Mentir assim é uma droga! escrita por Andie Jacksonn


Capítulo 6
If you ask me if I love him...


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas! Oi, pessoinhas!! Tudo bem?
Espero que sim, eu estou muito animada com esse último capítulo de "Mentir assim é uma droga!". As história andou do jeito que eu desejava e gostei muiito do resultado. Espero que vc também gostem, de verdade... Ao som da Taylor, é claro! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635860/chapter/6

xxx

O feriado de Páscoa havia passado, e eu não sei como o James e os meninos do nosso time do sétimo ano conseguiram estudar para os NIEM’s e treinar tanto. O Albus acompanhou alguns dos nossos treinos, e sei que eles estava por dentro de algumas das jogadas da Sonserina também, mas a boca do garoto era um túmulo. Não que alguém tivesse perguntado alguma coisa para ele.

Quero dizer, eu perguntei.

Que tipo de boa grifinória eu seria se ao menos não tentasse descobrir algo sobre os inimigos sonserinos?

Eu fui até o Scorp também, mas todas as vezes que eu dizia a palavra “quadribol”, como na frase: “Como estão os treinos de quadribol?”, ou “Quase morri no treino de quadribol hoje” e até mesmo “Você viu as novas jogadas de quadribol da Harpies?”, o Malfoy levantava a palma da mão para mim, tipo, “pare”, e falava: “Isso não é um assunto que nós deveríamos discutir”. Depois de umas duas semanas assim, eu parei de falar com o loiro, porque sinceramente, se eu não falasse de quadribol, ia falar sobre o quê? O novo filme maravilhoso de Star Wars? Como se um sangue-puro como o Malfoy soubesse o que é cinema. Tudo bem que ele gosta de carros, que é uma coisa de trouxas, mas isso não quer dizer que ele entenda a sétima arte. Coisa que eu vou ter que resolver em outro momento.

Quem sabe nas férias eu chamo o Scorpius para ir ao cinema.

Enfim, não deu para gente conversar sobre o clima que parecia estar rolando entre eu e ele, e o negócio é que eu decidi me concentrar nas coisas que realmente importam, como vencer a aposta contra os sonserinos, porque o Jay, como capitão e meu priminho, merece, e porque eu também mereço.

Ah, no feriado de Páscoa, eu peguei a blusa que o Scorpius tinha me emprestado, mas como a gente quase não conversou direito em maio, eu usei algumas vezes para dormir. Não tenho culpa se a camiseta é confortável.

Eu fui dormir cedo na sexta que antecedia o jogo, e cheguei cedo para o café da manhã. O nosso time foi chegando aos poucos, diferente do pessoal adversário que entrou como se fosse um bando de bruxos das trevas. Será que eles queriam assustar a gente?

Eu ri quando o James veio me perguntar a mesma coisa.

— E aí, preparados? – perguntou Al ao chegar para o café.

— Claro – respondemos eu e Jay, juntos. Depois continuei enquanto o Jay seguia com o time em direção aos vestiários: – Onde você estava?

— A aposta acaba hoje e uma das Casas vai ser anfitriã da festa...

— A sonserina – comentei, porque como eles iam perder, teriam que receber a gente.

— Que bom que você está confiante, flor. Enfim, eu falei com o Meine para ver o que ele estava pensando...

— Meine? O John Meine, da sonserina? Seu arqui-inimigo?

Albus teve que sorrir.

— Ele não meu arqui-inimigo – respondeu Al, fazendo aspas com as mãos quando disse “arqui-inimigo”. – E a gente decidiu ver como trabalhamos juntos, se podemos aguentar até o final da festa sem nos matarmos. E aí, ficamos ricos, como você sempre dizia que poderia acontecer.

— Quem sabe eu não tenho razão, hein, Albus? Boa sorte, e me deseje sorte! – falei antes de ir atrás do time.

Eu estava chegando na entrada para os vestiários, e pelo barulho parecia que todo mundo já estava lá. Estava com a mão na maçaneta para a abrir a porta quando alguém me puxou pelo braço.

— Ai, Scorpius! Quer me matar de susto logo antes do jogo, garoto?

Ele sorriu para mim e disse:

— Até que não seria má ideia, Weasley. Mas para ser sincero, eu vim pegar meu beijo de boa sorte.

Senti minhas bochechas esquentarem e dei graças à Merlin porque a iluminação ali era péssima, então acho que o Scorpius não viu.

— Sério? E você acha que eu vou desejar sorte para o time adversário? – falei, bancando a durona.

— Achei que você era uma boa desportista e ia querer que o seus oponentes jogassem bem para mostrar como você joga ainda melhor.

Eu cruzei os braços e fingi pensar.

— Hum... Não. Eu só quero ganhar mesmo.

O Malfoy deu de ombros e falou, antes de se virar para sair:

— Tudo bem, só não esquece que eu sou seu maior fã, ok?

Ele deu alguns passos antes que eu o parasse, segurasse seu rosto com as duas mãos e lhe desse um beijo estalado na bochecha.

Fiz isso, disse um “boa sorte” baixinho, e fui quase correndo encontrar meu time.

Não tinha coragem para ver a reação dele, tinha que me concentrar no jogo, afinal conseguir passar o maior número de goles pelos aros antes que o goleiro da sonserina as agarrasse era a única coisa que eu tinha que me preocupar.

Não sei se o Scorp tinha gostado do beijo tanto quanto eu tinha gostado de beijá-lo.

Mas estava na hora de quadribol, pensei antes de pegar minha vassoura e entrar no campo.

80 minutos cansativos depois...

Ai, meu Deus, finalmente! Finalmente a Eloise pegou o pomo! Eu não acredito!

Nós ganhamos!

