Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 5
Capitulo 4 – Estranha Convivência. (Reescrito)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais um cap para voces!!!
Espero que gostem!
Comentários são apreciados, está chegando agora? Não tem problema, eu vou adorar receber seu review!!



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Curioso como a distancia pode fazer todos os seus problemas parecerem menores.

Itachi P.O.V (Point Off View)

Sentia-se extremamente desconfortável com Kisame ao seu redor. Tentava abstrair a presença do outro, mas parecia que não conseguia se desligar dele. Aquele homem tubarão de quase dois metros era afinal de contas um Nukenin perigoso nível Rank-S pertencente anteriormente aos Sete Espadachins da Névoa de Kirigakure (Uma vila conhecida por ser sangrenta).

Ao menos ele pode dispersar sua cabeça de tanto sofrimento e angustia enquanto monitorava Kisame, não havia pensado muito sobre seu próprio passado fazia dias, não que isso fizesse doer menos. Mas aquele cara azul estava ao lado dele, tão subserviente, por algum motivo. Ninguém era tão zeloso e devotado sem querer nada em troca, ainda mais quando se é um nukenin perigoso. Fosse o que fosse, ele estaria de olho e isso tomava seu tempo.

Estava escurecendo e a noite parecia que seria chuvosa, Itachi não gostava de tempo fechado, já havia chovido mais cedo por isso o chão estava molhado e ele detestava a umidade no ar.

Sabia que Pain (O líder) vivia no Pais da Chuva, na Vila de Amegakure e ele também queria saber mais sobre isso. Há não muito tempo atrás começou uma guerra civil na vila da chuva e o líder do lugar (Hanzou) fora morto, assim como os conhecido, servos e aqueles que lhe eram leais. Se Pain fizera isso sozinho ele queria poder analisar suas habilidades de perto, mas estava temendo o pensamento de estabelecer residência permanente na Aldeia da Chuva pelo motivo obvio. Ele comparava o frio à tristeza e odiava a umidade, o frio o deixava melancólico. Não é que ele achasse que o verão fosse o paraíso, o sol era ruim para sua pele pálida, mas dias claros eram mais reconfortantes. A questão era que ele já tinha problemas suficiente e viver naquela vila podia fazê-lo vir a manifestar um quadro depressivo, desencadeada pela sazonalidade do lugar.

Era por isso que Itachi queria ir embora antes que uma chuva caísse ali, ainda que não fosse a infame vila da chuva, o tempo andava meio fechado com frequência. Queria achar um lugar coberto para ficar na floresta antes da chuva cair novamente, queria evitar multidões e lugares onde pudessem reconhece-lo, e achar um lugar calmo antes de ficar completamente escuro e a temperatura baixar mais era o ideal.

‘’Mas Itachi’’ Kisame reclamou quando ele mencionou isso. ‘’Estou faminto. Há um estabelecimento quente aqui perto, vamos ao menos parar para comer algo descente, mesmo que não venhamos a passar a noite."

Kisame estava responsável pelo carregamento de todos os suprimentos alimentícios que tinham, ele propositalmente deixou tudo para trás só para fingir que não tinham escolha além de encontrar um lugar (Porque ele já estava cansado dos rumos que Itachi escolhia, supunha). O Uchiha sabia disso, vira ele se desfazendo dos suplementos e das pululas de comida, que eram suficiente e especiais para reabastecer o chakra e nutrir o corpo.

‘’Porque se livrou do nosso estoque?’’ Itachi deu-lhe um olhar acusatório.

‘’Estavam quase fora da validade. Kakuzu tem a péssima mania de comprar coisas assim, são abaixo do preço normal e ele é um avarento de merda.’’ Suspirou. ‘’Além disso, eram os meus suprimentos, eu cedi alguns para você por camaradagem.’’ Informou. ‘’Oque significa que você me deve uma!’’

Fechou os olhos pensando. ‘’Você lidera o caminho, então.’’ Disse Itachi enfim. Ele não queria entrar num problema com Kisame e nem dar trela para mais debate. Kisame escondeu um sorriso vitorioso por trás da gola alta de seu manto negro.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

A tal hospedaria não era sofisticada. Um lugar bem simples e barato. Havia um lugar para lanchar e tomar chá, seu menu de estilo caseiro parecia ser exatamente o que Kisame queria, sabe-se lá porque. Itachi simpatizou com o lugar, porque era simples. Não estava cheio, as pessoas ao redor pareciam camponeses e ninguém reconheceu-os, milagrosamente.

Tudo parecia bem. Mas não gostava daquilo de qualquer forma. Não entrava num lugar assim fazia algum tempo. Sentia-se mal por estar ali, como se fosse indigno. Depois que Shisui, seu melhor amigo, morreu e nos dias que antecederam o massacre ele estava tão estressado, não tivera tempo para nada, não tinha como pensar em nada a não ser aquilo. Sua vida estava virada do avesso mesmo antes da tragédia. E agora ele estava ali... Estranho como a distancia fazia todos os problemas parecerem pequenos.

Não parecia real. Era aquela sensação de inadequação: Como se a qualquer momento fosse acordar daquele sonho estranho. Não se sentia ligado com oque acontecia ao seu redor, como se não fizesse parte daquilo. Como se estivesse desconectado do próprio corpo, mente, sentimentos e sensações. Estava entorpecido.

Observou o homem a sua frente sentado e animado com a comida. Kisame pediu refrigerante de laranja e um prato de camarão e caranguejo com bolinhos de arroz. Era estranho observa-lo, observar tudo ao seu redor. O mundo parecia artificial e irreal.

‘’Esse lugar, já comi aqui às vezes. Servem deliciosos frutos do mar. Mas não sopa de barbatana de tubarão’’ O azul explicou. ‘’Garoto, tá me ouvindo? Olha só, a mulher que saber oque você quer!’’

