Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências

Itachi P.O.V (Ponto Of View)

O céu ainda estava um tanto escuro, nuvens traiçoeiras encobrindo o sol, uma forte ventania com um risco iminente de chuva. Ainda sim, Itachi preferia ficar ali fora escorado no batente do templo. Sabia que uma hora ou outra seria chamado e teria que se retratar ao suposto líder da Akatsuki, um homem denominado Pain. Sinceramente ele não sabia o que esperar da sua apresentação naquela organização criminosa. Quando demonstrou claro interesse em fazer parte da organização, não esperava que o ponto de encontro fosse ser aquele lugar, dentre todos os outros possíveis.

Olhou fixamente o horizonte, tentando deixar a mente o mais limpa possível dos eventos trágicos  que ocorreram em sua vida. Dali para frente seria muito incerto, mas era melhor predizer o futuro do que  olhar para trás, tentava ao máximo não remoer o passado, não valia a pena mexer nas feridas ainda tão dolorosas. Não queria pensar muito nisso: Era melhor seguir em frente e pensar apenas no agora, afinal depois de tantas coisas horríveis que fez, parecia tudo uma grande mentira, como se aquilo tudo que orquestrou há poucas semanas atrás tivesse acontecido em outra vida. Aquele Itachi que assassinou seu próprio clã não parecia o mesmo Itachi que estava ali esperando na sacada de um templo qualquer. Era como se tudo não passasse de um sonho. Foi tudo tão rápido e sua vida mudou tão drasticamente depois daquele evento fatídico que era como se não fosse real.

Tentou não suspirar resignado, mas saiu mesmo assim. Parecia que por um lado ainda estava em algum tipo de estado de negação, embora que pelo lado racional soubesse exatamente oque fez.

Ele suspirou pesadamente, olhando o horizonte tempestuoso. Não queria pensar no passado, não queria mesmo. Mas era tão difícil organizar seus próprios pensamentos, era complicado. Tudo estava acontecendo rápido demais para processar.

Não conseguia se esquecer do rosto de desilusão de Sasuke, seu irmãozinho, não conseguia se perdoar pelo que fez com seus familiares, não conseguia se esquecer do seu amigo Shisui, que morreu tão tragicamente, e seu coração ainda dizia que Konoha era seu lar, embora não pudesse mais colocar os pés naquela vila. Tinha sentimentos nostálgicos só de lembrar-se de sua vida anteriormente aqueles problemas todos que precederam o massacre. Ele tinha uma boa vida, tinha status, tinha uma família, tinha amigos, tinha um lar... E agora...

Ainda se sentia muito perdido com toda ‘situação’. O Assassinato que cometeu, um verdadeiro genocídio, ainda marcado em sua memoria, embora não quisesse remoer isso porque ainda era muito doloroso, também não conseguia simplesmente esquecer. Era confuso e desolador.

De repente a porta atrás de si abriu, levemente tirando-o dos pensamentos conflitantes, era o rapaz denominado Pain, não muito mais velho que ele, de cabelos laranja espetado e um misterioso Rinnegan em ambos os olhos. Exalava poder e dureza. E não esboçava emoção alguma em sua face, igualmente a Itachi que sabia esconder o que sentia muito bem. ‘’Siga-me’’ Disse o rapaz sendo breve, virando as costas para o Uchiha sem temer ser atacado. Ele carregava um manto preto no braço despretensiosamente.

Itachi encarou a vista pela ultima vez antes de seguir o rapaz de cabelos laranja arrepiado. Pain lhe trazia um manto preto com nuvens vermelhas, ao que parecia uma espécie de uniforme da organização.

Seu interior se remexeu frente aos novos rumos que sua vida estava tomando, embora não demonstrou isso em suas feições. Seu destino estava sendo selado: Agora não tinha jeito, Ele era um nukenin assassino, prestes a se tornar membro da maior organização de criminosos mercenários. Não sabia o que deveria esperar, mas a partir daquele dia ele seria um membro da infame Akatsuki.

Não demonstrou quaisquer expressões enquanto Pain lhe conduziu por entre os corredores, apesar de se sentir estranho caminhando dentro de um templo. Eles não se sentiam constrangidos por serem todos assassinos e ainda andar em um lugar sagrado sem a menor das preocupações? Ele ponderou, aquilo era irrelevante considerando a situação.

Concentrou-se em algo mais sério. Seu futuro tão imprevisível agora, nem valia a pena tentar premeditar qualquer coisa para si. Sentia seu coração acelerar algumas batidas frente ao futuro desconhecido, a adrenalina correndo pelo seu sistema. Alguém tão precavido como ele detestava não poder saber o que seria dali para frente, fazer planos ou arquitetar metas não era viável, sua nova vida ainda tomando forma.

Houve uma breve pausa para que Itachi pudesse vestir o uniforme da Akatsuki, roupas roxas e o tal manto com nuvens vermelhas. Estranhamente consolador, sentiu-se muito melhor ao finalmente não vestir mais o uniforme da ANBU. Um alivio em não estar mais nas vestes banhadas com o sangue de seus familiares.

Também lhe foi dado um anel prata com vermelho, era um item bonito. Ele observou atentamente o objeto, sem perder qualquer detalhe com seu Sharingan ativo.