Meu Merlin, eu acho que nunca fiquei tão cansada na minha vida!

O jogo estava praticamente empatado, nós estávamos na frente apenas por 10 pontos, ou seja, um gol, um mísero gol. Sinceramente, os sonserinos estavam muito bons, aí a Eloise passou na frente do apanhador da sonserina e pegou o pomo.

O Scorp praticamente arrasou com o nosso time com aquelas jogadas. Foi um bom jogo, os sonserinos agora estão nervosos e cansados, e acho que estamos cansados e aliviados, para ser sincera.

Nós estávamos descendo de nossas vassouras e eu queria parabenizar o time deles, de verdade. Vi Scorpius vindo na vassoura em minha direção, e estávamos quase no chão quando eu ouvi um “Cuidado!”, o loiro arregalou os olhos para algo atrás de mim e me empurrou.

Eu abri meus olhos, assustada, já no chão, vi que os dois times estavam correndo em minha direção, o Scorp estava caído ao meu lado e o braço dele estava numa posição muito esquisita.

— Scorp... – chamei-o, porque o loiro estava de barriga para baixo, com o rosto virado para chão, e eu não sabia se ele estava gemendo de dor ou gritando de raiva.

— Sr. Malfoy e srta. Weasley, como vocês estão se sentindo? – perguntou a professora de voo e arbitro do jogo.

— Eu estou bem – respondi antes de James e Albus se ajoelharem ao meu lado e perguntarem se eu estava mesmo ok, confirmei meio sem paciência, mas depois sorri apontado para a minha perna ralada, e comprovando que aquele tinha sido meu único machucado.

Olhei para o lado e Scorpius estava sentado com a professora examinando o seu braço. Percebi que o loiro estava olhando nervoso para alguém em pé acima dele.

Aproximei-me do Malfoy para agradecer:

— Muito obrigada, Scorp... – ajoelhei-me do lado dele. – Como você está?

— O Malfoy apenas destroncou o ombro – respondeu a professora por ele. – Que bom que foi apenas isso, não é, sr. Zabini? – e direcionou seu olhar para o Luke.

Ah, então era para ele que o Scorpius estava olhando com raiva.

— Não acredito! – falei indignada. – Foi você que mandou o balaço? – eu já tinha percebido que era um balaço, mas achei que era apenas um que estava fora da mala, um pouco desgovernado. – O jogo já tinha acabado, Zibini! – acrescentei.

— Você não mirou na minha prima de propósito, não é? – questionou James de braços cruzados, porque o balaço estava vindo em minha direção, foi o loiro que entrou na frente.

— Claro que não! – respondeu o cara, nervoso também.

— Esse idiota só estava com raiva porque perdeu o jogo e bateu no balaço de qualquer maneira, e a Rosely está bem, certo? – disse Scorpius olhando para mim.

— Aham, obrigada – falei, dando um sorriso fraco.

— Vamos para a enfermaria agora cuidar de você, senhor Malfoy. E depois discutiremos o seu castigo, Zabini. – disse a professora e com a ajuda de um colega do time do Scorpius, levou-o para dentro do castelo.

Eu enrolei um pouco a levantar para a multidão que se formou em volta de mim e Scorpius quando caímos se dispersar, e depois ficaram apenas eu, a nossa apanhadora, Eloise, e o apanhador do sonserina, que eu não sei o nome.

— Acho que tiramos as atenções de você, Elle. Desculpe – pedi.

— Ah, não se preocupe, Rose. Eu peguei o pomo e isso ninguém vai me tirar, além disso, acho que a festa no Salão Comunal da Sonserina promete.

— Vocês sabiam que o Albus Potter está trabalhando junto com o Meine? – perguntou o garoto, mas não parecia muito animado. – Então mesmo que a vitória tenha sido da Grifinória, acho que todo mundo vai se divertir.

— A festa vai ser animada se você melhorar essa cara, David Hastings! – falou Eloise, cruzando os braços, em tom de repreensão.

Eu sorri. Quer dizer então que os apanhadores adversários são amigos. E o nome desse garoto é David, bom saber porque me poupa a pergunta.

— Olha, eu perdi, e nem sei se vou continuar no time depois dessa, você quer que eu pule de alegria? – questionou ele, sarcástico.

— Por que você não vai ficar no time? – perguntei, me intrometendo.

— Porque eu perdi, Weasley – respondeu ele, como se fosse óbvio.

— E daí? – falei. – Ninguém ganha todas, e cá entre nós, você foi o melhor apanhador que a Sonserina teve em anos, o Scorp ia ser um idiota se não mantivesse você.

O Hastings não soube o que responder e olhou meio surpreso para a Eloise.

— Viu? – disse ela. – Você não deve se preocupar, seu bobo. Quem sabe no ano que vem, eu que vou precisar de um prêmio de consolação depois da final.

— Elle! – chamou David, quando a apanhadora agarrou o braço dele e lhe deu um beijo demorado no rosto. Muito confortável com isso, devo dizer.

A Eloise só riu e os dois olharam para mim. Ela com brilho maroto nos olhos e ele meio receoso.

— Ai, meu Deus! – praticamente surtei. – Desde quando vocês estão juntos?

— Quase dois maravilhosos meses! – respondeu Elle. – Não é o máximo?

— Com certeza – concordei. – Vocês ficam lindos juntos. Como que eu não soube disso antes?

— É que a gente não sabia como os dois times iam reagir, por causa das nossas posições como jogadores, e também por causa da aposta – falou David. – Eu não queria que ninguém pensasse que eu ou a Elle perdemos de propósito.

— O que você acha, Rose? – questionou a nossa apanhadora, e eu percebi que os dois realmente se importam com o que os times pensam. O que, na minha opinião, é meio idiota, porque se eles estão felizes juntos, dane-se o resto, né?