Ele não se perturbou com a voz do outro. Pediu de forma automática um chá para beber e um prato de sopa de repolho que fez o tubarão olhar enojado. A mulher se afastou com os pedidos.

Não demorou muito e o azul percebeu seu incomodo com o lugar. ‘’Qual o problema?’’

Itachi olhou-o de soslaio, sem transmitir emoção ou quaisquer expressões faciais. ‘’Nada.’’ Murmurou baixo, com sua voz intensa. ‘’Só não me parece certo estar aqui!’’

‘’Relaxa’’ Disse-lhe. Mas o Uchiha continuou tenso, como se detestasse estar no lugar. ‘’Não vão nos reconhecer se agirmos naturalmente! E estamos pagando!’’ Informou o tubarão.

‘’Não é isso que me incomoda!’’ Disse-lhe calmamente. ‘’Eu não deveria estar num lugar como esse, depois de tudo!’’

‘’Você tem que se acostumar com esse negocio de ser Nukenin, sabe?’’ Kisame suspirou. ‘’Só porque uma pessoa vira nukenin, não significa que ela para de viver!’’.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Itachi parecia ainda mais preocupado depois de uma boa refeição. Estava no terceiro prato de sobremesa e acabou deixando claro para Kisame que ele gostava de comer doces, como toda criança normal. Mas esse não era um grande problema, a questão que lhe incomodava era o prato de dango, seu doce favorito, que mastigava: lembranças repentinas começaram a lhe atormentar, lembrava-se de como era comum comer aquilo em Konoha e agora que aquelas memorias voltaram sentia-se deprimido e terrivelmente culpado. Queria sair daquele lugar que o lembrou de sua vila natal e sua antiga vida.

Kisame sem notar sua melancolia pediu algo a mais para ele, refrigerante Ramune. Colocou perto de Itachi. ‘’Ajuda a quebrar o açúcar!’’ Disse-lhe. Ele conhecia aquele troço, era de limão e tinha uma bolinha tipo de gude como tampa, que ficava lá devido a pressão exercida. ‘’Isso foi bom’’ Kisame disse satisfeito, quando Itachi suspirou. "Eu disse que seria uma boa ideia, hein?"

Não havia sido, mas ele só murmurou ao invés de reclamar. "Hn".

‘’Quero sair logo. Cadê a conta?’’ Itachi perguntou quando Kisame pegou a pasta que a garçonete tinha deixado em sua mesa.

‘’Custou 29 ryō, é por isso que eu gosto de lugares como esse, tem comida gostosa e barata’’ Disse Kisame. ‘’E não servem sopa de barbatana de tubarão!’’

‘’Tenho a sensação de que já disse isso.’’

‘’Você realmente não me escuta. Não é?’’ O tubarão pareceu falsamente indignado. Mas logo um de seus sorrisos cheios de dente estava ali novamente.

O Uchiha ignorou o comentário e prosseguiu: ‘’Deixa que eu pago!’’ Afirmou. Não era como se ele tivesse saido de Konoha completamente sem grana: Ele tinha suas economias e além disso, o Hokage cedeu uma quantidade considerável para que ele pudesse sobreviver no mundo, depois de todos os sacrifícios que fez pela vila...

Kisame deu de ombros, pegando sua carteira. ‘’Quanto eu deveria deixar de gorjeta?’’ Perguntou olhando para dentro da carteira.

‘’O serviço que você solicitou foi entregue devidamente, então por que pagar mais?’’

‘’Vamos lá. Esse lugar serve frutos do mar deliciosos e não é todo lugar que respeita os tubarões. Eu só quero incentivar o funcionamento.’’

‘’Eu me sentiria insultado se alguém me desse gorjeta ou algo assim. Não é comum em Konoha.’’Merda, não conseguia esquecer aquele lugar...

‘’Esquece Itachi. Aqui não é Konoha! Olha, eu costumo deixar 20%, mas 15% é bom também." Disse, vendo que o garoto já tinha separado os 29 ryō e colocado na pasta e agora estava encarando o refrigerante ainda fechado.

Tentou se concentrar em algo que não fosse seus pensamentos indesejados sobre sua vida antes de tudo aquilo, o azul tinha razão, tinha que esquecer Konoha: ‘’15% seria cerca de 4,50 ryō, e 20% seria de cerca de 6,00 ryō. É uma quantidade ímpar para encontrar uma porcentagem exata, por isso é melhor dobrar o valor e dividir por dez. Não é?’’ Ele perguntou.

Kisame cruzou as mãos e olhou para ele de uma forma que parecia estar pedindo mais explicações.

"É só você multiplicar 29 por dois, vai dar 58, dividido por dez é 5,80 ryō. Isso é uma gorjeta de 20%. É um bom truque, né?"

‘’Porque de repente começou a falar de matemática?’’

‘’Não interessa!’’ Murmurou. ‘’Já paguei. Estou indo!’’ Ele levantou-se de pressa, deixando o outro para trás (Provavelmente muito confuso com ele, mas o moreno não devia-lhe explicações). Fora do restaurante, Itachi percebeu que ainda não estava chovendo, mas estava escurecendo.

Kisame seguiu-o rapidamente. ‘’Não era minha intenção te chatear. Você é bom em matemática. Quando eu estava na academia costumava achar isso uma baboseira, tipo, pra que isso quando só se precisa da adrenalina do momento e ouvir nossos pressentimentos para lutar?’’

‘’Eu acho que minha habilidade em estimar números iria dar-nos uma melhor ideia para racionar nossa comida.’’

‘’Você não perde a chance...’’ Kisame riu nervosamente. "Eu acho que você pode ter razão, mas posso tentar mais algumas vezes também.’’

‘’Hn’’ Murmurou Itachi, seguindo para floresta.

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Kisame P.O.V (Point Off View)

Aquilo não soou como um bom 'Hn'. Aquilo poderia ter sido realmente um puto 'Hn'. Kisame achava que esse murmúrio irritante era muito versátil.

