Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 23
Capitulo 22 – Otouto (Reescrito)


Notas iniciais do capítulo

Oii meus queridos...
Eu estou aqui para postar mais um capitulo, mas não só para isso...

Eu queria agradecer todos que favoritaram e estão acompanhando, e também aos leitores 'fantasmas' [porque por mais que vcs sejam fantasmas eu sei q vcs estão ai... Além disso, eu sei como é ser uma leitora fantasma, eu já fui uma antes...]

Queria agradecer aos que mandam comentários, pq vcs me incentivam a continuar...
Obrigada aos leitores Zoro e a Larizg pela força que estão me dando nesses recentes capítulos, vcs estão me deixando muito feliz.
Espero continuar agradando a todos[ Só que eu acho q já disse isso inúmeras vezes Xd, eu sou uma chata]...
Ahhh, e obrigada Zoro por me indicar a musica Undone do FFH, eu adorei, então eu vou indicar para todos, pois ela se encaixa perfeitamente na historia de Itachi...
Enfim,vou deixar vcs irem para o capitulo agora...




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Um irmão é um presente que seus pais lhe deram, já um amigo é um presente que seu coração escolheu.

Itachi P.O.V (Point Off View)

Dizer que estava um tanto inquieto era eufemismo, da maneira mais grosseira possível para explicar como estava sentindo-se o melhor termo era desesperado. E seu tormento, claro, se resumia a seu querido irmãozinho: Estava realmente muito agitado e preocupado com o resultado da batalha feroz e mortal, afinal de contas foi ele próprio que abdicou de ajudar seu irmão na luta contra Deidara sendo nesse caso exclusivamente culpa sua caso ocorresse algo com Sasuke.

Oque faria agora? Oque poderia fazer para aplacar seus anseios? Parecia que seu coração galopava em ritmo descompassado e irregular. E não era só seu coração que estava fora do compasso, seu camarada azul estava conversando com ele fazia horas; oque estava sendo retoricamente ignorado pelo Uchiha. Qualquer coisa que não fosse acerca da segurança e saúde de seu otouto naquele momento estaria fora do compasso também e Kisame deveria saber disso. Ainda sim, o espadachim tentou refutar sua lógica de pensamento: ‘’Itachi-san, se continuar assim terá um ataque cardíaco! Tenha paciência e espere até que a noticia definitiva chegue. Sabe, essa sua preocupação excessiva não mudará o resultado!’’

Sua resposta para o pensamento critico e elaborado de Kisame foi uma carranca bem feia, era até irônico porque costumava ser ele próprio o centrado em soluções logicas e agora tudo estava às avessas. Mas se teve algo que aprendeu com seu terrível ato desprezível contra seu camarada, era que fazer as coisas de forma impensada não o levaria a nada útil e benéfico: Foi por isso que resolveu se retratar: ‘’Desculpe-me, sei que esta tentando ajudar. Mas, eu confesso que estou realmente problemático no momento e eu não quero que você tente me animar ou conversar comigo sobre o assunto. Eu só quero ficar no meu canto!’’.

O azul parecia ter entendido, simplesmente deu de ombros e falou: ‘’Então, tá!’’ E realmente foi a ultima coisa que disse. No fim, Hoshigaki sabia que ser um bom amigo era também saber dar espaço. Falando nisso, Itachi ainda estava realmente surpreso pelo ato de perdão concedido a ele porque apesar de seu ataque ao camarada ter rendido alguns mal-entendidos, o tubarão foi rápido em retificar toda a questão. E o moreno queria mostrar que estava grato pela benevolência do amigo em lhe desculpar por tudo e agora o Uchiha estava mais concentrado e focado no objetivo de não causar mais conflitos desnecessários com o azul. 

Obviamente ainda estava muito aflito com oque aconteceu com seu irmão, não saber o resultado da luta o deixava agoniado de uma maneira intensa. Por outro lado a presença do Hoshigaki e o fato de que eram novamente parceiros, nos vários sentidos que a palavra poderia implicar, lhe apaziguava a alma quanto a demais problemas. Tinha realmente muitas questões em sua vida que lhe traziam mal estar, porem tinha que admitir que ter Kisame consigo era uma situação inesperada no bom sentido, era ótimo tê-lo ao seu redor para aplacar demais anseios, mesmo que o azul só estivesse ali ao seu lado quieto.

Queria poder dividir seus pensamentos com o outro, revelar-lhe oque pensava. Mas sentia que não era o momento adequado. Além disso, havia uma probabilidade dele estar assim tão sensível e comovendo-se facilmente com tudo devido a sua amizade inesperada com o espadachim e também o temor de não saber oque aconteceu com seu irmãozinho: Então acabava sendo movido a ter muitos pensamentos emotivos, já era fato que Sasuke e Kisame eram as únicas pessoas que lhe importavam em sua vida presente.

Tentou se concentrar em algo menos comovente, tinha que tentar acalmar sua mente com algo banal e sem sentido: Estava nublado, porém felizmente não estava chovendo, ainda. Pulavam de arvore em arvore em meio a uma floresta de vegetação densa e com arvores e pedras cheias se musgos, estava tudo molhado porque havia chovido há pouco tempo, ultimamente o tempo andava ruim e não era muito comum para aquela época do ano porque faltavam alguns poucos meses até a estação das chuvas. Comumente o verão iniciava-se no final de junho, mês de seu aniversário, e costumava chover muito graças ao tempo abafado; isso era uma lembrança vivida em sua mente porque lembrava-se de quando era criança e fazia o bonequinho Teru Teru Bôzu como uma prece para o dia ficar bom em alguma data importante. A grande questão era que ainda estavam na primavera, não era pra estar chovendo tanto assim...

Ainda que tivesse tentado, sua mente ainda insistia em leva-lo a pensar em seu otouto. E parecia que era não era atoa: De repente sentiu que Pain estava chamando-os, mas não os convocaria na forma Astral porque Kisame e ele estavam relativamente próximos ao esconderijo e por tanto não havia necessidade de chama-los pelo Jutsu, teriam que ir para o por conta própria. Algo lhe dizia que a resposta definitiva para oque ocorreu durante a batalha entre seu irmãozinho e Deidara seria exposto nessa nova ‘reunião’ e justamente por isso um calafrio passou por seu corpo. Novamente o medo tomando conta de sua mente; e se seu querido irmão não tivesse levado a melhor? Quando notou seu próprio comportamento estava um tanto paralisado só com a reles perspectiva de perder seu bem mais precioso.

