I'm not afraid anymore escrita por CRAZY


Capítulo 32
Capitulo 32


Notas iniciais do capítulo

ULTIMO CAPITULO!!! Peguem seus lencinhos!!!!
Boa leitura!!!



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– Com você? Na Austrália? – Eu perguntei, quase sem acreditar.

– É. Ana, a mulher que me tirou da rua, recebeu uma promoção no trabalho dela lá e eu posso ir morar com ela.

Eu fiquei um tempo quieta sem saber o que responder.

– E então? – Ele perguntou.

Eu o abracei bem forte e falei:

– Claro que eu vou!

– Tem certeza? Isso é muito importante.

– Tenho Federico.

– Isso tem que ser organizado com cuidado Ludmila. Vamos ir o mais breve possível pode ser?

– Federico eu iria agora se desse, eu sei que é uma coisa delicada, mas eu já decidi. Isso é tudo que eu preciso.

– Mas e seus pais? A Angie, a Naty?

– Meus pais não são um problema. E a Naty e a Angie esperam a gente ir visita-las.

– Você acha que elas vão aceitar fácil assim?

– Se elas gostarem mesmo de mim e quiserem me ver feliz acho que sim.

– Não sei... A Naty ficou bem triste quando tentamos ir embora da primeira vez.

– Federico, se você quer mesmo que eu vá, para de apontar os pontos negativos.

– Não é isso. Só não quero que se arrependa.

Eu sorri pra ele e me aproximei.

– Isso não vai acontecer.

Dito isso o beijei. Foi um beijo calmo, tínhamos todo o tempo do mundo mesmo. Pelo menos era o que sentíamos. As coisas estavam mais certas do que nunca. Aquele beijo foi a confirmação de eu iria deixar pra trás a minha vida de manipulações e mesmice. Sim, eu teria que deixar muitas coisas para trás, mas só de saber que eu não teria mais a minha mãe e meu pai pra cometerem injustiças e usarem o dinheiro para comprar as pessoas, já era o suficiente para eu aceitar. De repente minha mãe entra no quarto.

– O que é isso? – Ela pergunta, como se nunca tivesse visto uma cena daquela na vida.

– O que? – Perguntei.

– Vai embora agora moleque! Sai daqui! – Ela ordenou.

– Não, ele vai ficar. Você pode chamar o Claudio, por favor. – Pedi.

– Pare de gracinhas Ludmila!

– Por favor, você pode chamar o Claudio ou suas pernas vão cair se você for lá e pedir pra ele vir aqui? – Eu disse.

Ela fez balançou a cabeça negativamente e foi chamar o meu pai.

– O que esse marginal faz aqui ainda? – Ele perguntou indignado ao entrar no quarto.

– Esse marginal é o meu namorado. E eu vou morar com ele.

– Como é que é? – Perguntou o meu pai.

– É isso aí. Eu vou morar com ele na Austrália.

Minha mãe começou a rir. Com sarcasmo óbvio.

– Certo. Você vai pra outro país com esse cara? Ludmila você tá acabando com a sua vida! Olha em volta, olha o que você tem. Vai trocar tudo isso por esse garoto?

– Vou. – Eu respondi como se fosse óbvio.

– Não, você não vai. – Meu pai disse.

– Eu vou. Já decidi. Eu não tô pedindo permissão, só tô avisando vocês. – Eu disse me levantando.

– Você não vai escutou. – Minha mãe disse.

– Não entendo porque vocês não gostam da ideia. Eu sempre fui uma complicação na vida de vocês, sempre atrapalhei os seus planos de carreira, nunca servi pra nada, ao não ser pra você brincarem de boneca comigo, me fazendo ser o que vocês queriam que eu fosse e sentindo o que vocês gostariam que eu sentisse. Mas sabe de uma coisa, eu fiz dezesseis anos se vocês não se lembram. Não quero mais ser a boneca. E agora que eu estou indo embora e deixando vocês livres para fazer a sujeira de vocês, vocês não querem? Qual foi a última vez que você me chamaram de filha de verdade. Qual foi a última vez que vocês disseram que me amavam? Pois é. Agora eu tô indo embora e vocês não precisam se preocupar mais com isso. A pouco tempo eu descobri o que é amar de verdade e o que é ser amado também, e não foi com vocês. Dezesseis anos se passaram e vocês já fizeram o que quiseram comigo, agora tá na hora de eu fazer o que eu quero. – Eu disse deixando várias lágrimas e palavras acumuladas a anos saírem de uma só vez e foi libertador. Doloroso, mas libertador.

Federico se levantou e me abraçou. Claudio e Priscila não falaram nada. Eu sabia que tentar tocar, um pouco que seja, aqueles corações era quase impossível.

– Faça o que quiser. – Foi o ultimato de Priscila, que fechou a porta do meu quarto me deixando sozinha com Federico.

– Você tá bem? – Ele perguntou sem separar o abraço.

– Melhor que nunca. – Respondi.