Aquele garoto era uma incógnita estranha ambulante. Achou que podia ser mais fácil vigiar o menino em busca de comportamentos suspeitos e estranhos. Mas tudo oque aquele pirralho fazia era estranho, orás!

Ele resolveu acrescentar ‘’Não é bom comer fora algumas vezes? Nós estaremos sempre viajando, nós quase nunca vamos ter camas macias e ofurôs quentes, não poderemos sequer lavar nossas roupas uma grande parte do tempo e eu gosto de ter uma refeição decente de vez em quando. É algo bom, você não acha?’’.

Itachi passou o dedo sobre a borda de uma kunai pendurada no cinto, olhando para Kisame pensativo. Como aquilo tinha aparecido na mão dele? Ele devia estar apenas brincando com as bordinhas.

‘’Você fala demais!’’

‘’Nossa, eu, um dos grandes Sete Espadachins da Névoa, estou realmente ofendido.’’ Ele debochou rindo. ‘’E ofendido por uma criança cuja cabeça ainda não chega ao meu cotovelo...’’ Sacaneou-o de novo. ‘’Olha, você veio junto por escolha própria. Não é culpa minha se minha boca grande te incomoda!’’

‘’Tem razão! Essa parceria é apenas para fins propícios.’’ O fedelho confirmou, sem levar em consideração o deboche do outro, sua expressão ainda fechada e vazia. ‘’Eu deveria apenas ignora-lo!’’

‘’Ah... E eu pensando que não dava para piorar.’’ Murmurou para Samehada, sua espada. ‘’Esse refrigerante na sua mão, não vai beber?’’ Perguntou de repente.

Itachi olhou-o: ‘’Não. Eu não gosto de refrigerante. Faz mal a saúde, tem alto teor de açucar e nenhum valor nutricional!’’ Falou de forma metódica, aparentemente mais para si do que para o seu parceiro.

‘’Então é só jogar fora, eu não deveria ter pedido para você, de qualquer maneira .’’

Então o menor caminhou até uma lixeira próximo do restaurante, mas parou de repente sem jogar a coisa fora. Depois virou-se e começou a caminhar de volta para a floresta: ‘’Não quer pra você, Hoshigaki?’’

 Olhou-o estranho: ‘’E correr o risco de morrer envenenado?’’

‘’Se eu quisesse te envenenar, eu já teria feito. Além disso, está fechado.’’

‘’Você é um ninja, arrumaria um jeito.’’ Disse-lhe sorrindo. Olhando para o rosto cético e inflexível do pequeno, notou que até uma parede esboçava mais reação que aquele menino: ‘’Esquece. Me dá isso logo! Você não tem senso de humor mesmo!’’

Ele não tinha certeza do que tinha acontecido, ou por que Itachi havia mudado de ideia sobre jogar fora. Então resolveu perguntar, pois a curiosidade falou mais alto. Além disso, vai que estivesse envenenado mesmo? Não havia motivos para o Uchiha lhe querer morto, mas também não havia motivos para ele ter matado a família, né? Recebeu como resposta:

‘’Não é certo jogar alimentos fora, além disso, nós já pagamos por ele’’.

 Achou que parecia um daqueles discursos de mãe e que talvez aquela criança tenha ouvido muito isso e só estivesse repetindo sem se importar, ainda sim, Kisame achou que soou certinho demais para um fedelho irritante e principalmente certinho demais para um assassino.

Queria dizer que Itachi era... Muito contraditório... Mas provavelmente só receberia um murmúrio como resposta de seu parceiro de equipe, de qualquer maneira.

▀▄▀▄▀▄ ...Dois meses depois...▀▄▀▄▀▄

Kisame decidiu acatar a ideia de Itachi de ficar na floresta de Takigakure, longe da civilização Eles já haviam ficado em hospedarias e não deu muito certo.  A vila da cachoeira e o local ao redor eram calmos e conhecidos por nunca ter sido atacado com sucesso, mas como a intenção deles não era ficar na vilazinha e nem ataca-los, não viam problema.

A maioria das pessoas podia pensar que se alguns Shinobis daquela vila soubessem deles ali viessem atrás de recompensas como qualquer outro. Mas Kakuzu era alguém ambicioso, ele se asseguraria de que ninguém daquela vila tivesse mais vantagem que ele, ainda mais quando se tratava de recompensas.

Inicialmente  não ficou satisfeito em ficar ali. Mas ele disse que Itachi podia ditar o caminho se quisesse quando lhe fez a proposta de viajarem juntos. Não dava pra reclamar agora.

A questão era que depois de dois meses, ficaram numas hospedarias e foram atacados cinco vezes, contando com o primeiro ataque. Não tiveram muitos problemas para descartar os inimigos, os dois primeiros foram do País da Terra, os outros três do País do Trovão, todos eram grupos Jounins, com um número de cinco ou mais integrantes, mas não fora difícil para Itachi e Kisame: O descarte foi eficaz, rápido e silencioso.

Para o tubarão foi um bom teste de aquecimento, assim ele e seu jovem camarada já ficavam entrosados para sua primeira missão juntos. Mas foi tão rápido que ele nem considerava como um aprendizado efetivo: Mal deu para eles se animarem e todas as lutas acabaram em menos de cinco minutos. Por algum motivo Itachi sempre acabava rapidamente suas batalhas, não parecendo nem um pouco orgulhoso de causar conflitos mais doque deveria.

Aprendera algumas coisas sobre o menino ao longo do tempo: Nada que realmente pudesse reportar a Pain, além da falta de orgulho do garoto em lutar (Oque já era estranho, afinal das contas). Ao menos Kisame pode conhecer mais Itachi de outras formas também, notou que o garoto era deveras metódico para tudo... E também...