‘’Use-o no dedo anelar esquerdo.’’ O líder ordenou. ‘’Esse anel deverá sempre estar com você, simboliza as constelações e marca sua posição na organização, perde-lo seria uma desonra e quem estiver com ele substitui sua posição.’’ Não houve interrupções após isso e o silencio era absoluto. Itachi ainda tentando entender a dinâmica da organização misteriosa, mas sem querer parecer invasivo fazendo muitas perguntas. Lance estranho essa coisa dos anéis!

Pain fez um sinal com a mão para que Itachi esperasse antes de uma porta e ele obedeceu, vendo o outro sumir. E apesar de ficar aguardando como ordenado podia escutar o que se dizia dentro do cômodo, pois se fazia eco em todo o templo. A conversa não parecia nada relevante a principio. Então ele se perdeu em seus próprios pensamentos novamente...

Respirou profundamente, permitindo que seu rosto sem emoções transmitisse pela primeira vez todo o seu descontentamento com sua atual vida, não havia ninguém ali para ver isso em sua face mesmo. Trincou um tanto os dentes e fechou os punho, era tão malditamente difícil seguir novos rumos. Queria tanto acordar daquele pesadelo. Aquilo não podia estar acontecendo com ele! Não com ele!

Como ele queria que tudo aquilo não passasse de uma grande mentira: As cenas e flashes do massacre passando rapidamente em sua mente, lembrando-o que era tudo verdade, embora ele quisesse tão loucamente continuar negando!

Suspirou, tentando se acalmar novamente. Ele tinha que parar com isso. Prometeu a si mesmo que não remoeria o passado. Certo? Mas como não pensar no passado se foi tudo que aconteceu nele que o fazia estar ali naquele lugar?

Ele se obrigou a recompor-se quando a conversa dentro da outra sala começou a se referir a ele, ouviu atentamente a voz intensa do denominado Pain: ‘’Não é costume uma reunião geral, mas pedi que viessem para apresentar-lhes o novo membro da Akatsuki.’’ A voz pesada ecoava. ‘’Esse garoto tem prestigio, segundo qual em breve vocês poderão apreciar, por tal fato, estou atribuindo a ele o anel da Fênix Vermelha do Sul.’’

‘’Aquele anel vermelho, não é?... Aquele anel tem grandeza, se você escolheu alguém que poderia usa-lo... Em uma ordem de prioridade esta acima de mim porque é a mansão no céu que me rege em termos de constelações, já que eu sou Nan (Estrela mais ao Sul).’’ A pessoa de voz estridente fez uma pausa. ‘’Esta dizendo que terei um parceiro e o novato esta hierarquicamente acima de mim?’’ Soou um tanto aborrecida e raivosa.

‘’Entendo a frustração, mas asseguro-o que foi uma decisão bem planejada. Esse rapaz possui habilidades que serão valiosas para a nossa organização, e por já ter sido um capitão ANBU de Konoha, creio que saberá liderar bem. No entanto, se isso se provar errado Kisame, permito que o mate como desejar.’’

Um grande silencio se fez presente, mas Itachi pode ouvir um ruído presunçoso do tal Kisame. ‘’Esse homem...Creio que... Não vai durar muito então!’’ Debochou. ‘’Mas onde esta o meu mais novo parceiro?’’

‘’Não seja convencido, você acabará gostando dele. Vocês têm muito em comum, ambos mataram pessoas que presavam, soa familiar não é?! Terão uma boa dinâmica acredito eu.’’ Uma voz de mulher ecoou.

‘’Se esta dizendo, Konan-Sama, eu quero conhece-lo! Eu estou ficando curioso sobre quem pode ser.’’

‘’Entre Itachi’’ Ele ouviu claramente seu nome soar na voz intensa de Pain, assim como toda conversa. Respirou fundo se preparando. Era agora ou nunca. Sua face ficou fazia novamente, sem transparecer absolutamente nada. Assim ele obedeceu à ordem, entrando de cabeça erguida apesar das circunstancias. Sua imagem por fora completamente etérea, vazia e fria, ninguém saberia o que passava em seu interior, que estava completamente transtornado com a situação incomum. Sua vida esta do avesso. Seu coração quebrado ainda enviando sensações de temor com o futuro incerto, angústia, tristeza e raiva com a situação toda, mas ninguém além dele saberia disso.

Observou ao redor tentando dispersar o que sentia. O lugar era espaçoso, uma áurea de lugar sagrado tomava o ambiente, com imagens e estatuas de Deuses xintoístas. Era como se o lugar que deveria estar maculado estivesse sendo manchado pela presença infame de todos aqueles assassinos no mesmo lugar. Mas quem era Itachi para julga-los, quando ele era exatamente a mesma coisa? Ou talvez até pior, ele era mais que um assassino, genocídio era uma coisa séria.

Sentiu-se um tanto nervoso com a situação estranha. Todos pareciam um tanto paralisados ao vê-lo, isso era claramente perceptível no rosto de cada um. Menos um único membro ali presente, infelizmente ele já o conhecia e isso não lhe agradava muito, afinal, Orochimaru sempre quis roubar-lhe seu Sharingan ou usa-lo como receptáculo, já que seu corpo era bem mais forte e jovem do que o daquela cobra.