Se por um lado queria saber logo o resultado porque a duvida o agoniava, por outro lado temia o pior e queria adiar o momento tanto quanto possível: Que contradição horrível, por isso estava paralisado, supunha. Ao passo que Kisame não parecia abalado com nenhuma questão e simplesmente saiu da rota em que estavam indo seguindo rapidamente para o esconderijo da organização sem fazer menção de verificar como o Uchiha estava emocionalmente, seu camarada provavelmente via a situação como algo bastante trivial e para o azul era apenas uma reunião de grupo para discutir os assuntos pertinentes e trazer novas informações, o moreno não podia culpabiliza-lo por não estar tão aterrorizado quanto ele, afinal de contas seus sentimentos e emoções eram apenas seus para lidar, o Hoshigaki não estava imbricado nisso.

Ainda estava um pouco apreensivo quanto ao objetivo da reunião, entretanto a intrepidez e destemor do tubarão em seguir em frente fez o próprio Itachi conseguir finalmente ser arrebatado por aquele sentimento de bravura e coragem para enfrentar oque viesse também e pode enfim se mover para o esconderijo medonho.

O outro estava um bocado à frente e o moreno teve que ir mais rápido para alcança-lo, pelo visto o tubarão jamais se colocaria contra as vontades do Uchiha novamente, nunca cometeria o erro de tentar interromper seu percurso ou faze-lo mudar de ideia sobre qualquer que fosse a questão: Se Itachi iria ou não a reunião não parecia fazer diferença para o azul porque ele não iria tentar convence-lo ou confronta-lo novamente correndo o risco de ser atacado outra vez, mesmo que o Uchiha tivesse jurado não fazer uma coisa assim novamente. Não estava constrangido pela ação do seu camarada, Kisame tinha todo o direito não confiar nele novamente, dado oque fez.

Tinha a determinação de que conseguiria fazer seu camarada se abrir novamente ao ponto de esboçar suas ideias e opiniões como tentou fazer antes do moreno ataca-lo, só que agora Itachi precisava provar a Kisame que o outro podia sim ser sincero com ele sem que o atacasse por isso: Estava disposto a assumir essa responsabilidade de fazer com que o Hoshigaki mais uma vez pudesse lhe dar credito e que pudesse novamente confiar em sua lealdade em um momento futuro. Não seria fácil, claro, mas tudo isso era um processo que demandava tempo, cuidado e perseverança.

Falando no azul, quando pode enfim o alcançar notou-o parado perto da entrada do esconderijo: Ao menos ele não entrou sem o Uchiha.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Todos estavam lá em sua forma Astral, menos Kisame e Itachi, que estavam lá de verdade. A caverna era escura e sinistra, mas dessa vez trazia um ar sombrio e sufocador, se perguntava por que. Provavelmente tudo não passava de uma questão de perspectiva, era simples: O pescoço de seu irmão estava em risco, logo, qualquer coisa ao seu redor ou em seu contexto pareceria tenso e obscuro, como se toda a vida de seu mundo particular tivesse desfocada e opaca. Até ele receber a noticia de que tudo estava bem com Sasuke, seu coração não se aquietaria e seu mundo permaneceria obscurecido.

Todos estavam posicionados em cada dedo da estatua do selamento. Se Pain estava aborrecido por ter tido que esperar por eles não demonstrou, mas o cara não tinha uma expressão muito boa também: Algo sério seria anunciado, ao que parecia.

A ausência do loiro e do mascarado era obvia, isso fazia-o premeditar o resultado da luta e de certa forma deixava-o aliviado. Mas não esboçou reação e apenas ficou esperando seu líder dizer o propósito daquela reunião: Só porque o loiro não estava ali, isso não era uma prova muito contundente de que seu irmão tinha vencido, não é mesmo?!

O interior do moreno era aflito, mas isso claramente não se aplicava para os demais ali. E o seu líder fora muito direto, ao cerne da questão: ‘’Deidara esta morto’’ Disse com um certo pesar. E o Uchiha permaneceu impassível, pois não podia mostrar o quanto estava aliviado.

‘’No fim ele estava no meio de uma grande explosão, explodiu a si mesmo como ultimo recurso para atingir o alvo’’ Falou Zetsu, que como um bom espião sempre estava por dentro doque ocorria nas batalhas.

‘’Então perdemos outro membro? E ele estava mesmo lutando com quem eu realmente estou pensando?’’ Questionou o tubarão.

‘’Estava lutando contra Sasuke. No entanto, ao que parece o Uchiha mais novo esta morto também’’ Rebateu.

Por um par de minutos Itachi ficou estático com a informação, não acreditando naquilo que ouviu. Sua expressão totalmente em choque, até fez um esforço imenso para não esboçar mais reações estrapolantes, mas por dentro podia sentir o coração acelerar naquele exato instante e por um lado sentia vontade de correr para averiguar aquilo pessoalmente, e por outro não conseguisse se mover, a noticia o paralisou novamente.

Sua cabeça tombou levemente para o lado, seus olhos desfocados perdidos nos próprios anseios e sua boca estava levemente aberta, embora sua expressão parecesse calma para alguns, na verdade ostentava abalo: Quem o conhecesse bem poderia claramente ver isso.

‘’O loiro levou Sasuke junto com ele, é?’’ Perguntou Kisame ríspido, mas sua voz não mostrava tanta condescendência assim, nem por Deidara e muito menos por seu irmãozinho.

‘’Você deve ser grato, Itachi. Deidara te fez um favor e se livrou do problema’’ Falou o líder como se fosse algo para ele estar contente.

‘’Oque aconteceu com Tobi?’’ Murmurou o espadachim. 

‘’Ah, sim. Deidara se explodiu sem se preocupar com o que estava ao redor’’ respondeu-lhe Zetsu.

‘’Isso quer dizer que foi uma explosão digna de admiração, mas você tem certeza que ele não conseguiu escapar? ’’.

‘’Não importa. Ele pode ser facilmente substituído, a perda de Deidara, no entanto, é lamentável ’’ Pain retrucou.

‘’Eu gostava do Tobi. Ele tinha a habilidade de trazer luz para a nossa obscura organização’’ Murmurou o azul.