Lembrou-se do pouco tempo em que já passaram juntos. Quando eles se hospedaram em alguns lugares pode perceber hábitos bem peculiares sobre a criança Uchiha:  A criança levantava incrivelmente cedo, todos os dias, sem exceções. Ele gostava de fazer caminhadas matinais e fazer treinamento ninja de rotina para se manter em forma e apto, como um velho (E Kisame sempre acordava tarde, afinal nunca se sabe quando haverá uma missão longa em que ele não poderá pregar os olhos. O tubarão nunca o acompanhava na rotina, porque era ridículo. Ele podia tirar as tardes para se manter em forma e musculoso, mas perder seu sono? Qual era o sentido? Maldita disciplina daquele Uchiha!) ...

... Itachi tomava cerca de dois banhos por dia; um depois de voltar da caminhada e treino e um a noite, antes de dormir. Claro, se a água fosse quente, e quando eu digo quente quer dizer ‘fervendo’, se não ele não tomava nenhum. O pequeno tinha outro hábito que envolvia banho, sempre depois de uma luta ele tomava o banho mais demorado do planeta, cerca de duas horas e meia no banheiro, só porque  se sentia ‘sujo’ depois de uma batalha. E Kisame começou a imaginar que isso seria frequente, com tantas lutas, batalhas e missões que eles teriam pela frente muito sangue se impregna debaixo das unhas e mancha a pele das partes do corpo que ficam expostas, sem contar as roupas sujas de vermelho vivo.

Com tantos banhos Itachi acabava com quase toda a água disponível em cada quarto porque não gostava de ficar imenso na própria sujeira e Kisame ficava com um tempo mínimo no Ofurô. (Particularmente, a aversão daquele ninja a qualquer tipo de luta ou sanguinolência era um tanto questionável, ele não era um assassino afinal? - Aquilo deixava o tubarão encucado).

A criança Uchiha comia incrivelmente pouco também, alegando não ter fome na maioria das vezes (Em contradição com o azul que comia até demais, aquilo era notável. Afinal de contas eles deviam aproveitar a comida enquanto ela estava lá: Nunca se sabe quando irão passar fome ou comer algo realmente ruim).

Mas oque mais lhe incomodava mesmo era o fato do menino parecer detestar confrontos, tinha aversão a conflitos desnecessários: Aquilo era suspeito, principalmente para Kisame que não dispensava uma boa luta. Além disso, aquilo era a prova de que o Uchiha não matou o Clã por qualquer futilidade como andavam dizendo. Podia reportar isso a Pain!

Itachi quase não dormia, era assombrado por pesadelos advindos de algum evento traumático, suas olheiras enormes deviam ser por isso. Sua hipótese do que atormentava o menino era justamente o massacre do Clã Uchiha, oque também provava que o jovem não os matou por simplesmente querer, havia algo mais acontecendo nessa história. Kisame, do contrario, não se importava em dormir tanto quanto o necessário. 

Tinha muitas coisas que podia dar como lista de coisas suspeitas para seu líder. Porém era melhor investiga-las com calma ao invés de parecer afobado em relatar tudo. Mas uma coisa era obvia: Eles eram opostos completos, e mesmo assim se deram inacreditavelmente bem, apesar de Itachi não ser de conversar muito. 

O azulado preferiu não invadir o espaço do garoto: Era melhor eles se familiarizarem primeiro, ele podia ficar vigiando o garoto de perto sem fazer muitas perguntas evasivas.

Eles entraram em uma sintonia perfeita, só falavam quando era necessário, fora isso Kisame fazia apenas comentários que ele sabia que eram categórico e vagos, perguntas retoricas mesmo. Não era burro, a melhor maneira de se aproximar de alguém era da mais sutil. E ele não queria que Itachi desconfiasse dele.

O garoto já era deveras quieto. Sempre que Kisame falava algo desnecessário, a criança apenas o ignorava ou murmurava seu típico ‘Hn’. Assim o Hoshigaki queria apenas mantê-los numa boa proximidade, com a finalidade de espiona-lo da melhor forma possível.

Falando em murmurar, Itachi adorava: Era uma excelente forma de responder, sem ter que responder. E o espadachim começou a desvendar as resposta por traz de seus ‘Hn’. O Uchiha não era muito de deixar escapar muitas coisas e aquilo de investiga-lo secretamente seria complicado.

Mais o que mais irritava o homem era a Justificativa do jovem de ficar na floresta de Taki:  Pois Kisame gostava de lutar e Itachi queria fugir dos confrontos, oque não o agradou.  Imaginava que se o moreno era um excelente assassino a sengue frio ao ponto de matar toda a família, se dariam muito bem em combate. Mas o Uchiha simplesmente fugia de todos os que eram possíveis...

Kisame justificou que se eles matassem todos os que aparecessem, a historia iria se espalhar e logo, logo ninguém apareceria mais. Porem o outro disse que seria mais viável eles passarem desapercebidos o quanto possível e uma ‘fama’ de ‘matadores cruéis’ não iria ajudar e sim piorar. Além disso, segundo Itachi, seria mais prudente manterem-se aptos para uma missão quando Pain os chamasse, e uma luta poderia por em risco a integridade física deles.

O monstro da névoa protestou na época: ‘’Eu nunca perderia, ou me machucaria lutando com esses ninjas de quinta categoria’’

‘’Suas habilidades são dignas de admiração. Mas será melhor não arriscar’’ Disse o pequeno simplesmente. Ele sempre se lembraria daquelas palavras. Gostou de como soou isso vindo da boca de Itachi, embora tenha sido de maneira fria e monótona. Agora intendia que claramente o Uchiha estava apenas evitando confronto e intrigas desnecessárias com seu parceiro de equipe, e isso intrigava Kisame ainda mais. Quem era Uchiha Itachi afinal?

Só acatou a decisão do menino de ir para a floresta novamente porque o fedelho teria ido embora sozinho se Kisame não quisesse ir, mas a convivência entre os dois era boa e ele considerou que o menino estava gostando da companhia, já que perguntou se ele iria ou não com ele. Além disso, tinha que vigia-lo de qualquer forma, e seria mais fácil estando perto.

