Collonys escrita por Coriolanus Grimes


Capítulo 6
Merly Hunt


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal, capítulo novo e.e
Junto do capítulo vou postar uma imagem — #paint, o melhor — do 'holomografizador', um aparelho que vocês vão ver no capítulo. Antes que me digam que aquele logotipo "SLP" (a empresa que construiu as naves) é uma cópia da logo da N.A.S.A., já informo que foi sim BASEADO (eu não queria que ficasse tão parecido, sério). Eu imagino um monte de teoria de conspiração envolvendo a Nasa, e por isso, acho que ela teria algo a ver com a saída do planeta Terra recém-destruído e tal. Isto não é cópia, mas receio usar o próprio nome da Nasa nisso, por isso criei o SLP e me baseei na logo deles.
Aproveitem o capítulo e, se possível, não esqueçam de comentar!



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CAPÍTULO 6: MERLY HUNT


— Que tipo de plano? — Sussurro de volta para Merly, minha irmã. Merly havia simplesmente sentado ao meu lado depois que nos dirigimos do Grande Salão para o refeitório. Era com certeza algo fora do normal, uma vez que não tínhamos muito contato. Quando perguntei o que ela estava fazendo, ela me respondeu que queria que eu participasse de uma espécie de plano.

— Eu... Olha, eu não posso falar aqui. Tem muita gente. — Seus olhos percorrem o grande refeitório à nossa volta. — Preciso conversar a sós com você. Vem! — Suas mãos envolvem meu braço e Merly começa a me puxar para fora dali; seu café da manhã intocado no prato. Mesmo estranhando a atitude não faço nenhuma objeção, deixando que ela me leve para fora do refeitório.

Começamos a serpentear pelos corredores. Esquerda... Direita... Esquerda... Esquerda... Esquerda novamente. Direita... Após alguns minutos os corredores começam a ficar irreconhecíveis. Não na aparência, é claro, pois todos eles tem a mesma cor branca. Mas eu não faço a mínima ideia de onde viemos parar.

— Espera um minuto, onde é que a gente tá? — Pergunto para Merly que ainda me segura.

— É realmente idiota o fato de você morar aqui nesta nave desde que nasceu e nunca se preocupar em explorar. — Merly murmura, mas sua atenção não está totalmente voltada pra mim. Nós paramos em frente a uma porta deslizante, aparentemente trancada. Merly tira alguma coisa do bolso de seu macacão padrão com cuidado: um objeto plano e circular com um único botão central. No meio do botão ainda há um minúsculo círculo de vidro. Antes de voltar a falar, Merly olha para os lados nervosa. — Fique de frente pra mim.

— Como é que é? — Pergunto sem entender.

— Cala a boca, apenas faça isso! — exclama ela. É estranho o fato de uma garota dois anos mais nova que eu me mandar calar a boca. Porém, mais uma vez, apenas obedeço. Fico de frente pra ela, embora não entenda o porque. Ela usa suas mãos para me ajustar do modo como ela quer, não deixando de observar algo atrás de mim. Meus olhos miram para onde ela está olhando, mas não há nada, apenas uma parede branca. — O.k. Vamos lá… — Merly coloca o objeto circular entre nossos dois corpos, de modo que se alguém chegar por qualquer dos dois lados do corredor, ele ficará escondido entre nós.

Estou prestes a perguntar o porquê de tudo. Prestes a finalmente mostrar a minha revolta pelo fato de estarmos ali quando algo estranho acontece: Merly aperta o botão central no objeto e no mesmo instante surge uma luz no pequeno ponto de vidro do botão. A luz fica mais forte e, em poucos segundos, lança finos fachos de luz para cima, formando um holograma circular.

— O que é isso? — Pergunto assustado. — Você tem permissão para usar objetos holográficos? — Mas Merly não me ouve ou, o que é muito mais provável, ignora minha pergunta. Seus dedos percorrem os ícones e formas que o aparelho projeta. — Dá pra me explicar o que está acontecendo? Por que é que… — Sou interrompido pelo barulho da porta deslizando ao nosso lado. Primeiramente me arrepio imaginando que estou numa grande furada, mas não há ninguém no pequeno compartimento. Merly me empurra para dentro do pequeno quarto e a porta atrás de nós desliza para fechar tão rápido quanto se abriu. Pela primeira vez Merly suspira, como se aliviada.