‘’Vamos nos ausentar’’ Falou o alaranjado ‘’E lamentar em silencio as nossas perdas’’ Finalizou antes de ir. Todos tinham sumido num instante juntamente com a finalização do Jutsu.

O lugar estava tão escuro e vazio quanto o interior do Uchiha, que ainda estava parado e estático no mesmo local: Ainda muito chocado.

‘’Ei, Itachi-San’’ Ouviu de longe a voz do tubarão, mas não tinha forças para resposta ‘’ItachiSan’’ O outro chamou novamente, sua voz soando como plano de fundo e oca. Continuou sem resposta, mas desistiu dele: ‘’Me voluntario a averiguar o fato com você, se quiser. Afinal, Zetsu parecia não ter certeza... Pode ser que seu irmão ainda esteja vivo... ’’

Isso acendeu uma luz rasa e o Uchiha fez o primeiro movimento, virou lentamente a cabeça para olhar o amigo: ‘’Você acha?’’

O tubarão se sentiu mal por um instante: ‘’Eu não quero te dar falsas esperanças, apesar de tudo... ’’ Murmurou ‘’Pode ser que Sasuke tenha morrido de verdade... ’’

Estremeceu levemente quando ouviu falar o nome ‘Sasuke’ e a palavra ‘morte’ na mesma frase. Mesmo sem a certeza absoluta do falecimento do irmãozinho, já vestia aquele luto em seu coração.

‘’Ei garoto. Pode parecer uma coisa ruim agora, mas se isso realmente aconteceu pense que aquela vida miserável que ele estava levando também se foi, eu sei que você tinha planos para ele. Mas ao menos o pirralho esta em paz agora e livre dos tormentos que tinha em vida... ’’ o espadachim resolveu parar de falar por um instante: Porque Itachi não estava gostando da tentativa de conforto e fez uma carranca.

Ainda sim, sabia que Kisame estava certo em relação a uma coisa: Zetsu não tinha certeza sobre a morte de Sasuke e isso queria dizer que ainda havia uma possibilidade de seu irmãozinho estar vivo.

Caminhou rapidamente para a saída da caverna, sendo seguido pelo azul: Existia uma pequena possibilidade de seu otouto estar vivo e queria acreditar nisso com todas as suas forças, apesar do aperto no coração e a tristeza.

Havia uma forte chuva caindo agora do lado de fora da grande caverna e o céu estava escuro parecendo estar reagindo a tudo como o Uchiha, refletindo suas próprias emoções e tristezas. Havia um nevoeiro no local, estava ventando e tudo parecia negro do lado de fora por conta da mórbida tempestade.

‘’Parece que ainda esta chovendo’’ Murmurou o tubarão observando a tempestade ainda abrigado dentro da entrada da caverna ‘’É tão estranho chover tanto nessa época do ano’’ Meditou. 

E claro que o espadachim não podia acompanhar seu raciocínio, porém para Itachi era bem evidente o porquê de tanta chuva, era evidente para o moreno e só para ele porque aquilo era uma espécie de metáfora estranha. E o Uchiha até podia estar enlouquecendo, mas a seu ver era obvio até demais: O céu desabava tal como ele, talvez por isso estivesse chovendo tanto naquela época, pois o céu estava chorando, estava de luto igualmente ele, estava refletindo suas próprias emoções como uma espécie de espelho.

Okay, talvez o moreno estivesse mesmo enlouquecendo... Mas seu irmão... Seu irmãozinho querido podia estar morto e isso por si só já era enlouquecedor... Se fosse verdade jamais conseguiria se recompor...

Caminhou lentamente para a chuva, sentia-se incrivelmente angustiado: Pisou nas poças de agua já formadas no chão e ficou rapidamente molhado com a forte chuva que caia.

‘’Você vai acabar com a sua saúde’’ Avisou o espadachim, mas o garoto não deu ouvidos.  O antigo Kisame até poderia ter tentado argumentar mais, poderia ter confrontado-o com a verdade de que aquilo iria enfraquece-lo e deixaria seu sistema imunológico ainda mais decadente, poderia até ter puxado-o a força para dentro da caverna novamente afim de zelar por seu bem estar ainda que contra a sua própria vontade, entretanto o azul ainda não confiava nele novamente para exibir suas opiniões e fazer seus pontos de vista, argumentos e convicções colidirem. Porque da ultima vez que isso aconteceu o azul saiu machucado...

Apesar de estar lastimoso por seu camarada ainda não confiar nele como antigamente, dessa vez o Uchiha agradeceu em silencio pelo outro não tentar convence-lo a qualquer coisa que não queria fazer naquele momento. Durante muito tempo foi ensinado a domar ou reprimir oque sentia atrás de uma mascara vazia e neutra, sendo ensinado a suprimir seu lado emocional, mas isso não aconteceria dessa fez. Porque queria estar na chuva, ele queria e precisava chorar. Assim como o céu precisava escoar o carregamento pesado e condensado que tinha de agua em excesso, ele também precisava escoar oque estava em sua alma porque se guardasse dentro de si aquele sentimento ruim e não expressasse sua dor, não suportaria nem ficar em pé: Às vezes é difícil e agente assim como o céu não consegue dar vazão, é necessário desabar...

...Teria sido muito mais útil se alguém tivesse lhe dito isso no passado ao invés de tê-lo ensinado a ‘sempre ser forte’ e saber como lidar em situações de crise reprimindo oque sentia de tudo e todos. Era necessário ter liberdade para se expressar, fosse para sorrir ou para chorar. Hoje tinha a consciência de que emoções reprimidas eram uma merda, pois eram questões psicológicas que ficavam armazenadas dentro de si literalmente envenenando-o.

Por isso permitiu-se sentir um trilhão de coisas e pensamentos desconexos corriam sua cabeça em um segundo, mas havia uma memoria constante em sua cabeça naquele instante: O Uchiha levantou a cabeça e olhou levemente para o céu tempestuoso que refletia sim suas emoções; E começou a se lembrar do dia em que ganhou um otouto.

██████ Flashback ██████

Era apenas um pequeno garotinho que estava sentado na mesa jantando com seus pais, provavelmente havia muitos assim como ele, pelo menos os que ainda tinham a sorte de ter seus pais consigo. Isso porque eram tempos difíceis: A guerra havia acabado havia pouco tempo, porém deixou inúmeros mortos, um pais instável e destruído, muita insegurança para os que ficaram...