Não se importou que o garoto liderasse o caminho. Kisame achava Itachi muito maduro para sua idade, às vezes ele parecia mais maduro que ele próprio. Então decidiu acreditar no senso de direção daquela criança e seguia-o sem questionar.

Aquilo havia sido interessante, inicialmente ambos pareciam atentos um no outro, como se um deles pudesse fazer algo durante o sono do outro com intenção de prejudicar durante as vigílias. Mas venturosamente eles passaram por isso da melhor forma possível: O moreno não o temia e ele não temeria um garoto de 13 anos. Além disso, eram parceiros, deviam se adaptar. Certo?

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Itachi P.O.V (Point Off View)

A floresta de Takigakure era bela. Não era atoa que o País chamava-se País da Cachoeira, pois tinha varias espalhadas pelo local, uma mais bela que a outra, e  tinha até pensado em se aventurar em uma delas se não fosse quem fosse (E se gostasse d’água fria).

Era um verdadeiro paraíso, o espadachim explicou que graças a Kakuzu ninguém lhes incomodaria ali. Eles então ficaram alojados em uma caverna alta, com uma vista privilegiada. A comida acabou em dois dias, de resto Kisame se ofereceu para caçar algo para eles comerem.

Foi assim que eles passaram a comer peixes fritos caçados pelo Hoshigaki por dois dias. E o moreno já não se importava tanto com a presença do homem perto dele: Mas aquela proximidade ainda era questionada por ele, na certa que a Akatsuki estava desconfiando dele e mandou o azul espiona-lo. Teria que tomar cuidado, talvez fosse melhor deixar aquela junção e seguir sozinho.

Temia ser assombrado ainda mais porém. Se já era ruim com alguém ao seu lado, não queria saber na solidão. Mal dormia, ainda que o azul tivesse lá para fazer vigília para ele. Mal comia ainda que o outro não tivesse problemas em fazer comida para os dois. Oque seria de si sozinho?

Sentia-se culpado. Não queria esquecer ou superar oque fizera, ele não merecia. Mas também temia sofrer ainda mais caso seguisse um rumo distante do tubarão. Ficar com o outro fora um bom meio termo para aplacar seu sofrimento e, ainda sim, não o fazer passar. Era assim que ele queria.

Além disso, o outro estava deixando-o mal acostumado: Kisame sempre fazia tudo. O que deixava Itachi entediado por varias vezes, e desejando ter algo para ler.

Percebeu, em sua analise do outro, que Kisame dominava todos os quatro elementos, Agua, Terra, Vento e Fogo. Era interessante ouvi-lo também, ele tinha historias interessantes e curiosas também, embora ele fingisse desinteresse na maioria das vezes. Falhou, no entanto, em esconder seu desprezo das historias sanguinárias do outro, embora Itachi tenha tentado se manter neutro, o azul percebeu que ele não gostava de coisas violentas, o que não deveria fazer sentido algum.

Durante o tempo se acostumou um pouco com Kisame, ele não gostava muito de ter companhia, mas era melhor ter alguém ao seu lado e eles estavam funcionado bem como dupla. Mais doque teria imaginado.

O mais difícil foi ter que revezar turnos de vigília com o Hoshigaki. Passou algumas noites em claro só por desconfiança: Mas acabou dando crédito ao Kiri nin, que não tinha realmente a intenção de feri-lo.

Era estranho tê-lo como parceiro, o cara era azul afinal, mas não era isso a coisa mais estranha: O Uchiha não sabia quais eram as intenções de Kisame para com ele, mas imaginava que um Nukenin assassino não estaria de bom grado sendo condescendente com ele, desconfiar dele era o mínimo. Ele vigiava-o, mas não deu em nada. Sua hipótese era que assim como estava monitorando-o, o outro devia estar fazendo o mesmo sobre ele.

A princípio estava sendo até reconfortante para Itachi ter um parceiro: Estranho, ele não queria se apegar a mais nada. Muito menos a um homem peixe de dois metros. Mas sua presença tornava seu sofrimento mitigado na medida certa...

Isso o fazia sentir-se culpado, pensava que deveria seguir um caminho tortuoso e sombrio, e deveria estar nisso sozinho, deveria ser um castigo! Mas tudo parecia mais fácil do que ele podia imaginar. Com o tempo passando, dia após dia, sentia-se anestesiado de tudo o que ocorrera em Konoha. Era como se tudo tivesse acontecido em outra vida! Era como se tudo fosse um sonho ruim e ele tivesse acordado nessa nova vida de repente. Não queria isso. Mas era como tudo parecia.

Não queria esquecer! Não queria superar! Mas tudo parecia tão distante agora, tudo o que passou parecia tão sem sentido agora que parecia surreal! Ainda sim não queria esquecer-se! Não merecia o luxo de superar seus fantasmas! O sangue de seu Clã ainda manchava sua alma, mas não conseguia sentir mais nada agora! A dor era a única coisa que lhe lembrava que tudo o que ocorreu em seu passado era real: Por isso andava fazendo algo deplorável, cortando-se não para chamar a atenção, mas sim porque naquele momento era o única forma que achou para se expressar. Aquela mutilação era não só uma forma de punir-se pelo que fez ao seus familiares, mas era também uma forma de suportar tudo oque passou. Uma dor inibi outra, então ao invés de sofrer psiquicamente pelo que fez, sentia essa dor na pele porque era mais fácil tolera-lá assim.

Era doentio, ele sabia. Mas todas aquelas perdas acabaram consigo mesmo. Aquele sofrimento estava matando-o. Perdeu todos que amava, perdeu tudo oque prezava. E sua personalidade estava desfigurada: Aquele menino perfeito que costumava ser em Konoha se destruiu, não era mais aquele gênio prodigioso que costumava ser, não era mais pacifista, não era mais aquele garoto gentil, nem educado, nem tranquilo e nem perspicaz. Não se reconhecia mais, estava perdido em seu caminho como Nukenin e naquele rumo que sua vida tomou.