Depois eu lembrei que os dois estão no quarto ano, e são novos ainda no quadribol, aposto que eles querem se destacar, sem que nada possa impedir isso.

— Olha, eu acho que vocês são bons apanhadores, e que o povo não deve ter problema com isso. É claro que os idiotas do seu time vão te zoar, Hastings, mas não vai ser nada muito sério, até porque eles vão ter que se ver comigo se mexerem com a Eloise.

— Eles vão se ver é comigo se mexerem com essa garota aqui – falou o sonserino, abraçando a namorada pelos ombros.

— É disso mesmo que eu estou falando – ri, depois peguei a minha vassoura no chão, que graças à Merlin não quebrou na queda e disse: – Acho ótimo que outra jogadora grifinória tenha se apaixonado por um sonserino.

— Eu sabia! É o Scorpius, não é? O cara quase baba quando você passa – zoou David, e acrescentou: – Não fala para ele que eu disse isso, é capaz do capitão me matar.

— O quê? Como assim, Rose? – perguntou Eloise, boquiaberta. – É verdade? E por que você me contou, Dave?

David deu de ombros.

— Sei lá, pensei que fosse óbvio – respondeu ele e eu tive que sorrir.

— Eu sempre tive uma queda por loiros em uniformes – justifiquei e me despedi do casal.

Eu fui para a Torre da Grifinória pensando em como não me importei de revelar a verdade para o Hastings e a Elle. Claro que eles são legais e entendem a minha situação, mas talvez seja a hora de parar de negar o que eu sinto. Eu quero o Scorpius, e estou começando a achar que é melhor saber se ele me quer também.

 

So I put on my make-up and pray for a miracle

Então, eu coloco a minha maquiagem e rezo por um milagre

 

— Rose? Rose! – alguém me chamou dos meus lindos sonhos com os Scorp sem camisa, sorrindo para mim. E me sacudiu também.

Oh, gentinha grossa.

— O que foi? – exclamei nervosa, ao estilo Weasley de levantar, ou seja, reclamando.

— Já são mais de seis horas da tarde, daqui a pouco a festa na Sonserina vai começar. Desculpe te acordar, mas...

— Hã? Que festa? – perguntei meio dopada ainda, porque todas as vezes que eu dormia na parte da tarde, eu demorava um pouco para me recuperar e agir normalmente como ser humano.

Eu abri meus olhos e dei de cara com a Alice. O que ela está fazendo aqui? Ela nem fica nesse quarto.

— A gente estava começando a ficar preocupado. Nem apareceu no almoço, e isso é tão não você— acrescentou uma voz masculina e eu olhei para o lado e vi meu primo James. De novo no dormitório feminino.

E com a Alice Longbottom.

Hã?

Eu sentei na minha cama e pisquei duas vezes.

— O que você está fazendo aqui, Jay? – fiz a pergunta.

— Eu já disse que aquele feitiço da escada não significa nada para mim, e não consegue me parar – respondeu ele, sorrindo.

— Tá, tudo bem – falei. – O que ainda não explica o que você está fazendo aqui. Com a Alice.

Ela começou a ficar vermelha, e o sorriso do meu primo se alargou.

Ai, meu Deus! Está todo mundo se arranjando por aqui hoje?

— Não creio! – imitei o tom de voz da minha prima Dominique quando ela ouve uma fofoca. – Como isso pôde acontecer? Não acredito que você caiu nas garras do Potter! Aposto que ele só está com você porque você disse “não” para ele várias vezes a aí virou um desafio.

E foi aí que o James riu mesmo, e a Alice parecia que ia morrer de vergonha.

— Para, Rose! Eu sei que eu fui uma idiota, não precisa ficar jogando na minha cara.

— Ela só está brincando, Ali – falou meu primo, ainda com vestígios de riso na voz. – Eu já tinha conversado com a Rose sobre estar apaixonado por você. Ela meio que estava ciente do meu drama, e eu sabia que não ia ser fácil, mas já está valendo completamente a pena.

— Agora eu estou mais sem-graça ainda, porque eu sei que fui cabeça-dura. Obrigada por não ter desistido, Jay – agradeceu ela, praticamente ignorando a minha existência.

— O prazer foi todo meu, princesa – falou ele, antes de beijá-la.

Ai, isso foi tão fofo que eu me levantei e comecei a bater palmas. Dessa vez os dois riram quando eu os abracei ao mesmo tempo.

— Ai, eu fico muito feliz por vocês, isso é tão legal! De verdade!

— Ora, ora, ora... Está acontecendo uma festinha particular aqui e ninguém me convidou? – falou Dominique, entrando no quarto, e vendo as nossas caras de felicidade. – O que aconteceu?

— A Alice e o James estão juntos! Não é o máximo? – falei, realmente feliz por meu priminho.

— É sério, isso? – disse Nick olhando os dois de cima à baixo. – Hum... Até que você aguentou bem, Longbottom.

— O que você quer dizer? – perguntou Alice.

— Eu quero dizer que ninguém resiste ao charme dos Weasley e Potter. Você é uma guerreira por ter ficado tanto tempo sem o James.

Alice cruzou os braços, prestes a discordar, talvez, mas o Jay falou antes da namorada:

— Isso foi um elogio disfarçado, Nick? À minha pessoa? Estou lisonjeado.

— Não fique, querido – respondeu Dominique. – Eu só disse que ninguém resiste à nossa família, um exemplo disso é o convite que o John Meine fez à mim hoje.

— Que convite? – perguntei.

— Ele me convidou para a festa da Sonserina.

— Mas é para toda Casa Grifinória, você não precisa de convite – falou Alice.