Fora o líder da organização, uma mulher de cabelos azuis e Orochimaru, pode perceber as expressões faciais dos ali presentes: Surpresa. Descrença. Espanto. Alguns se recuperaram rápido, outros nem tanto, ainda descrentes ao vê-lo. Era corriqueiro com ele. Era sempre assim, desde Konoha. O peso de ser um gênio: ultrapassar a todos da mesma idade e ser comparável a um shinobi de mais alto nível ainda que fosse muito jovem, por isso sempre havia desconfianças em suas habilidades.

Um pequeno buchicho começou entre os membros.

‘’Este é o rapaz?’’ Perguntou incrédulo o homem com feições de tubarão bem a sua frente, era a mesma voz de antes. ‘’Eu estava certo então, não vai durar um dia sequer! Uma missão e lá se vai mais um...’’ Um sorriso predatório apareceu no rosto assustador do homem, que segurou a base da espada enorme que carregava com entusiasmo.

‘’Não tire conclusões precipitadas, Kisame’’ O líder murmurou, sua voz monótona e vazia, porem intensa.

‘’Mas ele é uma criança!’’ Rebateu o azulado.

‘’E um assassino hábil.’’ Acrescentou o líder rapidamente. ‘’Shinobi rank-S como todos aqui!’’

O tubarão ponderou, olhando para Itachi pelo canto dos olhos, parecendo agora intrigado. ‘’Se esta dizendo... Você mencionou que ele era capitão da ANBU de Konoha ainda agora, não foi? Por incrível que pareça, isso tá ficando interessante!’’ Aquele sorriso predatório voltou a moldurar o rosto do homem com feições de tubarão. E estranhamente Itachi queria saber o que passava na mente do homem azulado.

O Lider parecia ter se contentado com a resposta do cara com a espada. Pois deu prosseguimento. Ignorando as feições ainda descrentes de outros membros. ‘’Itachi, deixe-me apresenta-los brevemente: Estes são Konan, que é minha parceira, da esquerda para direita; Kakuzo e Hidan, os imortais, o Sannin lendário Orochimaru, a quem você provavelmente já conhece já que pertenciam a mesma vila, Sasori da Areia Vermelha, Tobi, Zetsu a planta carnívora, e este a sua frente é Kisame Hoshigaki, seu parceiro’’ Itachi assentiu calado, sua expressão rígida. ‘’Você terá a oportunidade de conhecê-los melhor futuramente.’’

Por um instante ninguém falou nada. Mas a descrença logo virou argumento:

‘’É esse moleque? Puta que pariu! Caralho, o que esse menino fez? Esse merda, disse que odeia os pais e fugiu de casa? Porra, Por Jashin’’ O rapaz que Pain denominou como Hidan exasperou-se ironicamente revoltado. O homem mudou seu olhar de Itachi para Pain, numa atitude obvia de rejeição, provavelmente não achava Itachi apto nem para responder. ‘’Seria melhor usa-lo como um bom sacrifício pr-‘’

‘’Esta duvidando de minhas escolhas Hidan?’’ Pain perguntou ameaçadoramente. Hidan iria retrucar, mas foi interrompido pelo líder. ‘’Você e Kisame aparentam muita descrença em minhas decisões!’’

‘’Nós não duvidamos de suas escolhas, Líder-Sama. Mas você tem que admitir que esse garoto é meio...’’ O homem com cara de tubarão observou Itachi de cima a baixo tentando encontrar as palavras adequadas e depois continuou ‘’Novo demais. Só isso! Mas se esta alegando que ele é útil...’’. 

Itachi podia entender a descrença, ele tinha apenas 13 anos de idade afinal. Todos naquele lugar eram consideravelmente mais velhos e mais altos que ele, embora soubesse que tinha força suficiente para lutar com todos de igual para igual.

‘’Este é Uchiha Itachi, creio que já ouviram os rumores que se espalharam pelos quatro cantos do mundo. E sim, são todos reais! Asseguro que ele esta apto a ser membro da Akatsuki a partir de agora. E ele será seu parceiro Kisame, não desdenhe dele sem saber oque ele pode fazer.’’ O líder anunciou.

Novos buchichos começaram a rolar. Itachi pode reconhecer apenas duas palavras ditas: ’Uchiha’ e ‘massacre’. Sim, noticias ruins corriam rápido. Todos já deviam ter ouvido sobre o massacre do clã Uchiha.

Pain acalmou os ânimos no local, olhou para os membros ali presentes e os silenciou com um olhar sério e sombrio. Depois olhou calmamente para Itachi. ‘’Sua bandana de Konoha. Demonstre, assim como todos aqui presente, que cortou totalmente os vínculos com sua terra natal!’’

Itachi observou com cuidado os riscos feitos por cada uma daquelas pessoas em suas próprias bandanas e imediatamente soube o que deveria executar. 

Tirou sua bandana da testa e colocou-a calmamente em sua frente, respirando firmemente ele se ajoelhou e pegou uma de suas Kunais. Respirou fundo e fez um risco onde estava o símbolo de sua vila, um risco bem grande, profundo e reto. E estava feito! Ele tinha cortado seus laços com Konoha para todos que o vissem a partir de então. Recolocou sua bandana nova, com um risco enorme no símbolo de sua vila, assim como todos ali: Agora sua lealdade era da Akatsuki. A principio, quer dizer.

