Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 15
Capitulo 14 – Doente. (Reescrito)


Notas iniciais do capítulo

Eu não acredito que escrevi tantos capítulos em tão pouco tempo... Isso é inédito para mim, que sou a cara da preguiça.
Essa historia esta me fazendo muito feliz, eu estou escrevendo pelo simples prazer de escrever (E não é esse o sentido de escrever uma fic? Xd O.o)
Mas enfim, eu queria agradecer (De novo) os que estão acompanhando a fic.
Essa historia esta me surpreendendo, pois eu nunca escrevi tanto na vida, kkkk.
(Não, sério agora)
Estou muito contente, espero agradar vcs até o final.
(Nossa, deixa eu parar de falar aqui e ir logo para a fic... Xd)
Aproveitem o capitulo
Beijos.



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Quando a sua ajuda aos outros é fruto de uma motivação e preocupação sincera isso lhe trará bem-estar.  Se você desrespeita os outros e não trata os demais como gostaria de ser tratado isso fará de você imensamente insociável e isso lhe trará solidão.

Kisame P.O.V (Point Off View)

Apesar de todas as pessoas acreditarem que ele era só um Shinobi monstruoso, sem emoções e assassino metido a halterofilista, na realidade era bem mais do que capaz de ser bem analítico, capaz de deduzir rapidamente o básico em qualquer situação. Por isso sabia que havia algo de errado na postura de seu parceiro: Estava preocupado com o jovem rapaz, por algum motivo o Uchiha saiu com uma cara azeda da consulta com a velha senhora.  E o garoto nem se deu ao trabalho de lhe dizer oque estava acontecendo ou oque foi encontrado em seu organismo, não disse os resultados. O fato era que algo estava realmente errado com Itachi e o garoto preferiu não lhe contar oque era.

Estava um tanto com raiva; Fora ele que insistiu para que o jovem fizesse aquilo e agora, além de seu parceiro estar com a cara amarrada com oque descobriu, também não lhe contou nada e isso deixava o Hoshigaki muito curioso e um tanto aborrecido. Rendeu-se: ‘’Não vai mesmo me contar oque está havendo, Itachi-san?’’

O moreno olhou-o de soslaio, ainda com a cara amarrada e fechada de sempre. ‘’Não precisa se preocupar com isso agora.’’ Disse-lhe monotonamente, com sua voz intensa e aveludada, sem demonstrar nenhuma emoção aparente e completamente apático.

Detestava quando a peste fazia parecer que nada o abalava. ‘’Mas é alguma coisa séria?’’ Insistiu, afinal a velha deu medicamentos estranhos para o garoto e isso já devia ser um mau sinal. ‘’É provisório ou vai durar?’’

O outro nem o olhou dessa vez, continuou descendo a montanha onde morava a velha sem se intimidar. ‘’Não se preocupe com isso, no momento.’’ Murmurou, sua voz ainda monótona e sem vida, como um maldito robo. Só que de repente o garoto foi mas gentil: ‘’Agradeço o seu zelo, no entanto.’’ Ele acrescentou educadamente, sua entonação mais suave dessa vez.

O tubarão fez uma careta, não querendo admitir, não era comum demostrar cuidado a outra pessoa além dele próprio. ‘’Não é nada disso, o problema é que se você esta doente isso pode interferir nas nossas missões e pode prejudica-las, além disso, se você morrer eu vou ter que me juntar com outro imbecil e terei que me acostumar tudo de novo, como nos damos bem isso seria lastimável.’’

Pela primeira vez o garoto parou para observa-lo atentamente. Pareceu analisar toda a sua expressão facial e corporal. Por fim murmurou: ‘’Toda vez que demonstra alguma amabilidade por mim, você repete essa mesma desculpa.’’ Ele divagou. ‘’Começo a pensar que a constante repetição é apenas para convencer a si mesmo.’’ Itachi afirmou.

