Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 140
Capítulo 140. Teia de aranha


Notas iniciais do capítulo

Mas gente, chegamos e o pior é que eu nem tenho roupa para isso:

MIL COMENTÁRIOS, MINHAS QUERIDINH@S!

*Se vc é mocinho, disgurpa chamar pelo feminino, mas essa regra do português de que se tem um homem no meio masculiniza tudo é idiotice, a maioria aqui é de mocinhas!*

Vamos ao capítulo!



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Capítulo 140. Teia de aranha

Fred trouxe desenhos e cordões coloridos, fora um quadro de avisos, que pendurou na parede da sala dos monitores que as Annes haviam reservado para a nossa reunião extraordinária. Depois, ligou o notebook que Roussos pediu emprestado da classe de estudo dos trouxas e conectou uma vídeo chamada com Enrique e Aidan.

Assim que vi a cara de um dos Aidans e do meu namorado, não aguentei a língua na boca:

— VAMOS TER UM QUADRO DE INVESTIGAÇÃO! - Falei - tá, gritei - animado, fazendo Aidan sorrir sem entender e Enrique me encarar com um olhar de conhecimento de causa.

— Isso é uma das coisas na mesma categoria da caneca na grade da prisão? - Ele fez referência ao meu triste episódio com Maikai e seu bando e eu fiz que sim com a cabeça. — Sonhos se transformam em realidade, não é?

— Sim! E Fred fez os desenhos de todo os envolvidos e de todas as escolas, eu acho que a teia investigativa vai ficar muito boa, embora eu ainda não saiba bem como funciona. -Avisei e Aidan sorriu animado. — Vamos esperar para ver.

— Quem mais vai se conectar? John? Tony? Os Potter? Scorp e Rebeca? -Aidan perguntou ansioso e eu ajeitei melhor o computador, para dar para eles verem o quadro perfeitamente.

— Os Potter e Tony vão, mas não tem tecnologia trouxa em Durmstrang e o celular de Thompson não conseguiu achar sinal em Uagadou. -Dei de ombros, Aidan acenou o entendimento, então sorriu impressionado assim que Anne entrou na tela.

— Oi, sou Anne Beaumont, prazer em conhecê-los, Fred falou muito de vocês! -A monitora sorriu simpática para a câmera, depois puxou a tela do notebook para si. Sacou um caderninho de sua bolsa lateral e uma pena, do nada, devo acrescentar. — Mas deixa eu ir direto ao ponto, antes que a reunião comece, monsieur Dussel, tenho algumas perguntas para você, se não se importa.

A garota loira falou com um sorriso simpático, mas Enrique a encarou desconfiado. Tenho que admitir, Beaumont já é suspeita com sua beleza sobrenatural e simpatia, com sotaque francês então...

— Tentarei ajudar ao máximo. -Ele respondeu solicito, de um jeito que ele só é com garotas bonitas. Franzi os olhos para isso, mesmo ele não vendo.

Velhos hábitos simplesmente não mudam!

— Certo... Hum... Fred me contou que no dia da apresentação do circo de pulgas de Carl Dolus, você, assim como ele, não se sentiu afetado pelo encantamento, que eu desconfio que foi lançado na tenda naquele dia, então minha pergunta é, você possui alguma habilidade mágica incomum? -Ela falou tudo isso como se estivesse perguntando que dia era hoje e embora Enrique tenha ouvido com atenção, sem esboçar reação, Aidan fez uma cara suspeita.

— Não que eu saiba. -Meu namorado respondeu sonso e novamente Aidan deu bandeira ao arregalar os olhos para a mentira. Beaumont sorriu, anotou algo em seu caderno, o fechou e guardou.

— Certo, obrigada pela cooperação. -Ela piscou para a câmera, não sei exatamente para qual dos dois e depois empurrou o notebook de volta para o lugar em que estava.

Ainda não descarto completamente a possibilidade de Beaumont ser algum tipo de espiã, que vê além do que as pessoas comuns enxergam.

Louise e Roussos voltaram para a sala depois de alguns minutos de conversa sem importância entre mim, Enrique e Aidan. Minha querida irmã estava saltitante e feliz, segurando seu diário, presente do terceiro ano e precursor do Prime -lembram? - e eu não entendi foi nada.

— Qual é a dessa alegria toda? -Falei enquanto apontava os lugares do outro lado da mesa para as duas não atrapalharem a visão do pessoal para o quadro, que era nosso astro da tarde.

— Anne-Marie conseguiu que uma garota do sétimo ano enfeitiçasse uma pena qualquer, para não levantar suspeitas e agora ela é uma pena de repetição rápida! -Louise passou a dita pena no meu nariz e eu quase espirrei com o movimento.

Palhaça!

— E você ao menos aprendeu a fazer o feitiço para a gente aplicar nas penas do Ocaso? Não que a gente tenha muito como ficar ditando os nossos assuntos por aí, mas seria bem útil em alguns momentos. -Falei com sensatez, porque escrever para os iconoclastas toda hora acabava com o pulso de qualquer santo.

— Mais ou menos... Mas não importa, porque com essa pena e meu querido diário, podemos escrever para Uagadou e Durmstrang e de quebra, consegui um jeito de copiar minhas lições e fazer meus pergaminhos mais rápido! -Minha não tão querida assim irmã dançou, festejando as boas novas em sua vida. Todo mundo a encarou como a maluca que ela era, claro.