— Exatamente, e mesmo assim aquele gato veio me convidar para ter certeza que ele me verá lá. E se isso não serve de exemplo, é só dar uma olhadinha no Scorp e ver como ele parece um idiota quando a Rose está por perto, mesmo que ela se vista super mal.

— Dominique! – praticamente gritei porque, que droga, ela ia contar pora todo mundo?

Não, fala sério, ninguém mais pode...

Ninguém pode...

Ou será que está na hora de todos saberem?

Droga!

Eu não ia conversar com o Scorp hoje? O que eu tinha decidido fazer antes de cair no sono mesmo? Hum...

Eu disse que dormir à tarde não me faz raciocinar muito bem.

— Bom, ele ainda está na enfermaria – comentava James;

O quê? Do que eles estão falando? Eu só me desliguei por uns dois segundos. Não é?

— Quem? – perguntei.

— Seu homem, priminha – respondeu Dominique, me zoando.

Argh! Mas eu vou matar essa garota!

Eu fui direto no pescoço da loira e nós duas caímos na cama em frente à minha. Rindo.

— Sua louca! – gritou ela, mas tinha um sorriso no rosto. – Acho melhor você ir se acostumando a maluquices, Alice, porque você nunca conheceu o pessoal da nossa família.

— Claro que conheço – respondeu a Longbottom.

— Não em nossa melhor forma – falei e sorri cúmplice para a Nick e o James.

— É pra eu ficar com medo? – perguntou Alice, com um sorriso vacilante.

— Não precisa porque eu te protejo, Ali – respondeu James, abraçando-a pelos ombros. – Vou tomar um chuveirada e a gente se encontra daqui meia hora para irmos à festa?

— Claro, tudo bem. Eu vou terminar de me arrumar também.

Os dois se beijaram rapidamente, e eu e a Dominique trocamos olhares enquanto James saía. Eles são lindos juntos mesmo.

— Meninas, nos vemos depois, ok? – despediu-se a Longbottom, sorrindo consigo mesma.

Eu fui tomar banho também e enquanto Nick fazia seu ritual de beleza trancada no banheiro, eu escolhia uma roupa para ir ver o Scorp. É verdade que o horário de visitas já tinha passado, mas eu daria meu jeito, como qualquer Weasley no meu lugar. Acabei calçando meu All-Star favorito (vermelho, é claro), uma calça jeans, jaqueta preta e, antes que eu mudasse de ideia, eu vesti a blusa do Scorp, aquela verde que ele tinha me emprestado na casa dele, e que eu ainda não tinha devolvido. Claro que eu coloquei a jaqueta por cima, porque eu não queria que o pessoal da festa me visse usando uma roupa com as cores e a serpente da Sonserina.

Eu vou dar uma passada rapidinho lá nas masmorras, dar um “oi” para o Al, e depois vou me esgueirar para a enfermaria.

 

And if you ask me if I love him…
E se você me perguntar se o amo...

I'd lie
Eu mentiria

 

Eu peguei a capa de invisibilidade do James – claro que sem a permissão, mas essa noite é dele e duvido que ele vá sentir falta – e me esgueirei até a enfermaria. Entrei e deu para ver que apenas a última cama está ocupada e que a substituta da Madame Pomfrey, srta. Windsor, está meio ocupada jantando com o gato do professor de Transfiguração. A Dominique morre por uma fofoca como essa.

Tive que respirar fundo antes de me dirigir à cama do Scorpius, juntando toda a minha coragem grifinória. A cama fica ao lado da janela, a lua cheia está brilhando praticamente sozinha sem a companhia das estrelas, e a luz desse astro está deixando o cabelo e o rosto do Scorpius ainda mais claros.

Pensei em ficar mais algum tempo apreciando essa cena, mas o Malfoy se mexeu, parecendo desconfortável e olhou para mim. Ou não, porque eu me lembrei que eu estou com a capa . Aproximei-me e fechei as cortinas ao redor da cama dele.

— Albus? – perguntou ele. – Cara, por que você está aqui?

— Sou eu, Rose.

Tirei a capa e o loiro teve uma reação aposta ao que eu queria.

— Não acredito – disse e se sentou com dificuldade, tentando não mexer muito o ombro. –O que você está fazendo aqui, Weasley? 

Eu vim me declarar, mas não disse isso alto, porque cá entre nós, parte da minha coragem acabou de evaporar porque ele falou em um tom meio ríspido.

— Tudo bem? – perguntei, depois de mais um tempo em silêncio.

— Claro que sim – disse ele suspirando. - Desculpa o nervosismo.

— Por quê?

— Não é nada demais – respondeu o loiro, ficando com as bochechas rosadas. – E a festa? Por que você não está nas masmorras curtindo?

Eu me sentei na cama e falei:

— Eu vou fingir que essa não foi uma tentativa totalmente indiscreta de mudar de assunto e cair na sua. A festa, como era de se esperar, está incrível, o Albus realmente se superou, ele e o Meine trabalham muito bem juntos. Todas as casas estão se divertindo, inclusive a Sonserina. E eu não estou lá porque quis ver você.

— Aposto que lá está melhor que o tédio aqui. Por que você não volta?

— Porque eu não quero.

Aproximei-me dele ainda sentada e sorri.

— Simples assim? – questionou o loiro ao pegar a minha mão.

— Exatamente.

Scorpius começou a sorrir também.

E eu ultrapassei o limite entre amigos, ficamos apenas uns dez centímetros de distância. Peguei a mão dele e coloquei-a no meu rosto. Eu estou arriscando tudo, mas quero sentir isso pelo menos uma vez na minha vida.

— Scorpius – falei enquanto ele ainda me olhava nos olhos. – Eu quero que você me beije.

— Quer?

— Sim. Muito.

E ele beijou.

