos dadas com Marguerite. O amor que o famoso caçador sentia pela misteriosa herdeira, era de longe algo muito além da compreensão. E mesmo com todas às divergências e as constantes intrigas da dissimulada. Nada parecia poder separa-los... Talvez somente a morte. A bela deixou transparecer um leve sorriso malicioso... As mais perversas ideias lhe viam a mente, não faltava muito para finalmente pôr os planos em pratica.

—_______


Na selva:

Marguerite e Lord Roxton trocavam beijos e carícias deitados nus sobre o hobe de seda estendido no chão perto à beira do lago. Após uma amanhã inteira se amando sem medo ou barreiras, Roxton abraçou a bela de cabelos escuros, entrelaçando os braços em volta do seu corpo frágil. O caçador sempre atento aos perigos em sua volta, se permitiu por um momento se desligar do mundo e ficou admirando o céu azul, estava um dia tão lindo, as nuvens criavam formas sobre o brilho do sol reluzente, parecia uma pintura pensou o caçador admirado. O nobre sentiu uma paz interna, respirou fundo fechando os olhos lentamente ouvindo a melodia da selva, as coisas finalmente pareciam estar se acertando... Agora bem mais aliviado com a certeza do amor da herdeira, sentia que o aventureiro não era uma ameaça e o mais importante, ele e Marguerite formariam uma família.

“Quem diria” pensou o caçador em seu íntimo, impressionado com quão mudara nesses últimos 4 anos, pouco havia sobrado do caçador arrogante, preocupado somente com sua fama e glória, e atormentado pela culpa e o remorso que o perseguia. Agora tudo era diferente, os sentimentos eram outros, tão fortes que tudo de ruim que havia em sua alma se tornou persistência, e ao longo do tempo um amor inabalável, forte o suficiente para derrubar as barreiras que envolviam o coração de Marguerite.
Mas ainda haviam pontos que o Lord precisava esclarecer, e certas duvidas que o perturbavam e a breve paz interna se foi com a brisa que passou.

 

A herdeira ainda apesar de tudo, custava a costumar com sensação de amor e proteção que Lord Roxton persistia em demostrar, havia algo lá no fundo de sua alma a perturbando, como se algo estivesse lutando para sair. Por vezes o sonho que lhe trouxe o bebê em seus braços e as palavras da mulher enigmática vinham em sua mente como um sussurro ao pé do ouvido. Eram tantas questões em aberto sobre si mesma e a situação com o caçador, e a megera da Diana que ainda estava para mostrar do que era capaz... Disso Marguerite não tinha dúvidas!

Exausta, a bela foi adormecendo deitada sobre o corpo forte do caçador envolvida em seu abraço protetor, mas quando finalmente o sono venceu a morena ouviu a voz imponente do Lord a despertando com um leve susto.

— Marguerite?

— Humm...

— Estava dormindo rsrs?

— Sim... Talvez ainda esteja, eu não sei...

Disse a morena com uma voz preguiçosa... levemente entristecida, o que não passou despercebido pelo caçador sempre atento as poucas demonstrações de medo e receio da herdeira.

— O que quer dizer meu amor?

— Nada John...

— Confiei em mim, Marguerite... Me diga hum...

— TSC... É uma bobagem... Bem, é que as vezes os meus sonhos são... são... Bem, para ser sincera ultimamente está difícil saber quando estou apenas sonhando. Já até pensei que são lembranças, mas não é possível porque é tudo muito estranho. Mas chega, eu não quero mais falar sobre isso, pelo menos não agora. Por favor John.

A herdeira se aninhou ainda mais sobre o peito do caçador.

John ficou com uma expressão confusa, preocupado, pouco entendeu o que a herdeira quis dizer, mas o que pôde compreender é que ela estava com medo de algo ou de alguém...

— Meu amor eu posso-lhe a segurar que tudo o que estamos vivendo aqui e agora é muito real, assim como o meu amor e minha promessa de que vou sempre te proteger e vou estar ao seu lado. Sempre! Quando você estiver pronta seus segredos estarão bem guardados comigo!

— Eu sei John... Eu te amo.