Assim, manteve-se quieto, refletindo. Amanha seria um novo dia, e assim ele seguiria levando... Dia apos dia...

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Kisame P.O.V (Point Off View)

DOIS MESES DEPOIS

Apesar de estar com o parceiro mais novo da Akatsuki na história da organização,  muitas vezes se sentia como se ele estivesse viajando com um homem mais velho que ele: Itachi era bizarramente cauteloso e metódico para um garoto de treze anos de idade.

Era incomum observa-lo. Era uma criança, as vezes ele se sentia uma babá. Mas por outro lado, só a aparência do jovem fazia-o pensar assim. Nos quatro meses que tinham sido parceiros e estavam em jornada juntos, Kisame nunca tinha lhe ouvido rir ou o visto sorrir. Ele continuava a se levantar de madrugada, todas as manhãs, para fazer caminhada e seu treinamento ninja, como um daqueles idosos que tomaram suas caminhadas ao amanhecer...

...E sempre que eles ficavam uma noite em uma hotelaria, ele ficava lendo os jornais, mesmo que fosse antigo, justificava que era importante saber das informações e como eles nem sempre estavam perto de civilização ele pegava os antigos para verificar o que perdeu.

 Também soube que ele não gostava de jogos, pois ele uma vez, achou batalha naval e shogi em um dos quartos de hotel que ficaram e Itachi se recusou a jogar, mesmo sendo jogos de estratégia. Não sabia o que dizer depois disso. Que criança não gosta de jogos? Ele tinha vinte e quatro anos e ainda jogava.

Era cada vez mais difícil entender aquele pirralho!

Itachi era tão maduro para a sua idade que ele tinha pulado alguns marcos de desenvolvimento inteiramente e Kisame teria que se adaptar. Esforçou-se para adquirir o hábito de não questionar suas habilidades ou dar-lhe sugestões e também se esforçou pra parar de chama-lo de ‘criança’. Eles eram iguais, apesar da diferença discrepante de idade. (Esforçava-se para lembrar que aquele pirralho era antes capitão da ANBU).

Funcionou bem, o garoto parecia se sentir mais à-vontade perto de si depois que ele parou de trata-lo como criança, além do mais ele era mais adulto do que muitas pessoas com o dobro de sua idade e mostrou-se capaz de lidar com tudo o que foi pedido para ele. Era estranho como ele era uma criança e ainda sim uma pessoa responsável e em sua plenitude mental. Não um adolescente boboca.

Kisame olhou o garoto mais uma vez, Itachi estava em um canto pintando as unhas distraidamente, como todos os membros da Akatsuki faziam (Cada um geralmente pintava de uma cor, mas só o líder e Konan pintavam em tons quentes. Tinha haver com superioridade, os lideres nos tons mais quentes e os subalternos nas cores mais frias e menos chamativa).

Absolutamente tudo naquele menino era bizarro, algo realmente estranho rondava o passado do menino. Hoshigaki balançou a cabeça: Estava começando a crer que nunca saberia oque era realmente. Mas tinha que espiar o garoto por mais que fosse uma tarefa trabalhosa, era sua missão especial dada por Pain e não queria falhar. Como tirar informações daquele Uchiha de merda?

O pior: Eles se davam incrivelmente bem. Melhor doque qualquer outra dupla na organização. Basicamente, Itachi não tinha ego inflado e era racional,  Kisame não era bem o de se gabar ou gostar de liderar, então conviviam bem. E o ruim era que sentia que estava estimando Itachi mais doque deveria. Certeza que isso não era bom, o Uchiha não faria o mesmo por ele. Ou faria?

Não entendia Itachi nem um pouco! O garoto era estranho, calmo demais, misterioso demais. Sempre evitando confrontos embora fosse o responsável pela maior chacina da história da vila de Konoha! Não fazia sentido algum! As atitudes do garoto eram monótonas e frias, mas ele era educado e cordial. Ele agia como um adulto a maior parte do tempo, um adulto chato e sem emoções, mas era na realidade uma criança. E com certeza ele era um Shinobi incrível e sem emoções, mas ainda sim, por conviver com ele assim tão de perto, podia ver algumas emoções transbordando a linha da frieza naquela face de porcelana.

O garoto ainda era um menino afinal! Por Kami, era uma criança! E o tubarão não acreditava que o pirralho estava mesmo naquele mundo de merda já tão cedo! Talvez por isso tivesse se apegando. Talvez por isso era tão difícil entender Itachi.

O que havia de estranho na vida daquele pirralho? Ele era jovem demais, devia ter surtado com a pressão de ser herdeiro do clã Uchiha e ser todo poderoso. Mas se dissesse isso a Pain não o convenceria (E ele nem tinha certeza se era isso mesmo).

Pain tinha razão: Algo muito estranho rondava a história daquele Uchiha, algo que valia a pena ser vigiado...

Seria muito mais fácil se Itachi fosse só mais um adulto sem graça, sem piedade ou escrúpulos, seria ainda mais fácil de entender então se Itachi fosse só uma criança assassina ou psicopata, mas com certeza não podia ser, ou podia? Ele parecia certinho demais na maioria das vezes.

Era angustiante não saber a verdade por trás do garoto, Kisame não conseguia lê-lo de forma alguma, mas Itachi era só uma criança, certo? Apesar das circunstancias.

Podia ser uma criança psicopata, mas ainda tinha sérias duvidas! Que psicopata sentia-se culpado pelas mortes que causava? Tinha quase certeza que os pesadelos de Itachi eram referentes a isso, os fantasmas que Itachi deixou para trás a assombravam-no? E aqueles cortes? Ele tinha notado... Linhas finas, mais visíveis na pele do garoto! Ele se mutilava? Para sentir dor?  Para não esquecer a dor?

Oque sabia com certeza era que estava diante de um jovem atormentado!

