O apartamento escrita por Aivillapot


Capítulo 3
Capítulo 2 - Teste


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo me deu um pouco de muito ódio do Henrique.
*respira fundo*



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Depois de passar a noite toda pensando, fui para aula me concentrar em algo diferente.

— Você ta melhor? – Perguntou Bel.

Eu fiz que não com a cabeça e ela entendeu, se voltando para frente de novo.

Quando fico mal, o que é frequente, peço para as pessoas me deixarem quieto. Não acho abraços, carinhos e colo ruim, mas gosto de me concentrar em resolver o que me inquieta.

Fui pra casa com Flávio como de costume. Almoçamos frango grelhado com cenoura ralada, que Roger havia preparado. Então fui para a sala de leitura, distrair minha mente até Flávio sair. Depois de tanto pensar na outra noite, decidi tentar fazer Roger se lembrar do que sentiu no outro dia. Eu não sabia mais se era curiosidade, mas sabia o que fazer.

— Estou indo para o trabalho. – Disse Flávio. – Não sei que hora chego, porque vou substituir um, amigo que da aula à noite, e depois sair pra jantar com um cara que conheci na festa do Joana. – Explicou com um sorriso. – Meu celular estará ligado durante o jantar, se precisar de mim pode ligar.

— Ta bem. – Respondi jogando o livro de lado. – Se cuida.

— Pode deixar. – Disse ele batucando no batente da porta.

Quando ouvi a porta principal bater, meu corpo começou suar de nervoso. Desabotoei a camisa branca da escola. Não sei se era certo, mas como nem Roger nem Flávio tinham me visto sem camisa pessoalmente, eu achei que seria um bom começo.

O telefone tocou. Sabia que se eu demorasse em atender, Roger o faria. Foi realmente conveniente.

— Ta bem... Claro, digo sim... Ele liga, obrigado. – Dizia Roger ao telefone.

Parei no corredor, de frente pra ele e ele nem notou minha presença até desligar o telefone. Ele estava com uma calça de moletom jeans e uma regata braça e larga, o cabelo longo estava em um coque bagunçado e a barba muito bem feita.

— Quem era? – Perguntei enquanto ele colocava o telefone no gancho.

— Era a Alanis. – Respondeu desatento. – Ela disse que... – Agora ele estava me olhando e só me olhando. – Disse que a agencia ligou. Tem um catalogo pra você na semana que vem. – Desviou o olhar para a sacada.

— Dinheiro! – Disse sorrindo.

Roger riu, mas não respondeu, só foi para a cozinha.

— Rog, você disse que assistiria Mad Max comigo hoje. – Gritei andando pelo apartamento até me quarto.

— E vou! – Gritou ele da sala.

— Vai colocando então! – Gritei de volta.

Terminei de tirar a camisa e tirei os sapatos e as meias. Fiquei basicamente com minha calça jeans larga. Baguncei o cabelo no espelho e, depois de respirar um pouco mais, fui quase sem ar para a sala. Eu já tinha saído em anúncios até com menos roupa, mas em casa costumava me comportar mais, em respeito aos caras, assim como eles faziam comigo.

— Vou estourar pipoca. – Falei passando pela sala.

Até agora estava dando tudo certo. Quando passei pela sala eu não vi, mas senti os olhos dele me seguirem.

— Fecha aporta e o blecaute, pra ficar bem cinema... – Falei sorrindo quando Roger apareceu na porta na cozinha.

— A gente vai morrer de calor. – Disse ele levantando as sobrancelhas e indo para a sala. – Vem logo que vou dar play.

Passei a pipoca para uma tigela grande e fui para a sala.

— Eu não estou com calor... – Ri olhando para minha pouca roupa.

— Cala boca e senta ai que eu vou dar play. – Ele disse depois de rir.

Sentei o mais perto e menos suspeito possível. Coloquei a pipoca no colo e assisti ao filme normalmente. Digo, normalmente até a pipoca acabar. Estava ficando mais quente e a regata de Rog já estava começando a ficar úmida. Seu rosto estava sério e vermelho pelo calor. Encarei-o por alguns instantes.

