Uncursed escrita por Kikonsam


Capítulo 9
As trevas sempre se sobrepõem.


Notas iniciais do capítulo

Olá, como prometido aqui está! Espero que gostem.... Altas reviravoltas nesse cap, haha...



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Alice, Branca de Neve e Mulan conseguiram escapar do castelo em segurança antes que algo (ou alguém) pudesse pegá-las. A flor brilhava como nunca, e as três puderam curar os cortes nos pulsos e nos tornozelos de Alice, frutos de meses presa por Cora. Agora estavam escondidas na floresta de flores gigantes, sentadas á beira de uma delas.

– Então, Alice, tivemos poucas chances de nos conhecermos. – fala Branca, ainda com o cabelo um pouco cacheado da linda mulher que se tornou anteriormente, mas já está quase toda igual.

– Pois é... – fala Alice, enquanto termina de comer sua raiz de flor.

– Nos conte mais sobre você, Alice. – fala Mulan, que está em pé de vigia.

Alice para e solta a folha que usava como prato para comer sua raiz de flor. Olha para as duas e começa a falar:

– Meu nome é Alice e eu sou de Londres, Inglaterra.

– Inglaterra? Que lugar é esse? – pergunta Branca.

– É o que todos me perguntam quando digo... – fala Alice, abrindo um leve sorriso. – Se trata de um universo alternativo do País das Maravilhas, em um lugar chamado de “Planeta Terra”. Enfim, sou de lá. Vim ao País das Maravilhas com apenas seis anos, claro que achei tudo lindo, me emocionei por vir aqui. E foi aí que encontrei a Rainha de Copas, que vocês a chamam de Cora.

– Que é o nome dela mesmo. – fala Branca. – Ela é a mãe da Rainha Má Regina, que faleceu esses dias...

– Certo. – fala Alice. – Pois bem, todos por aqui me adoraram e consegui fazer amigos. Para mim foi incrível, e tudo foi maravilhoso. Até eu voltar para casa.

Neste momento, Alice fica um pouco pensativa. E pode-se ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

– Alice, se não quiser não precisa contar... – fala Mulan.

– Não, está tudo bem. – fala Alice, enxugando as lágrimas do seu rosto. – Acontece que o tempo no País das Maravilhas é diferente. Apenas algumas horas aqui equivalem a dias lá fora. E eu tendo ficado por aqui por apenas três dias foi o suficiente para eu ficar fora por seis meses da minha casa.

– Nossa! – fala Branca. – Eu não sabia disso. Para mim o tempo aqui passa igualmente em qualquer lugar.

– Então, Branca. – fala Mulan. – David deve estar muito preocupado.

– Eu sei... – fala Branca, pensativa. – Mas temos que achar o chapéu rapidamente. Mas enfim, continue, Alice...

– Pois bem, - continua a Alice. – No universo em que eu vivo não se existe magia. De nenhum tipo. Soube que algumas poucas pessoas conseguem fazê-la, mas isso é muito raro e essas são descreditadas. Quando se fala em magia, já se pensa que é algo bobo e sem nada muito sério envolvendo.

– Mas isso é horrível! – fala Branca de Neve. – É claro que magia existe.

– Eu sei. – fala Alice. – Mas acontece que eles me julgaram louca, e me colocaram em um hospício, que no meu mundo é um lugar aonde as famílias internam seus parentes quem julgam loucos, para receberem tratamento especializado. Ou, em outras palavras, tortura.

– Isso é horrível! – fala Mulan.

– Mas o Coelho conseguiu me encontrar, e abriu um portal para eu chegar até aqui. Mas a Cora sempre sabe onde tudo está neste universo, e terminou me pegando. Estou a meses na câmara de tortura.

– Alice, - começa Branca. – Você vai se sair dessa. Nós não vamos deixar que nada de ruim aconteça com você.

– Eu sei que suas intenções são nobres. – fala Alice. – Mas também sei que isso é impossível. Não posso voltar para meu mundo, por que serei trancada em um hospício. Não dá, eu não poderei ser livre nunca.

– Mas quando foi que dissemos que nós somos do País das Maravilhas? – fala Mulan, olhando para Alice.

– Não são? – pergunta Alice, confusa. – Então, de onde vocês são?

– Somos de um lugar maravilhoso chamado “Floresta Encantada”. – fala Branca. – Viemos parar neste lugar por acaso, e nós podemos leva-la para a Floresta Encantada depois que tudo isso tiver acabado.

– Vocês podem? – pergunta Alice. – Mas como?

– A Floresta Encantada é cheia de reinos magníficos, onde tudo é alegre e feliz. Só viemos para cá por que Cora e Malévola ameaçaram-na por conta de que nós matamos Regina. – fala Branca de Neve.