Havia muitos ninjas nas ruas e todos voltavam a reconstruir a vila destruída: Alguns estavam tristes com a destruição, outros comemoravam o fim da guerra e reconstruíam o que havia sido quebrado com esperança de dias melhores. Entretanto haviam muitas coisas em uma guerra que podiam marcar profundamente as pessoas; Mortes de entes queridos e conhecidos, massacres, intolerâncias, desigualdades, destruição...

...Mas para o jovem Uchiha era oque estava em seu entorno e a pouca oportunidade de aproveitar sua infância como deveria ser. Nas guerras as crianças são as vítimas mais afetadas por serem criaturas indefesas e inocentes.

Entretanto havia uma coisa que crianças costumavam ser melhores: Criança adaptavam-se mais facilmente há problemas e situações, se reestruturavam e reorganizavam mais de pressa. E era só por isso que Itachi estava comendo parcialmente distraído com toda a situação tensa ao seu redor...

Quando chegou em casa nenhum de seus pais estavam lá, sua mãe estava no hospital ajudando os feridos e doentes, apesar de não ser ninja médica agora havia uma grande demanda de pessoas precisando de atendimento e o hospital era uma bagunça, acabaram recrutando ajudantes e sua mãe era uma. E seu pai estava no centro de policia, que era dos Uchihas, também estava muito ocupado para gastar seu tempo com o filho.

Itachi já estava acostumado com aquilo, era assim desde a guerra.

Não tinha muito o que fazer fora de casa, então leu os pergaminhos de seu pai e outros livros interessantes, afinal não achava difícil. Depois fez um lanche para si, tomou um banho, arrumou seu quarto(...).

Mas como concluiu as coisas muito rapidamente, ficou sem ter o que fazer pelo resto da tarde: Não tinha amigos, depois dos eventos da guerra as crianças ainda não saiam muito de casa por conta do medo e temor que ainda vigorava, iria demorar para todos se acostumarem com a ideia de que a guerra acabou e estavam novamente em... Paz.

Por enquanto os parquinhos continuariam vazios e as ruas continuariam sentindo falta de crianças rindo e correndo, brincando de pique esconde, pique pega e outras coisas mais, as ruas agora traziam um ar muito pesado de destruição e medo. Demoraria até crianças voltarem a ter os adultos em seu pé reclamando de alguma janela quebrada por uma bola ou reclamando do barulho infantil ou ordenado em vão que parassem de bagunça.

Atualmente já era tarde da noite e seus pais cansados estavam em casa com ele, apesar dos ânimos tensos e fadigados vindo deles, era reconfortante não estar mais totalmente sozinho como ficara o dia inteiro: O garotinho suspirou na mesa, o que não passou despercebido por seus pais que se entreolharam o preocupados com sua expressão triste.

Itachi nunca foi de comer muito, mas agora só estava brincando com a comida distraidamente, tinha olhado o dicionário mais cedo, gostava de ficar procurando palavras e havia uma que não saia de sua cabeça;

PAZ/ Classe gramatical: substantivo feminino/ Separação das sílabas: paz/ Plural: pazes /Significado: Estado de calmaria, de harmonia, de concórdia e de tranquilidade. Sossego; em que há silêncio e descanso. Falta de problemas ou de violência; relação tranquila entre pessoas. Circunstância em que certos países não estão em guerra ou conflito; anulação das hostilidades entre nações estabelecida por acordos de amizade. Calma interior; estado de espírito de quem não se perturba. Fazer as pazes e reconciliar-se com quem tinha brigado.

Mas Itachi se perguntava se era mesmo possível manter a Paz, tão esperada por todos. Porque desde que a guerra acabou todos diziam que estavam em paz, mas o jovem não sentia nada daquilo que a paz deveria significar dentro de seu coração: Todos a sua volta ainda estavam devastados com tudo oque aconteceu e com oque viveram...

Por quanto tempo perduraria assim? Estava tão desanimado e abatido com as coisas que ocorriam ao seu redor. Era muitas coisas pra uma só cabecinha e tinha apenas quatro anos afinal, quase cinco...

‘’Itachi...’’

Alguém o chamou então o menininho parou de mexer na comida com os hashis e levantou a cabeça: Era a voz suave de sua mãe e ele respondeu educadamente; ‘’Sim, Okā-san’’.  

Mikoto olhou para seu marido por uns instantes e ambos assentiram levemente um para o outro negociando algo que logo foi dito: ‘’O que você acharia se tivesse um otouto?’’.

‘’Um... Otouto?’’

‘’Sim, um irmãozinho’’

‘’E pra que serve um otouto?’’ Perguntou inocentemente.

Seus pais pareciam desconfortáveis com a pergunta: ‘’Bem, os irmãos servem para... Para... Fazer companhia, eles são ótimos companheiros e são mais que amigos porque é um grande vínculo ao qual ficamos presos por toda a vida... Você vai gostar, é legal ter um irmãozinho, você poderá ensinar muitas coisas para ele.. ’’

‘’E porque esse assunto agora? Vocês vão me dar um irmãozinho?’’

‘’Sim, você terá um otouto só seu... ’’

Depois disso Itachi não sabia o que esperar, mas gostou da ideia de não ficar mais sozinho porque  era triste ser tão solitário, além disso gostava de ensinar a outras pessoas o que ele sabia, sentia-se imensamente grato quando ensinava outra pessoa algo que conhecia, pois sempre que aprendia alguma coisa sentia a vontade de passar adiante, e o que podia ser melhor do que ensinar para seu próprio irmão?

Depois fez mais perguntas sobre o assunto e seus pais disseram que ele seria como alguém para seu irmão menor se espelhar, alguém com quem o futuro bebe sempre poderia contar. Então Itachi teria que cuidar dele e protege-lo, e mesmo que brigassem logo voltariam a ser amigos (Como seus pais lhe contaram).

Gostou daquilo e depois da breve conversa com seus pais voltou a comer: Dessa vez mais animadamente. E a partir daquele dia ficou esperando seu otouto chegar.

...

Tinha demorado bastante, sempre contava os meses e marcava no calendário: Sua mãe disse que seu otouto chegaria em nove meses. Perguntou por que demoraria tanto lhe disseram que seu irmão precisava crescer um pouco antes de chegar.

Achava que iriam pegar seu otouto em algum lugar, talvez no hospital, pois sempre via as mulheres saírem com seus bebes de lá, mas agora via a barriga de sua mãe crescer e percebeu que seu irmão estava lá dentro.