Era tão estranho saber que tinha um risco em sua bandana. Saber que estava definitivamente, para todos que o vissem, estava traindo seu lugar de origem. Era tão antiético e errado, porque ele jurou ser shinobi de Konoha até o fim, e agora ali estava ele, cortando os laços e amarras com seu passado. Por um instante tudo ficou quieto. Deixando-o sem jeito sobre como prosseguir. Seu interior ainda gritando que ele sempre seria um shinobi de Konoha, apesar de tudo.

Como se Pain tivesse lido seus pensamentos, ele murmurou: ‘’Devo também deixar claro, Itachi, que todos aqueles que venham a trair a Akatsuki no futuro, ou tente desertar, será nada mais que um alvo a ser descartado.’’

Itachi assentiu, engolindo em seco. E um silencio estranho tomou o lugar.

Uma voz que ele não queria muito bem ouvir soou, acabando com o silencio constrangedor: ‘’Lider-Sama, gostaria de fazer uma proposta.’’ Orochimaru se pronunciou.

O alaranjado olhou-o friamente. ‘’E qual seria?’’

‘’Kisame não parece satisfeito em se subordinar a esse garoto, e como já nos conhecemos previamente, acredito que eu seria a pessoa mais ideal como parceiro de Itachi.’’

Itachi esperava que os demais naquela sala não tivessem visto ele estremecer. Não por medo, mas por repulsa só de pensar em ter Orochimaru como parceiro de equipe.

‘’Você já tem um parceiro.’’ Retrucou Pain, para alivio momentâneo de Itachi.

‘’Tenho certeza que Sasori não se importa com a mudança.’’ Disse a cobra, olhando diretamente a marionete, que parecia entender a vantagem que Orochimaru queria ganhar.

‘’Sasori, Kisame. O que dizem sobre isso?’’ O líder meditou. O Uchiha entendia que ele não seria consultado, afinal ele estava entrando na organização naquele momento. Ainda não tinha direito de escolha.

Itachi tentou manter sua expressão vazia. Embora realmente estivesse agoniando em ter que se juntar ao Sannin. Depois de tudo o que ele havia passado, Kami bem que podia ter compaixão dele. ‘Orochimaru não, Orochimaru não!’ Pensou como um mantra, ele estava num templo apesar de tudo, alguém há de ouvi-lo.

‘’Não desejo uma troca.’’ Murmurou Kisame, surpreendendo a todos. ‘’Como você disse líder-Sama, eu e esse garoto temos muito em comum. Pode ser uma união interessante.’’ Aquele sorriso imenso voltou  estampar a cara do homem ameaçadoramente, mas por incrível que pareça Itachi se sentiu mais aliviado por não ter que se juntar a Orochimaru. E por outro lado: Oque diabos passava na cabeça daquele homem com feições de tubarão? Pensava.

Alguém realmente o escutou naquele lugar sagrado. Já bastava todo peso que tinha que carregar. E ele podia se preocupar com Kisame mais tardar.

‘’As atribuições permanecem as mesmas. Além disso, lembrem-se:  As duplas são feitas para maximizar a efetuação das missões, unindo pessoas que complementem os pontos fortes e fracos do outro. Não é uma questão de afinidade.’’ O líder informou. ‘’Itachi, você seguirá as diretrizes que eu der, seja quais forem. Eu sou seu superior, um deus, a partir de agora. Vamos dominar esse mundo um dia!’’

Itachi ficou um tanto surpreso com a afirmação. Era serio? Segurou-se ao máximo para não erguer uma sobrancelha elegante e cética as palavras ditas pelo homem. Aquilo tudo estava se tornando uma loucura muito difícil de engolir. Só podia ser um sonho, não, um pesadelo!

Itachi piscou, novamente tomado por aquele sentimento de negação: Nada daquilo que estava acontecendo em sua vida podia ser real. Não parecia, pelo menos. Aquilo tudo era loucura. Tudo aquilo. 

Uma grande conversa começou, partindo de um bochicho, todos estavam discutindo sobre Itachi há alguns minutos, isso até Pain os interromper e dizer que a reunião estava encerrada, saindo sem maiores cerimonias, acompanhado da garota de cabelos azulados, Konan.

Itachi também não viu nenhum motivo para continuar naquele lugar, então, após a saída do líder, ele simplesmente virou as costas para os ali presentes e se retirou. Já haviam sido devidamente apresentados mesmo, além disso, era apenas uma organização secreta de nukenins mercenários e assassinos, não era suposto ser agradável com alguém ali, desde muito novo Itachi aprendeu uma coisa; um ninja é apenas uma arma. Não valia a pena ser cordial com qualquer uma daquelas pessoas. Não queria conhece-los nem se associar a eles.

Ele queria um tempo para processar todas aquelas grandes mudanças em sua vida. Era como se sua vida não parasse de girar de forma enlouquecedora. Um dia ele tinha um lar e uma família e no outro não. Em um dia ele era um ninja prestigiado e no outro um ninja renegado. Em um dia sua vida parecia fazer sentido e no outro tudo fora jogado no ventilador. Merda!