Kisame fez uma careta, aquele pirralho idiota também estava aprendendo a lê-lo muito bem. Era bem verdade que estava um pouco incomodado consigo mesmo porque estava se aproximando mais do que o necessário daquele garoto e não queria admitir isso tão abertamente, porem já era mais que obvio.  Aquilo certamente ridicularizava sua postura de ninja cruel, todos no planeta deviam achar que ele era um cara mau, se vissem quem ele realmente podia ser quando cheio de compadecimento ririam dele, tinha certeza que sua fama iria para o ralo de uma só vez.

A questão era que ele realmente não estava acostumado com isso, ele era só um tubarão solitário naquele mar de adversários e de repente aquele garoto entrou em sua vida e balançou essa realidade. Não estava mais sozinho naquela jornada, não só profissionalmente, mas de algum modo aquele Uchiha conseguira algo que ninguém tinha antes: Conquistado a simpatia e apreço do Hoshigaki, pois se identificava com aquele garoto em vários níveis.

Ele não queria admitir, mas estava assustado com tudo isso. Se afeiçoar as outras pessoas era uma fraqueza que ele não almejava para si mesmo. Porem tinha sido pego completamente desprevenido naquela rede invisível, como um peixinho idiota. Nunca tinha imaginado que se veria numa situação assim, por isso nunca premeditou oque deveria fazer caso isso algum dia acontecesse. Estava desnorteado com relação a isso. Era um Shinobi da temida e pavorosa Vila sangrenta da Névoa e não esperava tal sentimentalismo vindo de alguém como ele. E ali estava: Sendo tomado por aquele afeto estranho.

Tudo culpa de Pain-Sama, maldito idiota que lhe fez de dupla do pirralho, que lhe mandou espia-lo. Agora estava se aproximando demais e não sabia onde estava o botão do ‘stop’. Felizmente havia algo que lhe consolava nisso tudo: Ele percebera que não era o único que estava se aproximando tanto do parceiro. Konan e o líder claramente eram bem próximos, supunha que eram amigos de infância. Sasori e Deidara, apesar das constantes brigas sobre a definição de arte, estavam se entendendo em nível artístico, o loiro até chamava o ruivo de ‘danna’. Zetsu e Tobi tinham uma estranha ligação, se conheciam muito bem, ao que parecia. E Kakuzu era um velhaco que amava apenas dinheiro, Hidan era um fanático por sua religião, ambos não gostavam dos interesses um do outro, mas incrivelmente trabalhavam muito bem juntos e tinham o sentimento mutuo de serem quase imortais (Sendo Hidan o único parceiro que aquele velho remendado não matou).

Estranhamente ele sabia por que todos pareciam se dar tão bem, na medida do possível; De alguma forma um se identificava no outro. E mais que isso, eram todos ninjas nukenins, renegados, pessoas que cada um com seus motivos não se encaixavam mais na logica de suas vilas e na estrutura do mundo Shinobi. Eram desajustados e não tinham pra onde ir e nem em quem confiar, mas incrivelmente encontraram sua rede de apoio um no outro, porque por mais que suas historias fossem diferentes, todos estavam no mesmo barco: Todos tinham suas historias de conflitos e seus motivos para abandonar suas vilas natais, todos eram incompreendidos e lutavam igualmente de forma a se rebelar contra aquele sistema Shinobi que lhes fizeram tão mau. Gostava de pensar que eram uma resistência, um grupo de rebeldes contra o mundo hipócrita em que viviam.

Talvez por isso não estivesse tão incomodado consigo mesmo por ter se tornado tão prestativo e amigável com o Uchiha, apesar de ser um pouco estranho para ele, um dos ex-sete espadachins da vila sangrenta da Névoa, ter se tornado tão afável com outra pessoa: A grande resposta para isso era que se reconhecia naquele pirralho (Assim como os outros Akatsukis, que também pareciam estar estabelecendo alguma espécie estranha de vinculo com seus respectivos parceiros, mesmo que fosse pouco nítido para quem visse de fora).