— Ok, legal o lance da pena, vai ajudar bastante na transmissão, mas alguém sabe cadê Tony e Albus? -Fred perguntou já se posicionando ao lado do quadro e ninguém foi capaz de responder a pergunta.

— Faltam mais três minutos até... Olha, aí está Tony! -Aidan falou animado, então eu liguei para ele, no segundo seguinte ao “online” aparecer na tela.

— Alô, meus queridinhos, como vocês estão? -Ele falou usando um moletom incrível de Castelobruxo, como aqueles de faculdade, coisa que a escola brasileira também é.

— Você está no limite do atraso, como sempre. -Louise falou a título de cumprimento, se enfiando na frente da tela, dando uma piscadinha para ele. Voltou a escrever no diário.

— Mas cheguei antes da hora, então estou melhorando! -Ele se defendeu inutilmente, porque a gente sabe bem que essa pontualidade não foi proposital.

— Tony, deixa eu apresentar Anne-Marie Roussos e Anne Beaumont, que estão inaugurando o núcleo Beauxbatons do Ocaso Mundi. -As duas se colocaram na frente da câmera e Tony fez que sim com a cabeça, com uma expressão impressionada.

— Thompson, essas meninas francesas... De repente os iconoclastas ficaram bonitos para caralho, hein? Estamos de parabéns! -Ele mesmo bateu palmas e eu só ri da idiotice.

— Já estávamos de parabéns antes, porque eu, Lily e Rebeca somos muito bonitas. -Louise falou com a cabeça abaixada, ativando a pena para que ela escrevesse sozinha. — Está funcionando!

E realmente estava, a pena “bailou" as palavras assim que minha irmã as falou.

— Funciona com tudo que dizemos? -Perguntei, curioso e a resposta foi a pena escrevendo mais um pouco. — Que maravilha!

— John está escrevendo. -Louise avisou, parando a pena para ler. Sorriu para a mensagem. — Ele disse que Sharam pode ser considerada do Ocaso e acrescenta bastante beleza ao grupo.

— Com certeza. -Fred falou contundente.

— Ninguém vai discordar. -Tony acrescentou, sonhador, provavelmente lembrando da beleza da batedora.

— John mandou dizer para vocês cuidarem da vida de vocês! -Louise avisou, depois parou para ler algo no diário. — Sim, foi Tony e Fred que falaram isso, John.

— Ele não precisava saber, Louise. -Fred falou impaciente, depois olhou para o relógio, com cara de poucos amigos. — Albus está atrasado, vamos começar sem Ilvermorny.

— A gente devia dar um tempo de tolerância... -Aidan começou, mas Fred estava irredutível.

— Não dá, a gente não pode ficar na sala dos monitores para sempre, vamos começar sem eles, depois os dois se juntam. -Ele explicou e só nos resta aceitar, são primos dele mesmo. — Durmstrang já está presente?

Ele perguntou para Louise que fez que sim, então Fred me passou a palavra com um aceno de cabeça. Assumi o papel de facilitador dessa vez, porque é uma posição muito confortável para mim, que sou um líder nato, já sabem.

— Ok, gente, vou começar falando que, não sei como foi aí na escola de vocês, mas a repercussão do Ocaso aqui foi ótima. -Falei empolgado e dos rostos que a gente podia ver na tela, todos pareceram concordar. — Parabéns para a gente e para Beauxbatons, por estar tão na merda!

Tony e Enrique riram, mas o restante revirou os olhos, me condenaram com o olhar ou ficaram surpresos com a brincadeira. Um dos invisíveis, Scorp, no caso, perguntou algo via mensagem, que Louise me mostrou.

— Scorp perguntou se os franceses já tomaram alguma atitude quanto a nossa denúncia e fico feliz em dizer que Lo Presti e Leiris, capitães do quadribol e esgrima, já estão com reunião marcada com a direção da escola. -Respondi em voz alta, depois olhei para Beaumont. — Quer acrescentar alguma coisa, Beaumont?

— Sim, para quem não sabe, eu sou integrante da equipe de esgrima, com planos de me tornar a próxima capitã, então estou bem integrada no assunto. -Ela falou de seu jeito calmo e didático, devidamente registrado pela pena. — Gostaria de agradecer, então, em nome da escola, pelo olhar crítico sobre a nossa situação. De verdade, a gente estava tão ensimesmado em nossos problemas, que não conseguíamos mais ver as soluções bem diante dos nossos narizes, então... Obrigada!

— Sem problemas, nos meter nos problemas alheios sem ser convidado é nossa especialidade! -Tony falou convencido e eu revirei os olhos, porque ele não ajudou em nada nesse caso.

— Alguém tem mais alguma coisa a dizer sobre o assunto? Sobre a edição do Ocaso? -Perguntei fazendo bem o meu papel, mas a verdade é que todos já tinham tagarelado sobre isso a exaustão no mesmo dia em que saiu a edição, só estávamos oficializado as coisas. Tony levantou a mão. — Fala, criatura.

— Tony falando. -Louise avisou e olhamos todos com estranhamento. — O pessoal aqui está reclamando que não sabe quem está falando o que, eu vou ter que rever o feitiço nessa pena...

— Eu cuido disso depois. -Falei, voltando a palavra para Tony, porque combinando a luvarinha e minha varinha oca, eu estava conseguindo um bom equilíbrio nas derivações de feitiços.

Sim, meus caros, o que já era bom, ficou melhor!