O que ele tinha feito de si? Porque aquela merda toda tinha que acontecer com ele?

Novamente do lado de fora Itachi sentiu a brisa fresca em seu rosto, iria chover em breve, ele não gostava muito de chuva. Mas decidiu aproveitar o máximo de tempo ali fora, algo dentro de si não queria ficar trancado dentro de um esconderijo qualquer da Akatsuki com um monte de estranhos.

Respirou fundo recompondo-se. Tinha que se manter neutro. Aquela sensação horrorosa de estar se sentindo fora do seu lugar haveria de passar em algum momento, bastava que ele seguisse o curso que sua vida estava tomando, não é?

Olhou ao redor tentando se distrair. Ele percebeu que tinha um deck de madeira não muito longe de si, havia uma praia e um belo mar. O deck era enorme e muito extenso, começando na alta montanha onde ficava o templo estendendo-se até o mar. Itachi então caminhou lentamente ate a estrutura de madeira, verificando antes com os pés se era seguro. Nada parecia podre, nem a aparência, então firmemente foi até o fim da mesma e admirou a paisagem. Era fim de tarde, o vento trazia um ar salgado da maré e havia varias gaivotas berrando por perto com uma eminente tempestade passageira ameaçando cair. Parecia pacifico. Ele queria essa calmaria para si.

Era estranho, por fora se sentia forte e pronto para qualquer coisa, exalava uma áurea fria e apática para quem quer que o abordasse. Poderiam dizer até que ele não tinha coração ou emoções tamanho sua frieza. Mas isso apenas por fora, por dentro ele ainda se sentia perdido. Tudo o que ele queria era acordar daquele pesadelo. Era uma grande mentira, só podia ser. Os rumos que sua vida estava levando pareciam não passar de pura fantasia. Era tão surreal. Transcendia o limite da razão, era do domínio dos sonhos, da sua imaginação, era tudo um grande absurdo.

‘’Por favor, Kami! Permita que toda essa loucura não seja real!’’ Sussurrou baixo, apenas para si. Ele já não aquentava mais aquilo, e tudo mal tinha começado. Como ele levaria sua vida daquela forma?

Itachi olhou para baixo, para o mar abaixo de si. O menino encarou por alguns instantes os imensos tubarões logo abaixo, eles não estavam ali há algumas horas atrás, quando chegara o local não parecia ser lar de tubarões. Mas para alguém que já não se importava em viver ou morrer, aquilo não parecia uma grande ameaça. Nem o homem que lhe espreitava.

Sabia que o homem que agora era seu parceiro estava observando-o. Mas nada fez. Itachi não se importava!

Kisame P.O.V (Point off view)

Kisame havia saído atrás do garoto, depois dele simplesmente sair sem dizer nada. Quer dizer, ele demorou um tempo até por sua cabeça em ordem. Ele não esperava um garoto de 13 anos que mal chegava a seu cotovelo. Mas a menção do nome dele mudou tudo, evidentemente. As coisas tinham ficado realmente interessantes!

Apesar de tudo ainda mal podia acreditar. Vendo a imagem do garoto não conseguia conciliar com a imagem mental que tinha de um capitão da ANBU e com a imagem de um assassino. Era apenas uma criança, por Kami! Foi assim que se recompôs, tendo paciência para pedir informações sobre aquele menino para Orochimaru, já que o Sannin já o conhecia, e falou dele quase com uma admiração e inveja nos olhos. Estranho e curioso! Para Itachi dar inveja a um Sannin deveria ser, no mínimo, muito habilidoso.

Apesar de tudo, não importava o quanto habilidoso fosse, aquele jovem deveria estar temeroso com a organização com a qual se meteu, deveria ficar ameaçado com os tubarões e com a presença de Kisame ali. E foi assim que se sentiu ainda mais presunçoso: Itachi podia ser o ninja sensação do momento, mas ainda era apenas uma criança também. Continuou observando, esperando ver quando a expressão vazia no rosto do garoto fosse se quebrar e ele fosse ver aquele menino assustado como deveria ser. Então quando o garoto simplesmente se abaixou e sentou na beira do deck, Kisame se surpreendeu.  Aquele pirralho estava desdenhando dele? Só pode!

Certo que ele era um ANBU e certamente um excelente assassino e provavelmente tinha um excelente controle emocional. Mas aquele garoto era tão jovem que ainda despertava incredulidade no homem tubarão. Era estranho ver aquela criança e tentar imaginar um assassino.

Ele tentou lembrar dos rumores que ouviu:  ‘Itachi Uchiha’, Kisame ouvi coisas a respeito desse nome. Todos ouviram. Noticias ruins se espalham rápido até demais naquele mundo sem amor. Mas olhando para o garoto agora era difícil de acreditar nas evidencias e rumores. Os boatos simplesmente não se encaixavam com o garoto a sua frente, claro, só aparentemente.

Apesar da incredulidade inicial, Kisame sabia do que as pessoas eram capaz. Por isso ele ficou mais eufórico. Um garoto de 13 anos, em tão tenra idade e já era considerado um assassino sanguinário e cruel. Aquilo era uma novidade e tanto. Quem diria? Aquele mundo estava perdido mesmo!