– Mas... Eu não vou mais precisar fugir? – pergunta Alice, incrédula.

– Não. – responde Branca, sorrindo. – Seremos todos felizes para...

Mas a frase de Branca é interrompida por uma fumaça azul escura que se faz sobre as três, fazendo com que em um segundo elas apareçam em um xadrez de celas, uma em cada cela, num porão sujo e tenebroso. As três olham para os lados sem entender o que está acontecendo. Alice tenta bater nas grades para poder sair dali, mas sem sucesso.

– Resistir é inútil. – fala uma voz vinda do fundo.

– Quem está aí? – pergunta Mulan, sacando sua espada.

– A Rainha de Copas. – fala Alice, antes mesmo de Cora sair da escuridão e aparecer em sua frente.

– Ora, ora, se não é a Alice... – fala Cora. – Descobri seu pequeno segredinho a ver com aquela linda flor mágica. Mas pode ficar tranquila, que ela já está em um lugar seguro.

– O que você fez com a flor? – grita Alice, batendo nas barras.

– Nada que não tenha sido necessário. – fala Cora. – Ah, e, queridinha... Seu desejo não vale mais, eu própria desejei que você nunca pudesse escapar de algum lugar sem que eu saiba. Então, desculpe, mas você irá apodrecer nesta cela juntamente com a linda Branca de Neve e a corajosa Mulan...

Mulan tenta passar sua espada entre as grades para atingir Cora, sem sucesso. A espada passa perto de seu corpo, mas acaba encravada em uma parede.

– Nossa, obrigada pelo presente, guerreira. – fala Cora, pegando a espada. – Agora com licença, preciso voltar para a Floresta Encantada para me vingar de seu marido... Até a morte, queridinhas...

– Você não vai se safar dessa, Cora! – grita Branca de Neve. – O bem sempre vence, não importa o que aconteça!

Cora se vira lentamente para Branca, olhando-a bem nos olhos e dizendo:

– Ah, querida Branca. As trevas sempre se sobrepõem.

Cora sai andando lentamente do xadrez de celas, e desaparece.

– Eu fui uma tola. – fala Alice, se sentando no chão da cela. – Como pude pensar que algum dia eu seria livre? Eu nunca serei feliz enquanto eu viver, e agora estou presa de novo.

– Vamos sair daqui! – fala Branca, gritado de sua cela. – O bem sempre vence!

– Não vencem, Branca de Neve! – grita Alice, se levantando estressada por não poder olhar nos olhos de Branca, já que estão separadas por uma parede. – As trevas se sobrepõem. Não perceberam isso ainda? Não existe o “felizes para sempre”. Sempre terá algo impedindo nossa felicidade. Vocês mataram aquela Rainha Má e receberam de presente sua mãe e uma bruxa horrível prometendo vingança. Agora me diga, você ainda acha que existe “ felizes para sempre”? Mesmo depois de saber que será presa até a sua morte? Eu duvido que ela seja boazinha conosco ao ponto de nos dar comida e água, como deu comigo. Morreremos de sede em apenas alguns dias.

– Não se depender de mim. – consegue se ouvir uma voz masculina vinda da escuridão de longe. Alice, Mulan e Branca de Neve estranharam, mas ao mesmo tempo ficaram felizes. Branca de Neve sabia muito bem de quem era aquela voz. Aos poucos se vê o corpo e rosto do Príncipe Encantado, com suas vestimentas de sempre, e sua espada guardada em suas costas.

– Encantado! – fala Branca, se sentindo aliviada por finalmente David ter vindo em sua busca.

– Quem é você? – pergunta Alice.

– Príncipe David, ao seu dispor. – fala David, olhando para Alice. – Você deve ser a Alice.

– Como você sabe? – pergunta Alice, estranhando.

– Eu explico no caminho. – fala David. – Agora temos que tirá-las daí.

– E como você pretende fazer isso? – pergunta Mulan.

David não responde, apenas tira de sua bolsa uma carta, deixando o papel na posição horizontal e assoprando, deixando com que palavras saiam e formem uma fumaça branca que se espalha pelas barras das celas, fazendo com que todas elas desapareçam.

Branca sai e corre até os braços de David, beijando-o, enquanto Alice e Mulan olham a cena.

– Temos que ir... – fala Mulan, quebrando o momento.

– Ah, é. – fala David, se soltando de Branca de Neve. – Alice, eu soube que você tem alto conhecimento sobre esse castelo. Saberia dizer o caminho para o quatro de Cora?

– Sei. – fala Alice. – Mas temos que ir logo, ela provavelmente já deve saber que você está aqui.

– Eu posso garantir que não sabe. – fala David. – Vamos, então?