Aquilo devia estar sendo muito louco para cada um dos membros, porque nenhum deles estava acostumado a se familiarizar com outras pessoas e justamente naquela virada de vida, sendo eles nukenins, foi onde encontraram seus iguais, seus camaradas de jornada.

Pensando nessas coisas o azul foi seguindo o moreno para sabe-se lá onde. Ele ficou misteriosamente quieto refletindo sobre isso tudo, tanto que o garoto hora ou outra o olhava um tanto curioso ou até mesmo preocupado. (Ele podia entender, geralmente era ele que ficava tagarelando enquanto o Uchiha só ouvia sua faladeira quieto, e agora eles estavam num silêncio confortável).

Voltando a coisa toda que deu inicio aquela série de pensamentos; não sabia oque estava acontecendo de insatisfatório na saúde da peste, seria motivo de lastima se a vitalidade de Itachi tivesse se deteriorando. Um garoto com tanto potencial não merecia isso, aquela vida era injusta se fosse mesmo assim.

‘’Oque deu em você, Kisame?’’ O outro não resistiu à tentação e perguntou. ‘’Está muito quieto.’’

Ele olhou para o menino e foi sincero: ‘’Só refletindo sobre a vida, nada muito importante, Itachi-san!’’

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Itachi P.O.V (Point Off View)

Agora que tinha ciência de que possuía algo que realmente estava destruindo seu organismo, sentia-se um tanto desanimado e ao mesmo tempo aliviado. Aquela vida estava realmente acabando com ele, já não suportava se martirizar mais. Queria poder crer que Kisame estava certo em pensar que ele devia aprender a suportar tudo aquilo de alguma forma, mas ao que parecia até Kami-sama teve compaixão dele permitindo-o se ausentar daquela dor que aniquilava sua psique. Agora já não era mais uma questão psicológica, algo em seu organismo realmente queria que ele viesse a falecer.

Olhou para o azul, aquele que queria faze-lo ver aquela vida por outros ângulos, infelizmente não seria assim e acreditava que era por isso que o outro parecia um tanto cabisbaixo e reflexivo sobre a vida, afinal o tubarão não era disso e começou desde que o Uchiha saiu da consulta com a velha. Engraçado como as aparências realmente enganavam, o espadachim era realmente uma pessoa surpreendente e admirável, e não o brutamontes que a principio pensou que ele era.

Seu grande parceiro estava estranho, por isso resolveu acompanha-lo pela próxima semana, só para garantir que ele ficaria bem, ao menos um deles ficaria bem. O azul não parecia ser do tipo que ficava tão ativamente cuidando da própria saúde e apesar de estar fora de perigo, seria bom verificar se ele se cuidaria do jeito certo, aquele ferimento merecia atenção continua.

Grunhiu, detestando aquela situação em que se meteu, detestando o quão emparelhado estava: Ele odiava-se por estar se aproximando tanto do tubarão. Havia prometido que não se vincularia a aquele idiota azul, mas estava falhando miseravelmente, pois estavam cada vez mais próximos e muito para além de um a ligação só profissional, estavam em sintonia. (Algo estranho estava acontecendo entre os dois, não sabia se era assim com o resto da Akatsuki, mas aquilo estava bagunçando sua vida. Quem diria que naquela altura da vida, depois de ter passado por tudo oque passou e feito tudo oque fez encontraria um companheiro como Kisame?!)

Sabia que se não se cuidasse isso logo se tornaria uma amizade (Se é que já não era), mas ele queria e preferia negar isso até o fim: Era perigoso demais chamar Kisame de amigo, principalmente depois de tudo oque aconteceu consigo e levando em consideração a vida de Nukenin que levava, e ainda tinha aquela doença que surgiu. Se tornarem amigos era um erro terrível que teriam que carregar, naquela vida podiam morrer como moscas, e sentimentalismo naquela altura do campeonato seria devastador para suas vidas já miseráveis. Seu parceiro e ele não tinham mais estrutura para isso, (Bem, pelo menos, ele não tinha. Já havia perdido muitas coisas naquela vida e não queria mais ter um amigo só para perdê-lo futuramente).