— Agora Tony falando: queria pedir permissão para todo mundo para escrever um artigo sobre a festa que rolou em Castelobruxo há alguns dias, não se fala de outra coisa aqui, justamente porque Clara está atiçando as pessoas a se revoltarem contra o elitismo do convite. -Ele falou com seriedade, mostrando que as terras americanas estão fazendo bem para ele.

— Scorp pediu para perguntar qual o teor do artigo. -Louise repassou a informação, depois esperou mais um pouco, para terminar de ler a mensagem. — Ele disse que não é proibido fazer festas fechadas e que pode ficar parecendo que o Ocaso tomou partido na guerra de CB.

— Ele tem razão, se metade da escola está com o pessoal de Calixto, Ferraz e companhia, vocês não devem ignorar o lado deles na questão. -Enrique falou como o adulto maduro e sensato do grupo.

Coisa que ele não é.

— Posso mandar mensagem para os dois lados, Yolanda e Clara, então escrever falando sobre elitismo no geral, acho que dá para levantar uma discussão boa daí. -Tony reformulou sua ideia e todo mundo pareceu concordar com isso.

— Scorp disse que vai ajudar você, Tony, disse que depois te manda uma mensagem para começar a acertar os detalhes. -Louise informou, solicita e depois repassou o assentimento de meu amigo quase naturalizado brasileiro para quem não estava nos vendo.

— Scorp está querendo defender os privilegiados... -Aidan falou divertido, depois se fingiu de inocente. — O que para mim está ok, mas se eu puder ajudar nisso também, eu ficaria feliz, porque não é legal festas que deixam as pessoas de fora.

— Experiência própria? -Enrique perguntou cínico e Aidan o olhou com irritação.

— Sim, na verdade! Vocês sonserinos são mestres em excluir os outros e fazer festas só para o clubinho de vocês. -O lufa-lufa resmungou, cruzando os braços, então Louise sussurrou para a pena quem falou o que e eu apontei para a câmera, com diversão.

— Você é Ark, não é? Muito afrontosinho. -Acusei, recebendo um olhar de bicho pego pelo farol no meio da floresta dele como resposta.

— O quê? -Anne perguntou intrigada e eu a olhei desconfiado, porque era óbvio que aquilo se tratava de uma piada interna e nenhum dos outros questionou. Só ela. A monitora deu de ombros, intimidada pela minha sobrancelha levantada. — Ark é um apelido incomum...

— É o lado malvado de Aidan, o bonzinho o irmão dele chama de Dood, descobri quando fui no Japão há algumas semanas. -Enrique encerrou o assunto, com displicência. — Voltando para o artigo de CB, Tony, Scorp e Aidan farão então?

— Isso. - Louise respondeu. — Acho que finalizamos aqui, certo?

— A reunião já acabou? Mas e o quadro? -Aidan perguntou confuso e eu aceitei isso como uma deixa para introduzir o outro assunto.

— Vamos para o quadro agora, porque é tipo... A formatura de qualquer pessoa que se diz um investigador! -Falei, apontando para a parede onde ele estava. — Ou maníaco.

Tony riu, porque provavelmente se identificou.

— Ok, fiz alguns cartões, Cesc vai falando, enquanto eu organizo tudo que sabemos da profecia, as Annes já foram meio que atualizadas, então... -Antes que Fred continuasse, Albus apareceu online na aba do chat. — Cesc, atenda meus primos mais do que atrasados, por favor.

Fiz o que ele pediu, então a tela ficou dividida em quatro, fazendo dessa reunião uma bagunça maior ainda. No quadrante de Ilvermorny tinha Lily, Albus e...

— Quem é essa garotinha aí? -Eu perguntei frustrado, porque é claro que Albus ia colocar alguém no grupo sem pedir permissão a ninguém. Tava demorando até!

— Essa é Katherine Davis, mas podem chamar ela de Kath e ela vai ser a primeira do núcleo Ilvermorny! -Lily apresentou animada, depois olhou para a garota loira ao seu lado. — Diz oi para eles, Kath!

— Oi. -Ela disse timidamente, parecendo muito constrangida com a atenção.

— Ah, que se dane! Seja bem-vinda, Kath! Fred, vamos começar com a explicação da profecia logo, antes que dê mais merda. -Falei, pessimista e Fred deu risada, indo para perto do quadro. — Ok, por onde começamos? Pela profecia? Kath conhece a profecia?

— Mais ou menos... Mas ela vai se acostumando. -Albus falou em dúvida, olhando para a garota, que não parecia saber absolutamente nada de nada. — Prossigam.

— John disse que a gente precisa parar de trazer membros sem avisar e o que Rebeca disse, eu não vou repetir, mas em resumo, ela não está feliz. -Louise repassou, fazendo uma careta sonsa.

— Como Cesc disse, dane-se o que Rebeca pensa. -Tony falou e eu fiz minha melhor cara de “que? Eu nunca disse essa merda!”. Fred pegou um dos cartões e colou no topo do quadro.

— Começamos pela profecia, que estamos todos cansados de saber, ok? -Ele perguntou para todo mundo e ninguém discordou. — E agora?

Lá estava ela:

O trocador de vidas destrói tudo que toca

Somente aquele com igual poder será capaz de subjugá-lo

Pois sua alma será aquilo que ele mais desejará tocar

— A primeira coisa que fez referência a ela: a caixa de música que faz premonições e ocasionalmente troca os corpos das pessoas. -Fred pegou o cartão com o desenho da caixa indicado por mim e eu tive que elogiar os traços dele. — Sua arte está ficando cada dia melhor.

