Briga de criança escrita por Filha do submundo


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa é só uma história que eu escrevi em uma madrugada de insonia.
Espero que gostem, e fiquem a vontade para criticar, elogiar, etc...Deixem seus cometários ^^ aguardo ansiosamente



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– Ed! quantas vezes eu já disse pra você parar de agir como criança? - dava para ouvir a gritaria em todos os cantos da casa.

– Se eu não sou criança por que eu ainda preciso beber essa coisa? - Edward apontava para a garrafa ainda cheia de leite que a garota segurava diante dele.

–Faz bem para os seus ossos! E... Ed, volte aqui! Ainda estou falando com você! - A discussão continuou até que ele se irritou e com um movimento exagerado dos braços, fez a garrafa escapulir das mãos da menina e atingir o chão, onde se estilhaçou. Deixando o líquido branco molhar o chão de madeira da casa.

Winry pareceu se assustar e deu alguns passos para trás. Ela abaixou a cabeça e seus cabelos loiros cobriram suas feições. Sua voz foi firme, mas com um toque de desapontamento e irritação, quando falou:

– Ótimo, se não quiser, não beba. Mas ao menos limpe essa bagunça... - E com isso ela subiu correndo e foi se enfiar no quarto.

Ed ficou parado por um tempo. Imaginando se pisara feio na bola desta vez, e se a loira estaria ou não chorando naquele momento. Abaixou o olhar para o leite derramado e suspirou.

– Eu não entendo essa mulher.

– Ed, acho que você pegou pesado com a Winry, de novo. Até quando vocês vão continuar com essas brigas de criança? - Alphonse, que estivera ouvindo tudo da cozinha, apareceu com uma vassoura, uma pá e um pano. Entregou-os para o irmão, que suspirou.- Eu realmente pensei que vocês parariam com isso agora que estão namorando.

A vassoura caiu no chão com um barulho alto.

– Al! Q-quem te disse isso? Não estamos namorando... Eu acho... Na verdade nós nunca... - Ed se enrolava cada vez mais com cada frase que tentava formar. A verdade era que desde a sua confissão desastrosa, nada de romântico havia acontecido entre os dois. Edward estava de volta à Resembool já fazia duas semanas, e ainda não tivera coragem de retomar aquele tópico.

– Como não? Vocês são realmente muito bobos... - Al balançava a cabeça negativamente. - Até a vovó Pinako está de acordo.

– Está bem, está bem. - O Elric mais velho respirou fundo.- Eu vou falar com a Win...

O mais novo sorriu e demonstrou seu apoio dando tapinhas nas costas do irmão.

Quando chegou na frente da porta da garota, ele hesitou. Estava ali, mas o que diabos diria a ela? Não podia chegar e beijá-la, sequer sabia se tinha coragem para fazê-lo. Pediria desculpas? Ela aceitaria normalmente ou começariam a brigar novamente?

Decidiu arriscar e bateu na porta. Recebeu um; "Se for o Ed, vá embora" como resposta, mas ignorou e entrou no quarto mesmo assim.

–Win... - Foi interrompido por uma chave inglesa que passou raspando por sua cabeça e não o acertara por pouco. - Você está querendo me matar, sua maníaca por automail? - Gritou o garoto, com uma veia saltando no pescoço.

– Ora, Ed... Isso é injusto, não posso mais te chamar de viciado em alquimia. - A garota riu, surpreendendo-o. O efeito foi mais forte do que ele estava esperando. Aquele riso era contagiante. Ele sorriu de volta e se aproximou da garota que estava sentada no meio da cama.

– Mas ainda tem uma transmutação que eu quero fazer. Você sabe, uma última troca equivalente. - Sorriu em reação à confusão da garota, que ia ficando vermelha conforme percebia o significado daquelas palavras. - Quanto você disse que podia me dar? setenta porcento? Não, Oitenta e cinco porcento, estou correto?

– Ed... - A garota pegou alguns parafusos e jogou na direção dele, que apenas desviou. - Não lembre de coisas constrangedoras assim!

Algo atingiu Ed. Não algum dos projéteis que Winry arremessava em sua direção. Era um peso no estômago, uma sensação ruim que acompanhou um pensamento tão ruim quanto e que nunca tinha ocorrido ao garoto.

Ela poderia não estar mais interessada.

Foi com esse pensamento que ele deu a volta e começou a caminhar em direção à porta.

– Ed? - A voz da garota tremia levemente e isso fez ele parar onde estava. Mas não teve coragem de virar para ela para responder:

– Win, me desculpe sobre mais cedo. Vou tentar tomar meu leite sem reclamar da próxima vez.

E com isso, fechou a porta atrás de si. Deixando uma Winry perplexa e confusa, sentada no meio do colchão.

...

– Edward, seu grande idiota! O que foi que você fez? -censurou-se o garoto, quando estava sozinho em seu quarto. Deu um chute na parede com o seu pé normal e depois se arrependeu ao sentir a dor. - Pelo menos o automail não quebrou...