— Que foi? – Perguntou ele quando percebeu.

Eu não respondi, só deixei meu rosto se aproximar um pouco mais do dele. Eu olhava a boca dele. Lábios grossos e pequenos. Sei que minha respiração não estava normal.

— Me beija? – Pedi, desviando os olhos para minhas mãos.

— Não e não me pede isso de novo. – Disse Rog irritado.

Ele levantou, desligou a TV e foi para seu quarto. Eu o segui.

— Porque não posso te pedir isso? – Perguntei entrando no quarto sem bater na porta.

— Qual o seu problema, moleque? – Perguntou irritado. – ''Me beija?'' é o caralho. – Gritou ele batendo a porta do quarto comigo pra dentro.

Seu braço direito ficou esticado sobre meu ombro esquerdo até a porta. Engoli em seco. A proximidade me fez fechar os olhos.

— O que você pensa que eu sou? – Perguntou-me se afastando.

— Alguém que me ajudaria a entender o que eu sinto. – Respondi baixo.

Roger se deitou no sofá abaixo de sua janela.

— Sinto muito, garoto, mas você está errado. – Disse ele com a voz rouca. – Saia, por favor, e não fale mais esse tipo de coisa se não tiver coragem de realmente fazer. - Ele parecia triste, ou decepcionado.

Engoli em seco e sai do quarto. Sentei no corredor e bati a cabeça algumas vezes na parede. Eu fiz exatamente o que Bel pediu pra eu não fazer. Estou cada vez mais convencido de que Paola estava certa. Talvez eu seja mesmo um tipo monstro.

Levantei-me irritado comigo mesmo, calcei meus tênis e vesti uma camisa de uma cor qualquer. Peguei meu celular e liguei para Bel.

— Ele me recusou, sabia?! Eu o magoei. – Contei.

— O que você fez? – Perguntou ela.

— Pedi um beijo. – Contei sem graça.

— Que merda, Henrique. – Bufou Isabele e desligou.

Sentei-me na escada em frente ao prédio.

— Rique... – Era a voz de Rog.

Olhei para ele e dei um sorriso fraco.

— Vamos subir? – Chamou-me.

— Você vai me matar? – Perguntei sério.

— O que?! – Ele riu. – Cala boca, valeu?! Vem logo. – Ele disse segurando a porta de vidro.

Quando chegamos Roger trancou a porta do apartamento e me chamou para o meu quarto.

— Eu sei que você ta confuso, porque não encontra uma garota bacana. – Sorriu ele se sentando na cama.

— A Bel é uma garota bacana. Alguém pra namorar, mas não sinto atração por ela. – Expliquei me sentando na cama de frente para ele.

— Você acha mesmo que é gay? –Ele perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

— O que eu sei é que estou confuso e que eu quero muito beijar você. – Falei sem graça e me joguei para trás.

— Então beija. – Disse Rog.

— Eu não consigo. – Falei baixo. – Tenho vergonha.

— Então você não quer tanto assim. – Disse Rog com um sorriso estranho.

Cheguei meu corpo mais perto, mas não consegui beija-lo. Joguei-me para trás, deitando.

— Eu juro que quero... – Falei.

Roger riu e subiu por cima de mim. Corei.

— Você é um covarde! – Constatou e riu malicioso.

Saiu de cima de mim e foi pra sala.

— Vou terminar de ver o filme, frango! – Gritou ele da sala.

Levantei e vi o filme com ele. Depois jantamos um misto quente, tomamos banho, um de cada vez e fomos dormir cada um em seu quarto. Mas hoje eu dormi sorrindo. Apesar da discussão, Roger e eu passamos um ótimo resto de dia juntos.


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Notas finais do capítulo

Viu? Um capítulo pequeno demais pra tanta filhadaputagem.
*puta da cara*

Galera, comentem se poderem, acho importante saber o que estão achando.
Beijinhos



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