Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria escrita por Larenu


Capítulo 7
O Esconderijo do Doutor Destino


Notas iniciais do capítulo

Escutem "In the Hall of the Mountain King", de Edvard Grieg, para este capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636317/chapter/7

Reed Richards caía, juntamente do corpo do príncipe Zorba Fortunov, pelas Cataratas Fortunov. Estava aproveitando a queda, porém, para tentar se desvencilhar dos nós feitos por Simon Utrecht. E estava quase conseguindo, mas caiu na água e ficou envolto pela espuma da queda d'água.

Ele se girou na água de forma que sua cabeça ficava fora da espuma. Com um esforço tremendo, tirou um de seus braços do meio do nó e esticou-o na direção de uma árvore. Se prendeu em um galho e se ergueu no ar, caindo com tudo na grama da margem.

Usou o braço solto e terminou de se desamarrar, de forma que estava livre na grama. Reed caminhou para perto da queda, com o intuito de ver se conseguiria se erguer para o topo. De repente, porém, o corpo do príncipe Zorba saiu do meio da espuma e começou a flutuar em sua direção.

O Senhor Fantástico correu com paços largos na direção da queda d'água, mas o corpo continuava avançando em sua direção. Ele chegou numa posição em que a água o atingia, e percebeu que não conseguiria se içar até lá em cima por causa da força da água.

O cadáver se aproximava. Reed analisou a queda d'água atentamente e percebeu um espaço vazio do outro lado. Era arriscado, pois podia ser levado pela água, mas não custava tentar. Também havia a possibilidade de não haver nada ali, mas não custava tentar. Reed se esticou e atravessou a água.

Foi puxado para baixo, e pensou que ia morrer. Em um gesto de desespero, esticou os braços e se prendeu a uma pedra. Não, era gelado demais para ser pedra. Era metal. Suas mãos deslizaram pelo metal liso e encontraram uma ranhura, à qual ele se prendeu. Se puxou para perto do metal e aterrissou no ferro duro, liso e gelado.

Se colocou de pé e viu uma enorme porta de metal. O vão entre as portas era pequeno, mas talvez conseguisse esticar o braço e abrir por dentro. Estendeu um braço e esticou-o, de forma que ficou muito fino. Tateou o outro lado à procura de uma abertura e encontrou um painel com leitura de impressão digital. Irritado, se aproximou da porta e passou todo pelo meio da porta.

Já do outro lado, havia um corredor bem cumprido com outra porta. Passou por ela da mesma forma que entrara e se viu em um enorme pátio subterrâneo de metal, cheio de estruturas metálicas paradas. Eram robôs. Mas não quaisquer robôs. Eram Doombots, robôs de Victor von Doom.





Em uma das salas de seu esconderijo, Doutor Destino via Reed Richards caminhar por entre os Doombots.

— Oh, Reed Richards. Você era importante para Victor von Doom. Mas o Destino escolheu você para testemunhar o poder do Doutor Destino!

Ele se levantou da cadeira e desprendeu a capa de suas costas. Digitou algo em seu pulso e uma entrada se abriu em seu peito. Pegou o artefato que chamava de Coletor de Almas e arrancou dele uma pequena joia laranja, a qual prendeu ao peito.

— E pensar que os Carter quase tiveram posse disto — disse ele, rindo.





O Coisa era levado em um grande corredor por um Doombot e uma maca flutuante. Aquele robô estava correndo um grande risco, pois o tranquilizante não conseguira penetrar a pele de pedra do Coisa. Sinceramente, devia tê-lo deixado na superfície.

Os olhos de Ben Grimm começaram a se abrir lentamente. Quando ele viu o robô, porém, teve uma reação nada silenciosa.

— Minha querida tia Petunia!

O robô se virou para Ben e apontou a arma. O Coisa pulou para fora da maca e sorriu para o robô.

— Tá na hora do pau!

Ben olhou para o robô e pulou. No ar, juntou os dois punhos cerrados e acertou-os no chão. O piso se rachou e tudo tremeu, mas o robô foi jogado para longe e se quebrou ao se chocar com a porta de ferro. Ben respirou aliviado, mas ouviu passos atrás de si.

Ele se virou e viu o morto-vivo de outrora andando em sua direção. O Coisa pensou em atacar, mas não foi necessário, pois o corpo caiu, morto para trás.

