O apartamento escrita por Aivillapot


Capítulo 4
Capítlo 3 - Sr. H.


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ta uma coisa.... *risos*



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Eram sete horas da manhã de sábado. Normalmente a hora que Flávio sai para correr, mas por algum motivo ele não tinha saído naquela manhã. Ele parecia muito cansado e faminto.

— Não vai correr hoje? – Perguntei com a voz calma, mas nitidamente irritado com o barulho que fazia com o liquidificador.

— Não. – Ele se restringiu a isso e não olhou pra mim.

Flávio nunca é uma pessoa assim, triste, mas aquela manhã não era nem de longe comum para ele.

— Você está mal. – Constatei em sussurro. – O que houve? – Falei mais alto.

— O Roger chegou bêbado ontem e me disse coisas que eu esperava não ter que ouvir de novo. – Ele suspirou. – Muito menos da boca dele... – Falou baixo se apoiando na bancada.

Fui até ele e o abracei. Não demorou nada para que meu ombro ficasse molhado e quente. Flávio não é do tipo de faz um escândalo, mas pra mim, aquele choro silencioso parecia mais doloroso que um com berros e soluços.

— O que ele disse? – Perguntei firmando as mãos nas costas do loiro.

Flávio se afastou e pegou a jará do liquidificador, que tinha uma vitamina verde, muito comum em sábados de manhã. Ele também pegou um copo grande de plástico e foi em direção ao quarto de Roger. Bateu com a jará na porta algumas vezes até ouvir um grunhido alto do lado.

— Não se meta nisso. – Ele disse para mim, antes de entrar no quarto de Roger.

Por mais preocupado que tivesse liguei para Alanis me buscar. Eu tinha um catalogo de uma marca que só vende roupas masculinas, mas um catálogo sempre da muito dinheiro e popularidade para outros trabalhos.

— Sabe quanto você vai ganhar por esse catálogo?! – Perguntou Alanis. – 1200 reias, mocinho.

— Por que tudo isso? – Perguntei assustado.

— Olha, me parece que o dono dessa marca em pessoa te chamou, depois de ver seu ultimo desfile. – Disse a ruiva com um sorriso de orelha a orelha. – Meu irmãozinho é um galã... – Cantarolou, dançando com o carro.

— Dirige direito, se não o que vai restar de mim é só carvão. – Disse rindo e dando um tapinha na perna dela.

É incrível como tenho tido problemas em casa ultimamente e o mais incrível era como a Alanis sempre me fazia esquecer isso. Quando cheguei ao ensaio nada mais me lembrava do choro de Flávio, nem o provável mal estar de Roger. Eu estava animado e pronto para as fotos.

— Boa sorte! – Disse Alanis sorridente assim que desci do carro. – Se cuida.

— Você vem me buscar quando acabar? – Perguntei colocando os óculos distraidamente para olhar o numero do andar onde ficava o estúdio.

Ela riu, fechou minha porta e saiu correndo com o carro, quase bateu em uma caminhonete gigante na saída do estacionamento. Agora eu tinha só duas grandes duvidas: Se ela viria me buscar e como ela ainda não morreu dirigindo desse jeito?

— Ah! Você é o famoso Nando Albani?! – Disse uma garota aparentemente da minha idade. Muito, muito bonita. – Vem comigo, eu vou tirar as fotos contigo hoje!

— Duvido um pouco... É um catalogo masculino, moça. – Ri.

— Me chamam de Poppy, eu sou secretaria particular do Sr. H. – Disse ela me olhando de cima a baixo.

— Poppy? – Perguntei juntando as sobrancelhas. – Não é tipo, cachorrinho?

— É meio o que nos tornamos quando aceitamos trabalhar para o Sr. H. – Disse ela muito sem graça. – Mas o Poppy veio de Poli, que veio de Poliana.

— Eu gosto de Poliana, posso te chamar assim? – Perguntei, sorrindo.

Ela pareceu assustada e corou um pouco.