— Obrigado. Agora suponho que eu tenha que colocar os lugares. -Ele falou, enquanto pegava o bolinho de cartas separado e ia colando com feitiço colante, na base do quadro cada um dos lugares que podiam ser explorados por nós:

Uagadou

Mahoutokoro

Beauxbatons

Ilvermorny

Hogwarts

Durmstrang

Castelobruxo

Azkaban

— Azkaban? -Aidan perguntou, curioso. E Fred deu de ombros.

— Eu sempre quis desenhar Azkaban e o suposto dono da caixa veio de lá, então...

— Mantenha Azkaban, a gente vai precisar. -Tony avisou, nos deixando ainda mais curiosos, afinal foi ele um dos que insistiram que a gente tinha que fazer uma reunião para colocar os dados e informações do mundo inteiro em ordem.

— Certo. Conecta a caixa a Uagadou, por causa de onde ela foi encontrada, Hogwarts, onde ela fez a maior parte das premonições e Beauxbatons, onde descobrimos a outra característica dela. -Falei e Fred foi colocando uma tachinha para enrolar o cordão até cada um dos lugares, Anne se levantou para ajudar.

— Eu vou escrever aqui o que cada ligação significou. -Ela falou solicita, abrindo seu caderninho em alguma página antiga para tirar as informações.

— Ok, cinco supostas premonições, a primeira delas tendo o nome de Carl Dolus. -Acrescentei, enquanto Anne escrevia no quadro.

— Que nós sabemos que na verdade se chama Carl Sagan. - Anne-Marie apontou e Fred colou o rosto do cara no quadro, no lado direito, no espaço entre a profecia e a caixa. — Liga a ele a Hogwarts, no episódio do circo, a Uagadou, com os achados do pessoal de lá no livro de frequência e a Beauxbatons, porque é onde ele estudou e a família dele é praticamente dona da estação de esqui aqui ao lado.

Memória de espiã, essas francesas não me enganam!

— Opa, isso a gente não sabia. -Enrique falou, com o cenho franzido.

— Dolus é engano em latim, é óbvio que é um pseudônimo. -Fred falou e as Annes o encararam bravas. — O quê?

— Nada não, mas é importante a gente dizer que ele atualmente é o nosso principal suspeito. -Anne Beaumont respondeu e eu tenho que concordar. — Devíamos ir até a casa dele investigar mais sobre a vida dele.

O que?

— Segura esse ímpeto aí, garota, se ele for mesmo o vilão, a gente não está pronto para ficar frente a frente com ele. -Falei, sem querer soar com medo, mas é, estou com medo, porque a caixinha foi bem categórica no lance de destruir e tudo mais.

E eu não estou afim de ser destruído esse ano.

— Calma, não vamos chegar nele cheios de bravura, eu e Anne-Marie podemos apenas fazer uma sondagem... Ele não está em casa, está em turnê com o circo, então a gente vai falar com os pais idosinhos dele. -A garota francesa falou com seu sotaque, fazendo a coisa toda ficar ainda mais delicada e sensata.

Mas é uma proposta doida mesmo assim.

— Não vai ser perigoso, eu e Anne temos uma técnica: eu distraio e conduzo a mente para a lembrança que queremos e Anne faz... Uma leitura superficial da memória. - Anne-Marie disse com cuidado e Anne achou por bem completar.

— Eu não sou uma super legimente nem nada, mas a gente aprendeu essa técnica em um artigo científico antigo, que ajuda bastante a isolar o pensamento que a gente quer. É bem legal e a gente meio que já pegou o jeito. -Ela falou, depois sorriu confiante. — Vai dar certo, confiem na gente.

— A gente vai ver isso aí direitinho, ok, Annes? Foco. Qual o próximo nome? -Fred falou entediado, com seus cartões na mão.

— Temos os primos Lestrange. -Anne lembrou, mostrando que estava afiada no assunto. Consultou o caderninho de anotações. — Samuel Aizemberg e Juliet Bertrand.

— O que tem eles? -Tony perguntou, curioso.

— Fred entreouviu uma conversa entre os dois sobre a caixa de música da família, enquanto iam na estação e Samuel foi quem sugeriu a gente fazer o artigo sobre o circo de pulgas de... Carl Dolus. -Falei com direito a pausa dramática e tudo e Fred apontou para mim empolgado, depois colou o rosto dos dois meliantes no quadro.

Juliet e Samuel, primos Lestrange, foram ligado à caixa, a Hogwarts, a Beauxbatons e a Carl Dolus. A teia estava ganhando forma.

— Só para não perder a viagem, o que conecta os dois é o sobrenome e o cara que seria herdeiro na linhagem principal e que carregaria o nome, foi preso e a caixa deve ter sido perdida em Uagadou justamente nesse época aí, nesses 20 anos de prisão.

Fred colou a foto de Rabastan Lestrange, o ligando a caixa, a Samuel e Juliet, a Hogwarts e a Azkaban. Enrique resolveu se pronunciar novamente.

— Lestrange era de uma família originalmente francesa e, para quem não se lembra, fugiu há uns dois anos. -Ele disse sombrio, fazendo Fred amarrar uma corda para Beauxbatons e Anne escrever um “fugitivo” na linha que o conectava a prisão bruxa. — Algo mais?