— Eu também a amo. Marguerite, o que acha se... Nos casarmos amanhã mesmo na aldeia Zanga ou agora mesmo!!!

— O quê?

Surpresa a herdeira ergueu o corpo para olhar nos olhos do caçador empolgado com a ideia.

— John eu...

— Ora não me diga que vai recusar o meu pedido?

— Roxton eu tenho a impressão que você acha que as coisas são simples como em um conto de fadas, você já se esqueceu da minha situação e isso não é nem a metade, quando voltarmos a Londres você não faz ideia do que me espera e agora vou ter tenho um filho, tem você, Challenger, Ned, Verônica, todos estarão em perigo perto de mim. – Desabafou a morena.

Roxton levou a mão ao rosto delicado da herdeira e segurou levemente pelo queixo para que ela pudesse lhe olhar nos olhos e sentir toda a segurança que ele queria transmitir.

— Eu sei que as coisas não serão fáceis como em um conto de fadas. Marguerite, eu gostaria muito de poder te resgatar em um cavalo branco e escrever a nossa história com um final feliz para sempre. Mas sim temos tudo contra nós, é o que você quer ouvir de mim?! Gostaria muito que você tivesse apenas um pouco, só pouco de fé e acreditasse que vamos conseguir se estivermos juntos.

A herdeira levantou bruscamente e pegou as roupas ainda dentro da mochila ao lado e começou a se vestir rapidamente em silêncio com a cara amarrada.

— Mas... o que eu fiz agora!? Se tem alguém que tem direito de ficar bravo aqui esse alguém sou eu, esqueceu tudo o que você me fez passar por não confiar em mim?

As palavras do caçador surtiram efeito pois a herdeira parou na hora, um pouco sem jeito tentando desviar olhar.

— Venha Marguerite, fique comigo ainda é cedo, quero aproveitar mais esse tempo em que estamos sozinhos ou podemos ir lá na aldeia Zanga e...

— Roxton pare, pare de me pressionar... Não é tão fácil assim...

— Pra mim é, essa parte é fácil sim, eu te amo você me ama e já sabe que não irei permitir que fuja de mim, se é o que está pensando como um plano de emergência, te conheço Marguerite!

Furiosa Marguerite atirou com força uma camisa na cara do caçador.

— Odeio quando você fala com toda essa arrogância quem você pensa que é? Meu dono?!

Roxton se levantou rapidamente e correu em direção a morena que tentou fugir do agarro dele, mas ele a levantou nos braços.

— Rooxtonn me põe no chão, AGORA!

— Shiii, não grite quer atrair os homens macacos até nós...

— Então me largue.

— NÃO, agora você vai me ouvir...

Mas a herdeira continuou se debatendo, para o divertimento do caçador que não estava disposto a ceder, pouco depois a bela cansou, Marguerite sabia que o nobre era um homem teimoso e não iria larga-la só por provocação. Então a morena cruzou os braços com o rosto vermelho de raiva.

— Você pode me pôr no chão agora... John??

— Adoro te ver assim brava e sem roupas em meus braços, fica tão linda minha Lady.

— Roxton...

— Eu só irei te soltar quando me responder se vai casar comigo na aldeia Zanga.

— John... Você sabe que eu quero te fazer feliz mais que tudo, mas, não sei se irei conseguir, o destino é implacável, sempre tirar tudo o que mais prezo além do mais se quer saber, casar em uma aldeia não é exatamente o meu sonho de casamento!

— O destino é mesmo cheio de surpresas eu sei muito bem disso, mas, por hora vamos nos preocupar apenas com um dia de cada vez, está bem? E quanto ao casamento, os Zangas são nossos amigos, estaremos bem acompanhados em uma cerimônia ao ar livre vai ser maravilhoso você verá.

— Ahh claro, com esse calor infernal e esses malditos mosquitos, e o que vou vestir?

— AAHH Marguerite, pare de reclamar, vamos diga logo que sim.

— Está bem SIM SIM SIM, depois não diga que eu não te avisei!

— Mas agora é sério, já estou ficando enjoada de novo, me põe no chão precisamos nos vestir, já pensou se alguma expedição nos encontra assim, pelados como selvagens o que vão pensar...