Parece que eu nunca poderei pará-lo, ele quer isso também. Pelo menos, eu acho.

Scorpius Malfoy está me beijando e nem é coisa da minha imaginação porque eu nunca conseguiria imaginar a sensação de sentir as duas mãos dele em meu rosto descendo pelo meu pescoço, segurando-me com delicadeza e os lábios dele contra os meus com gosto de xarope de framboesa. Ou cereja. Ah, não importa!

Eu comecei a subir na cama, ainda com os lábios grudados aos dele, quando o Malfoy separou-se de mim e reclamou:

— Ai!

O ombro dele. Eu nem me lembrei do machucado de Scorpius e que, ai meu Deus, estamos na enfermaria da escola!

— Desculpe – pedi – Sinto muito por isso, Scorpius.

Mas a verdade é que eu não sinto muito. Só sinto os meus lábios, provavelmente vermelhos, latejando. E a culpa. Eu me joguei em cima do garoto.

— Eu não deveria ter feito nada – continuei, – você nunca mostrou mais que amizade e eu fiquei aqui, praticamente te atacando. Ai, meu Deus, desculpa.

— Sabia que, se o Albus quisesse, ele teria muito material para me chantagear? – começou Scorpius, e eu balancei a cabeça negativamente, ainda sem entender por que diabos ele estava falando disso. – Porque ele é a única pessoa que sabe que eu tenho sonhos recorrentes com você usando roupas verdes que são minhas. Porque ele sabe que guardei fotos nossas dentro dos meus livros favoritos. Ele é a única pessoa que sabe que eu estou apaixonado por você.

— O quê? – não pode ser. – Então por que você mentiu dizendo que tinha emprestado a roupa porque na verdade havia rasgado o meu vestido? Por que você mentiu? Achei que estava envergonhado, que não queria dizer para ninguém que tinha me emprestado a roupa porque achava que eu ficava bonita.

— Mas eu disse, na frente de todo mundo, que você fica bem de verde e eu não queria te deixar com vergonha, e porque eu quase te obriguei não é? Desculpa.

— Você disse que nunca iria se apaixonar – acusei.

— Mentira deslavada, Rose. Para você não perceber que eu estou totalmente na sua e se afastar de mim. Eu falei que era seu, mais de uma vez. Eu dou em cima de você o tempo todo, e eu pedi para a sua mãe reservar as passagens para nos casarmos em Las Vegas. Casar, Rose! Você acha que eu já disse isso para outra garota?

— Eu não consigo acreditar.

Os ombros de Scorpius caíram.

— Eu fui à sua casa aquele dia que estava chovendo porque eu sempre quis você. Bom, pelo menos desde o dia na casa do Albus quando nós jogamos quadribol. Naquele dia – continuou, – nós fizemos algumas jogadas malucas, perdemos, e no final dissemos ao mesmo tempo que era culpa do Al.

— E morremos de rir por isso – completei. Naquele mesmo dia foi a primeira vez que eu prestei atenção no loiro e no por quê do meu primo gostar dele – Foi nas férias antes do quinto ano.

— Isso mesmo.

— Eu vou matar o Albus.

— Por quê? – perguntou Scorp, confuso, antes de se sentar de pernas cruzadas. Eu me sentei em frente a ele.

— Porque ele sabe de tudo. Que te acho incrível, que eu te acho lindo – abaixei a cabeça antes de continuar – Que eu estou... apaixonada por você, e eu cansei de negar.

— Então não negue. Porque eu acho que te amo, Rosely – falou Scorpius.

Eu levantei uma de minhas sobrancelhas.

— Você acha? – perguntei incrédula.

— Preciso que alguém me faça ter certeza.

Eu dei um selinho nele.

— E agora? Já tem certeza?

— Ainda não.

Eu o beijei na bochecha, no nariz, aproximei-me da boca dele e me afastei, levantando-me. Scorpius segurou meu braço e puxou-me de volta, fazendo-me deitar ao seu lado naquela cama apertada.

— Eu tenho certeza – falei olhando naqueles olhos cinza, passando um braço em volta do abdômen dele. – Eu te amo, Scorpius.

O loiro tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e disse:

— Eu quero minha blusa de volta – falou ele.

Ele só podia estar brincando comigo.

— Eu acabei de falar que eu amo você, seu idiota, e única coisa que você diz é...

Eu não continuei reclamando, nem saí da enfermaria bufando de raiva porque o Scorpius calou a minha boca usando a dele. E é sério, ele pode fazer isso sempre que quiser porque esse loiro beija muito bem.

— Eu amo você – falou ele ainda me abraçando.

— Eu não vou devolver essa blusa – retruquei.

Nós rimos e continuamos ali, conversando e nos beijando e falando sobre tudo. Eu posso me acostumar a isso. Não faço a mínima ideia de que horas são, mas quando ia perguntar, tive que pular da cama porque a enfermeira veio olhar o único paciente.

— Srta. Weasley, como entrou aqui? Sabe que é proibido!

— Eu entrei pela porta e a srta estava bem distraída. Sei que não mereço detenção só porque vim ver meu namorado – o Scorp me pediu em namoro, legal, não é? – Aposto que o professor Abott concordaria comigo.

A enfermeira arregalou os ollhos e suas bochechas adquiriram o tom rosado, mas mesmo assim ela disse:

— Eu vou pegar uma poção para dar para o sr. Malfoy e quando eu voltar, não quero vê-la aqui srta.

— Sim, senhora – respondi sorrindo, eu não achei que ela fosse me deixar ficar o resto da noite.

Peguei a capa do James jogada no chão.

— Ela e o professor certinho de Transfiguração estão se pegando? – perguntou Scorp.

Eu só balancei a cabeça, confirmando.