Kisame abriu um sorriso cheio de dentes pontudos, ele estudou a criança por algum tempo. Algo dentro de si disse que era para o menino estar ao menos temeroso, mas ele não estava, ou pelo menos não deixou transparecer. O rosto do menino era de total confiança, e não tinha nem uma sombra de medo no seu semblante, parecia entediado na verdade.

Assim ele observou com cuidado a criança sentada na ponta do longo deck de madeira olhando a paisagem, pouco se importando com os tubarões abaixo de sí. Por um momento imaginou que o menino não tinha visto direito, mas era impossível, ele havia visto os tubarões na agua, ou então o menino era cego... Mas não tinha como. ‘Não, não é cego. É frio e insensível ao medo. Um assassino calculista. Ou apenas um bom mentiroso!’ Pensou Kisame enquanto caminhava pelo deck indo até a criança.

Aquilo estava ficando realmente interessante. Estava curioso para saber mais daquele menino, um interesse repentino para saber quem realmente era Uchiha Itachi, além de ser o assassino de sua própria família, quem ele era? O que escondi atrás daquela mascara fictícia de indiferença?

Aproximou-se, deixando transparecer sua vontade em conhece-lo ‘’Vou ser seu parceiro de agora em diante’’ Kisame disse alto e em bom tom. Isso fez o garoto virar a cabeça ligeiramente, mas não o suficiente para se olharem frente a frente. Itachi parecia irritado. Não gostou de ter seu momento sozinho roubado, ele notou, mas isso não o intimidou.

O tubarão não se abalou com isso, continuou a caminhar até estar atrás do menino. ‘’Me chamo Kisame Hoshigaki, sou um ex-ninja da Aldeia da Nevoa. E também sou um ex-membro dos 7 espadachins da nevoa. Prazer em conhecê-lo.’’ Disse Kisame quase educadamente demais, mas ainda de forma ousada e desafiadora. 

O garoto melhorou a expressão facial, mas ainda não parecia contente em vê-lo, embora isso não tenha perturbado Kisame que continuou sem se abalar: ‘’E você é Itachi Uchiha, ex-ninja da Aldeia da Folha. Ouvi humores sobre você... Que você matou todos os seus companheiros de clã.’’ De repente Itachi voltou a olhar o horizonte, inicialmente Kisame pensou que fosse para ignora-lo, mas depois observou a expressão pensativa do menino e prosseguiu: ‘’Não se preocupe, eu te entendo. É por isso que decidi ser seu parceiro na Akatsuki.’’ Kisame não falava muito amigavelmente, e nem de longe estava querendo consola-lo de alguma forma, suas palavras eram rígidas, seu tom ameaçador e seu rosto estava vidrado em uma expressão assustadora. ‘’Sabe, Itachi, eu também matei meus companheiros-’’

‘’ Você fala demais’’ Disse Itachi interrompendo-o abruptamente, finalmente se expressando. ‘’Você acha que sabe muito sobre mim... Mas e sobre si mesmo? Você se perdeu na nevoa e acabou aqui. Você é apenas um peão que não sabe onde ir, não é?’’ O tom de voz do menino era baixo, grave, rouco e monótono. Kisame não gostou disso, mas logo conteve sua expressão. Colocando sua espada Samehada bem próximo do ombro do menino.

Aquele garoto só podia estar zoando com ele! Tentando ler quem ele era? Kisame era tudo, menos um livro aberto! Que ousadia tentar falar dele! O que aquela criança sabia da vida? Aquele pirralho todo metido a esnobe intelectual... Com o ar como se fosse muito mais velho do que realmente era, coisa de adolescentes, só podia ser!

Apesar do Uchiha ser o líder da dupla, ele tinha que mostrar que não se submeteria assim tão fácil aquela criança estranha. Tinha o que dizer aquele garoto metido, sobre quem ele era: ‘’Você parece entediado. Quer ouvi uma coisa interessante?’’ Prosseguiu, sua voz sem mostrar o quanto ele estava abalado com o garoto. Já o outro não esboçou nem uma reação, portanto Kisame levou isso como um ‘sim’ e continuou. ‘’Alguns tubarões são ovovivíparos, isso significa que os ovos chocam dentro da mãe quando nascem, entretanto o numero de ovos não corresponde com o numero de filhotes. Sabe por quê?’’. Ele não esperou uma resposta: ‘’Canibalismo. Quando os ovos chocam os filhotes começam a matar seus irmãos no ventre da mãe ’’

De repente Itachi notou que os tubarões abaixo de sí sumiram. Era apenas um jutsu. Um jutsu de Kisame. ‘’Hn’’ Murmurou o Uchiha já sabendo disso.

O homem azulado prosseguiu sem se abalar: ‘’A partir do momento que nascem o extermínio começa. É um por sí. A partir de hoje somos parceiros na Akatsuki. Mas por favor, tome cuidado... Comigo.’’ Era uma notável ameaça. Ele tinha planejado tudo aquilo. Agora aquela criança de expressão vazia teria que esboçar alguma coisa naquele rostinho metido a besta.

‘’O mesmo vale para você’’ Disse Itachi com o Sharingan já ativo no segundo estagio e um dos mais temidos, Mangekyou. Em resposta Kisame apenas abriu um sorriso, ele estava certo: Uchiha Itachi reagiu, perdendo a expressão apática por um instante.