Quando chegou um determinado tempo seu irmão começou a chutar e Itachi pode senti-lo...

Uma duvida rondava sua mente faziam alguns meses e sempre que ele perguntava como seu irmão tinha parado lá dentro todos desconversavam e deixavam-no aborrecido, como se sua pergunta fosse indecente ou desconfortante.

‘’Esse tipo de coisa não é para garotos de sua idade!’’

‘’Mas eu sou mais inteligente que a média, eu posso entender ’’ Retrucava com as bochechas cheias de ar, aborrecido.

...

Então nove meses se passaram e na noite de 23 de julho do ano seguinte seu otouto finalmente nasceu, quando ele tinha cinco anos de idade agora.

Tinha uma vaga ideia de como os bebes eram; não tinham dentes e poucos cabelos, eram pequenos e enrugados.  Itachi nunca se interessou por bebes, mas seu otouto parecia diferente... Ele era bonitinho.

No fim das contas o menino sentiu-se extremamente feliz quando o viu pela primeira vez, Sasuke era pequeno e frágil, tão inocentemente fofo...

Mas ficou zangado e visivelmente aborrecido quando não deixaram-no pegar seu otouto no colo, disseram que ele era muito novo e podia derruba-lo: ‘’Mas se eu posso ver gente morrendo na guerra, eu posso segura-lo. Eu nunca iria derruba-lo... Por favor ,deixa... Deixa... ’’ Implorou.

Sua mãe Mikoto olhou-o em expectativa.

‘’Itachi, nós já dissemos não. Espere ele crescer um pouco’’ Disse seu pai Fugaku firmemente.

...

Evidentemente que ele ficou triste com a resposta, mas não desistiria tão facilmente. Tinha cinco anos e por isso pela primeira vez estava escrito como aluno na academia ninja, mas não estava prestando muita atenção no que diziam em sua primeira aula: Só queria ir para casa.

Quando o sinal tocou e eles foram dispensados o Uchiha foi o primeiro a sair correndo da sala, deixando todos surpresos: Queria ir correndo rapidamente para casa, mas no caminho esbarou em alguém...

‘’Desculpe-me’’ Disse rapidamente, querendo se livrar logo da pessoa.

A mulher colocou o cabeção vermelho na sua frente, abaixando-se um pouco para ficar do seu tamanho. Ela estava com uma expressão sorridente e exageradamente alegre: ‘’Oi coisinha fofa, você não se lembra de mim não?’’ Disse a mulher ruiva que também estava visivelmente gravida.

Lembrava-se vagamente dela conversando com sua mãe às vezes, e aliás: ‘’Você é a esposa do quarto Hokage’’.

‘’Sim, mas eu tenho um nome, viu’’ Repreendeu-o bronqueada, mas logo tornou a ficar com uma feição contente: ‘’Meu nome é Kushina, e eu sou amiga da sua mãe lembra?’’

‘’Sim, sim, eu lembro’’.

‘’Sabe, você é uma criancinha fofa demais pra estar assim tão fechado’’ Murmurou apertando suas bochechas euforicamente. ‘’Oque está acontecendo Itachi-Chan? Você está muito apresado, até parece que tem mais compromissos que Minato, o que há com você pequeno?’’

Particularmente ele nunca gostou que apertassem suas bochechas, mas infelizmente ele ainda tinha aquelas feições ridiculamente infantis e cheinhas pra tolos apertarem e chama-lo de bebe. Além disso, não gostava quando se referiam a ele como ‘fofinho’, mas apesar de tudo ele tinha que relevar toda a situação porque seus pais o ensinaram a ser educado não importando o quão ele estivesse irritado: ‘’Desculpe-me se foi essa a impressão que eu passei, mas é que agora eu queria ir para casa para ver meu otouto’’ Disse sincero.

Kushina fez uma cara ainda mais feliz e animada, se é que isso era possível: ‘’Então o filho de Mikoto já nasceu... Eu queria vê-lo, mas estou ocupada... Queria fazer algumas perguntas a ela... Eu também estou esperando um menino... ’’ Falava animadamente, parecendo perder o rumo da conversa e entrar em assuntos aleatórios toda hora.

Itachi estava agitado, queria ir logo: ‘’Eu sei. Você esta esperando o Naruto’’ Disse rapidamente.

A mulher parou de falar por um instante parecendo brava: ‘’Naruto? Não, não, ele não vai se chamar Naruto, vai se chamar Menma! Aposto que Minato já saiu espalhando para todos que o nome vai ser Naruto, mas eu já disse que quero Menma... Menma é muito melhor que Naruto, você não acha?’’ Perguntou-lhe. ‘’Você pode ser sincero comigo, meu fofinho! Não seja tímido Itachi!’’.

Sorriu nervosamente: ‘’Eu... Eu... Acho que os dois são bons ’’ Respondeu sem jeito.

Finalmente a tal Kushina percebeu que ele ainda parecia com muita pressa: ‘’Tudo bem, eu não vou mais tomar seu tempo... Mas mande lembranças para sua mãe por mim, Itachi-Chan... ’’

‘’Sim, mandarei. Até logo Kushina-Sama’’ Disse se inclinando para demonstrar respeito. Quando já iria sair a outra interrompeu.

‘’Espere... ’’ Disse ela pegando algo dentro de uma bolsa ‘’Aqui, tome isso! Leve para seu irmãozinho’’ Deu-lhe um conjunto formados por meia, luva e uma toquinha.

‘’Para que?’’

‘’Os bebes usam para se manter quentinhos porque eles são mais sensíveis que agente, eu comprei para o Menma, mas você pode levar para o... ’’ Ela parou a frase, notando que jamais perguntou o nome de seu irmão.

‘’Sasuke, o nome do meu irmão é Sasuke...’’

‘’Isso, Sasuke. Aposto que ele e o Menma vão ser grandes amigos... ’’

Sorriu, e dessa vez de forma mais sincera: ‘’Espero que sim... Arigatō, Kushina-Sama’’ Disse antes de ir.

E aquele dia foi muito feliz para o menino porque quando voltou para casa e entregou o presente de Kushina sua mãe ficou contente, até deixou-o pegar seu otouto nos braços pela primeira vez.

