Flores pra você escrita por Matthews


Capítulo 6
6


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito mesmo pela demora. O cap. estava escrito a muito tempo, mas a tela do meu notebook quebrou e postar pelo celular não da certo.

Bom depois das desculpas formais, vamos ao capítulo inédito.



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— Desculpe-me por ter agido daquele jeito, — começo com um pouco de receio. — É que eu tinha raiva das pessoas sentirem pena de mim, mas agora eu vi que nem sempre pena é algo ruim, — faço todo o meu discurso em um só folego. O final saiu um pouco embolado.

Estou começando a achar que ela realmente está com raiva de mim, ela fica parada, encarando o nada. Quando abro minha boca pra falar algo, ela caminha em direção ao balanço e se senta. Fica um tempo parada e então me encara com aqueles olhos e aponta pro balanço ao seu lado me convidando a sentar. Me sento ao seu lado e espero que ela comece a falar.

— Por que você tinha raiva das pessoas?

—Porque eu achava que sentir pena era sempre algo ruim.

— E por que não tem raiva mais?

— Meu Deus, você está parecendo minha psicóloga me enchendo de perguntas, — digo forçando um riso. Ela também força, mas rapidamente para.

— Não sou sua psicóloga. Agora pare de fugir da minha pergunta. — Ela estava sendo toda seria. Não estava achando que seria tão difícil assim.

— Henrique me fez ver que nem sempre pena é algo ruim, ás vezes pode ser bom. Mostra que aquelas pessoas se preocupam com você, - digo me lembrando de minutos atrás.

— E como ele exatamente fez isso? – Ela parecia um interrogador.

— Ele não sentou pena de mim. Eu contei minha história pra ele , dá mesma forma que contei pra você, e ela falou que eu tinha duas opções: deixava você ir embora com raiva de mim ou então te procurava. E depois saiu do quarto.

Ela passou mais um longo período em silencio, por fim disse:

— Henrique parece ser um bom amigo.

— Ele é. Bom, se for meu amigo, — nunca havia pensado nele assim, talvez realmente fossemos amigos.

— Tenho certeza que são.

Não tinha mais nada para falar e voltei a encarar o nada e pensar em como minha vida estava mudando. Há um ano eu raramente saia de casa, as únicas pessoas que conversavam comigo eram meus pais, a psicóloga e a moça da cafeteria que eu frequentava de vez em quando. Gostava de ir lá e ficar sentado matando o tempo. Agora estou na faculdade começando a “arrumar” a minha vida, tenho possivelmente dois novos amigos.

— Eu sei como é não gostar que os outros sintam pena de você. — Ela me pega de surpresa e continua encarando o nada com uma expressão distante. —Meu pai morreu ano passado e eu odiava que as pessoas sentissem pena de mim, — enquanto ela fez uma pausa, me ajeitei no banco para poder a observar melhor, — que me olhassem como se eu não fosse capaz, como se eu fosse uma pobre garota. — Ela me olha com aqueles grandes olhos marejados e eu tenho vontade de abraça-la e protege-la para sempre.

“Eu era mesmo uma pobre garota, mas eu queria mais que olhares, eu queria que alguém fosse legal comigo, que não medisse as palavras. — Uma pausa, um suspiro, uma lagrima escorrendo, levo minha mão ao seu rosto e pego sua lagrima, brinco com ela entre meus dedos até que não sobre nada, até que vire parte de mim. — E depois eu entendi que aquela era a forma de dizerem que estavam preocupados. Que eles poupando as palavras estavam me poupando de mais sofrimento, mas eu só queria que tudo continuasse igual. Que continuasse da mesma forma que estava antes do meus pai morrer e de preferencia com ele. Porém ele não estava e não tinha como tudo voltar a ser como era antes, por que nada seria como antes. Então eu te entendo.

— Eu sinto muito por seu pai, — disse sendo o mais sincero possível.

— Não diga só por educação. Não seja igual aos outros, só me diga isso quando realmente for de verdade.

— Tudo bem. — Pela primeira vez eu disse sorrindo.

— E eu te desculpo pelo o que você fez. — Ela falou também sorrindo.

Nos levantamos ao mesmo tempo e eu a abracei, tento tirar com esse abraço toda a dor que ela sente, tento passar para mim. Eu posso liar com a dor dela, será só mais uma. Eu quero que ela seja livre.

O abraço pareceu durar uma eternidade e ao mesmo tempo passou mais rápido que um piscar de olhos.

Enquanto nos afastamos ela está sorrindo mais uma vez, sorrindo com os olhos, e eu tenho certeza que ela está mais leve.

Resolvemos ir embora da festa. Meus braços estão em volta do seu pescoço, deixando-a cada vez mais perto. Enquanto ela está assim, perto de mim tenho a sensação de que tudo está bem, de que o mundo faz sentido novamente, e percebo como ela se encaixa perfeitamente com meu corpo, se fossemos peças de uma quebra cabeça talvez seríamos aquelas que se juntam, mas não estão certas.

A caminhada de volta foi mais rápida que a de ida, poderia ficar abraçado com Florença a noite toda. Quando estava com ela algo parecia certo, parecia que mesmo que não fossemos as peças certas deveríamos ficar juntos.

A abracei mais uma vez e sussurrei:

— Eu sinto muito por seu pai. — Eu realmente sentia, ela podia sentir isso.

Enquanto nos afastávamos ela acenou levemente com a cabeça concordando e seguiu em direção ao seu dormitório.

A observei indo embora, como fiz no restaurante e dessa vez poderia dizer que ela estava feliz e queria que todos vissem isso.

Ela estava feliz, e eu estava feliz por ela.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez desculpa pela demora, eu sinto muito mesmo. Os próximos vão sair mais rápidos. E enquanto eles não saem que tal comentarem?? Não ligo de receber um ou dois comentáriozinhos. Pode ser qualquer coisa. Pode ser sugestão pra fic, dica de escrita, critica. E se viu algum erro por favor fale.

Ahh, e mais uma coisa a playlist da fic esta aberta, por favor sugiram as musicas.



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