Maldito boboca azul que entrou na sua vida só para bagunçar suas já planejadas perspectivas: Achava que levaria uma vida apavorante e medonha até que chegaria o dia de sua morte merecida e solitária, deveria ser assim. Mas o Hoshigaki estava provando lentamente o contrario.

Isso lhe fazia sentir-se culpado: Ele estava ali, um nukenin como ele se tornando amigável com um cara bizarro e azul de quase dois metros que também era um nukenin. E seu irmãozinho? Devia estar na vila sofrendo e sozinho, traumatizado e angustiado! (Será que Sasuke acharia um companheiro de jornada naquela vida? Será que haveria alguém amigável na vida de seu irmão? Alguém que lutaria por ele e não desistiria dele? Esperava que sim, mas isso não diminuía sua culpa).

Aquilo não devia estar acontecendo com ele, com tanto fardo pra ele carregar e ainda tinha mais essa, se sentir culpado por estar criando novos subterfujos enquanto seu irmãozinho devia estar apavorado e sozinho. ‘’Merda Kami-Sama, por que justo comigo? Eu já não me martirizo o suficiente?’’ Sussurrou aflito, de forma imperceptível. Pelo menos havia sido amaldiçoado com aquela doença, pensava que era uma espécie de castigo para si.

‘’Disse alguma coisa, Itachi-san?’’ O espadachim murmurou rapidamente.

Ele fez a expressão mais vazia e a voz mais monótona e apática que pode: ‘’Não.’’ Falou. Desejava não revelar o quanto aquela camaradagem estava afetando-o, por mais que fosse um tanto evidente.

‘’Pensei que tivesse dito!’’ Desconversou.

‘’Hn’’ Ele só murmurou, tentando finalizar aquela conversa.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Concentrou-se no presente ao invés de ficar remoendo o passado ou ficar tentando imaginar a vida de seu otouto, afinal isso tudo acabava com sua sanidade. Pensou no agora: Como o esperado, Pain não gostou de saber que Kisame precisaria ficar de repouso, ele falou algo sobre eles se cuidarem melhor e outras coisas que o Uchiha fingiu estar escutando, no fim ele desejou melhoras e desfez o Jutsu Astral.

Ambos foram procurar um hotel em um vilarejo pequeno sem sistema ninja. O local parecia calmo e agradável, o dia estava relativamente bom e uma calmaria tomava conta da vila. Itachi desconfiou de tanta calma inicialmente, mas depois começou a aproveitar: Estava ventando, mas não muito e o clima era gostoso e ameno.

Seu parceiro precisava de um lugar bom para se recuperar e fazia um bom tempo que não tinha o conforto de dormir numa cama quente, então o moreno decidiu aproveitar a ideia de ficar em uma hospedaria: Parecia simples, olhando a fachada.

‘’Então, o que estamos esperando?’’ Perguntou o azul enquanto olhava-o observar a fachada do hotel pensativo. ‘’Sei que você não passa muito tempo em locais assim para evitar ser reconhecido, mas nossa estadia não vai se alongar muito, prometo.’’

‘’Se esta dizendo, então vamos. ’’ Disse com a voz intensa.

Quando entraram algumas pessoas observaram-vos curiosamente. Não era surpreendente que as pessoas olhassem, ao menos eles estavam ‘escondidos’ usando o chapéu de palha e o manto da Akatsuki tinha uma gola alta de modo que só dava para ver os olhos deles e olhe lá, mas as das figuras ainda eram muito estranhas para não notar. O espadachim ficou de pé perto da porta, tentando não chamar tanta atenção, enquanto o garoto foi fazer as reservas rapidamente e o mais discreto possível. Ele não demorou muito, logo estavam subindo as escadas para o quarto.