Sentia-se estranho, como se  fosse mais importante segurando Sasuke nos braços: Foi ali que se deu conta de que não podia permitir que seu irmão experimentasse uma guerra assim como ocorreu com ele. Porque como irmão mais velho serviria para defende-lo até o fim, com unhas, dentes e porrada se for preciso, mesmo que os dois estivessem brigados e ficassem de mal.

Seu irmão era tão frágil e mole que ele sentia a necessidade de protege-lo para sempre, por isso segurou seu otouto com o maior cuidado e suavidade: E abriu um sorriso verdadeiro enquanto abraçou seu pequeno irmão.

Sasuke parecia estar colaborando porque ele estava acordado e com os olhos bem abertos, olhando seu irmão mais velho, seu Nii-San.

Sorriu quando o mais novo começou a fazer bolhas com a boca e começou a babar tudo, devolveu-o para sua mãe que o colocou no berço: Ficou vigiando-o enquanto a mulher foi fazer alguma outra coisa na cozinha.

 Foi quando Itachi tocou-o na testa com os dedos indicador e médio carinhosamente, mas Sasuke começou a chorar...

Sua mãe surgiu correndo: ‘’Oque houve?’’

‘’Nada, ele só se aborreceu porque toquei na cabeça dele...’’ Informou.

‘’Mas oque você fez?’’ Olhou-o suspeita, como se ele pudesse ter sido capaz de machuca-lo por ciúmes ou algo assim...

‘’Eu não fiz nada, eu amo o Sasuke. Você não precisa se preocupar mãe, eu sempre irei ama-lo’’ Prometeu sério, como se fosse adulto.

...

Depois disso se tornou muito preocupado: Sempre que seu irmão chorava ele era o primeiro a correr para vê-lo, era mais rápido até que sua mãe mesmo que fosse de noite.

Também ficava olhando Sasuke dormir para ter certeza que ele estava bem, que ele não estava tendo nenhum sonho ruim ou para verificar se ele estava respirando de verdade: Era incrível como seu irmãozinho ficava calmo quando Itachi pegava-o no colo ou cantava uma canção de ninar ou só murmurava algumas palavras confortantes...

Era um vinculo magnifico e até mesmo seus pais ficaram surpreendidos com a reação de Itachi ao novo membro da família: Eles esperavam que o mais velho sentisse algum tipo de ciúme em algum momento, mas nunca aconteceu. E seus pais ficaram orgulhosos dele.

...

Três meses depois... Era 10 de outubro...

Estava sentado com seu irmãozinho nos braços na varando da casa, que estava vazia. Não fazia ideia de onde seus pais estavam, mas podia sentir que tinha algo acontecendo: Algo ruim...

Não sentia nada assim desde a guerra, e tudo parecia incrivelmente vazio no complexo Uchiha. Não havia ninguém, todos os adultos tinham sumido... E as crianças estavam trancadas dentro de casa.

Depois que seu irmão nasceu, pode enfim sentir o significado da paz em seu coração: E agora lembrou-se como era nos tempos de guerra e pós guerra novamente porque o clima era tenso e enervante.

Já era tarde e embora tivesse recebido a ordem de seus pais para ficar dentro de casa, Itachi foi para o lado de fora e sentou-se na escada da varanda, pois dentro de casa parecia tudo muito sombrio: Do lado de fora as ruas estavam escuras e sombrias também, e ele tremeu levemente se perguntando o que estava acontecendo e onde seus pais estavam...

Tinha algo ruim acontecendo... Mas o que?

Itachi podia se recordar dos tempos de Guerra agora, quando  ficava sozinho em casa porque seus pais estavam ocupados demais, ele se lembrava das bombas, dos gritos... De pessoas mortas pelas ruas e dos destroços que ficava as ruas e casas, ele se lembrava de crianças chorando sozinhas pelas ruas, se lembrava dos órfãs sem família, e se lembrava claramente de seu próprio pavor com tudo aquilo ...

Ele não queria isso de novo, nem para ele, nem para seu irmão, nem para todas as outras criancinhas inocentes da Vila da Folha, mas será que tudo voltaria a ser um caos novamente? Será que a Paz tão sonhada acabou? Caramba, Itachi faria qualquer coisa para impedir uma nova guerra mundial ou até mesmo um conflito interno dentro de Konoha. Se fosse pelo bem da maioria das pessoas...

De repente Sasuke, agora com três meses, se agitou em seus braços e começou a chorar assustado, fazendo-o olhar para o bebe mais preocupado ainda: ‘’Acalme-se Sasuke, seu irmão mais velho sempre vai estar aqui para você’’ Murmurou amavelmente... E imediatamente o pequeno se acalmou em seus braços...

Voltando para sua antiga linha de pensamento, chegou a conclusão de que não queria mais guerras, queria Paz: Mas Itachi olhou para o horizonte, sabendo que algo ruim se aproximava e esperava que não fosse uma guerra, qualquer coisa, menos uma nova guerra ou conflito cruel.

O jovem Itachi olhou para seu otouto amavelmente, pensando em todas as outras crianças que havia em Konoha: Crianças inocentes como eles dois, e também adultos habitantes daquele lugar e civis bobos que nem sequer eram ninjas para saberem lidar com brutalidade, pessoas que não mereciam a violência e os conflitos causados pelo mundo ninja e suas disputas horríveis motivadas por confrontos ridículos como divergências ideológicas, econômicas, territoriais, vingança, e outras baboseiras toscas assim...

Ele queria um mundo de paz onde todas aquelas pessoas de bem e civis inocentes pudessem andar nas ruas e brincar sem correr o risco de ser morto por causa dos conflitos ninja, queria que outras crianças não tivessem a infância roubada como ele teve por conta da guerra.

A guerra era um terror... Ele não queria isso novamente deixando todos os civis como ele e seu irmão amedrontados e sofrendo por não serem capazes de se protegerem sozinhos. 

Itachi viveu a realidade da guerra, e agora queria que guerra fosse só uma palavra vazia. Uma palavra que ele nunca mais queria saber o significado realmente: Queria isso para todas as outras pessoas daquele Vilarejo.

Ficava realmente contente por seu irmão não ter vivido naqueles tempos de barbaridades e terror instalado de forma geral: Naqueles tempos, até o ar era sufocante e aterrorizador.