Ele se contentou com isso, aquele garoto não era um robô afinal, ficou calmo depois de constatar isso, tornando-se mais relaxado: ‘’Gostei de você criança. De qualquer forma, espero que nos demos bem’’ Disse Kisame pacifico, e Itachi desativou o Sharingan ainda olhando-o suspeito. ‘’Vamos torcer pra que eu não tenha que te matar, e vice-versa.’’ Kisame falou enquanto tirou  Samehada de perto de Itachi.

Inicialmente o garoto olhou-o estranhamente. Tentando entender as motivações do tubarão. Mas suspirou por fim, acalmando-se: ‘’Não se preocupe com isso, não tenho nenhum motivo para estar contra você, no momento. Sabe o que acho de sua historia? Qualquer um que mate um companheiro, mesmo que por apenas uma vez, nunca recebe uma morte digna no final. Lembre-se disso.’’ Disse Itachi se levantando e olhando para Kisame frente a frente pela primeira vez.

Kisame riu, discurso estranho para o assassino do próprio clã: ‘’O que significa que tanto você quanto eu não teremos uma morte muito digna, somos páreas’’ Disse Kisame divertido.

‘’Não. Não somos peixes, somos humanos. Não saberá que tipo de pessoa você é, até chegar a hora de sua morte.’’. Disse Itachi passando por Kisame e indo embora em direção contrária, quando os primeiros pingos de chuva caíram em sua capa preta.

‘’Do que esta falando, criança. Caso não tenha percebido, eu sou um tubarão, um peixe! Além disso, nossas motivações não muda o fato de sermos assassinos! Somos o que somos!’’ Disse Kisame enquanto acompanhava o garoto lado a lado.

Itachi olhou-o profundamente: ‘’Não, você é tão humano como qualquer outro’’.  Disse Itachi em uma observação. ‘’E esta errado quando diz que ‘somos o que somos’. Afinal, nossos motivos ou causas valem muito no final. Porque não é aquilo que somos, mas o que fazemos com o que somos que conta.’’

O azulado sentiu-se estranho. Quem aquele garoto pensava que era? Primeiro dizendo que ele era só alguém perdido naquele mundo maluco e sem amor, depois alegando que apesar de tudo ele era só humano e  depois... Não contava aquilo que ele era, e sim o que iria fazer...

Kisame estava realmente surpreso. O garoto até que era interessante. Parecia fácil conversar com ele. Ele não perecia uma ameaça e nem mesmo se sentia ameaçado por Kisame. E aquela curiosidade só aumentou: Quem realmente é Uchiha Itachi? / De repente quis desvendar: quem era Itachi atrás daquela expressão impassível, nunca mostrando reais emoções? Atrás daquela apatia, parecia haver uma grande pessoa.

O Uchiha se afastou dele, parecendo seguir um rumo distinto. E isso também intrigou Kisame. Maldito garoto cheio de mistérios! Não se conteve e perguntou: ‘’Onde pensa que esta indo?’’ Perguntou Kisame, mostrando um sorriso cheio de dentes em diversão.

‘’Essa organização... Deve haver uma Base em Amegakure, afinal, soube que nosso lider Pain começou uma guerra civil dentro de Amegakure e, atrás da cortina de chuva implantada no lugar completamente fechado para o resto do mundo, ele de alguma forma dominou o lugar, apesar de não haver evidencias concretas. ’’- Itachi disse monótono e sem olhar para Kisame.

O homem riu estridentemente do garoto: ‘’Base? Você realmente acha que sabe de tudo, não é? você vai para Amegakure, então?’’

Itachi se virou para Kisame lentamente e o encarou incrédulo. ‘’É onde supostamente deveríamos estar!’’

‘’Se esta se referindo a Amegakure, sim Pain é o líder do lugar, mais é apenas isso. Nós não precisamos ficar lá.’’  Kisame esperou alguns segundos pare ver se a expressão facial do menino mudava, mas não aconteceu nada. ‘’Você não quer saber por quê?’’ Perguntou curioso.

‘’Suponho que vá me dizer. E de qualquer forma, Amegakure seria o melhor lugar para ficar, afinal é de domínio da Akatsuki, deve haver alguma espécie de quartel general. ’’

‘’E se você estiver errado?’’

Itachi suspirou aborrecido. ‘’Mas não estou’’ Era uma afirmação.

‘’Você esta supondo isso também?’’

‘’Eu não tenho paciência para conversas tolas’’ Disse itachi cruzando os braços. Kisame percebeu que ele parecia incomodado.

‘’Okay, okay, você não é muito de conversa fiada, não é?’’ Era uma pergunta retorica. ‘’Bem, eu estava apenas brincando com você, nós não temos um acampamento, uma base, ou coisa assim. Você pode ficar em qualquer lugar. Quando tiver missão para nós, Lider-Sama vai nos comunicar, aí você e eu nos encontraremos em qualquer lugar... Amegakure não funciona como uma base da Akatsuki, você pode até ficar lá, mas mesmo Pain não gosta de manter-nos por perto, primeiro porque o lugar seria alvo de ataques constantes se abrigasse todos nós e ele não quer conflitos no local, e depois porque seria mais fácil nos pegar se ficássemos todos juntos. ’’ Disse começando a caminhar até a praia. ‘’Então... Acho que isso é um ‘até logo’.’’