— Que sou um homem de sorte... E talvez eu tenha que quebrar o nariz de um ou outro que fique olhando pra você com malicia.

Ambos sorriram e antes que se dessem conta já estavam envolvidos em um beijo doce.

— John você não tem jeito rsrs.

—_______


Challenger empolgado em deixar o balão pronto para levantar voo o mais depressa possível. Agora mais do que nunca era preciso sair do platô. O visionário temia pela saúde da herdeira, várias hipóteses se passavam na mente brilhante do homem da ciência.
Com o passar dos meses logo chegaria o momento do parto.

“Será que a queda não afetou o desenvolvimento do bebê? Bom, aparentemente Marguerite parece bem, mas... O parto seria de risco? O que eu faria... Tudo pode acontecer, não quero sentir a culpa da morte de um inocente OH se ao menos você estivesse aqui Summerlee, seria de grande ajuda, certamente estaria muito feliz por Marguerite, quem diria?! Marguerite Krux se tornará mãe e Roxton pai” pensava sorrindo sozinho com o rumo inesperado de seus próprios destinos.

Harrison farto de estar ali, decidiu sair para caminhar e espairecer a mente.

— Vou caminhar um pouco, vai precisar de mim professor? – Disse Harrison meio distante.

— Oh não, na verdade... Eu gostaria de saber onde está Roxton e Marguerite, já estou começando a ficar preocupado. – Disse o cientista olhando em volta a selva.

— Irei procurá-los então.

— Não, não, ainda há muita luz do sol, Roxton sabe o que faz, mas se até o final da tarde não voltarem, iremos juntos atrás deles.

— De acordo professor. Bom... Eu já volto.

— Harrison é muito perigoso você ainda não está bem familiarizado com o platô, porque não chama Verônica para te acompanhar!?

— Ela está cuidando do Jacob e não quero atrapalhar, além do mais eu não pretendo ir longe... Só preciso por meus pensamentos em ordem...

— Bem está certo, mas tome cuidado não vá para muito longe.

O homem acenou com a cabeça e rumou para o portão da cerca elétrica, saiu sem olhar para trás.

— Mas onde será que aquele idiota está indo... – Cochichou Diana para si mesma.

Diana olhou de canto a sombra do irmão se perdendo aos poucos em meio as folhagens verdes da selva, como se desejasse o pior.

“Tomara que seja devorado por um T-rex, assim fico livre desse inútil de uma vez por todas”, pensou.

— EURECAAA... – Gritou o cientista feliz, pois finalmente após uma manhã inteira de reparos o balão finalmente estava pronto para voar.

— O Sr. é mesmo um gênio professor Challenger, agora todos conseguiremos sair desse maldito platô.

O homem ruivo sorriu, não pode se conter a comparação entre Diana e a herdeira, a famosa frase tantas vezes repetida por Marguerite.

— Assim espero minha cara. Vamos dar as boas notícias para Verônica e Jacob e claro, comer alguma coisa estou morto de fome.

— Ahh, acho que nunca irei me acostumar com essa carne de raptor horrível, sinceramente já me embrulha o estomago só de pensar.

— Ah Diana não é tão ruim assim, Summerlee fazia um ensopado delicioso, infelizmente a receita se foi com ele.

— Sente falta dele não é mesmo?

Challenger ficou breve segundos em silêncio, mas o seu olhar triste respondia perfeitamente à pergunta de Diana que logo aproveitou a chance sozinha com o líder da expedição para bancar a rejeitada e puxar assunto sobre a herdeira e o porquê de Roxton a considerar de tal maneira, capaz de estar disposto a enfrentar tudo por ela.

O cientista gostava de Diana, que sempre se mostrava muito agradável e parecia interessada em seus experimentos e em suas descobertas, também sentia uma certa pena da moça pela situação tão constrangedora com Lord Roxton, ela estava sozinha em um lugar hostil e diferente de tudo o que conhecia. Verônica sempre desconfiada não lhe dava abertura para uma conversa de mulher para mulher e Marguerite dispensava explicações. Para anima-la o cientista lhe contava suas aventuras e de seus amigos enquanto tentava lhe explicar como Roxton e Marguerite de tanto brigarem acabaram se apaixonando.