– Irmão? - O mais novo entrou no quarto, cautelosamente. - O que aconteceu? Vocês se entenderam?

– Sim, e não, Al. - Ao ver a cara de confusão do irmão mais novo, completou. - A Winry, não acho que ela tenha interesse romântico por mim.

–Você é mesmo idiota, né irmão. - Suspirou. - Por que acha que ela não ama você? - Ed corou sem motivo aparente.

–Não é como se ela tivesse dito, mas... E eu não achava que ela m-me amava, eu só... É que... Ah, eu não sei explicar o que está acontecendo! - Ed praticamente gritou a última frase, enquanto se descabelava.

Al teve a ousadia de rir.

– Acho melhor você ir lá e se resolver com ela de uma vez, e sem deixar nenhum mal entendido. Daqui a pouco a vovó Pinako vai nos chamar para jantar.

–Eu tenho mesmo que ir?

– Tem sim, Irmão!*

O mais velho suspirou e encarou a porta, sem coragem para levantar.

– Mas o que eu digo quando chegar lá?

– Seja direto e pergunte o que ela pensa sobre você - Al sorria abertamente.

– Acho que não funciona assim... - Uma aura negra de negatividade pairava sobre o ex-alquimista federal. Ele finalmente reuniu coragem e voltou a bater na porta da garota.

– Quem é agora? - A voz dela tremia e parecia apenas um fiapo delicado e que podia se romper ao sopro da mais leve brisa. Isso assustou o loiro, que abriu a porta com força e marchou em direção à garota, que parecia tentar esconder o rosto com um lençol. - Ed... Saia do meu quarto. Estou cansada de você vir aqui, nós nos entendermos e brigarmos de novo.

– Win, eu sinto muito - Ele se largou sentado ao lado dela na cama e a abraçou. Sentia o coração acelerar e se perguntava se ela conseguia ouvir ou sentir. - Eu fiz você chorar de novo, não fiz?

Ela o empurrou para trás com delicadeza e o olhou nos olhos. Ed não sabia que ela se perdia no dourado dos seus olhos assim como ele o fazia na imensidão azul que eram os dela.

– Ed... Mais cedo, por que você se virou do nada e saiu daquele jeito? -Ela tentava sustentar o olhar dele com coragem, mas Ed podia notar que seus olhos estavam vermelhos.

– Eu também não sei. - disse com sinceridade. - Acho que pensei que talvez você não gostasse de mim... - Foi ele quem desviou o olhar primeiro. - Win, eu não quero mais errar com você, mas sempre que estamos juntos eu não sei o que dizer e nem como agir. Sempre falo besteira e por isso brigamos. Win, eu te amo tanto que não consigo suportar saber que te faço chorar.

Edward serrou os punhos, sentia seu rosto esquentar e era capaz de sentir seu coração disparado. Não tinha coragem de erguer o olhar. O medo de encontrá-la chorando o assombrava e o paralisava.

– Por favor Winry, me diga o que eu posso dizer para não te fazer chorar dessa forma nunca mais?

Antes de receber uma resposta, o loiro sentiu os braços dela envolvendo seu tronco e a cabeça ser encaixada na curva do seu pescoço. Ele não podia ver o sorriso de Winry, mas podia sentir seu coração cavalgar em seu peito.

–Ed, o que acabou de dizer... Apenas isso já basta. Eu também te amo, meu alquimista tampinha.

–Winry... - Ele beijou o topo da cabeça da loira. - Quantas vezes vou precisar te lembrar que eu cresci? - Completou de forma terna, enquanto embalava sua amada, fazendo-lhe carícias no cabelo e deixando que ela o abracasse.

–Pra mim você sempre será meu tampinha viciado em alquimia. - Ela riu e ergueu a cabeça, mostrando a língua para ele, que não se conteve e uniu os lábios dos dois em um beijo cálido e apaixonado.

– Irmão, Winry, A janta está pronta. - Al abriu uma fresta da porta e espiou dentro do quarto. A cena que viu o deixou contente.

Edward e Winry estavam cada um em um canto do quarto, ambos vermelhos dos pés à cabeça e pareciam muito concentrados na tarefa de examinar o papel de parede gasto.

–Fala sério, esses dois não têm jeito...


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Notas finais do capítulo

*Nii-san - é como o Al se refere ao irmão, Ed.
Eu acho que não fica muito legal colocar as expressões em japonês, mesmo ficando um pouco sem sentido em português.
Comentem, favoritem, recomendem. Não sou muito de escrever, mas me veio isso na cabeça e resolvi passar pro "papel"

**ATUALIZADO** : Estou escrevendo uma longfic EdWin "baseada" nessa one-shot, começarei a postar no começo do ano que vem (2016) junto com uma amiga que está escrevendo comigo



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