Por dentro o local era mesmo bem simples e modesto, mas parecia confortável, do jeito que gostava. Enquanto subiam perceberam que as lamparinas das escadas estavam apagadas de modo que deixava o corredor vagamente escuro, não muito, mas consideravelmente escuro. No caminho um garotinho correndo esbarou em seu parceiro azul e caiu no chão.

Itachi ajudou-o a se levantar e olhou-o atentamente, devia ter uns seis anos e de alguma forma lembrava-o de Sasuke, o cabelo formava uma espécie de rabo do pato espanado como de seu irmão querido. O garoto levantou-se rapidamente agradecendo a ajuda e não pareceu muito assustado com a vaga visão que tinha dele e de Kisame.

O azul grunhiu em seu lado, aparentemente achando estranho por alguns segundos.

‘’Desculpe esbarrar em vocês.’’ Murmurou o menino. ‘’Tá escuro e não vi os degraus.’’ O garoto voltou a olhar para a escada escura, parecendo com medo.

O Uchiha percebeu que o menino parecia ter mais medo do escuro do que do espadachim ao seu lado. Aquilo era novo e logo o azulado entendeu isso também e se abaixou ligeiramente para o menor: ‘’Se eu fosse você não subia ai não, pirralho’’ Falou em divertimento, tentando assustar a criança com seu sorriso afiado.

‘’Por quê?’’ Falou o menino inocentemente e se aproximou do azul, como se nem tivesse notado que ele tinha a fisionomia de um tubarão.

O espadachim revirou os olhos, parecendo desconfortável com a falta de assombro do garoto por ele. ‘’Por que... Bem...’’ Se perdeu em palavras, mas logo se recuperou: ‘’Eu estou pensando em devorar alguma coisa e pode ser você!’’ Sacaneou.

O garoto olhou-o serio. ‘’Mas tubarões não se alimentam de seres humanos, eles gostam mais de peixes, moluscos e crustáceos.’’ Afirmou convicto.

Se o Uchiha tivesse em um melhor estado de espirito teria sorrido, o outro claramente notou isso e revirou os olhos bufando, provavelmente achando que perdeu completamente o credito de Shinobi monstruoso.

‘’Lá em cima esta cheio de mitocôndria também e seria muito trágico se você encontrasse alguma.’’ Rebateu a resposta do garoto. 

O menino arregalou os olhos. ‘’Nunca ouvi falar desse bicho. Isso ai morde? Come seres Humanos’’

O azul sorriu cheio de dentes: ‘’Morder não morde não, nem devora humanos, mas sintetiza todas as ATPs de seu cérebro indefeso’’.

O menino arregalou os olhos, de repente parecendo que ia chorar e saiu correndo chamando pela mãe.  O espadachim sorriu de canto. ‘’Ele não é tão esperto quanto parecia.’’

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Kisame P.O.V (Point Off View)

Sua confiança estava seriamente abalada, uma criança que não tinha medo dele: Chegou à conclusão de que estava realmente ficando mole naquela coisa de ser pavoroso. Já não bastava a proximidade que adquiriu com o jovem moleque Uchiha.  Podia, no fundo, ser uma pessoa boa, no entanto por fora sempre foi aquele que gostava de demonstrar o quando amedrontador ele podia ser e ultimamente sentia que estava falhando miseravelmente nesse quesito.

Mas tinha algo de bom naquela situação toda, o tubarão olhou para a peste: A expressão facial do jovem estava neutra, ele parecia ter achado a coisa toda cômica. Porém o nome Itachi simplesmente não encaixava na mesma frase que o verbo irregular Rir ou Sorrir, não importava o quão bem alguém fizesse algo engraçado. Mas a questão era que estava tão estranhamente conectado ao pirralho que sabia que os ânimos pesados que rondavam o garoto tinham se esvaído momentaneamente com aquela situação de comédia, ao menos isso.