—_______


Challenger e Diana avistaram a casa da árvore, estavam caminhando devagar, quando ambos estavam prestes a entrar no elevador... De repente ouviram gritos e tiros!

— RAPTOOOOOORS... SOCORROOOO... – Gritou Harrison em pânico.

— Roxton? – Disse Challenger preocupado.

— Não... É o Harrison. – Disse Diana com uma certa frieza.

Correram na direção dos gritos e avistaram Harrison atirando totalmente em pânico lutando para não ter uma morte horrível e dolorosa. Três raptors estavam em seu encalço se aproximando cada vez mais.

— SOCORROOOO, FIQUEM LONGE... – Em seguida TIROS E TIROS... Até que, tick tick acabou munição.

— DROGA MALDIÇÃO... Isso não está acontecendo. – Esbravejou Harrison inconformado com tamanho azar. Agora só lhe restava correr, apesar da curta distância, Harrisson não conseguia chegar na cerca elétrica, pois os raptors eram muito ágeis e não davam brechas para uma escapatória.

Challenger logo abriu o pequeno portão da cerca elétrica e gritou enquanto Diana atirava em direção as criaturas, conseguindo abater dois raptors que o perseguiam, mais logo surgiram mais raptors para o desespero de todos.

— HARRISON VAMOS CORRA, ENTRE!!! – O cientista gritou e atirou pedras sobres os predadores tentando chamar atenção, mas foi em vão, os raptors pareciam apenas interessados em devorar o pobre Harrison.

— Diana cuidado para não o acertar!!! – Disse o homem ruivo, se amaldiçoando por ter esquecido de pegar uma arma.

"Você me deu uma boa ideia professor”, pensou a dissimulada.

—_______


Na casa da árvore:

A garota da selva e o aventureiro escutaram o tiroteio e os gritos. Verônica correu para o cômodo principal se debruçou sobre o parapeito da varanda e viu toda a situação.

— Oh... Meu Deus.

Jacob já estava entrando no elevador, mas estava travado lá embaixo, então a loira já acostumada a subir e descer de árvores, pegou um dos galhos enroscados a cipós sobre a varanda e foi descendo do alto da grande árvore o mais depressa que podia. O aventureiro pegou um rifle se posicionou sobre parapeito e com esforço tentava mirar e atirar nos predadores.

—_______

Um tiro certeiro no ombro de Harrison o fez gritar e cair no chão quase que instantaneamente.

— AHHHHHH...

A dor aguda foi intensa, ele segurou o ferimento para estancar o sangue que atiçou ainda mais as feras. Um raptor mesmo ferido se aproximou do homem e logo Harrison encarou com pavor os dentes afiados, o animal saltou encima dele com toda fúria o ferindo com as garras no antebraço, prestes a abocanhar o pescoço do homem.

— NÃAAO... – Gritou Diana que continuou atirando sem parar, conseguindo afugentar alguns raptors em volta.

Em um piscar de olhos o raptor caiu morto sobre o homem, com uma faca cravada na garganta. Um golpe certeiro lançado pela garota da selva. Então, mais do que depressa Challenger e Verônica saíram do perímetro para ajudar Harrisson, eles podiam ouvir mais raptores vindo com ferocidade.

— Obrigado, obrigado, obrigado, vocês me salvavam. – Harrison agradeceu aliviado.

— Ande Harrison, vamos entrar depressa depois você pode nós agradecer se estivermos vivos. – Disse Verônica.

— MAS QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Disse Marguerite surgindo entre as folhagens olhando em volta raptors mortos.

— MARGUERIIIITE ROXTOOON CORRAM DEPRESSA ENTREM, ENTREM.

O caçador logo percebeu que estavam sendo cercados!

— Marguerite eu vou contar até 3 e quero que você corra, eu estarei logo atrás te dando cobertura.

— Eu não vou deixar você, pare de bancar o herói e corra do meu lado!

— Por que você tem sempre que ser tão teimosa!? 1, 2, 3, AGORA!!!

Ambos correram sem olhar para trás, os raptors logo surgiram, avançando sobre o casal. Por sorte foram mais rápidos e conseguiram entrar dentro do perímetro protegido pela cerca elétrica!