Às vezes desejava ser como seu irmãozinho bebe e não ter nascido naqueles tempos ruins, porém isso não era possível e por agora já lhe bastava que seu irmão estivesse bem: Seu irmão era como uma parte de si, um prolongamento de sua vida fosse pra bem ou mal. E como aquele vinculo era bem desenvolvido e cultivado era um amor sem medidas. Então, se seu irmão estava vivo e seguro, isso já lhe satisfazia.

██████ Fim do Flashback ██████

Estava perdido nas lembranças, e era tudo verdade ainda: Enquanto seu irmão estivesse vivo e seguro, isso já iria lhe satisfazer, mesmo que sua vida fosse ruim se Sasuke pudesse ter mais doque ele teve isso já lhe bastaria. Mas e agora? E se tivesse perdido Sasuke? Como ele iria viver? Tinha falhado, não esteve presente para proteger Sasuke como havia prometido a seus pais antes deles morrerem...

‘’Itachi?’’ Chamou seu camarada, mas não ouve resposta ‘’Ei, Itachi?’’ Novamente o azul permaneceu sem respostas porque o moreno não estava em condições de falar nada.

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Kisame P.O.V (Point Off View)

O menino apenas permanecia olhando tristonho para o céu de maneira desfocada e assim o espadachim franziu a testa: ‘’Itachi?’’ Chamou novamente, mas continuou no vácuo.

Deu um passo na direção do garoto, entretanto parou incerto. Sabia que seu camarada estava sofrendo e não fazia ideia de como poderia consola-lo, jamais precisou fazer algo assim antes. E além disso, por mais o estado de seu amigo lhe trouxesse alguma angustia, não era como se ele próprio compartilhasse daquela tristeza afinal de contas o irmão não era seu e ele nem sequer tinha vinculo sentimental com o tal Sasuke.

Mas seu amigo... Seu amigo parecia absolutamente miserável agora: tão... Triste...

‘’Eu não sei o que você poderia estar pensando agora, mas da onde eu estou parece que você esta chorando... ’’ Murmurou Kisame de uma forma que tentava suavizava ou minimizar a realidade da questão. Porque o Hoshigaki sabia a verdade: Uchiha Itachi estava mesmo chorando, não só dessa vez, mas também estava fazendo a mesma coisa daquela vez que o atacou. A chuva era apenas uma desculpa plausível para mascarar a realidade triste dos sentimentos do moreno com todas aquelas questões.

‘’É apenas a chuva’’ Murmurou o garoto de volta. Mas o azul ainda podia ver o semblante triste e a voz soar tremula, além disso, era obvio porque havia um trilha de agua escorrendo pelo rosto do jovem e aquilo não era chuva. Uchiha Itachi ESTAVA sim CHORANDO, ainda que o garoto tentasse ocultar isso da melhor e mais deslavada maneira possível o espadachim conhecia-o o suficiente para poder afirmar isso com todas as letras.

...E se o menino não quisesse falar sobre isso e fosse melhor para ele continuar mentindo, fugindo e negando a questão, tudo bem. Cada um tem o direito de expressar suas emoções e fragilidades da maneira que bem intender: E de qualquer forma Kisame não podia obriga-lo a se abrir. Oque ele podia fazer naquele momento era ficar ali, ao lado dele. E só.

Pode observa-lo melhor por um tempo, notando que seus olhos estavam levemente vermelhos e seu rosto estava um pouco inchado, seu mundo permanecia sem foco: Como se tivesse perdido sua razão de existir e não houvesse motivação nenhuma para seguir em frente. E aquilo era tão devastador só de olhar que o espadachim sentia-se desconfortável com o fato de não saber como ajuda-lo naquela situação angustiante. Assim pigarreou e tentou falar algo para conforta-lo: ‘’É uma pena que ele tenha morrido... Agora você é o único sobrevivente do Clã Uchiha...’’ Murmurou se xingando por dentro por ser péssimo naquilo, era melhor calar a boca antes que o menino Uchiha achasse que estava caçoando da dor dele.

Queria poder ajuda-lo a enfrentar aquela angustia da perda, mas pensando bem não era a pessoa mais correta praquela situação. Além do que, não podia dizer que estava realmente triste pela morte do pirralho Sasuke, porque não estava realmente. A realidade era que o menino que faleceu não representava nada para o Hoshigaki, e justamente por isso oferecer condolências era hipocrisia: e o azul era tudo, menos um mentiroso hipócrita. Por isso resolveu calar a boca e ficar na sua...

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Itachi P.O.V (Point Off View)

Entendia oque seu parceiro estava tentando fazer, mas mesmo que fosse para tentar auxilia-lo não queria nada daquilo: Sentia uma certa raiva da voz de Kisame agora, ela era tão malditamente estridente e sem significado, o homem não sabia nada da sua dor. Ao menos ele ficou quieto logo...

Quando parou para refletir sobre oque Kisame estava fazendo, pode abrir espaço para notar outras coisas ao seu redor para além de seu sofrimento. No fim não fora tão ruim que o azul tenha tentado lhe chamar a atenção e prestar-lhe assistência: Porque foi só assim que pode notar vários de seus corvos voando no entorno da caverna sombria.

Sabia que muitas pessoas associavam os corvos a elementos obscuros, sombrios e até mesmo com a morte, mas o Uchiha jamais pensou assim e não só ele porque haviam muitas pessoas que acreditavam que os corvos eram mensageiros dos deuses. Além disso, aqueles animais eram muito inteligentes e empáticos e Itachi adorava-os por isso: Quando um corvo perdia uma batalha ou tinha um amigo que perdeu uma, ele era consolado por seus colegas ou consolava o amigo que perdeu, porque eram capazes de compreender emocionalmente um ao outro.

E depois, eles faziam mais que grasnar, eram mais doque capazes de imitar sons de coisas e de outros animais, se criados em cativeiro podiam até imitar a voz humana. E ainda eram bichos extremamente brincalhões: Agora mesmo pode notar que Munin, Quoth e Roäc estavam brincando de ‘bobinho’ com um pobre esquilo.

Eles também gostavam de fazer brinquedos para si mesmos, e assim lá estavam Gwyllum, Grip e Diaval, outros de seus bichinhos favoritos, usando galhos, pinhas e pedras para brincarem em grupo e o mais engraçado é que provocavam e tiravam sarro dos outros animais ao redor como guaxinins e um pequeno filhote de raposa simplesmente porque achavam divertido.