Olho para o compartimento. Não é nada grandioso, apenas um pequeno compartimento padrão. Vários fios e partes metálicas que outrora foram equipamentos estão espalhados pelo chão. Alguns equipamentos que ainda aparentam funcionar se amontoam numa bancada branca que sai de uma parede lateral de mesma cor. Por dentro, as linhas da porta ficam quase invisíveis e, ao rápido olhar, nem se nota que há uma porta ali.

— Wow! — Exclamo. — Ok. Eu estou aqui porque…? — Meus olhos estão fixos em minha irmã. Seus olhos castanhos, assim como os meus, também me fitam.

— Por favor, apenas fique em silêncio enquanto eu explico o plano.

— Mas que plano? Eu já falei que…

— Pedi pra ficar em silêncio! — Ela repreende. — Sério! Agora presta atenção. Pode ser? — Balanço minha cabeça em afirmação, desta vez sem pronunciar nenhuma palavra.

Ela suspira aliviada mais uma vez e se encosta na parede, deslizando até alcançar o chão. Sua expressão revela ansiedade, mas ao mesmo tempo preocupação. Suas mãos alcançam uma tipo de fita em seu cabelo e ela a puxa, deixando seus curtos cabelos castanhos caírem do até então rabo de cavalo.

— Eu sei que você quer ajudar Winnie. E eu estou aqui pra te ajudar a fazer isso.

— Como assim ajudar Winnie? — Seus olhos se cerram, e demoro pra entender que ela quer que eu me cale.

— Como foi dito na transmissão, amanhã à noite serão enviadas naves menores para Collonys para efetuar um tipo de resgate. Correto? — Afirmo com a cabeça. — Eu vou ajudá-lo a participar desta operação de resgate. Te ajudar a possivelmente ver Winnie de novo.

— Mas… — Me calo quando percebo que não devo falar. Desta vez, no entanto, Merly balança a cabeça num gesto que permite que eu fale. — Noom disse que só poderiam se candidatar para este resgate tripulantes que tivessem mais de 18 anos de idade. Eu, porém, tenho apenas 15 anos.

— Sim, é claro que eu sei disso. E é por isso que eu vou ajudar você a se infiltrar na nave, por bem ou por mal.

— Ah é? E como a senhorita vai conseguir fazer isso? — Pergunto achando engraçada a ideia de uma garota de 14 anos achar ter capacidade de realizar tal feito.

— Tenho minhas artimanhas, pode ter certeza. — Ela não parece estar achando graça alguma. — Se você prestasse mais atenção nas aulas de Tecnologia Atual e História Terrestre, poderia entender com mais facilidade o que vou lhe dizer. — Merly solta um suspiro. — Sua ignorância, porém, vai deixar tudo mais complicado. — Não estou convencido do que minha irmã diz. Tenho certeza que apenas “artimanhas” não vão me ajudar a infiltrar local algum. Ela parece ler meus pensamentos porque suas mãos tateiam novamente os bolsos, retirando o aparelho holográficos circular e levantando-o ao alcance de seus olhos. — Sem contar que também tenho a Tecnologia ao meu lado. Esse pequeno objeto já me ajudou em muita coisa, e com certeza pode me ajudar no que vou fazer.

Reflito a ideia. Rever Winnie e poder ajudá-la. Ok, isto seria perfeito... a não ser que ela já esteja morta, o que faria a ideia de “ajudar” ser totalmente inútil. Mas eu sinto que Winnie está viva, e com sorte eu estou certo. Ir em uma missão sendo o mais novo da tripulação; escondido; infiltrado; com um destino provavelmente mortal. Isto com toda a certeza é o lado ruim da ideia. Eu quero participar? A resposta parece tão óbvia.

— Tudo bem, eu… eu aceito. — “Aceito um destino cruel e mortal, que eu provavelmente irei me arrepender.”

— É claro que você aceita. — Merly não mostra nem um único sinal de surpresa, desviando sua atenção para os aparelhos quebrados no chão.

De repente uma pergunta surge em minha cabeça, martelando minha mente.

— Ér… o que você ganha com isso? — Minha irmã volta a olhar pra mim. — Eu posso rever Winnie e, com muita sorte passar de herói. Mas… e você? O que você ganha em troca de mim com a minha ida a Collonys?

— Bem… — Merly caminha até a bancada que contém equipamentos em bom estado. Ela está praticamente de costas tentando esconder os lábios, mas posso ver que ela sorri. — Sabe o que ganho Píotsy? Um espião e, com sorte, alguma adrenalina.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Sei que os últimos capítulos tem sido bem teóricos (vulgo, chatos). Mas prometo que a ação ta chegando aí...
Obrigado por lerem xD