— Você desenhou Bradbury como eu pedi, Segundo? -Tony perguntou e o grifinório fez que sim, mostrando o cartão, o colocando no nosso quadro complexo e sem sentido para caralho. — Liga ele a Hogwarts, a caixa de música, a Azkaban e a Castelobruxo.

— Que? -Perguntei meio “o que caralho meu pior pesadelo tem a ver com qualquer coisa?”. Enrique olhou igualmente incomodado, porque também havia sido uma das vítimas do cara.

— Scorp perguntou qual a suposta ligação entre Bradbury e a caixa. -Louise informou e Tony sorriu, feliz com alguma notícia crocante de Castelobruxo que ele veio prometendo há dias.

— Se preparem, meus queridinhos, porque tenho novidades: antes de trabalhar em Hogwarts, Bradbury trabalhava em uma pesquisa para o Ministério, em Azkaban. Anota aí no quadro, moça francesa que eu infelizmente ainda não gravei o nome. -Anne anotou “Pesquisa” na linha de Azkaban. — E os FerrZ patrocinaram ele e as coisas não deram muito certo.

— Que tipo de pesquisa? -Fred falou intrigado e Anne Beaumont se mexeu inquieta, enquanto anotava o nome FerrZ em Castelobruxo. Segundo prendeu uma tachinha neles e o ligou a Beauxbatons, Hogwarts, Durmstrang e todas as outras escolas onde eles vendiam ou queriam vender seus produtos.

— Esse nome é familiar... -Anne falou incomodada, encarando agora o rosto da amiga também monitora do Dépayser. — Ah sim, claro! Ele pesquisava sobre memórias! Pelo amor de Circe, Anne-Marie, o trabalho foi um dos que usou a mesma técnica que a gente usa, estava naquela edição do Inside d'Potion! 

— Inside d'Spell, não? -Louise falou em dúvida e a francesa corrigiu a informação.

— Revistas diferentes, a que eu estou falando trata apenas de inovações em Poções. -Anne falou nervosa, tentando se lembrar da informação que nos seria útil. — Eu não li esse artigo, foi você que leu, Anne-Marie, você lembra sobre o que era?

— Hum... Era algo em Azkaban mesmo... Algo... Eram dados parciais, acho que ele queria tirar memórias ruins de presos, para fazer eles ficarem bons. -Ela falou sem certeza, mas Tony sorriu com seus dentes de tubarão, animado.

— Era algo nesse estilo mesmo, os FerrZ contrataram vários atletas rebeldes e com ficha suja, achando que esse cara poderia conserta-los e aí ele abandonou o projeto e foi trabalhar em Hogwarts. -Tony finalizou empolgado e eu não sei o porquê, já que Bradbury foi um merda nas nossas vidas! — Yolanda Calixto disse que todo mundo do Conglomerado ficou puto com a cara dele, ela o chamou de impostor!

— E era mesmo, não satisfeito em ferrar com os FerrZ, fodeu com Hogwarts vendendo poção ilegal por baixo dos panos. -Enrique falou mal-humorado e a última pessoa que eu esperava se pronunciar, falou.

— Vocês sempre falam do Conglomerado FerrZ como algo poderoso e perigoso, disseram para a gente não se meter com eles... -Aidan começou e eu tive que defender o nosso lado.

— A gente não fez nada, eles que ficam literalmente pulando na nossa frente a cada curva do caminho! -Falei irritado e Fred maneou a cabeça, rindo. — O que? É a mais pura verdade!

— Não, eu não estou reclamando, só estou querendo dizer que, se eles são tão perigosos assim... -Aidan tentou de novo, parecendo nervoso. — Se fosse a Yakuza, eles não deixariam o cara se safar dessa impunemente.

— Mas a Yakuza é uma máfia de verdade e eu tenho certeza que Bradbury teve que pagar alguma multa ou... -Enrique começou e Tony fez que não com a cabeça. — Ele não foi punido?

— Até onde Yolanda me disse, ele não foi punido, até porque ele estava no início da carreira e não tinha onde cair morto. -Tony contou e sinceramente, não sei o que pensar sobre isso.

— Digamos que os FerrZ funcionem como a máfia, nesse caso, se eles não tem como punir quem descumpre os acordos... -Aidan falou, demandando que a gente completasse o raciocínio, mas ninguém conseguiu fazer. — Eles fazem você ser útil de outra maneira!

— Que outra maneira? -Tony falou confuso, de braço cruzados. — Bradbury, pelo menos nas vistas de todos, cortou laços com a FerrZ, tanto que quase ninguém sabe desse passado dele.

— John escreveu “Mas nem todo o trabalho dele era a vista de todos. E o esquema das poções?” -Louise repetiu e finalmente Albus falou nessa conversa toda.

— Ok, eu não ia falar isso, porque parecia completamente desconectado da profecia antes, mas agora... -Ele começou e Lily o olhou com estranhamento, ao seu lado. — Tem uma garota aqui em Ilvermorny, que costumava ser de Hogwarts, Cassandra White.

— Lembro dela, era do nosso ano, acho que do dormitório de Rebeca. -Falei, tentando me lembrar o porque dela ter saído da escola, a garota era uma boa sonserina.

— Rebeca confirmou, disse que eram companheiras de poções até o segundo ano, quando Cassandra foi... Transferida a pedido dos pais para Ilvermorny. -Louise leu de cenho franzido, depois abriu bastante os olhos com o que quer que Rebeca tenha escrito. — Ela disse que a garota costumava ser a queridinha de Bradbury!