Chega! Pensar sobre isso lhe fazia ter dor de cabeça: Itachi era confuso demais pra entender! Kisame jogou a toalha, por aquele dia pelo menos. Pain que esperasse um pouco mais, não dava para ficar de olho no fedelho quando ele era tão estranho e sem sentido. E o azul percebeu que realmente não era bom com esse negócio de espionagem. 

Queria se concentrar em algo melhor: Pain havia lhes dado uma missão, finalmente. Um grupo de exploradores estava querendo escolta e recorreram a eles por cobrar serviço mais barato que as vilas ninja. Detestava aceitar missões que não envolvesse alguma adrenalina de lutar, escoltas eram chatas, na maioria das vezes não ocorria nada, mas essa era a vida de um Mercenário afinal.

▀▄▀▄▀▄ ...um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Agora eles estavam na Praia de Takigakure, a missão seria na manhã seguinte, mas como ainda era noite  sugeriu que eles comessem algo, assim quando Pain aparecesse no dia seguinte para dar-lhes a missão eles já estariam preparados: Conseguiu caçar alguns camarões na praia, a mesma onde se apresentou a Itachi. Mas o menino não estava com fome, como de costume.

‘’Olha só! Eu não vou atrás de você se for capturado ou ficar pra trás devido uma má alimentação. Se você cair em missão, seja lá oque for, eu não vou ficar de baba só porque você se recusa a comer!’’

‘’Não se preocupe comigo!’’

‘’Não é isso. Acontece que se você morrer o líder vai ter que me juntar com outro otário e eu terei que me adaptar tudo de novo. Então Itachi, você precisa comer!’’ Disse enquanto fritava os camarões. Não sabia porque, mas fazia um tempo que demonstrava zelo demais por aquele idiota dos olhos Sharingan.

‘’Isso é desnecessário. Comprei algumas pílulas de comida, barras de cereal e bebidas energéticas suficientes para durar uma semana ou mais.’’

‘’Mas, essas coisas não são o suficiente para viver’’ Kisame tinha protestado. ‘’Os homens precisam de carne real. Vai ser uma boa coisa: Você vai ver.’’

‘’Hn’’ Murmurou tipicamente, de forma fria.

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Itachi P.O.V (Point Off View)

Quando pararam para acampar durante a noite,  observou o homem fazer a comida com seu Sharingan ativado. O outro já não temia isso, percebeu que o garoto observava-o fazer um monte de coisas com aqueles olhos vermelhos. Não estava se preparando para atacá-lo, apenas estava gravando seus movimentos para referências futuras (Não que ele não soubesse cozinha, embora).

A noite parecia fresca e calmante. Sentia-se sem jeito naquela situação toda. A primeira missão com seu parceiro naquela organização não parecia nada horrível: Uma escolta. Havia feito coisas piores para Konoha, mas agora sentia-se como se realmente fosse quebrar seus lações com sua vila natal.

Tentou se concentrar em outra coisa que não fosse seu passado. Olhou Kisame. ‘’Você é bom com essas coisas. Eu não esperava que soubesse cozinhar, quando te vi pela primeira vez. Você se vira bem sozinho, então porque viajar comigo?’’ Perguntou de vagar. Sem querer pressionar o outro.

O azul virou-se para ele sem se surpreender: ‘’Não foi você que disse que isso era uma junção propicia?’’  perguntou. ‘’Eu também não esperava muitas coisas de você antes. Me intriga!’’

Hoshigaki sempre tentava ser cordial com ele e ele era bem modesto e educado em troca. Mas não significava que ambos eram estúpidos: Kisame estava jogando no escuro, mas Itachi entendia que aquela atitude do outro era talvez de ser amigável para ajuda-lo a penetrar na mascara inalcançável e distantemente fria que tinha. Oque significava que ele estava mesmo espiando-o esse tempo todo.

O moreno fitou-o com um olhar calmo e deu de ombros, de repente, parecendo um adolescente  ‘’Não me importo que esteja intrigado. O líder nos coloca em duplas para maximizar nossas habilidades. Não para ficarmos de companheirismo.’’ Disse ele suavemente.

‘’Claro. Você tem razão.’’ Kisame estendeu uma vareta para ele para que ele ajudasse-o. ‘’Fique à vontade para pensar oque quiser... Mas isso tem sido oportuno para nos dois, não é?’’

 Escolheu as palavras com cuidado: ‘’Certamente que sim’’. Ele ajudou. Ele espetou os camarões com um pedaço de pau e fritou-os por um tempo, então mergulharam os camarões em uma lata de tomates cozidos que Kisame tinha transportado apenas no caso de tal ocasião surgir.

Aquela proximidade irritava Itachi um pouco. Não pensava que fosse se moldar aquela vida tão desimpedidamente. Sua camaradagem com o Hoshigaki parecia corriqueira e ordinária.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

‘’Viu só? Não foi tão ruim... Né, Itachi-san?’’  Perguntou depois de algumas mordidas em volta da fogueira.

Seu parceiro não respondeu por um segundo , ainda terminado de mastigar. ‘’Hn’’ resmungou.

Itachi estava um tanto aéreo. Não conseguia afastar seus pensamentos de Sasuke, seu irmãozinho. Será que ele estava comendo? Dormindo? Tendo muitos pesadelos? Onde estava morando? Estava ficando enervado. O Hokage disse que cuidaria dele, mas não conseguia deixar de pensar no irmão quando ele próprio estava bem alimentado.

Seu otouto jamais o perdoaria pelo que fez. Era um fato! Ele sabia que o melhor era se afastar e deixar o outro Uchiha crescer sem sua infame companhia por perto. Mas ele amava o garoto, e não conseguia não se preocupar com o futuro do menino que tinha apenas oito anos... Ele devia estar tão solitário e traumatizado... Era excruciante pensar em como machucou seu maior bem. Ferir alguém que amava doía em si mesmo.

Kisame comia mais. Não ficou muito bom, pois não tinha tempero, mas estavam comestíveis. ‘’Esta muito calado, ficou ruim assim?’’