O jovem se pronunciou: ‘’Você fez uma sacanagem e tanto. Aposto que ele vai ter inúmeros pesadelos com as ‘cruéis mitocôndrias’.’’

‘’Eu sei, essa é a graça’’ Comentou. Mas o silêncio se pôs entre eles novamente. Foram até o quarto e entraram em silencio. ‘’Mas fala sério, qualquer um conhece o mínimo de biologia ao longo da vida. Logo ele estará ciente do que fiz e vai me xingar até não poder mais.’’

Jogou-se em uma das camas depois de Itachi seguir para o banheiro e ligar o chuveiro sem mais fazer menção ao incidente da escada escura. Sabia que ele iria demorar, como sempre, então resolveu dormir um pouco. Não valia nem apena tentar tomar banho depois porque a maldita peste ficava enchendo e esvaziando a droga do ofurô de tempos em tempos, pois não gostava de ficar imerso na própria imundice (Maldito conhecimento, só fazia dois anos que conhecia seu parceiro, nem viajavam juntos, e ainda sim conhecia coisas sobre a peste que nem Kami-Sama devia saber).

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Notou que o pirralho saiu cerca de uma hora depois com os cabelos molhados e sentou na cama vazia do outro lado do quarto. Não fez nenhum barulho, mas o azul acordou mesmo assim e se sentou na cama em que estava descansando, ele estava de olho no garoto.

Sentia-se curioso demais para não tocar no assunto da tal consulta, mas não sabia como abordar o tema. Pigarreou levemente para chamar a atenção do garoto, que estava penteando o cabelo. ‘’Ei, Itachi-san’’ Chamou-o e o rapaz fez uma cara falsa de distração, mas que ao mesmo tempo revelava que o jovem já imaginava o conteúdo da conversa: ‘’Você nunca comentou minhas piadas ou brincadeiras, antes só as ignorava. Parece que esta tentando abstrair oque a velha disse a você lá nas montanhas, seja oque for. ’’ Murmurou tentando não ser muito invasivo. ‘’É ruim?’’

‘’Hn’’ Murmurou o Uchiha sem realmente responder e aparentando não prestar muita atenção. O azul captou que ele pareceu desconfortável com o teor da conversa.

‘’Bem, só estou perguntando por perguntar.’’  Falou para amenizar.

‘’Hn’’

O garoto parecia não estar interessado em continuar aquela conversa, então o espadachim mudou de tática: ‘’Certo, certo... Não vou dizer que não estou curioso porque isso seria uma mentira e eu não defendo mentiras. Mas se isso que você tem é coisa séria vou ter muito tempo para descobrir a verdade, não é? Então porque adiar e esconder a informação? Pensa nisso.’’  Era uma retorica, mas Itachi respondeu mesmo assim;

‘’Não é da sua conta, nem deveria ter feito esse exame.’’ Falou monotonamente, ainda ocupado com seu cabelo.

Kisame estalou a língua: ‘’E se isso afetar nossas missões?’’

‘’Hn’’

Okay, aquela estratégia também não estava surtindo efeito nenhum, o garoto continuava fechado. Melhor outra coisa: ‘’Lá no corredor, você nunca acha graça de minhas piadas ou brincadeiras, mas dessa vez eu podia jurar que isso mudou momentaneamente seu humor...’’ Declarou Kisame.

O outro finalmente respondeu algo sem murmurar: ‘’Não se engane com isso, suas piadas e brincadeiras não são engraçadas. Aliás, você não é engraçado!’’ Murmurou Itachi, mas o insulto não era tão ruim vindo daquela voz vazia, monótona e sem entonação de deboche.