— Verdade e o que ninguém sabia é que ela foi transferida por supostamente se apaixonar pelo professor e ser encontrada por ele em sua cama. -Albus falou com um sorriso vitorioso e todos olhamos muito chocados para ele, White tinha só doze anos! — Coisa que Cassandra não se lembra de ter feito.

— E como todo mundo sabe, Bradbury é mestre em resolver seus problemas apagando memórias. -Enrique falou debochado, depois completou exasperado. — E pelo que descobrimos hoje, ele literalmente tem mestrado nessa área, o filho da puta!

— Exato! E é importante dizer que Cassandra não recuperou as memórias com a revelação do escândalo de Bradbury nos jornais, o que me leva a crer que ela não descobriu algo sobre o esquema de poções dele, se não ela teria lembrado, como Cesc. -Albus falou feliz da vida relembrando minha miséria e eu o olhei sem paciência.

— O processo de lembrar não é fácil, talvez ela precise de mais do que artigos de jornais para ativar as memórias adormecidas! -Falei irritado, mas nem abalei aquele capeta que era o filho do meio de Harry Potter.

— Talvez, mas você não vê? Ele agiu diferente com ela! Não só apagou a memória, como fez ela ser transferida de Hogwarts! O que quer que ela soubesse, era perigoso o suficiente para precisar ser afastada. -Ele falou confiante e completou. — E o gatilho da memória deveria estar bem acessível para ela.

— Para uma menina de doze anos? O que seria isso? -Louise perguntou bastante entretida, tanto que se perdeu um pouco na tradução do que estava sendo escrito. — Ah sim, Rebeca disse que Cassandra não era só uma menina do segundo ano, ela era uma prodígio em Poções, então talvez seu gatilho estivesse ligado à isso.

— Rebeca e eu estamos em sintonia, porque eu acho que Cassandra teve acesso ao laboratório secreto de Bradbury. -Albus mordeu os lábios, ansioso. — E, ao que tudo indica, ele não fazia só poções lá, pelo menos não apenas as que ele vendia.

— E a garota não lembra absolutamente nada do que aconteceu? -Anne falou aflita. — Se ao menos eu pudesse ficar cara a cara com ela, talvez eu pudesse...

— Esquece, Anne, se ela não lembra, não teria muita coisa que você poderia fazer com sua legimência, por mais poderosa que seja. -Fred consolou a garota, apoiado ao lado da parede do quadro. — White precisaria ir até Hogwarts e de alguma forma acessar o tal gatilho e... Seria impossível, com a escola sendo reformada. Fora que ninguém faz nenhuma ideia de onde fica essa merda de laboratório secreto!

— Quanto a isso... -Albus falou como o projeto de maníaco que era. — Eu tenho uma pessoa que recebeu um sinal do além com uma pista sobre o lugar.

— Sinal do além? -Perguntei sarcástico.

— Literalmente! -Ele falou animado demais para meu gosto. — Lembra daquele dia que estávamos procurando ingredientes no estoque, no dia seguinte a morte de Paul Dolman?

— Hum... Muito vago. -Falei, porque minha memória não era tão boa assim.

— Estávamos eu, você e Lexa, a aula era de Teddy e eu estava justamente procurando pelo laboratório no estoque. -Opa, disso eu lembro! Albus percebeu minha mudança, porque continuou. — Então, naquela aula Teddy propôs aos alunos que foram mal na matéria voltarem mais tarde para refazer a poção, Lexa e a dupla dela voltaram e foi lá que Paul Dolman apareceu para ela!

— Que? Ainda bem que a gente não foi nessa recuperação, Cesc! Já pensou? Dolman de fantasma! -Tony falou assustado e eu tenho que admitir, também estou feliz que foi Lexa que viu a assombração.

— Ele ainda não tinha sido exorcizado? -Perguntei, bem ciente de que esse não era o termo certo.

— John disse que Dolman foi “guiado para fazer a passagem para o outro plano através do trabalho de um sprectumologista” e não exorcizado. -Louise informou e eu revirei os olhos para a informação desnecessária.

— Que seja! O que ele disse a Lexa, de todo modo? -Perguntei ignorando essa baboseira e pulando para o que importava.

— Lexa disse que ele tentava derrubar algumas poções e estava irado, quando não conseguiu falou: “Onde ele está?”. - Sev narrou, prendendo a atenção de todo mundo. — E o mais interessante é que ele supostamente se matou, mas virou um fantasma furioso atrás de alguma coisa! Não é irônico?

— O que está querendo insinuar? -Enrique falou com um tom sombrio, mas isso não assustou Albus.

— Dolman estava fora de casa por três meses e isso já foi na época que Bradbury havia fugido de Hogwarts e todo o esquema dele revelado. -Ele falou com confiança, deixando a gente pendente de cada palavra. — Eu acredito que Dolman estava caçando Bradbury e Bradbury o matou, fazendo parecer um suicídio, bem no campo de quadribol onde ele começou a jogar quando criança!

— Uou, cara, acho que você está viajando demais! -Tony falou meio chocado e eu não poderia ter dito melhor.

— Então eu nem vou falar da morte de Haardy e o bilhete de suicídio que ele pediu para os pais guardarem e que eu sou louco para pôr as mãos! -Albus confessou divertido e eu o olhei sem entender porra nenhuma.

— Do que diabos você está falando agora? -Eu perguntei irritado, porque esse demônio Potter só veio aqui causar confusão, aparentemente.

