A Esposinha escrita por Puella


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo hehehehe.... bem gente, agora eu estou de férias oficialmente.... tirando uma folga dos meus alunos ^^
espero que gostem....



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QUANDO estava prestes a se casar, Loki não imaginava que seus intentos se realizariam de forma bem sucedida. Boa parte deles, a princípio, já que a coroa ainda era algo distante e provavelmente impossível. Era fato que Odin jamais colocaria um jotnar no trono asgardiano.

Olhando agora, a escolha de Sigyn como sua esposa jamais teria se concretizado, se não fosse por um dedo de Frigga. Odin talvez não tivesse tido o mesmo cuidado de escolher uma jovem de uma família tão influente. Mas Frigga cuidou de tudo ao longo dos anos, e é claro, convenceu seu pai a firmar o acordo. E Sigyn era a esposa ideal. Solícita, simples, obediente e dedicada a agradá-lo. Inicialmente, se sentia atraído, e agora após quase um ano de casados, o príncipe já sentia um afeto especial pela jovem. Tal sentimento, que ele prefere manter guardado para si. Sigyn ao contrário dele, já demonstrava seus sentimentos de maneira mais explicita, seja com pequenos gestos, ou fazendo seus deliciosos biscoitos com castanhas ou com crises de ciúmes, como foi no caso em que ela encontrou Lorelei em sua sala. Ele gostou de ver como ela era ciumenta a seu respeito.

E, é claro, tinha a gravidez. Sigyn havia acabado de completar o terceiro mês. Sua barriga tinha uma discreta saliência. Mesmo gravida, Sigyn continuava atrativa e sua pele havia ganhando um brilho especial. Deveria ser algo que as mulheres chamavam de aquele “algo especial” de grávida”.

Naquele momento ele se encontrava na biblioteca, estudando. Quanto à Sigyn, a jovem estava ocupada na companhia de sua mãe e Frigga. A mãe zelosa a encheu de perguntas, e Sigyn se limitou apenas a responder que estava bem e que estava tomando os cuidados, e é claro, não contou que apesar de grávida ainda mantinha relações com seu marido.

Ivaine nem sonhava com isso, para ela quando uma jovem engravida, ela deve ficar intocada. Mas Sigyn, nesse aspecto, era bem diferente dela, e as curandeiras lhe asseguraram que não haveria nenhum problema, pelo contrário, lhe faria muito bem.

A jovem comentou brevemente sobre Lorelei.

— Lorelei? – a rainha depositou a xicara de chá na mesa – Ela voltou?

— Voltou? Como assim? – Sigyn ficou curiosa.

— Ela estava afastada. Foi mandada para Vanaheim, mas pelo jeito arrumou um meio para voltar – Frigga estreitou os olhos.

— Hum – Ivaine fez uma expressão de asco – já imagino quem seja – aquela família de mulheres degeneradas. A irmã já não era exemplo, e pelo jeito a mais nova está seguindo na mesma linha.

— Não é para tanto. Amora se emendou um pouco depois que casou com Skurge. Ouvi dizer que o rapaz a domou tanto na cama quando na conduta. Mas quanto a Lorelei... – Frigga balançou a cabeça.

— Acho que sou a única que não acompanha muito as fofocas em Asgard  - Sigyn chamou a atenção das duas – Não sei nada a respeito dessa Loreilei, a única coisa que sei é que ela olha meu marido com lascívia e que se meu olhar matasse, aquela mulher já estaria estirada no chão – o rosto da jovem corou de raiva.

Frigga achou graça e Ivaine fitou a filha com supressa.

— Sigyn! Não se esqueça de que uma esposa decente defende o seu marido de mulheres predadoras, mas sem perder a classe.

— Classe? Ora mamãe! Como posso lidar com classe com uma mulher qualquer que sequer tem uma?

— Sua mãe está certa Sigyn. Não é prudente que você desça no mesmo nível desta mulher. Você é uma princesa, casada com um filho do rei. Use essa áurea de poder a seu favor. Você já é encantadora, mas mais do que isso, você deve ser autoconfiante, altiva e firme em seu olhar. Minha criança, eu ainda percebo sua insegurança, ao que parece você ainda não percebeu quem realmente é.

“Será?” a jovem se questionou. Mas é claro que ela sabia quem era. Ela era Sigyn Lindgren Odinson, esposa do príncipe Loki, um dos possíveis sucessores de Odin e ainda por cima, única herdeira das terras mais férteis de toda Asgard.  

— Mas atendendo ao seu pedido – Frigga lhe trouxe de volta a realidade – essa jovem foi um antigo motivo de dor de cabeça para mim e seu marido, Loki.

— Dor de cabeça?

— Sim, como eu posso dizer... tudo começou quando Loki começou a lecionar suas aulas de magia para guerreiros e aprendizes. Meu filho é referência em praticamente todos os nove reinos – Frigga parecia um pouco orgulhosa ao dizer aquilo – ele deu aulas para as duas irmãs Incantare, Amora e Lorelei. Amora era apaixonada por Thor, mas meu filho nunca a quis. E bem, Lorelei perseguia meu outro filho.