— Vamos entrem aqui estaremos seguros. – Disse o Challenger.

— Marguerite, você está bem meu amor?

— Sim Roxton eu estou bem, mas o que deu neles? Olha só ainda estão nos cercando...

— Fique tranquila da cerca eles não passarão, mas você tem razão esse comportamento não é normal... Challenger o que está acontecendo aqui? – Perguntou o nobre franzindo a testa com semblante preocupado.

— Eu ainda não sei, mas agora precisamos cuidar do Harrison, ele foi atingindo por um dos disparos.

Só então o caçador se deu conta do homem ferido apoiado sobre os ombros da jovem loira e Diana.

Roxton ajudou Verônica a segurar Harrison que reclamava de dor.

— Suba com ele e Marguerite, iremos em seguida. – Disse o cientista.

—_______

Do alto Jacob avistou a chegada do casal, o aventureiro ficou apreensivo a princípio, observando atentamento sem tirar o rifle das mãos a situação perigosa, preocupado com a herdeira.

— Ah graças Deus... Uffa. – Disse o aventureiro aliviado assim que viu Marguerite entrando no perímetro da cerca escoltada pelo nobre.

Poucos minutos depois o barulho do elevador despertou a curiosidade do aventureiro que ficou em frente esperando para ver quem estava chegando, e, para sua surpresa se deparou com o caçador ajudando Harrison a se apoiar. O homem estava com o lado esquerdo do corpo coberto de sangue. Jacob apesar de não estar tão bem assim fisicamente foi rapidamente tentar ajudar Harrison a sair do elevador, havia uma pequena escada em frente onde era preciso um pouco mais de cuidado e força.

Assim que saíram do elevador Marguerite acionou a alavanca para que a engenhoca pudesse descer e assim os outros subirem rapidamente.

Logo em seguida ela foi correndo para o laboratório pegar o kit de primeiros socorros, a morena já sabia o que tinha que fazer, a experiência na guerra e até mesmo no platô lhe ensinou muito a lidar com esse tipo de situação.

—_______

Lord Roxton olhou de canto para Jacob enquanto ele o ajudava com Harrison, as marcas no rosto do aventureiro chamou sua atenção e com remorso pela atitude selvagem da noite anterior veio acompanhada a vergonha. O caçador desviou o olhar envergonhado quando Jacob o pegou observando. O aventureiro apesar de tudo não tinha raiva do nobre, mas agora ele estava disposto a lutar pela morena, se ela lhe desse alguma chance.

Challenger, Diana e Verônica quando chegaram, correram imediatamente para o quarto do repórter onde estava Harrison.

Marguerite já estava limpando a ferida para fazer o curativo, Roxton e Jacob estavam em pé ao seu lado com expressão de constrangimento no rosto. Diana se sentou ao lado do irmão e pegou a mão dele com ternura e preocupação pela qual Harrison não esperava, até mesmo se emocionou ao vê-la com lágrimas nos olhos. Foi a primeira vez que o Sir sentiu que Diana realmente se importava com ele.

— Diga que meu irmão vai ficar bem ele é a única família que eu tenho! – Disse Diana quase como uma súplica encarando Marguerite, a herdeira até sentiu pena da rival, ela sabia muito bem o que é ficar sozinha sem uma família.

— Fique tranquila... Não foi nada grave ele vai ficar bem.

Challenger foi examinar a ferida para avaliar a gravidade.

— Ai, ai. – Harrison se queixava a cada toque do cientista na região ferida.

— Calma homem, você vai viver teve muita sorte, uma mordida de raptor teria feito um estrago bem pior.

— Ahh, disso eu não tenho dúvidas professor, mas mesmo assim doí muito! Ah Verônica obrigado se não fosse a sua pontaria eu acho que estaria aqui sem um braço, ou pior sem cabeça... – Todos riram.

A jovem loira se aproximou do Sir e...

— Você é mesmo um homem de sorte, agora me diga o que foi que você fez para enfurecer assim um bando inteiro de raptors? – Questionou a loira perspicaz com uma sobrancelha arqueada e os braços cruzados. O grupo encarou Harrison esperando uma resposta.

— Mas...