— Fique a vontade. – Disse ela com um enorme sorriso.

Nós fomos juntos até o estúdio e no elevador ela me explicou que o Sr. Hemster prefere ser chamado só por H. e é de se compreender já que seu nome pode ser confundido facilmente com hamster que não é um bichinho de padrão muito elevado.

— Ah! Ai está ninguém menos que o garoto Albani! – Disse Cecília, a preparadora da agencia onde trabalho. Ela acompanha todos nossos trabalhos. – O que você está fazendo de óculos?

— Bom dia, pessoal! – Disse com meu melhor sorriso. – Eu estava lendo o endereço, Cecília. – Disse tirando os óculos.

— Você fica realmente muito bonito de óculos, rapaz. – Disse um homem alto, jovem e em muito boa forma. – Eu sou Vinicius Hemster, o novo presidente da marca Hemster em todo o mundo.

— É um prazer conhecê-lo. – Disse olhando seus olhos, castanho avermelhados.

— O prazer é todo meu! – Ele disse passando o braço em volta do meu ombro e me acompanhando até a maquiagem.

Ele conversou comigo durante toda a preparação para o inicio das fotos. Disse que achou incrível como eu desfilei naturalmente, sem perder elegância e masculinidade.

— Você está pronto. – Disse Cecília. – O fotografo está terminando de substituir uma lâmpada. Você pode tomar uma água e se posicionar e não amasse a roupa!

Cecília é um autêntico exemplar de japonesa baixinha e brava. Ela já foi modelo fotográfica, mas se apaixonou por ficar por trás das câmeras.

— Agora que estamos sozinhos... Eu te convidei em especial, porque quero muito ser seu amigo. – Disse Sr. H. um tanto sem graça. – Eu te vi nos bastidores do desfile e fiquei curioso pra saber como você se da tão bem com tanta gente diferente.

— Me sinto lisonjeado, Sr. H. , mas não sei se a ética de trabalho nos permita esse tipo de aproximação.

— Olha, eu sei que não parece, mas eu só tenho 19 anos. – Contou o rapaz. – Todos ficam muito intimidados com tudo o que eu tenho e agora nem meus amigos de infância falam comigo. – Ele disse em um tom triste, quase choroso. – Por favor, saia comigo hoje.

— Ta bem, mas você pode não ir de terno e gravata? – Perguntei em tom brincalhão.

— Poppy!!! – Gritou ele e Poliana apareceu como do nada, vestida numa toalha e só nela. – Traga-me uma roupa casual.

— Agora mesmo, senhor. – Disse ela em tom animado e fazendo joinha para mim.

Nós rimos da reação de ‘’Poppy’’ e fui me posicionar.

— Só vamos esperar Poppy estar pronta. – Disse o fotografo, revirando os olhos.

Não demorou um minuto para Poliana aparecer. Ela estava praticamente nua, salvo uma saia muito curta que estava usando. Não que eu já não tivesse feito fotos sensuais com outras mulheres, mas não sabia que a ‘’Poppy’’ também era modelo. Fizemos as fotos numa pegada mais romântica, foi muito agradável e por mais que faltassem roupas para Poli, o ensaio ficou muito sutil e inocente.

— Foi uma manhã e tanto essa, Henrique, parabéns! – Disse Cecília me abraçando.

— Henrique? – Perguntou Sr. H.

— Nando é só o nome artístico que a japa me deu. – Expliquei.

— E eu posso te chamar assim? – Perguntou ele, sem graça.

— Não! – Eu disse sério. – Me chame de Rique, é assim que meus amigos me chamam. – Disse sorrindo.

— Vamos almoçar, Rique? – Perguntou-me Sr. H.

— Hoje não vai dar, mas anote meu numero de celular. Fique a vontade para me mandar mensagens. – Eu disse dando um cartão para ele.


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Notas finais do capítulo

Sr. H. tu é gato, mas é estranho, beijinhos.



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