Kisame não se abalou: ‘’Pode até ser, mas para bom risador, meia piada basta. ’’

‘’Hn’’

Fez uma careta, aquilo de tentar puxar conversa e descobrir algo não estava dando. ‘’Certo, não vou mais tentar tirar qualquer coisa de você, por agora. Seja lá oque foi que aquela velha lhe disse. Se você não quer contar, não conta! Estou curioso, mas posso suportar isso por mais algum tempo. Eu pensei que nessa altura de camaradagem já confiasse em mim, mas tudo bem.’’

‘’Hn’’ O menino só murmurou.

O espadachim bufou, a técnica de psicologia reversa não funcionou também. E ele estava realmente curioso e preocupado.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Franziu as sobrancelhas. ‘’Engraçado, nunca te vi de cabelo solto... ’’ Divagou olhando para o rapaz. Que o ignorou. ‘’Está esperando secar?’’ Perguntou novamente, mas foi ignorado de novo. Foi direto ao ponto dessa vez: ‘’O mundo em que vivemos esta cheio de mentiras, então pelo menos agora me diga a verdade.’’

‘’Porque quer tanto saber?’’

‘’Só quero uma resposta.’’

‘’Então pergunte logo oque quer e acabe com isso’’ Murmurou.

‘’Oque você tem, há cura?’’

‘’Não.’’ Respondeu secamente. ‘’Era isso que você queria tanto ouvir?’’

‘’Já está muito avançado para fazer alguma coisa? Você vai morrer, não é?’’ A pergunta pegou seu parceiro desprevenido.

‘’Todo mundo morre um dia, é a lei da vida, Hoshigaki.’’ Respondeu e  voltou a pentear o cabelo (Faria isso até secar). Mas estava desconfortável.

‘’Itachi...’’ Murmurou Kisame novamente para chamar a atenção. Ainda estava intrigado e aquilo estava acabando com ele. Uns trinta minutos depois tentou chamar a atenção do garoto novamente, que ainda parecia mais interessado no próprio cabelo (Obsessão estranha que o Uchiha tinha pelo cabelo, por sinal). ‘’Ei, quer ouvir uma coisa legal, Itachi-san?’’

O garoto olhou para ele pensativo. ‘’Se eu dizer que ‘não’, você vai me deixar em paz?’’ Perguntou com uma expressão séria estampada no rosto.

‘’Não’’

Itachi revirou os olhos para a resposta. ‘’Então fala, já que não tenho escolha.’’  Disse suspirando.

‘’Uma garotinha chamada Sadako Sasaki tinha dois anos quando uma bomba caiu do epicentro de sua cidadezinha natal, saiu ilesa do ataque. Durante a fuga, porém, todos foram atingidos pela chuva negra radioativa que caiu sobre a cidade ao longo daquele dia. Milagrosamente ela viveu bem até os 12 anos, quando de repente sentiu-se mal e caiu ao chão, foi levada ao hospital. Depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e foi diagnóstica com leucemia, recebeu a noticia de que teria apenas um ano de vida.’’

‘’E oque isso tem haver comigo?’’

‘’Existe uma lenda de que quem fizesse mil tsurus de origami, uma espécie de cegonha, teria um pedido atendido pelos deuses. Foi pensando nisso que essa garotinha decidiu fazer os mil tsurus desejando a sua recuperação. A doença avançava rapidamente e ela se sentia cada vez mais debilitada, mas prosseguia dobrando lentamente os pássaros. Ela sabia que sua doença era fruto de uma guerra e mais do que desejar apenas a própria cura e a paz para a humanidade, desejava também que nenhuma outra criança sofresse com as guerras, por isso escrevia ‘paz’ em todos os origamis. Ela não conseguiu completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que faltavam. Fizeram uma estatua para ela no topo de uma montanha, na base do monumento estão gravadas as seguintes palavras: ‘Este é nosso grito. Esta é nossa oração: Queremos viver num mundo de paz’.’’

‘’Ainda não entendi oque isso tem haver comigo.’’ O garoto murmurou, realmente atento.

‘’Então, por mais trágicos que seja essa sua jornada. No auge da fantasmagoria e tristeza, é impossível não ver um sentido na morte. E mesmo o final mais terrível pode ser suportável!’’