Ele tentou não transparecer sua tristeza, manteve sua expressão fria e indiferente: ‘’Está bom. Obrigado.’’ Disse Itachi cordialmente, sua voz monótona.

‘’Bem... Pra um Nukenin frio você é educado o tempo todo, Itachi-san.’’ Retrucou.

‘’Disse-me um tempo atrás que só porque viro Nukenin minha vida não acabou por isso. Eu costumava ser distante, mas educado com todos ao meu redor. E você, esta apenas me imitando ou tentando ser legal comigo por algum motivo especifico?’’

‘’Eu já disse que você me intriga. Em toda a minha vida, não encontrei um parceiro de equipe como você! Você é um tanto estranho, admito.’’ Murmurou. ‘’Mas eu vou te desvendando aos poucos, Itachi-san!’’

‘’Não precisa me tratar tão formalmente.’’ Disse calmamente, ainda cauteloso com a mudança de atitudes do azul, até pouco tempo atrás ele era o Pirralho agora era 'Itachi-San', no mínimo suspeito. Ele havia ficado aliviado quando Kisame parou de chama-lo de criança, era um sinal que Kisame estava tratando-o como um igual, porem não imaginava que ele começaria a trata-lo de maneira tão formal. Estranho demais, tanta cortesia vindo de um ninja de Kiri... E oque era aquilo de desvendalo?

O outro deve ter visto a duvida no seu olhar. ‘’Trata-lo assim não me incomoda. Desde que você não comesse a ficar presunçoso!’’ Respondeu Kisame divertido e Itachi revirou os olhos, depois manteve-se impassível novamente. ‘’E sobre desvenda-lo, eu só quero te conhecer melhor!’’

▀▄▀▄▀▄ ...um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Sua camaradagem recente foi posta à prova alguns minutos depois, quando Itachi correu abruptamente para longe, indo vomitar em um arbusto. Seu corpo estava quente e ele sentia coceira. Por um momento começou a entrar em pânico. E se tivesse sido envenenado?

Kisame não demonstrara que essa era sua intenção. Mas vai saber. Ele podia estar enrolando-o aquele tempo todo! Ele foi descuidado com aquele homem.

‘’Qual o problema?’’ O espadachim correu até ele e perguntou com preocupação genuína ‘’Você está bem?’’

Itachi respondeu por vomitos novamente.  Deveria acreditar na sinceridade do homem? Ele não pôs nada na comida?

Depois o Uchiha começou a pensar que tanto faz. Sua vida era moribunda, se morresse agora, ele mereceria. Havia pedido para seu irmão vingar o assassinato da família, mas se ele morresse antes que isso ocorresse não faria diferença, não é? Sasuke estava seguro em Konoha, com Sarutobi vigiando-o e protegendo-o...

Kisame parecia perdido: Provavelmente nunca ajudou alguém passando mal antes.

Mas por algum motivo estava acudindo-o. Ele ao que parecia não podia ignorar uma criança doente. O tubarão não sabia oque fazer então só abaixou e segurou os cabelos de Itachi para que não sujasse. Porem Kisame se afastou abruptamente como se tivesse sido queimado, afastou-se do menor e ambos notaram que aquela era a primeira vez que o azul tocara nele.

O jovem não sentia-se nada bem, nada parecia certo no momento. Especialmente seu rosto.

‘’Oh, Kami!’’ Disse Kisame quando viu o rosto de Itachi cheio de bolinhas vermelhas. ‘’Eu acho que você pode ter alergia a camarão. Essa explicação é a mais plausível!’’ Ele disse a Itachi, que olhou-o assustado. Mas depois suavizou a expressão. ‘’ Gomen'nasai, Itachi-san!’’ Resmungou o Hoshigaki miseravelmente.

‘’Então você não tentou me envenenar?’’

‘’Claro que não! Porque eu faria isso!’’ O homem tubarão parecia tão miserável que Itachi não conseguia estar com raiva dele.

‘’Porque eu não sou o parceiro que esperava. Ou porque sou novo demais. Ou Porque eu te venci na luta!’’

‘’Você teve sorte na luta!’’

‘’Diz isso para todos que lhe vencem, acredito!’’ Ele piscou. ‘’Não me envenenou então?’’

‘’Claro que não!’’

''Certo! Só não toque-me novamente'' Murmurou monótono. ‘’Pode ser que eu tenha mesmo alergia a camarão, não tem esse tipo de comida em Konoha, eu não sabia e você muito menos.’’ Ele sabia que tinha alergia a lactose quando criança, mas com o tempo isso passou, ele também tinha alergia a amendoim, mas para sua sorte, suas alergias nunca ficavam por muito tempo, iria passar dali a algumas horas, e quando Pain aparecesse ele provavelmente estaria novo em folha, como sempre. Não havia com o que se preocupar.

Mas Kisame ainda parecia surpreso... ‘’Você aceitou isso tão fácil. E se eu tivesse te envenenado mesmo?’’

‘’Não importa’’

‘’Como assim? Por acaso é suicida?’’

‘’Não importa. Você não fez isso, do que adianta especular acerca de algo que nem aconteceu?’’ Disse simplesmente, levantou e voltou a fogueira devagar. ‘’Você não vai voltar?’’ Perguntou olhando para trás, sua voz ainda monótona como sempre, mesmo perante aquela situação.

Kisame não respondeu. Apenas seguiu o menino ‘’Eu estou agradecido a Kami’’ Ele murmurou. ‘’Você nunca demonstrar reações extrapoladas e sempre é educado e cordial, adolescentes são sempre uma confusão, nunca sei o que esperar deles... Mas você é bem resolvido.’’

‘’Hn’’ O Uchiha murmurou, sem ouvi-lo realmente. E assim mais uma noite seguiu.


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Notas finais do capítulo

O que achou???
Obs; Ryō é a moeda do mundo de Naruto, okay???



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