— Chantagista – acusou o loiro.

— Foi por uma boa causa – justifiquei dando um beijo rápido nele.

— Quem disse que eu estou reclamando?

— Boa noite – falei e saí rapidamente da enfermaria, entretanto a srta. Windsor me chamou para perguntar:

— E se te perguntassem onde você estava, srta. Weasley?

Dei de ombros.

— Ah, não se preocupe, eu mentiria.

 

And if you ask me if I love him...
E se você me perguntar se o amo...

If you ask me if I love him…
E se você me perguntar se o amo...

 

Droga!

Talvez, mas só talvez, eu tenha falado um poquinho demais, mas como eu iria imaginar que o Hugo apareceria justo quando a Lils finalmente admitiu que gosta dele?

Como se todo mundo não soubesse. Só a minha prima acha que estava escondendo o ciúme que sente do meu irmão com outras garotas.

Cara, isso não diminui a minha culpa.

Estou me sentindo meio mal.

— O que aconteceu? – perguntou ele atrás de mim. – A Lily acabou de descer as escadas correndo e depois o Hugo saiu igual um louco atrás dela. Parece que ela estava chorando, Rosely.

Tudo bem, agora estou me sentindo muito mal.

Scorpius deu a volta no sofá e sentou-se exatamente onde minha super amiga Lils estava e admitiu, finalmente, que gosta do meu irmão, ele ouviu, e ela saiu sem olhar na cara dele. Tomara que ele beije-a logo e resolva essa situação.

Aí eu vou me sentir bem melhor e menos uma vaca. Eu fiquei pressionando a garota.

— Rosely? O que você fez? – perguntou o meu namorado loiro, com um sorriso de lado na cara.

— Por que você acha que eu fiz alguma coisa?

— Porque está escrito “culpada” na sua testa – disse ele, rindo.

— Eu fiz a Lils admitir que ama o meu irmão e ele ouviu.

— Tomara que os dois fiquem juntos.

Eu cruzei meus dedos, coisa de trouxa, meus avós ensinaram. Scorpius riu de novo. O que deu nele?

— O que foi, sonserino? – perguntei, nervosa. Tenho certeza que ele está rindo da minha cara.

— É que eu lembrei da última vez que você fez essa cara. Como se você tivesse cometido um crime.

— Quando?

— Na primeira vez que você foi dormir lá em casa. Dia primeiro de janeiro de 2024?

Estou fingindo que não sei do que ele está falando.

— Não se lembra, Rosely? – Esse vagabundo só pode estar me zoando. Por que eu ainda estou com ele mesmo?

Peguei o copo de bebida da mão do loiro, tomei um gole e devolvi, de cara feia. FireWhisky.

— Era manhã de ano novo. O Albus e o meu pai vieram me chamar para tomarmos café da manhã e encontraram nós dois juntos. E você estava com uma blusa minha da Sonserina.

Eu fechei meus olhos por um momento, sentindo as minhas bochechas esquentarem. Eu queria morrer naquele dia de tanta vergonha. Os pais do Scorpius devem ter me achado uma tarada, sem nenhum respeito pelo filho deles e por eles.

— Não conseguiu se lembrar? – perguntou Scorpius, ainda sorrindo – E o meu pai ainda disse: “Pelo menos...”

— “...Ela não está com uma camiseta da Grifinória”— completei. – É claro que eu lembro. Eu não consegui olhar na cara de seus pais por quase um ano. Será que você não pode apagar esse dia da sua memória, Scorpius? É muito embaraçoso.

Ele se levantou e sentou-se ao meu lado.

— Eu nunca vou esquecer. Isso você pode ter certeza.

— Tudo bem – falei,– eu sei que a minha culpa era tanta naquele dia que chega a ser engraçado. Se não fosse eu, eu riria também.

— Rosely. Foi hilário, admito. Mas como você pode me pedir para esquecer a primeira vez que você dormiu comigo?

Eu sorri.

— Antes deles chegarem estava bom, não é? – questionou Scorpius, passando o braço por meus ombros. Eu deitei a cabeça no peito dele.

— Scorp, a gente dormiu naquela noite, mas admito que foi uma das melhores madrugadas da minha vida. Mas a manhã, nem tanto.

Ele riu de novo.

— Eu ainda estava em êxtase e nem liguei para mais nada.

— Eu vi. Você só ficava sorrindo, igual um idiota. Se o meu pai aparecesse, acho que você morreria feliz – Scorpius beijou o meu cabelo. – Ainda acho que o foi o Albus que inventou de levar seu pai no quarto.

— Foi eu mesmo – disse o estúpido, entrando no meu campo de visão. – Rose, a cara que você fez naquele dia... Ah, eu daria tudo por uma máquina fotográfica.

— Imbecil – falei, sentando-me direito e pegando a cerveja amanteigada da mão do Albus, que ele tinha trazido provavelmente para mim mesmo. Meu primo e o Scorpius adoram Whisky de Fogo, mas não sou nem um pouquinho chegada.

— E aí? Gostaram da minha humilde festinha? E a Lils? Vocês a viram? – perguntou Al.

— A Lils saiu com o meu irmão. Humilde é o apartamento que eu comecei a dividir com você e a Dominque, e não essa festa.

— Cara, ela quis dizer que está muito boa, como sempre, mas passou do meu horário. Eu e a Rosely temos que vazar daqui – disse Scorpius, já de pé.

Eu olhei para ele, sem entender. Acabou de dar 11 da noite.

— Tudo bem – concordou Albus. – Eu tenho que continuar trabalhando mesmo. Amanhã a gente se vê, certo, Malfoy?

Scorp concordou.

— E eu? Vocês vão sair sem mim? – perguntei aos dois.

— Achei que você fosse viajar para a Escócia – falou Albus.

