Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem isso é só o Prólogo.
Espero que gostem...
Comentários e criticas construtivas serão bem aceitos.



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De quantas maneiras um coração pode ser destroçado e continuar batendo? Em meio a tanta dor, só sabia dizer que lagrimas não doem. O que dói é o motivo que as fazem cair.

Itachi P.O.V (Point Off View)

Era uma sensação estranha, como se não houvesse mais nada dentro de si. Como se fosse um boneco de trapos. Como se algum tipo de energia vital tivesse sido sugada. Sentia-se mais vazio do que nunca. Como se algo tivesse quebrado seu coração, e não havia a menor chance de concertar. A desgraça havia lhe abatido, lhe corroído, lhe destruído de dentro para fora. Ele era agora apenas um mero resquício do que sobrou do verdadeiro Itachi.

Sua visão era embaçada, e ele não sabia bem o porque. Apenas quando algo morno e salgado correu em rios pela sua face notou:  Estava chorando.

Não ligou. Caminhando lentamente, nada mais parecia importar. Seus pés já cansados e doloridos com a longa caminhada. Apesar de ser um Shinobi experiente e atlético caminhava sem rumo a muitas e muitas horas, e seus pés já formando bolhas vermelhas e irritadiças, seu corpo reclamando de cansaço mórbido, mas ele não conseguia parar, seus movimentos eram quase involuntários, nem prestava atenção ao que fazia, só sabia que precisava se afastar daquele cenário o quanto possível, e apesar de já estar muito, muito longe, o sangue em suas memorias ainda era fresco, o que o deixava entorpecido e angustiado.

Sua expressão era assombrada e agoniada, aquelas memorias horríveis que passavam como flashes em sua mente lembravam-no que tudo aquilo era a realidade, e não um grande pesadelo. E isso era como ser engolido por uma maré de melancolia. Nada mais parecia ter sentindo. Sua mente já não conseguia achar respostas muito logicas, apenas caminhou e caminhou para longe, buscando sabe-se lá oque, talvez um consolo para sua aflição, talvez um colo que abarcasse seu sofrimento.

Não tinha certeza de onde estava, e o que tinha ao redor pouco lhe importava. Poucas vezes fora tomado por intensos sentimentos, poucas vezes fechou-se em sua bolha encarando seus temores e suas feridas internas, nunca fora do tipo emocional, mas agora estava perdido dentro de si mesmo e aquela sensação era horrorosa: Estava estraçalhado por dentro, as imagens dos que ele assassinou ainda em seus olhos, e nada fazia aquilo sumir, mesmo que ele quisesse jogar para o fundo de suas lembranças.

Seu peito dolorido de remorso. Sua mente voando longe, atormentada por imagens e sons alucinantes que desejava nunca ter ouvido: Sua katana cortando o ar e matando toda a sua família em uma única noite. Isso o angustiava. Estava bem mais do que arrasado, a dor que sentia ia para além da dor física, uma emoção indescritível.

“Perdoem-me! Por favor, me perdoem!” Lamuriou baixo para o vento gélido, as lagrimas ainda rolando como cascatas em seu rosto de porcelana. Não sabia o que fazer para desarraigar aquela agonia de seu peito. Como fazer parar de doer?

A culpa o tomava. Mas sentia repulsa, afinal, que assassino chorava por suas vitimas? Ele não tinha direito a isso, não depois do ato bárbaro que cometeu. Sabia que não havia perdão para o que fizera, mas ainda sentia que devia extravasar aquilo.

‘’Me perdoem! Por favor!’’ Lamuriou-se mais. Entretanto a dor só parecia aumentar assim como seu pranto. Para o que ele fez não deveria haver perdão e isso o quebrava ainda mais.

A culpa era excruciante, não queria ficar com ela em seu peito, apesar de tudo. Talvez se expressasse seu desgosto pelo que fez aquelas imagens em sua mente se extirpariam: Sua Katana dilacerando seus familiares como folhas de papel baratas. Os olhares de descrença e raiva, ódio, perante a traição que cometia contra sua própria família, seu clã. Não havia pedidos de clemencia, eram Uchihas e Uchihas são orgulhosos demais para tal. Nem mesmo as crianças haviam dito algo, mas seus rostos tomados de medo jamais sairiam de sua mente, apesar dele ter sido rápido e eficaz em sua tarefa, não mereciam sofrer. Nenhum de seus familiares merecia, apesar das circunstancias.

Raios e trovoes cortaram o céu escuro, o Uchiha estava bem ciente de que estava bem longe de Konoha, mas ainda sim continuava a se afastar do local, palco daquela tragédia macabra.

Seu peito doía de dentro para fora, e a qualquer momento sentia que iria desabar. Mas continuou em frente o tanto que dava.

Os olhos de seu irmãozinho nunca saindo de sua mente também, o único que ele havia permitido viver, ele sabia que o garoto jamais lhe perdoaria e não conseguia deixar de sentir-se mal por ter abandonado e traído a confiança de seu otouto. Sentia por deixar Konoha para trás. Sentia por se tornar um criminoso assassino...

Havia perdido tudo o que mais prezava em uma única noite. Sua honra e suas esperanças estavam em frangalhos. Sabia que aquele era o destino mais cruel e amargo que poderia provar: seguir com sua vida, quando havia tirado as de quem ele mais deveria prezar, parecia um grande castigo, e ele sabia que merecia. Merecia também o ódio de seu irmão, e como merecia. Mas era um peso tão grande para carregar!