Ele literalmente veio ressuscitar assuntos mortos.

— Haardy se matou e deixou um bilhete, para quem não sabe. Ele era um dos garotos de ouro de Bradbury, junto com Dolman. -Eu e Enrique sabíamos da morte do cara, mas a gente não comentou com ninguém, que bem isso faria agora? — Quase ninguém ficou sabendo, porque a família pediu para a história ser abafada e o bilhete guardado como foi pedido por Haardy: com os Dussel.

E eu já sabia disso também.

Agora todo mundo esperou Enrique se pronunciar e meu namorado parecia estar ponderando se ele devia ou não falar sobre isso. Acho que ele decidiu que para a gente, os iconoclastas, não devia ter tanto problema contar. Ou melhor, confirmar a informação.

— Meu pai prometeu ao senhor Haardy que manteria segredo e que o bilhete estaria seguro, como o filho dele pediu. -Enrique explicou e não parecia disposto a acrescentar mais nada, mas Fred resolveu que precisava de mais informações.

— Ele pediu para o bilhete ser guardado em segurança com vocês? Esse foi o exato pedido de Haardy? -O grifinório foi enfático e Enrique não parecia muito disposto a colaborar.

— O que está pensando, Fred? -Perguntei para ver qual a linha de raciocínio dele e se isso de alguma forma destravava a língua do meu namorado.

— Haardy era um corvinal e era realmente esperto, tudo que ele fazia era muito bem pensado e orquestrado, o único erro dele, que eu soube, foi aquele do jogo de quadribol contra vocês. -Ele falou olhando especificamente para mim. — Se Albus tiver razão quanto a morte de Dolman e Haardy se sentisse ameaçado... Pedir para escrever um bilhete de suicídio poderia parecer algo inofensivo como último pedido, mas esperto, a longo prazo.

— Tipo deixar uma pista para resolver o próprio assassinato na cara do assassino? -Aidan perguntou impressionado. — Genial!

— Tá, mas por que guardar com os Dussel? -Louise perguntou sem acompanhar o raciocínio de Fred ou melhor, sem concordar completamente.

— O bilhete não era para ser guardado por nós, foi uma decisão dos pais dele, porque ficar com aquilo era muito doloroso. -Enrique falou, desconfortável. — Eles queriam cumprir o desejo do filho, mas sem ter que guardar o lembrete cruel de sua falha como pais.

— John está aqui dizendo que o pai de Haardy é um dos aurores de Potter, um dos melhores, nas palavras dele. -Louise leu e Fred confirmou com a cabeça. Sev também.

— Se esse é o caso, ele deixou o bilhete para o pai e agora está nos cofres Dussel... -Albus falou esperançoso, mas Enrique maneou a cabeça para a sugestão não dita. — Qual é cara, a gente precisa ver esse bilhete!

— Ainda que isso não fosse horrível, eu não poderia roubar o bilhete do cofre, de qualquer forma! Heitor é quem tem controle disso e digamos que seja mais fácil trazer Haardy dos mortos, do que passar pela segurança do meu irmão. -Ele falou sem paciência e eu tenho certeza que é verdade.

— Mas você lembra do bilhete? Você chegou a recita-lo para mim... -Que bosta! Me arrependi no segundo que as palavras saíram da minha boca. — E isso era supostamente para ser um segredo.

Abri os olhos e Enrique estava voltando de sua queda para trás, na cama. Deuses, às vezes eu me odeio tanto, mas tanto... Ele sorriu sem humor para mim.

— Sim, Cesc, era um segredo. -Ele falou sarcástico e eu ia começar a pedir umas desculpas sofrida, porque dessa vez eu pisei na bola mesmo, mas ele me cortou com a mão. — Tudo bem, eu te desculpo, não precisa sofrer e nem se torturar por isso.

— Mas eu vou quebrar meus dedos com uma pedra, tipo um elfo doméstico que fez alguma cagada. -Falei chateado e ele me deu um sorriso malicioso.

— Eu ficaria feliz se você fizesse. -O encarei horrorizado, depois ele riu. — Aí você poderia usar a outra mão para consertar os ossos. É bom para todo mundo que você pratique seus feitiços de cura.

— Concordo e vou querer ver isso, mas antes que aconteça, podemos voltar para o bilhete? -Sev falou impaciente e eu o fuzilei com o olhar. — Enrique, então você viu o bilhete? Lembra o que dizia?

— Não exatamente, eu gravei para dizer a Cesc, mas agora eu só... Faz muito tempo, mas era sobre arrependimento e sobre ele ter conhecido o mal e ter desejado ter outra... -Ele parou no meio da frase e olhou para a câmera. — É eu acho que tinha uma mensagem mesmo, eu só não sei como o pai dele iria adivinhar!

— O que? Por que? O que dizia o resto? -Sev agora iria ter um filho de tanta ansiedade e eu tentei me lembrar da mensagem, mas eu só tinha visto uma vez, Enrique duas, no máximo.

— Ele falava algo sobre querer ter outra chance ou algo assim, tipo querer trocar... Sim, ele usava o verbo trocar! -Eu falei empolgado e Sev agora estava festejando que nem um louco!

— Bradbury tem a ver com a maldita profecia! -Ele comemorou e o resto de nós estávamos apenas “Sim, mas e aí?”. Ele voltou a si, encarando a câmera com determinação. — Precisamos pôr as mãos nesse bilhete!