Eles saem pela caverna de calabouços, somente com caveiras humanas dentro das celas, sobem as escadas e dão na cozinha do castelo. Alice vai andando e os outros vão atrás, sempre com suas armas á postos.

– Agora diga como veio parar aqui. – fala Mulan, que parece estar preocupada em como ele foi conseguir encontra-las.

– Passaram-se meses na Floresta Encantada. – fala David.

– Meses? – pergunta Branca, enquanto todos continuam a seguir Alice. – Mas Alice disse que seriam alguns dias.

– Alguns dias no lugar de onde eu vim. – fala Alice, enquanto eles sobem mais algumas escadas. – O fluxo temporal na Floresta Encantada deve ser diferente.

– Então acontece que nós procuramos soluções para poder vir ao País das Maravilhas. – fala David. – E conseguimos. A Fada Azul abriu um portal que levava até onde exatamente vocês estavam. E não foi difícil ver todos os seus passos enquanto estão por aqui, só que de um jeito bem lento. Para terem noção, somente seu confronto com os guardas durou um mês.

– O que? - pergunta Branca. – Então, quantos meses foram, mesmo?

– Dez meses. – fala David, baixinho, enquanto eles se escondem em um corredor.

– Como é? – pergunta Branca, espantada com a revelação de David.

– Calados! – fala Alice, enquanto espia o corredor do quarto de Cora vendo cinco guardas de vigia. – Precisamos lutar.

– Que seja agora. – fala Mulan, entrando bruscamente no corredor e indo na direção da porta do quarto de Cora.

– Quem vem lá? – pergunta um dos guardas, ficando a postos.

– Seu pior pesadelo. – fala Mulan, pegando uma corrente que estava em um de seus bolsos e pegando o pescoço do guarda, batendo sua cabeça contra o chão.

David, Alice e Branca entram na luta, e David tem um duelo de espadas com um enquanto Branca dá uma chave de braço em outro e Alice chuta a genitália de outro guarda.

David consegue imobilizar um, Mulan consegue deixar dois desmaiados, Alice deixa o outro caído no chão, e Branca deixa outro desmaiado.

– Formamos uma boa equipe. – fala Alice.

Eles abrem a porta do quarto de Cora, surpreendentemente aberta, com sua imensa cama no meio e a cômoda ao lado, com alguns livros.

– O chapéu está embaixo do chão. – fala David.

– Só queria saber como você sabe disso tudo. – fala Mulan.

– Fada Azul. – responde David.

– Está explicado. – fala Branca, pensando alto.

David pega uma madeira solta que estava no chão do quarto e a abre, mostrando o chapéu facilmente.

– Agora vamos. – fala David, tirando o chapéu do chão.

Ele joga o chapéu, mostrando o mesmo portal rosa e verde de antes onde Branca de Neve e Mulan chegaram.

– Pulem. – fala David, segurando a mão de Branca de Neve.

– Vamos, Alice. – fala Mulan, enquanto Branca de Neve e David pulam no portal.

– Eu já vou. Pode ir, sério. – fala Alice.

Mulan assente, e pula no portal. Alice fica parada olhando o portal e pensando em tudo que passou, em tudo que sua vida planeja para ela. Será que poderá alguma vez ser de fato feliz para sempre? Será que poderá se ver livre de problemas.

Neste momento, a porta do quarto se abre e uma Cora descabelada, suada e com roupas desarrumadas aparece.

– Não! – grita ela, correndo para perto de Alice, que na hora tenta pular, mas é impedida pelas mãos de Cora segurando seu braço. – Você não vai, sua monstrinha!

– Me solta! – fala Alice, tentando ao máximo se soltar de Cora.

– Não... Você vai ficar aqui, e vai ser minha escrava! – grita Cora, tentando puxar Alice.

– Nunca! – grita Alice, e passa a perna pelas de Cora, fazendo-a cair. Alice pula no portal, e juntamente com Cora vai em direção á Floresta Encantada.

Alice cai em um chão de terra fresca, e depois é levantada pelos braços de David e Mulan.

– Você está bem? – pergunta Mulan.

– Estou... Mas... – a frase de Alice é interrompida ao ver Cora no chão, se levantando e olhando com pavor para os três.

– Você! – grita David, sacando sua espada, mas uma fumaça azul escura se faz, e Cora desaparece.

– David! – ouve-se a voz de Branca de Neve, e todos se viram para ver o que está acontecendo.

Branca de Neve está no chão, com uma barriga de grávida enorme e com uma cara de dor.

– Ela está nascendo! – grita Branca. – A Emma está vindo!


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido, espero que tenha gostado. Deixe suas impressões nos cometários e favorite a história! :) Próximo cap em no máximo cinco dias!



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