— O que...?

De repente, pequenas bolinhas de metal se chocaram contra suas costas e jogaram-no no chão. Ele tentou se levantar, mas a força delas o forçava a repousar os braços no chão. As bolinhas começaram a forçar o movimento dele, até que ele se apertou e ficou parecendo uma simples bola de pedra. Não conseguia se mover.

Vislumbrou um homem amarelo flutuando em sua direção. Foi a última coisa que viu antes de a névoa verde surgir e envolver seus olhos, impedindo-o de enxergar.




Reed caminhava e contemplava assustado os Doombots. Eram sem dúvida legítimos, construídos por Victor. De repente, porém, chegou ao centro do pátio. Lá havia quatro robôs. Um deles era todo prateado. Um outro, todo verde. Outro deles, verde e roxo. O último, era enorme, do tamanho do Coisa. Era prateado, mas seu peito era verde e parecia usar uma máscara verde.

— É o Quarteto Fantástico — disse ele para si mesmo ao reconhecer a semelhança entre os robôs e os membros da equipe.

— Sim.

O dono da voz surgiu atrás dos robôs, vindo do lado oposto do lugar. Uma figura muito parecida com o Doutor Destino, só que sem capa (mas com capuz) e com uma joia laranja pulsando no peito, se aproximou de Reed.

— Doutor Destino.

— Sim, Senhor Fantástico, esse é meu nome.

Os dois trocaram olhares por um tempo.

— Há uma coisa que me inquieta. Você persuadiu Victor a agir com você ou ele agiu por conta própria?

O Doutor Destino riu.

— Von Doom sempre compartilhou de meus ideais.

Reed fitou-o por um instante.

— Não.

Mais risadas do Doutor Destino.

— Sim, Reed.

— Victor... é você.

A risada então se assemelhou a uma daquelas risadas maléficas dos vilões de filmes.

— Por que, Victor?

Qualquer sinal de alegria sumiu da voz de Doom.

— Quando o rei Fortunov matou minha mãe, meu pai seguiu os conselhos de Boris e me mandou para a América com o intuito de me proteger. Cresci em meio a uma vida dura que não desejo para nenhuma criança. Conquistei tudo que tenho lutando, Reed. E então, fui atrás de minhas origens.

"Encontrei registros de Werner e Cinthia von Doom como membros do Clã Zéfiro da Latvéria. Assim, viajei para cá pela primeira vez em busca deles, esperando que estivessem vivos. Mas não estavam. Fui recebido por um ancião dos Zéfiro, Boris, que fora muito amigo de meu pai.

"Boris me contou o quanto meus pais lutaram, mas também contou que foram brutalmente assassinados pelo rei Vladimir Fortunov. Então, fiz doações para os Zéfiro e os protegi do rei, de forma que se tornaram muito poderosos."

— Você quer vingança contra o rei.

— Deixe-me prosseguir, está bem? Onde eu estava mesmo? Ah, sim. Em retribuição, Boris me levou a uma consulta com um poderoso mago vidente do Clã Zéfiro. Ele viu meu Destino e afirmou que farei grandes coisas para o bem do mundo.

— O fim não justifica os meios, Victor.

Victor mirou Reed com um olhar assassino. O brilho da joia aumentou, acompanhando o humor de Doom.

— Você sabia, Reed, que Dmitri Fortunov não é neto do rei, mas um bastardo?

— Ele não é mais nada, Victor, pois você o matou.

— Quem disse?

— Ninguém. Eu deduzi isso.

— Parabéns pela dedução, meu amigo. Pena que agora você sabe demais!

Um brilho laranja saiu da joia e foi na direção de Reed, mas ele desviou.

— Este é o Coletor de Almas. Ele armazena o poder de todas as almas mortais que com ele são coletadas.

Ele disparou novamente.

— Por favor, Victor, não tome decisões precipitadas.

— Precipitadas? Reed, você não entendeu ainda por que eu os trouxe para cá?

— Não.

— Para armazenar suas almas e aprisioná-las nos Doombots!

Um dos robôs se movimentou e agarrou Reed, que não pôde se desvencilhar dos braços.

— Está na hora, Reed. Diga adeus à vida. E cumprimente o Destino!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.