A Loba Solitária escrita por shW


Capítulo 4
Neve


Notas iniciais do capítulo

Oi ooi!
a data da última atualização gente..desculpas!
to atualizando mas tô hesitante ainda, pensei em atualizar a fic com TODOS o capítulos prontos mas ainda tô enfrentando um certo bloqueio, tô desenvolvendo de novo aos poucos.

fiz pequenas mudanças, fiquem atentos nas notas da história deixei um recado lá!
to decidida a fazer a fic avançar mais rápido por conta do tempo que perdi.

boa leitura!



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Dias iam e vinham, acompanhadas de mais dias seguintes, no início foi admirável acompanhar a novidade de ter o inverno.
Dias frescos, ter o primeiro contato com a neve, paisagens exuberantes que se formavam entre o pouco verde com o branco. 

Anteriormente abençoada pelo canto de suas aves, e o colorido da vida, outrora pelo domínio das vozes dos corvos e o cenário vazio. As florestas, pradarias e campos foram deixados.

O inverno trouxe luta aos sobreviventes e morte aos fracos. A vida é uma luta constante, só que agora de uma maneira mais intensa.

Marah 


Conseguia sentir a neve pairar sobre meu corpo exausto. Minhas patas reclamariam se eu tentasse esforço, eu ouvia diversos burburinhos, minhas orelhas inquietas estavam quase me causando irritação.

Senti algumas lambidas em minha testa, abri os olhos e encarei mamãe diante de mim, me fitava com seus olhos cinzas como os tons de seu pelo.

Ela estava cansada também, mas se mantinha firme, precisava ser exemplar a nós. 

—Filha, venha, seu pai quer falar com todos vocês- mamãe falava calmamente, a calmaria e paciência eram admiráveis, mas ninguém seria capaz de abusar disso, mamãe poderia ser tão mortal quanto se for necessário. 

—Já vou mãe- bocejei

Eu senti uma certa tensão no ar, era de papai, ele exalava isso nos últimos dias, mesmo que tentasse dissipar para que não notassemos, mas era óbvio, então não retruquei sobre continuar deitada. Mesmo que quisesse.

Mamãe assentiu e vi a loba se afastar, agora tinha seus pelos mais claros que antes, mais um pouco ficaria imperceptível numa nevada, o contrário de papai, que era abençoado na noite, seu tom de pelo ficará mais escuro e denso que na última primavera.

Seus olhos prateados me deram arrepios quando encontraram os meus, sem mais enrolar alcancei minha família que estava atenta ao que papai diria. 

Já estava ciente sobre qual assunto, na noite passada alcançamos um bando de renas, porém não tivemos sucesso, a neve funda dos campos funcionava a favor deles com suas pernas longas, enquanto nos tivemos que esforçar nossos corpos contra todo o peso da neve.
Mas papai já estava ciente de uma estratégia. 

—Vamos continuar acompanhando os rebanhos- ele avisou, sua voz firme era tudo o que se podia ouvir na floresta, meus irmãos assentiram, parecia o fim da breve reunião, ficamos cientes do que seria feito, mas, onde isso nos levaria?


Na noite anterior começamos a caçada pelas renas, na noite passada atacamos. Estamos cada vez mais longe de casa!
Somando que nossa última refeição fora uma velha rena que reviramos por semanas. O fracasso de ontem gerou muito estresse e desanimo, após isso, silencioso como uma raposa, durante o sono alheio enquanto a lua estava no alto, despertei e vi papai rondar esta área inquieto.


—Pai!- todos me olharam, meus irmãos pareciam em dúvida do que eu iria dizer, logo, eu também.

Tive dúvidas tolas que quando entraram em raciocínio, notei que era mesmo necessário.
Envergonhada com a atenção que recebi, baixei a cauda, papai e mamãe haviam notado então seguiram a diante para descansar juntos onde a neve era mais fofa. 
Me deixando só entre meus irmãos que cada um encontrava um ponto para um descanso. 

Soltei uma forte lufada no ar, os dias estão sendo difíceis, brutos. 
O vento gélido soprou balançando meus pelos e levando a sensação de desconforto, logo poucos raios quentes do sol me alcançaram, trazendo um breve calor reconfortante.
Me aconcheguei num ponto onde poderia voltar a meu descanso.
Antes que meus olhos cansassem, vi minha irmãs unidas se aquecendo uma nas outras, eu poderia ir me juntar a elas, mas eu já tinha um pouco do calor sobre mim, enquanto os rapazes mantinham-se de pé, cada fazendo algo aleatório, porém atentos. Não estamos nas proximidades de nossas terras, lembrar disto me faz sentir vulnerável mesmo rodeada de lobos, todo cuidado é pouco.
Relaxei meu corpo dando paz a minha mente, sei que mais tarde ainda terá muito o que viver prum único dia. 

 

Passos pesados na neve podiam ser ouvidos, a matilha seguia em marcha, a uma velocidade mediana em direção ao ponto de caça. Nossos instintos predatórios eram guiados pelos nossos pais.

A lua já mantinha-se no ponto alto do céu, grande, com seu brilho intenso, fornecia luz como guia. 