— Mas mesmo assim você poderia me convidar, por educação – reclamei.

Scorpius balançou a cabeça e passou o braço em volta da minha cintura e Albus suspirou.

— Rose, quer sair com a gente amanhã? – convidou Al, fingindo entusiasmo.

— Nossa, priminho, eu te falei que vou viajar com o time – zoei e fiz drama. – Você nunca presta atenção em nada que eu digo?

Albus bufou e revirou os olhos.

— Leva essa garota daqui, Malfoy.

Eu ri e deixei Scorpius me puxar escada abaixo.

— Rose! – chamou Albus quando nós estávamos quase na saída. – Você disse que a Lily saiu com o Hugo?

— Isso mesmo – respondi.

— E ele estava de carro?

— Não sei, Al – respondi. – Por quê?

— Você sabe como tudo pode acontecer dentro de um carro.

Eu e Scorpius olhamos um para o outro, e caímos na gargalhada.

— Quem liga, Al? A Lils já é bem grandinha – disse Scorpius.

— Ela só tem 18 anos! – retrucou meu primo.

Revirei os olhos e perguntei:

— Se era só isso, a gente pode ir embora agora?

Ele me fuzilou com os olhos, ao se despedir:

— Boa sorte com os paparazzi.

— O quê? Eu achei que fosse uma festa privada.

Albus deu de ombros.

— E é. Entretanto a rua é pública, não posso impedi-los tirarem fotos dos convidados e gritarem perguntas quando esses convidados saem. Ainda mais se eles são um dos casais mais famosos e queridos do Reino Unido.

Scorpius revirou os olhos. Achava a mídia um porre, mas não ligava para nada que alguns idiotas escreviam. Mas eu ficava estressada. Casal Romeu e Julieta. O filho ex-comensal com a filha de dois heróis da II Grande Guerra. O herdeiro mais desejado do mundo bruxo com a jogadora de quadribol famosa. Argh!

Eu sei que meu namorado é lindo e tudo mais, entretanto todo esse assédio me cansa. O loiro é meu. E eu digo isso com muita autoridade, desde aquele dia no hospital, nós só terminamos uma vez, e foi coisa de poucas semanas. Os jornalistas nem ficaram sabendo disso.

Três anos com o chato do Scorpius.

— Não tem outra saída? – perguntei.

— Tinha a porta dos fundos, mas eu já olhei. Tem fotógrafos lá também – respondeu Albus.

— Droga!

— Sinto muito – falou o meu primo, mas a verdade é que amanhã estaria em jornais e revistas que personalidades famosas do Reino Unido estavam em mais uma festa badalada de Albus S. Potter e John Meine. Ou seja, todo esse sensacionalismo é bom para eles. Acho que é por isso que Scorpius não reclama muito.

— E a Katherine? Eu não a vi. Vocês não voltaram? – perguntei.

Katherine e Albus namoram e terminam desde Hogwarts, pelos motivos mais estúpidos, são dois ridículos. Na última vez foi porque ela tirou fotos de algumas pessoas importantes numa festa e as fotos foram parar no Profeta. É que ela é jornalista e não resistiu. O Albus ficou impossível de aturar, afinal foi ele que recebeu as reclamações dessas personalidades, e não foi muito legal para a imagem que ele sempre passa de privacidade. O que acontece nas festas dele fica nas festas dele, eu não vou nem falar da reação do John, pois ele ficou com muita raiva, para não falar outra coisa. Obviamente o Scorpius ficou do lado do Al, porque a Katherine interferiu no trabalho dele, e eu até entendi o nervosismo do meu primo, mas ele ama a Katie e é muito cabeça-dura. Claro que ela é teimosa até a alma também e diz não querer saber mais do “idiota do Potter”, nas palavras da mesma, tudo porque não quer admitir o erro que cometeu. Parece tragédia, mas dá vontade de rir.

— Claro que não – respondeu Albus como se estivesse falando com uma pessoa burrinha. – Eu e você moramos juntos e por acaso viu a chata por lá?

Eu revirei os olhos e Scorpius deu uma risada.

— Cara, você vão acabar se casando – disse meu namorado. – Você não resiste a uma ruiva.

— Eu moro com uma ruiva, não acho que eu precise da Katherine. Posso tirar o atraso com a Rose.

— Albus! – exclamei nervosa, imaginando se mais alguém ouviu, e o que poderia pensar.

Scorpius sorriu arrogante, fitando o meu primo e falou:

— Pena que ela já tem dono. Até porque você não conseguiria me superar. Em nenhuma área.

— Atraso? Dono? Será que vocês poderiam ser menos idiotas? – perguntei reclamando. – Eu não acredito que estou escutando isso. Albus, vê se morre e me esquece, valeu? E Malfoy... Argh! Ninguém merece, viu?

Afastei-me dos dois, mas vi Scorpius e Albus rindo e se cumprimentando com um toque ridículo de bros.

São dois retardados.

Eu estava chegando na saída quando esbarrei no John.

— Já vai, dona Rose? – perguntou ele.

— Aham, o Scorp só está se despedindo do idiota do seu sócio.

— O que aconteceu? Pensei que o Albus era o seu primo preferido – comentou Meine antes de fazer uma sinal para uns garçons.

— Só de vez em quando – confessei, com um meio sorriso.

— Você teve alguma notícia da Dominique? – perguntou o sonserino.

— Ela ainda está em Paris, né? – comentei num dar de ombros.