— Eu acho que agora não é hora para perguntas meu irmão está ferido e precisa de cuidados antes de mais nada!

— Bem Diana tem razão, é melhor deixarem eu e Marguerite cuidarmos dele, você Jacob vá descansar se quiser ficar bom logo...

— Está bem Professor, me acompanhe Verônica eu ainda não terminei de te contar a confusão que causei em um restaurante... – A loira o acompanhou meio que contra gosto pois não gostou do tom que Diana se dirigiu a ela. Mas logo haveria uma oportunidade de esclarecer as coisas.

A herdeira olhou para Roxton e sorriu, e claro ele devolveu o sorriso com uma cara de apaixonado, nem parecia o mesmo caçador abatido e triste de poucos dias atrás.

— John ele precisa se alimentar e eu também, estou faminta poderia comer um daqueles raptors inteiro!

— Aposto que ele pensa o mesmo de você, Marguerite... – Respondeu o caçador com um sorriso nos lábios.

— Hum, que tal se você preparar um almoço delicioso enquanto eu cuido dele?!

— A suas ordens minha Lady. ♥️

Ele acariciou o ombro da morena e saiu a passos vagarosos com um pequeno sorriso no rosto, tudo parecia voltar a ser como antes.

O comportamento do casal deixou claro que haviam feito as pazes.

Challenger ficou feliz em vê-los assim, mas para Diana foi uma afronta direta, e a sede por vingança crescia a cada segundo.

Diana ficou ao lado do irmão o tempo todo observando a herdeira tratar a ferida de bala com tanta destreza com ajuda do cientista.

— Pronto, pronto! Já está remendando Harrison rs. Você logo ficará bem.

— Obrigado Marguerite, você é um anjo com mãos de fada.

— É melhor sairmos e deixar Harrison descansar. – Disse o cientista já querendo averiguar o comportamento intrigante dos raptors. A todo momento era possível ouvir sons aterrorizantes, eles estavam se comunicando pensou o cientista, mas por que uma mudança tão repentina de comportamento...

— Harrison tente não se mover muito por enquanto, descanse e você também Diana, hoje você teve muitas emoções é melhor...

— Professor vou ficar com meu irmão se não se importa.

— Oh minha cara, é claro que não fique tranquila.

Marguerite revirou os olhos em resposta a atenção de Challenger para a rival, foi quase como ciúmes de uma filha a um pai, ela fez sem nem perceber foi algo automático. Mas o fato de que o cientista, tão brilhante não enxergasse a verdadeira natureza da dissimulada da Diana realmente tirava a paciência da herdeira.

Por vezes a morena tentou lhe explicar o seu ponto de vista, mas para o homem ruivo se tratava apenas de intrigas por ciúmes e pura implicância de Marguerite e da garota da selva.

Verônica estava inquieta com os últimos acontecimentos e os sons dos animais cada vez mais alto a intrigava. Então a jovem interrompeu o aventureiro e...

— Jacob eu vou dar uma olhada lá embaixo, fique aqui e descanse... – Antes que ele pudesse responder, ela saiu do quarto e rumou para varanda.

Coçando a barba e a passos largos o cientista se retirou do quarto e claro Marguerite o acompanhou. Ao chegar no cômodo principal o cientista e a herdeira puderam se divertir assistindo Lord Roxton cantarolar e dançar com as panelas de tão feliz, mas tão feliz. Os olhos de Marguerite brilharam de emoção e a bela abriu um sorriso puro e sincero.

Challenger teve que trazê-los de volta a realizada e chamou atenção do casal.

— Bem eu vou observar esse estranho comportamento, podem estar doentes ou a caça está muito escassa isso explicaria esse desespero...

O casal fitou o cientista. De repente o som do elevador... Todos foram ver, ninguém havia descido pensavam os aventureiros. Verônica saiu do elevador com a mochila de Harrison nas mãos.

— Verônica? – Disse o cientista preocupado.

— Eu já sei o porquê de tudo isso. – Disse a loira com um semblante sério retirando um ovo de raptor de dentro da mochila do Sir.

 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a todas as meninas lindas do grupo que acompanham a minha estória.
Obrigada ❤️  Não percam o próximo capítulo! 



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