Segui com esforço, sendo reforçada pelos sentidos de meus irmãos, ao menos as tempestades de neve cessaram, era perceptível sentir o cheiro ir e vir no ar.

Não muito longe, vimos suas silhuetas, eram a únicas vidas presentes naquela imensidão branca e vazia. 
Com suas pernas longas eles marchavam  a diante, firmes, a neve funda não era problema algum a eles, podíamos ouvir seus cascos pisoteando tudo que houvesse abaixo de seu caminho. 

Todos ansiavam pelo momento, a fome cobria o raciocínio, uma matilha numerosa como a nossa era difícil conter toda a excitação, estamos tumultuados, uns mais centrados procurando por membros mais vulneráveis e outros tentando conter seu desejo de atacar. Apenas de prontidão pela ordem. 

Num ato, um cervo virou-se e olhou em nossa direção, suas orelhas de pé como troncos firmes de pinheiros, ergueu sua pata e ficou tenso pra correr por sua vida, sua postura anunciou perigo aos outros
Nossos corpos reagiram em conjunto, como um reflexo 

—Vamos!- 

Nosso avanço causou distúrbio no bando, como um voo coordenado maior parte moveu-se a diante, bramavam e berravam raivosos, os mais jovens correram por si se espalharam pelo campo 

Num instinto cada um tinha ensaiado em si o que devia de fazer, nos esforçamos na neve empurrando nossas patas contra o chão pesado. Minhas irmãs cada foram por direções opostas para bloquear a passagem de um desatento, a intenção é empurrar eles pras florestas assim ganhamos vantagens no solo firme, 
a minoria foi tomada por desespero, sem a segurança do grupo, correram para as árvores, corremos atrás de nossa chance 

Antes de alcançarmos as árvores, uma rena empacou, sendo deixada pelos demais que avançaram correndo por suas vidas, bramava e berrava provando que tinha coragem de nos enfrentar, batia os cascos com violência e erguia o pescoço, mas o cheiro do medo exalava no ar. 

Desesperado, se esforçava para manter o foco nos quatro lobos que o rodeava enquanto o restante vinha a alcance, minha postura ultrajada me incentivou a tentar um ataque pela lateral mas ele moveu-se junto, minhas irmãs avançaram como uma só deixando o cervo perdido enquanto se debatia para sair do domínio. 
Ele mantinha suas patas traseiras firmes de pé enquanto minhas irmãs puxavam seu lombo e ombros, cravei meus dentes em seu pescoço e senti sua garganta tremula insistir por socorro. 

Não teria. Senti seu corpo relaxar enquanto minhas irmãs reviraram seu corpo, logo os demais chegaram, ainda se ouvia todo o som dos cascos pesados castigarem a neve, logo toda a agitação cessou 

—Conseguimos!- Yuna anunciou ofegante, a loba cinza tinha sangue por toda sua face, com a língua pra fora e boca aberta ela recuperava seu fôlego assim como nós. 
Admirei minha irmã, Yuna é bela como nossa mãe, seus pelos cinzas únicos mesclados no sangue e seus olhos âmbar que  tinham o brilho um tanto quanto mortal agora já brilharam inocentes um dia, assim como os meus.

Aconteceu tão rápido. Agora estamos aqui, honrando com a responsabilidade no qual fomos ensaiados fazer acontecer. 

Anunciei bruscamente, meu uivo cortou o ar soando rouco e espalhando fumaça nele, uma melodia tenebrosa a quem temesse por nós.
Vimos a desordem de nossos irmãos mais velhos, excitados para nos alcançar agitavam neve por todo lado. Anita e Luke reclamaram fazendo uma careta 

Houve disputa por pedaços e espaço, a nossa fome era mais forte que a racionalidade, claro, ninguém ousou tentar pegar parte de nossos pais, porém eles repreenderam nosso comportamento diversas vezes,  quando dentes se chocavam ou tentavam tomar do outro.

Logo a fome cessou, mamãe reforçou que a carcaça era nossa marcando ao lado. 
Ficamos perto, atentos caso algum carniceiro viesse, parece não haver presas pra todo mundo e poucos estão conseguindo realizar abates, então a floresta está tomada de saqueadores. 

Ouvi o sopro do vento, inspiro um pouco de ar e encaro o céu, não havia mais a lua nem as estrelas, somente imensidão negra e vazia, logo uma tempestade estaria aqui. Agradeci em silêncio pela caça. 
Ao menos estamos reforçados para aguentar mais uma das noite difíceis.

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Marah e seus irmãos são jovens lobos agora, num certo tempo foram treinados pela sua familia pra estarem aptos ao inverno, então estão ponto tudo em prática agora, foi a primeira caçada deles, não houve muito nervosismo e cerimonias tal por conta de eu ter narrado todos tensos de fome então agiram no instinto e tudo fluiu naturalmente. Seus irmãos mais velhos são adultos e seus pais estão...conservados.

eu achei o capítulo meio intenso, por conta de tudo que o inverno selvagem realmente é, mas no último capítulo foram tudo flores agora as coisas vão começar a acontecer!

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