‘’Então, não há nada para fazer e nenhum lugar exato para ir?’’ Itachi parecia não estar gostando daquilo.

‘’você pode fazer o que quiser. Qualquer coisa, a vida é sua afinal de contas. Algumas vilas próximas gostam de nós e são bem generosas. Vá para um hotel e peça um quarto se assim preferir’’ Itachi parecia atordoado pela primeira vez e Kisame percebeu claramente. ‘’Oque você tem, criança?’’ Murmurou curioso.

Itachi recuou. ‘’Nada. Até qualquer missão’’ Disse sério. E começou a caminhar na direção contraria a de Kisame.

‘’Só uma dica: Fique em Amegakure mesmo, Pain controla o lugar habilmente e não é como se ele fosse te expulsar! Ele só não gosta de reunir todos nós lá. Os arredores de Takigakure também são bom, Kakuzu tem vários estabelecimentos perto de lá e ninguém na região é louco de se colocar contra ele.  Kirigakure seria sua pior escolha, embora Tobi controle parcialmente o lugar, Kiri mantem um certo domínio e esbarrar com Oinins, ninjas caçadores, não seria bom pra você.’’ Disse Kisame indo embora.

Itachi P.O.V (Ponto Of View)

Itachi estava perplexo, agora estava sozinho novamente. Ele caminhava pela floresta calmamente pensando meticulosamente o que iria fazer. Apesar de tudo, Amegakure ainda parecia a melhor opção: o lugar era demasiadamente fechado e protegido do mundo exterior. Ninguém sabia ao certo oque se passava lá dentro. E Pain realmente sabia como controlar o lugar, afinal era um mistério para as demais vilas o que acontecia em Amegakure, enquanto todos sabiam que houvera uma guerra civil no lugar, ninguém sabia ao certo quem estava no poder além de saber que era alguém poderoso.

Ele não estava gostando de ficar só. Era estranho, porque era como se ele não tivesse afiliação nenhuma. Assim, antes ele era Shinobi de Konoha e tinha uma certa proteção, agora apesar de fazer parte da Akatsuki, ele não tinha um lugar seguro no mundo, um porto seguro, era só ele e o mundo que queria caça-lo. Isso estava fora dos planos, ele pensara que a Akatsuki tinha uma base, um acampamento, um esconderijo, um local onde todos se abrigassem. Mas agora ele percebeu que estava definitivamente sozinho. Completamente sozinho! Isso era incomodante...

Ele sempre foi uma pessoa reservada. Mas sempre havia apoio para si. Agora não havia mais nada! Ele perdera tudo!

A Akatsuki só os queria para completar seus objetivos, fora isso ele teria que se virar. Seria tenso ficar em um esconderijo com vários Nukenins perigosos, se houvesse uma base, mas ficar sozinho também não era bom, ainda mais considerando quem ele era. Provavelmente varias vilas já colocaram um preço pela sua cabeça para uma boa recompensa: Um jogo insano onde ele seria a caça.

Pelo menos até a poeira sobre o massacre baixar. Claro, os boatos correm rápido, muitos teriam medo de enfrenta-lo, outros tentariam uma emboscada, outros idiotas tentariam provar-se algo e o enfrentariam sem nem ter poder para isso. Claro, agora tinha a Akatsuki, ela é uma das melhores organizações mercenárias que existem, se não for a melhor, por tanto ao verem-no vestido com o uniforme seria como um aviso de que ele tinha afiliação com aquela organização. Já era um começo. Mas era realmente ruim ter de ficar sozinho. Era angustiante não ter um lugar no mundo para chamar de lar.

Itachi sabia o quão poderoso era, entretanto todo cuidado era pouco. Estando sozinho ele não poderia baixar a guarda nunca, oque seria cansativo demais. Ele não queria admitir, mas estava com sono, fazia dois dias que não descansava, pelo percurso que fez para encontrar Pain. Ele era só humano afinal das contas, tinha necessidades, sentimentos e emoções como qualquer outro.

Ele ativara o Sharingan sem nem ao menos perceber, era uma questão de sobrevivência. Itachi não gostava de depender de seu Kekkei Genkai, mas como estava cansado seus reflexos naturais poderiam ficar mais lentos, então ele ficaria muito vulnerável, era melhor manter o Sharingan ativo, vigiando cada ponto ao seu redor avidamente. Se alguém se aproximasse, ele saberia.

Ele tinha que pensar no que iria fazer muito atentamente, qualquer passo em falso, lhe custaria a vida, não que ele se importasse muito. Estava se sentindo um lixo. Aquelas memorias ruins voltaram a sua mente, ele não queria lembra-se delas, mas vira e mexe lá estava ele recordando as cenas horríveis do massacre que cometeu. Aquilo nunca o deixaria em paz? Era seu castigo pelo que fez?

Ele queria tanto poder esquecer, se desmemoriar. Mas parecia sua sina: Sofrer!

Não havia lugar no mundo em que ele pudesse estar em paz. Talvez apenas na morte fosse encontrar isso. Afinal, a morte é doce para quem a vida é amarga.