A rainha deu uma breve pausa, tendo a atenção de Sigyn e Ivaine.

— Conhecendo Loki como eu conheço, ele nunca foi do tipo que gosta de mulheres se pendurando em seu pescoço. E bem, essa moça era no mínimo irritante. Então houve uma vez, uma noite em que por descuido de Loki, os dois terminaram em uma cama. Ele estava bêbado, havia brigado com Odin e Thor, isso ele me segredou algum tempo depois.

Sigyn sentiu um bolo na garganta, bem ela não poderia esperar muita coisa. Loki era homem, bem homens às vezes são...

— O fato é que ele mal se lembra da noite, só se recorda de ter expulsado a jovem de seu quarto. Foi o maior reboliço em todo reino, justo no momento em que sua irmã mais velha estava noiva. Para evitar o escândalo, mandaram Lorelei para Vanaheim.

— Quanto tempo tem isso?

— Ah, uns três anos ou mais – Frigga respondeu.

Dado isso, a jovem optou por mudar para outro assunto, e embora o resto da conversa tenha transcorrido de maneira agradável, Sigyn ainda sentia o ligeiro incomodo.

                                                                       *

Lorelei era uma jovem de reputação duvidosa quando começou a ter aulas com o filho de Odin. A inteligência do príncipe, sua voz macia seu charme a fizeram desenvolver uma paixão platônica que beirava a obsessão. Não tardou muito para que ela se insinuasse para ele. Loki percebeu as intensões da jovem asgardiana. Ela era atraente, sensual e tinha um corpo bem feito. Mas Lorelei era apenas isso, não tinha mais nada além.

Seus hormônios não veriam nenhum problema nisso, mas o príncipe normalmente era cauteloso, e evitava a jovem a todo custo. Quanto mais ela se oferecia, mais ele a repelia. E então houve aquela briga, o vinho e no outro dia Lorelei estava nua e deitada sob seu peito. Furioso, Loki a expulsou do quarto.  A jovem tentou ir atrás dele novamente, queria arranjar um meio de fazer o príncipe se casar com ela. Sua algazarra custou-lhe um banimento da corte, e claro, uma fissura em sua reputação. Desiludida, Lorelei foi para Vanahaim. Quando soube que Loki havia se casado, a jovem passou a odiá-lo. Se não podia tê-lo, ela poderia ao menos atormentá-lo, e especialmente, porque não, a esposa dele também.

Loki ficou surpreso quando a viu em sua sala de estudos – embora não demonstrasse -, mas manteve-se frio, olhando a com pouco interesse.

— O que faz aqui? - foi à pergunta cortante que ele fez.

— Precisava falar com você – ela era uma boa atriz – sei que já faz algum tempo, e bem, eu só queria... me desculpar.

O príncipe parou a leitura, e embora não a encarasse, Lorelei sabia que ele a ouvia.

— Sinto falta de suas aulas – ela disse.

— Está perdendo seu tempo, Lorelei.

— Desculpe – a jovem tinha a cara mais sonsa que poderia fazer.

E finalmente ele a encarou, seus olhos tinham um sinal claro de indiferença.

— Você era uma ótima aluna, pena que não soube usar um pouco da sua prudência. Se ainda nutre a esperança de se casar com alguém, sugiro que não me procure mais – e então voltou a olhar para o livro.

E foi aí que Sigyn entrou, silenciosa. Lorelei estava de costas para ela, achando que era algum servo ou criado, ela nem ao menos se deu o trabalho de olhar para o lado.

— Sugiro que procure Karnilla ou Eldred, são ótimos, ou que sabe até mesmo Freya pode lhe ajudar – tinha agora um pergaminho nas mãos.

Mas então algo lhe chamou a atenção.

Um sorriso discreto no rosto príncipe. Loki levantou o olhar não para ela, para a pessoa ao lado.   

— Estão com um cheiro ótimo.

E então Lorelei fitou a figura feminina que estava ali do seu lado, lhe encarando com um par de olhos furiosos. Era uma jovem sardenta, delicada, de corpo pequeno, ar inocente.

— Quem é essa? – a jovem perguntou sem rodeios.

Lorelei não demorou muito para descobrir quem era, divertida ela respondeu:

— Lorelei Incantare – sorriu de maneira dissimulada – Mestre Loki, ela é realmente como senhor descreveu, um verdadeiro encanto, aliás, meus parabéns pela gravidez Lady Sigyn.

Sigyn não agradeceu e tampouco a cumprimentou. Lorelei a achou no mínimo irritante. Agora se encontrava numa banheira, pensativa. Loki se casou com uma menininha do campo. Submissa, prendada, delicada e obediente. O tipo de ideal de esposa que todo homem procura. Mas, mais do que isso, a jovem demonstrava ser ciumenta, e insegura. Perfeita.

Bebericando um longo gole de vinho, a ruiva deu sorriso malicioso enquanto observava o próprio reflexo no vinho que estava dentro da taça, ao mesmo tempo em que desenhava uma vingança dentro de sua mente.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?

The treta is coming!



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