Finalmente seus joelhos tocaram o chão de terra, sedento para que aquela dor passasse. Não notou quando retirou seu uniforme ANBU, mas lá estava ele; Perdido, em uma maré de sentimentos conflitantes, a chuva começou a cair levemente em seu corpo, e ele deixou-se banhar por ela, como se de alguma forma aquilo pudesse lavar sua alma e apagar de sua memoria assombrada o que havia acontecido ainda naquela mesma noite.

‘’AHHHHHH’’

Em meio ao som estrondoso dos trovões e raios que cortavam o céu, Uchiha Itachi chorou, clamou pelo perdão que sabia não merecer e gritou tudo o que tinha que gritar, mas ninguém escutaria o tamanho de sua dor por mais que tentasse extravasa-la, de qualquer forma.

Havia ficado rouco, sua voz sumira de vez, ainda sim continuou tentando berrar, sendo abafado pelo som da tempestade. Ninguém o escutaria ou viria lhe acudir, e ele nem ligava mais. Só queria que aquela dor passasse, mas não importava o que fizesse não passava! Então continuou, com a esperança falha de que iria exaurir-se de mais dor se a coloca-se para fora. Gritou lamuriando-se até estar completamente esgotado, continuou a chorar e pedir perdão, mas nada que fizesse extinguia a dor.

Era fato: Estava fadado a levar aquela angustia consigo.

Não soube quando desmaiou. Quando recobrou a consciência, quando sua mente turbulenta voltou a pensar o mais coerentemente possível e a planejar, foi quando suas lagrimas secaram, quando não parecia haver mais alguma coisa vital dentro de si que lhe dava vida.

Itachi estava ali, aparentemente vivo, mas não havia mais nada dentro de si. Estava oco. Seu rosto não transbordava nenhuma emoção eminente. Em sua mente: Perguntando-se apenas o porquê de nunca na sua vida poder encontrar a paz. Por que aquela tragédia teve que abater-lhe? Por que com ele?

Sua mente estraçalhada. Ficou assim por algum tempo, sem saber como continuar, de onde arranjar forças?

Quando deu por si, a chuva já havia parado, a tempestade havia ido embora. Não sabia dizer quanto tempo permaneceu naquela situação, angustiado e devastado pela chacina que fizera. Talvez tivesse ficado horas naquele estado mais do que deplorável, manchado com o sangue daqueles que eram sua família, sangue que a agua da chuva não fora capaz de apagar de suas roupas e muito menos de suas lembranças doloridas.

Sentia-se em pedaços miseráveis, tanto seu corpo como sua mente. Não sabia mais dizer oque era pior: Seus sentimentos ou suas sensações, mas após aquele duro golpe emocional, não sabia como se organizar. E quem saberia? Quem saberia oque fazer na mesma situação? Ele havia matado sua própria família, seu clã, os membros de sua própria linhagem. Ele agora não poderia voltar para sua vila natal, era um assassino procurado. Se família e terra natal  deveriam ser um porto seguro, como um cais para onde um barco vai quando precisa. Oque fazer quando não se tem mais um porto seguro?  Estava a deriva. 

Sua cabeça doía pensando sobre isso, foi assim que enfim levantou-se e vestiu seu uniforme ANBU novamente. Finalmente olhou ao redor, pensando em algo a mais do que sua desgraça, de repente matutando onde poderia se esconder do mundo naquele momento arrasador: Resguardou-se no esconderijo Uchiha, uma antiga fortaleza que pertencia a seu clã antes da vila da folha ser criada, e ficou lá por dias, sem comer, sem beber, abatido como nunca ficara antes. Era como se ele fosse um boneco sem vida.

A antiga fortaleza de seu clã parecia zombar dele, o lugar assombrando-o: Ali era onde viveu seu clã em um passado remoto. E agora todos daquela linhagem, salvo seu irmão mais novo e ele, faziam parte do passado também por causa dele. O lugar era vazio e estéril em congruência com seu interior igualmente vazio, porque não havia mais o que lamentar, nenhuma definição de sentimento ou emoção poderia descrever oque sentia naquele momento, nada poderia explicar aquela estranha sensação de mais nada em sua vida fazer sentido, por dentro estava quebrado, e por fora só conseguia demonstrar o quanto estava despedaçado por dentro: Sua postura era esvaziada e superficial.

Manteve-se naquele lugar até se recompor o máximo que pode. Manteve-se lá até seu rosto se manter apático, até transbordar indiferença e aparentar frieza. Era como estar morto por dentro.

Lidar com suas verdadeiras emoções não era hábil. Porque se continuasse a lamentar pelo que fez se afundaria ainda mais baixo, em um buraco de onde não sairia. Por conta disso o melhor era se manter frio e racional, a melhor forma que encontrou de lidar com aquela dor inexplicável era negando sua existência. Não queria e nem iria mexer em feridas ainda abertas.

Assim pode finalmente seguir em frente, rumo ao seu futuro incerto, sofrido e penoso. Rumo a uma organização criminosa denominada Akatsuki...

 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que foi pequeno, mas o próximo capitulo também esta ai, e ele e bem maior, então por que não dar uma conferidinha????



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