Um vento soprou friamente e de repente itachi se perguntou porque não sentia o vazio que deveria estar sentindo: Yatagarasu, seu corvo favorito e também aquele que levava o olho que Shisui lhe deu, estava parado acima de uma arvore olhando-o intensamente e segurando um vagalume florescente no bico como se quisesse lhe fazer entender algo importante, como se quisesse lhe dar uma luz.

Hugin, Badb e Apollo, outros de seus corvos, limpavam suas penas como se nada tivesse acontecendo, e foi quando entendeu: Seus animais sempre tiveram facilidade em se colocar no lugar dele e entender seus sentimentos, fosse tristeza ou alegria.  E se eles não estavam sendo empáticos e não estavam sendo complacentes com sua dor era porque não havia realmente nenhum motivo para estar triste ou abatido...

...Assim o moreno obrigou-se a se controlar perante a descoberta estranha e ficou imediatamente aliviado: Sasuke não estava morto, era isso que queriam lhe mostrar.

De repente conseguiu se recompor, parecendo sob controle novamente:  ‘’Ele não esta morto’’ murmurou em alto e bom tom, para que até o espadachim pudesse ouvi-lo.

‘’O que quer dizer?’’ Perguntou Kisame confuso.

‘’Exatamente oque eu disse; ele não morreu!’’ Sua voz não era tremula como outrora.

E como se para assegura-lo que era verdade, de repente até a chuva parou: Nem o céu lamentava mais agora que era conhecedor da verdade, assim como ele. Espelhando seus sentimentos, tudo voltava a ficar mais claro e acolhedor naquele mundo.  

Era apenas uma nuvem passageira, pedaços do céu azul apareciam levemente em alguns buracos dentre as nuvens escuras; E deu para ver o sol completamente exposto mesmo que seu brilho fosse fraco, um arco-íris se formando belamente ao fundo

‘’A chuva parou’’ O espadachim murmurou, olhando para o céu surpreendido. Estava tudo tão sombrio e de repente ficou tudo tão claro. ‘’Então? Quer que eu vá com você para averiguar se Sasuke está mesmo vivo?’’

‘’Não’’

‘’Não?’’

‘’Não. Eu já lhe disse, não será preciso... Eu sei que ele esta vivo...’’

‘’Como pode ter tanta certeza?’’

‘’Eu só... Sei ’’ Disse calmamente. ‘’Além disso, minha intuição nunca falha, lembra-se?’’ Rebateu o Uchiha parecendo o mesmo garoto de sempre.

Kisame sorriu, parecendo sentir os novos ânimos bons pairarem ao redor: ‘’Se você esta dizendo... Então o que vamos fazer agora?’’

‘’Eu v-‘’ Não teve tempo de responder, uma tosse tomou conta do Uchiha brevemente e o azul andou até ele rapidamente e tocou-o levemente no braço, para guiar-lhe para um local seco e seguro onde pudesse se secar e descansar um pouco.

‘’Vamos, você tem que se secar ou vai agravar o quadro da sua doença... ’’ Ao ouvir oque o outro disse deixou-o guia-lo para o lugar seguro. Depois de um tempo o espadachim fez uma careta de perguntou: ‘’Ei, Itachi? Você estava chorando... Naquela hora... ’’ Mencionou.

‘’Eu já disse, foi só a chuva’’.

‘’Você sabe. Não precisa mentir para mim...’’

‘’Se você já sabe a verdade, porque precisa tanto que eu confirme?’’

 Kisame fez uma careta: ‘’Eu só queria ouvir isso de você. Sabe, em mim você pode confiar e pode se abrir comigo também quando precisar, garoto’’

‘’Era só a chuva, Kisame’’ Murmurou o Uchiha monotonamente.

‘’Então tá, seu chatinho!’’ Rebateu-lhe sorrindo descaradamente. ‘’Se você não quer falar sobre o assunto, não vamos falar sobre esse assunto! Contente agora?’’

Estranho como não só seu mundo, como o de Kisame também, parecia ter ganhado cor novamente: O pesar havia passado para ambos como se estivessem em sintonia perfeitamente, e o mundo era harmônico e menos desolador agora. 

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Kisame P.O.V (Point Off View)

Não fazia ideia do que havia acontecido ou mesmo como Itachi chegou à conclusão de que o irmão estava vivo. Talvez fosse só uma negação da realidade, mas apesar de tudo até o ar parecia mais palatável e fácil de respirar agora que o menino acreditava que estava tudo bem com o Uchiha mais novo. Agora que estava mais calmo, pensando bem: Era o cumulo da amizade quando você se sente aliado apenas pelo alivio do seu amigo, como se enxergasse no bem estar e serenidade do outro sua própria tranquilidade. E olha que haviam brigado muito recentemente, sendo que o conflito já era passado...

E apesar de não se importar nada com a saúde ou vida do irmão mais novo do outro, esperava que Itachi estivesse certo porque ao menos se estivesse certo Kisame não teria que conviver com um jovem depressivo por ter perdido a única coisa que importava para o moreno: Sasuke, o otouto de seu melhor amigo.

 


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Notas finais do capítulo

Açúcar, tempero e tudo que há de bom... kkkk...
Mas enfim, o que vcs acharam??? Me contem tudinho!!!
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Obs 1: É estranho como tanto na manga quanto no anime o céu fica claro quando o Itachi diz que Sasuke esta vivo, vcs não concordam? kkkkkkk Estranho kkkkkk

Obs2: Os nomes que eu dei para os corvos de Itachi são propositais,
Hugin e Munin na mitologia nórdica são os corvos mensageiros de Odin
Quoth é o corvo que no livro de Edgar Allan Poe fica falando: Nevermore
Roäc é do dos Senhor dos Anéis e do hobbit
Badb é uma deusa da mitologia Irlandesa que se transforma em corvo.
Diaval é o nome do corvo da Malévola
Yatagarasu é o corvo da deusa Amaterasu na mitologia japonesa e ele possu três patas (Se não me engano)
Apollo eu coloquei porque reza a lenda que os corvos eram aves brancas, mas Apollo pintou os corvos de preto como punição por eles não terem conseguido proteger sua esposa gravida
E os dois últimos: Conta uma lenda antiga que a Torre de Londres ruirá e o reino cairá se todos os corvos desaparecerem. Durante os ataques da segunda guerra mundial só restou um nas torres, chamado grip, que depois teve seu numero aumentado graças a realeza que pediu que fossem capturados e levados mais pássaros iguais para lá... Gwyllum é um deles.



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