— Eu já disse, eu não tenho acesso! -Enrique falou frustrado para a insistência de Sev.

— Me coloque lá dentro da sua empresa e eu dou meu jeito. -Ele respondeu confiante. Enrique o olhou cético.

— Para de ser arrogante, Potter! Vamos focar no que dá para a gente resolver! -Ele falou com severidade e o grifinório ia insistir, mas Enrique o cortou. — Então agora a gente sabe que há uma grande chance de Bradbury estar ligado à profecia também.

— E a caixa e principalmente a Azkaban, onde, não podemos esquecer, Lestrange, o provável primeiro dono dela, estava preso! -Fred tocou na corda que ligava o nome ao local, como se estivesse tocando um violão. — Não pode ser só coincidência, a teia não mente.

Todos paramos para apreciar a obra de arte que era aquele emaranhado de informações, ligando pessoas a lugares com datas e informações importantes. Apontei para cima, onde não havia uma ligação consistente.

— Mas ainda não sabemos o que o insectologista tem a ver com Bradbury, Lestrange ou com qualquer pessoa, na verdade! -Mostrei o buraco na teia. — Ele se liga a Samuel Aizemberg e a Lestrange por aí, mas é uma conexão muito fraca.

— Precisamos ir até a casa de Carl Sagan na estação, deve ter alguma ligação a mais lá! - Beaumont falou teimosa, mas agora ela tinha um ponto, então demos o braço a torcer.

— Ok, nós vamos até a casa de Sagan na estação, você, Anne e Anne-Marie fingem que são grandes fãs do trabalho dele, enquanto eu e Fred damos um jeito de vasculhar a casa. -Falei com um esboço de um plano.

— E o resto de nós, faz o que? -Enrique perguntou intrigado e nem um pouco preocupado comigo me metendo em uma merda com potencial catastrófico.

Que belo namorado esse, achei que ele iria me manter longe de confusão quando eu não pudesse mais aguentar esse meu ímpeto para caminhar para a merda!

— Tenta ver se consegue encontrar alguma forma de fazer Heitor te mostrar o bilhete. -Tentei, mas ele fez que não a cabeça.

— Impossível.

— Ao menos tenta, criatura! -Falei exasperado e ele revirou os olhos. — Tenta também agendar uma visita para a gente em Azkaban, para o próximo final de semana, sem ser esse, o outro, porque acho que está muito em cima da hora. A gente precisa saber um pouco mais sobre Rabastan Lestrange e o trabalho de Bradbury.

— Como eu vou conseguir uma visita em Azkaban, pelo amor de Merlin?!? -Enrique disse irritado, de um jeito engraçado, então todo mundo riu.

— Cometa algum crime, ué! -Tony respondeu sem ajudar em absolutamente nada, o que não é tão novidade assim. — Eu, Scorp e Aidan vamos manter o curso normal do Ocaso, não é? Rebeca pode ajudar para não ficar desocupada.

— E a gente aqui em Ilvermorny? -Lily perguntou ansiosa, mas o irmão ao lado dela respondeu.

— Temos trabalho a fazer aqui, vocês vão me ajudar a programar uma viagem para Hogwarts. -As duas terceiranistas olharam impressionadas para a missão e Albus falou frustrado com Enrique. — Vou continuar minha investigação do laboratório de Bradbury por conta própria, já que Dussel não quer colaborar com o bilhete.

— Vai se foder, Potter. -Um poço de elegância e maturidade esse meu namorado.

— Falta apenas John, Sharam e Bella. -Aidan falou solicito e eu fiz que sim com a cabeça.

— John disse que vai continuar as pesquisas sobre a caixa, os crimes de Bradbury, as notícias de Lestrange, o itinerário de Sagan e... -Louise franziu o cenho. — Descobrir o que Thiollent está tramando, porque ela sabe da profecia e definitivamente está fazendo algo.

— Adoro Lia, mas às vezes ela pode ser muito escrota. -Falei pinçando o nariz, lembrando daquela monstra do meu ódio, então outra coisa surgiu na minha mente. — E o garotinho da profecia? O que nos colocou nessa merda, alguma notícia dele?

— John disse que vai ver isso também. -Louise finalizou. — Acho que todos nós temos trabalho a fazer, não é?

— Vou desenhar a sede dos FerrZ, a cara de pau de Thiollent, Dolman e Haardy para colocar no quadro. -Fred disse isso, tirando o objeto da parede, diminuindo ele de tamanho até caber em sua bolsa de quinquilharias. — Então terminamos aqui? Estamos conversados?

Todo mundo concordou, mesmo não podendo estar mais longe da verdade:

Não terminamos aqui, algo me diz que mal começamos.

 


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Notas finais do capítulo

Com menos surto agora:

Obrigada a todos que comentaram, mesmo que apenas uma vezinha só, porque mil nada mais é do que um comentário mil vezes, né? (Que?)

Enfim, fiquei muito feliz quando vi o número (especial obrigada a Malyan que está maratonando atualmente) e é maravilhoso que coincida com esse capítulo, porque ele é referência, toda vez que tivermos dúvida sobre a junção dos plots de AdC e HOH, a gente pode vir aqui.

Se ficaram com dúvida em alguma explicação ou assunto antigo abordado hoje... Me gritem nos comentários, eu sei que eu sou péssima em responder, mas juro que os desse capítulo eu vou responder lindamente.

*sorriso cara de pau*

Bjuxxx



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