Itachi considerou. ‘’Pode ser que você tenha razão.’’

Kisame abriu um sorriso, enquanto o garoto voltava para seu cabelo novamente. De repente o azul pensou no garoto doente e debilitado por ai. ‘’Oque acha de rever aquela proposta de novo? Refiro-me a proposta que fiz antes da gente ir cada um para seu lado antigamente.’’

O garoto ignorou-o.

‘’Itachi... Eu te ajudo e você me ajuda, é simples assim. Vamos voltar a viajar juntos? Será propicio pra ambos, como no inicio.’’

‘’Agradeço a preocupação e a tentativa de me animar. Mas vou deixar algo bem claro: O fato de eu estar doente não muda nada. Estou perfeitamente bem com a noticia dessa doença, isso é até bom. Você não sabe como esta sendo ruim para mim suportar isso tudo, assassinar meus familiares deixou uma dor que nada pode curar, você entende? Morrer não vai ser a maior perda para mim, a maior perda foi oque morreu dentro de mim naquele dia de lua cheia.’’ Falou de forma que deixou o azul surpreso, nunca pensou que veria o menino tão vulnerável.

‘’Você perdeu a esperança totalmente... ’’ Divagou.

‘’É simples, Kisame. Eu não tenho mais motivos para continuar vivendo.’’

‘’Todos tem motivos para continuar vivendo!''

‘’Mas não eu!’’

O espadachim suspirou cansado de tentar convence-lo do contrario. ‘’Você ainda vai se manter afastado de mim?’’

‘’Sim’’ Respondeu Itachi simplesmente.

‘’Então só vou te encontrar em missões... ’’Divagou Kisame. ‘’Só me prometa uma coisa: Se precisar de ajuda, vai me chamar. Eu não quero receber uma visita da forma Astral de Pain me mandando ir te auxiliar. Somos parceiros de equipe afinal’’ Disse amigavelmente.

‘’Eu posso pensar nisso. Mas ouça bem, eu já disse; Não sou seu amigo, não quero ser. Então não se iluda com essa aproximação e companheirismo!’’ Disse baixo e monotonamente, depois se voltando para o cabelo. ‘’Somos apenas colegas de trabalho!’’

Kisame suspirou, ele sabia que não adiantaria argumentar porque Itachi não mudaria. Aquilo tudo só aguçou sua curiosidade: Oque diabos aconteceu no passado de seu companheiro? Será que algum dia ele saberia oque fez com que o Uchiha ficasse tão distante, depressivo e com desejos suicidas? (Algo muito sério ocorreu em toda aquela historia de massacre, e o ex-kiri-nin queria muito que algum dia Uchiha Itachi confiasse nele para lhe contar).

Queria poder ajudar, fazer aquele adolescente sair daquela melancolia. Ele estava se sentindo um molenga por pensar isso, mas estava numa onda de bem-estar, pois pelo menos ele estava tentando fazer alguma coisa pelo garoto quando o mundo inteiro só queria eles mortos. Pessoas que nem sabiam quem eles eram de verdade, mas ainda sim nutriam um ódio desmedido por eles. (Okay, eles eram nukenins perigosos, mas não se reduziam a isso. Eram só pessoas rebeldes com um passado ruim).


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Notas finais do capítulo

A história de Sadako Sasaki é real, ela morava na cidade de Hiroshima quando a bomba atomica (Little Boy) foi lançada lá pelos EUA. Morreu aos 12 anos em 25 de outubro de 1955. Existe realmente um monumento em homenagem a ela com a frase descrita na fanfic. (Eu só não especifiquei a historia a fanfic porque não queria fixar uma época, ou marco de tempo, para a fanfic. Vamos acreditar q esse historia se passou no mundo deles tmb).

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Halterofilistas são aqueles caras fortões e cheios de musculos que levantam pesos absurdos.



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