A Dominique seguiu carreira em moda. Ela faz uns desenhos lindos para marcas de roupas famosas, e um dia, eu não duvido, vai ter a própria marca. Ela e o John estão juntos há quase um ano, são uma graça, nunca os vi brigar, diferente do Al e a da Katherine. Também porque a minha prima viaja muito, e o John trabalha dia e noite com o Al, literalmente. Eles programam e cuidam da limpeza e arrumação das festas durante o dia, e à noite, cuidam das festas. Então como eu dizia, a Nick e o John não tem muito tempo para ficar juntos, e por isso ficam praticamente trancados no quarto quando se encontram.

— Está sim, parece que é a semana da moda lá. Acho que ela deve estar muito ocupada, porque não mandou nenhuma coruja em três dias – falou Meine.

— Olha, por que você não manda uma coruja para ela? Com algumas flores para alegrar o dia. Aposto que ela vai adorar.

Quatro garçons se aproximaram de nós e eu percebi que o John não ia poder ficar de papo.

— Tenho que resolver umas coisas aqui, Rose. Mas obrigado pela dica. Rosas iam ser um exagero?

— Claro que não – respondi antes que o John saísse. – Quanto mais chique, melhor.

Eu me virei e vi que o Scorpius estendia a mão para mim. Eu a peguei sem pensar, e quando cruzamos a saída, antes que os flashes das câmeras me cegassem, nós aparatamos.

Aparecemos no corredor do quinto andar do meu prédio, onde fica o meu apartamento e o do meus primos. Moramos juntos porque nós três trabalhamos muito fora de casa. Eu e a Nick viajamos bastante e o Al tem sempre mil problemas diferentes para resolver na rua, além do quê, as noites dele são ocupadas com festas, as vezes até no início da semana. O apê tem três suítes (fizemos uma reforma quando alugamos, para cada um ter o seu banheiro), uma sala grande, cozinha, e a área de serviço. Não posso dizer que não curto o nosso espaço.

Scorpius segurou a minha mão até chegarmos na porta, quando eu mexi na minha bolsa para pegar minhas chaves.

Scorpius olhava para mim como se esperasse alguma coisa.

— O quê? – perguntei.

— Não vai me convidar para entrar, Rosely?

— O que você está pensando, Malfoy? Eu sou uma garota de família – aleguei depois de abrir a porta.

— Hum... Então aquele dia há tempos na minha casa foi o quê?

— Um deslize – afirmei, segurando a porta.

Scorpius se aproximou se mim, e disse com as mãos em minha cintura e a boca em meu pescoço:

— Será que não existe a possibilidade de você cometer outro?

Scorpius começou a me beijar ali e eu fiquei arrepiada. O desgraçado sabia como me fazer ceder. Malditos anos de convivência.

Mas ainda assim tive que empurrá-lo.

— Malfoy! Eu tenho que viajar com o time amanhã cedo. Preciso dormir.

Ele suspirou.

— Sei disso. Você vai ficar 10 dias na Escócia e daqui a uma semana eu vou para a Espanha, lembra? Quando vamos nos ver de novo?

Ninguém merece. Eu tinha me esquecido que ele iria para Madrid. Scorpius trabalha para a família St. Clair. É o sobrenome do marido da Daphne, irmã da Astoria, que é um dos donos de uma rede de hotéis bruxos e trouxas espalhados pela Europa. Scorpius começou a trabalhar para o tio assim que deixou a escola, e eu nunca pensei que ele pudesse se tornar um daqueles engomadinhos de terno e gravata, sabe? Aqueles caras que leem dossiês gigantes, que levam trabalho para casa, e têm várias reuniões chatas de negócios. Bom ou ruim, o loiro adora.

— É verdade. A gente não deveria ter ficado tanto tempo na festa. Nós sempre chegamos de madrugada – falei.

— Rose – chamou ele – São 23:20.

— O quê? É mesmo, eu tinha até estranhado quando você falou com o Al que a gente tinha que sair mais cedo.

— Que bom que eu penso em tudo.

Eu o puxei para dentro do apartamento pela gravata, direto para o meu quarto, e disse:

— É por isso que eu te amo.

Nós caímos na minha cama rindo e nos beijando. O loiro falou:

— Eu só estou com você por causa da fama e porque beija bem.

Eu me sentei e dei um tapa na perna dele.

— Idiota. Custa falar de volta?

Scorpius puxou meu braço para que eu me deitasse de novo. Ele se virou para ficar por cima de mim, afastou o meu cabelo do pescoço, deu alguns beijos em minha clavícula, e em meu pescoço, depois disse sorrindo:

— Eu te amo, e se alguém me perguntar se é verdade, não vou mentir.

xxx

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uhuu!! É isso aí, galera!! Esse é o fim de “Mentir assim é uma droga”, onde chegamos à conclusão de que tudo que a Rose tinha que fazer desde o início era agarrar o Malfoy. Se bem que, se ela tivesse feito isso, não íamos ter essa short-fic.
Eu realmente espero que tenham gostado de passar tempo com a Rose tanto quanto eu. E agradeço pelas pessoas que não abandonaram a fic principalmente às lindas Anny, Gabih, Rob, Lady Malfoy, Niinha, May Jackson Malfoy, pelos reviews tudo de bom! E gostaria de pedir, encarecidamente, para a pessoinhas que não se manifestaram, mas leram essa historinha deixarem reviews. Por favor! Eu sei que tem mais gente acompanhando do que mostra nos últimos reviews, então vamos lá, digam pra mim porque passaram seu tempo aqui.
Eu não queria bancar a chata, mas fico muito feliz quando vocês, leitores, dão o ar da graça, então aos que já comentaram, de novo, meus mais sinceros agradecimentos. :D
Ai, ai, espero que o final não tenha deixado a desejar, nem esse pequeno epílogo, que acontece onde começa a minha fic Hugo e Lily baseada nessa mesma música.
Obrigada por tudo, e até a próxima!

xoxo
Andie



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mentir assim é uma droga!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.