Depois de um tempo daquela maneira me separei do abraço. Federico secou minhas lágrimas e disse:

– Eu te admiro muito Ludmila.

– Eu também. – Eu disse sorrindo.

– Vamos chamar a Angie pra contar pra ela. – Eu disse.

Eu e Federico descemos até o quarto dela pra falar a nova notícia. Bati na porta e abri devagar pedindo licença.

– Entra Lu. – Ela disse sorrindo ao me ver.

Eu e Federico entramos no quarto dela. Eu estava muito ansiosa e nervosa ao mesmo tempo para saber a reação dela.

– Como vocês estão? – Perguntou ela sorrindo.

– Bem. Queremos te contar uma coisa. – Federico disse.

– O que? – Perguntou ela curiosa.

– Eu vou para a Austrália com o Federico. Eu vou morar com ele.

Não sei descrever a reação dela, ela sorriu, mas parecia triste. Não sei.

– O que foi? – Perguntei.

– Ah, nada. Você é tão jovem, mas é tão decidida.

– E isso é bom? – Perguntei.

– Isso é bom se você decidir as coisas certas.

– E você acha que eu fiz uma boa escolha?

– Acho que sim. Você dificilmente vai ter paz se continuar aqui, não quero que isso aconteça. Você tem que ser livre agora, já está tão grande. – Ela disse ainda com o seu sorriso meio triste no rosto.

Ela se levantou e me abraçou forte.

– Obrigado. – Eu disse.

– E vocês vão quando? – Ela perguntou separando o abraço.

– Não sabemos. Mas acho que o mais rápido que der. – Respondeu Federico.

– E a Naty já sabe? – A Angie perguntou meio nervosa.

– Não. Mas eu já estou indo contar pra ela. – Eu disse.

– Boa sorte. – Angie disse.

Saí de casa e entrei no carro do Federico que me levaria na casa da Naty.

Ele parou em frente ao prédio me deixou lá. Depois saiu com o carro para casa dele. Subi até o apartamento da Naty e como sempre, fomos para o quarto dela.

– E aí? Sentiu tanto assim minha falta que não conseguiu ficar uma hora sem me ver? – Brincou ela.

– Vim de contar uma coisa.

– Que coisa?

– Você gosta de mim Naty?

– Claro! Você é quase minha irmã. Mas que pergunta ridícula!

– Eu vou morar com o Federico Naty. Na Austrália. – Eu disse bem devagar.

– Sério?

– Sério. Naty você sabe que com os pais que eu tenho fica difícil. Agora que tudo mudou eu acho que tá na hora de fazer alguma coisa e comigo aqui, num país que muitas pessoas sabem o meu nome não vai dar certo.

Ela ficou quieta, apenas olhando pra mim.

– Você não tá brava comigo né? – Perguntei.

– Não. – Ela disse sorrindo. – Depois de tudo que a gente passou nesses dias de investigação eu percebi o quanto eu estava errada. Concordo com você. Não tem jeito de você ser você aqui, você precisa se libertar. E eu tô te apoiando nessa.

Ela me abraçou e, mesmo sem olhar o rosto dela, percebi que estava chorando. A última vez que eu a vi chorar foi por causa do Maxi e agora eles estão namorando. Está tudo no seu devido lugar, como deveria ter sido desde o começo.

*****

Uma semana se passou e lá estávamos nós na sala de embarque. Eu, Federico, Angie, Naty e Violetta. Esperando chamarem para entrar no avião. Conversávamos sobre tudo o que passamos e vivemos juntos e, obviamente derramando muitas lágrimas. Eu estava muito apreensiva. Até que anunciaram o nosso voo. Abracei todos por segundos que pareceram horas e eu chorei, chorei muito de verdade. Agradeci a cada um deles, que fizeram doa meus dias terríveis e tristes nos melhores que alguém pode imaginar.

Eu e Federico fomos andando até a fila que se formava para entrar. Antes de entrar olhei para trás e vi aquelas garotas, que eu deixaria de ver por um tempo e fui. Eu e Federico nos sentamos nos lugares indicados e ficamos em silencio por um tempo, apenas vivendo aquele restinho daquela vida que em minutos deixaríamos para trás.

Muitas horas de voo se passaram e eu já não aguentava mais a vontade de esticar as pernas. Até que – finalmente – o avião pousou.

– Chegamos. – Disse Federico assim que o avião parou de se mover.

Saímos do aeroporto e demos de cara com um dia ensolarado e quase perfeito. Pegamos um táxi e fomos até a casa que iriamos morar. Ao chegar na calçada percebi o quanto a casa era grande e bonita. Pegamos todas as malas e caminhamos até a porta, mas antes de entrar Federico se virou pra mim e me beijou. O primeiro beijo de uma vida nova, de uma nova aventura que eu tinha certeza de que iria durar por muito tempo...


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Notas finais do capítulo

Uhu!!! Gostaram. Obrigado por acompanharem essa fic. Até a próxima!! Bjs!!



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