Acordei ás cinco da manhã, com muito esforço. A manhã estava fria e bem nublada. Me arrumei tentando manter o maior silencio possível. Quando eu já estava pronta alguém me liga. Era Violetta.

– Oi Lu. Já estou aqui. – Disse ela.

– Ok. Estou indo.

Peguei minha mochila e desci com cuidado pela janela do meu quarto. Violetta estava com o carro estacionado atrás da casa.

– Bom dia. – Ela disse ao me ver entrar.

– Bom dia. – Eu respondi colocando minha mochila no banco de trás.

Feito isso, Violetta deu partida no carro e fomos indo em direção à cadeia.

– Obrigado Violetta.

– Relaxa. Gostei tanto daquela nossa aventura com as provas que não poderia recusar mais essa. – Ela disse me fazendo rir.

– É, a Naty adorou!

– Ludmila, a Naty te perdoa. Vocês são aquele tipo de amigas inseparáveis sabe. Isso é só uma fase.

– Tomara.

O caminho era longo, e pouco a pouco o transito foi aumentando. Conversamos bastante até chegar lá. Violetta também tinha um pai bem rico, mas ele até que era legal. Violetta era um ano mais velha que eu e era extremamente inteligente e bonita, a garota pela qual muitos garotos babavam, mas ela nem sempre dava bola. Namorava um doa garotos mais bonitos da escola, León Vargas.

Chegamos na cadeia às dez horas, tivemos que esperar do lado de fora pois ainda faltavam meia hora para o horário de visitas começar. Sempre que eu passava em frente as cadeias quando era pequena, e via um monte de gente esperando para ver seus parentes na cadeia eu sentia pena. Muitas vezes as famílias não mereciam aquele desgosto. Mas eu agora eu estava ali, era apenas mais uma.

Depois dos trinta minutos (quase infinitos) de espera finalmente pude entrar. Violetta ficou me esperando do lado de fora.

Eu estava ansiosa demais. Não via a hora de encontra-lo. Ao entrar em uma sala, vi Federico sentado num banco atrás de uma mesa pequena, usando a famosa roupa laranja.

Ao me ver se levantou rapidamente e me abraçou com força. Quando pude olhá-lo direito, vi muitas marcas de machucados em seu rosto.

– O que aconteceu? – Perguntei passando a mão de leve nos ferimentos.

– O que sempre acontece. Eu tô apanhando.

– Federico você não pode deixar isso acontecer!

– Você quer que eu faça o que? Eles se juntam em uns cinco pra me bater!

Eu fiquei quieta e comecei a me sentir culpada. Se não fosse por mim, se eu não tivesse deixado os paparazzi nos seguir, se eu tivesse me dado conta nada disso estaria acontecendo.

Fomos até a mesa e nos sentamos.

– Federico eu vou te tirar daqui.

– Ludmila, não faça bobagem pra conseguir dinheiro, cuidado com...

– Não é desse jeito que eu vou te tirar daqui. – Eu disse o cortando.

– Como assim?

– Eu vou descobrir quem matou a garota.

– Ludmila pelo amor de Deus! Você tá correndo perigo!

– Não vai acontecer nada comigo! Eu sei me cuidar!

– Você só tem quinze anos!

– E daí? Posso muito bem me virar. Do que você tem medo?

– De acontecer o pior com você.

– Isso não vai acontecer. Agora eu preciso da algumas informações.

– Ludmila, você não sabe com o que está lidando.

– Federico por favor!

Ele colocou o cabelo para trás e respirou fundo.

– Bom, mas você sabe que eu não apoio isso.

– Você tinha problemas com alguém?

– Com um monte de gente.

– Quem?

– Traficantes.

– Tá, mas os nomes.

– Não lembro o nome deles.

Fiz muitas perguntas mais. Muitas ele não lembrava, mas muitas outras eram importantes. Trinta minutos se passaram voando e logo fui “expulsa” da salinha.

Ao entrar no carro junto com Violetta eu logo a avisei:

– Violetta, vou precisar muito da sua ajuda ainda.

– Não se preocupe, as férias estão chegando e eu tenho certeza que passei direto.

– Eu também tenho certeza que você passou direto. – Eu disse brincando.

– Você descobriu muita coisa?

– Algumas coisas. Temos que descobrir isso logo.

Vários planos surgiram na minha cabeça e comecei a pensar o que fazer. Vou me arriscar demais e problema começa dentro da minha própria casa: Priscila.