Pensei que iria desmarcar - Stiles disse assim que Scott sentou no banco do carona.
– Por quê pensaria isso? - Scott rebateu.
– Porquê você só vive grudado na Kira agora. Provavelmente só está aqui porque ela viajou.. - Stiles disse e Scott bufou.
– Claro que não - ele disse e Stiles deu uma encarada dura - Talvez.
– Viu só? - Stiles ligou o carro.
– Mas você também está muito próximo a Lydia, não queria estragar os momentos.. - Scott brincou.
– Sério? Você um péssimo ator - eles riram - Mas tem como a gente deixar as meninas de fora hoje e lidar com as coisas de homem.
– Que coisas de homem seria essa? - Scott perguntou assustado.
Stiles sorriu maliciosamente e não respondeu. Simplesmente focou na estrada a sua frente.
*
Lydia entrou no restaurante e deixou os olhos percorrem o local. Andou um pouco mais para dentro do lugar para tentar avistar seu acompanhante.
Ela deduziu que ainda não havia chegado mas tomou um susto quando mãos frias encostaram no seu braço nu. Ela se virou deu de cara com aquele sorriso tímido.
Parrish riu e se desculpou:
– Não queria assusta-la - ele disse - chegou agora?
– Sim, e você? - perguntou a ruiva que agora abria um largo sorriso.
Parrish balançou a cabeça negativamente.
– Faz alguns minutos que cheguei - respondeu - Vamos sentar, imagino que esteja com fome.
Eles caminharam até uma mesa. Lydia colocou a bolsa com o netbook que tinha levado ao seu lado enquanto Parrish sentava a sua frente.
Ela parou para analisa-lo enquanto ele falava com o garçom que se aproximou.
Seus olhos brilhavam junto com aquele sorriso branco que ele tinha. Aquele rosto com feições perfeitas, chamavam tanta atenção da ruiva que ela teve que conter os pensamentos impróprios. Graças a Deus, ele a chamou, retirando-a de seus pensamentos inapropriados.
– Lydia?
– Sim?
– Perguntei o que gostaria de comer ..
Ela sorriu de vergonha.
– O mesmo que você está ótimo - respondeu a ruiva.
– Então tudo bem - se virou para o garçom e pediu - e também traga dois chás gelados. Obrigado.
A mulher saiu.
Lydia não percebeu mas Parrish a encarou por um tempo. O sorriso não saia do rosto dele, pelo contrário, se tornava algo desejável.
Ela tossiu para tentar se desviar do clima constrangedor que estava se formando.
– E então, o que vamos fazer primeiro? - ele perguntou.
– Eu peguei alguns artigos na internet que eu achei interessante .. - ela começou tirar o netbook da bolsa para coloca-lo em cima da mesa - acho que eu salvei eles.
– Não quer comer primeiro? - ele perguntou novamente.
– Podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo e eu quero muito descobrir o que você é... - ela disse
Ele simplesmente a encarou e não disse nada.
Lydia começou sua busca pelos arquivos que tinha salvado. Parrish simplesmente a acompanha com os olhos. Ela sussurrava coisas e por não conseguir escutar, Parrish simplesmente sorria divertido.
Quando ela finalmente achou o que queria, a comida foi servida na mesa.
– Vamos comer primeiro? Depois a gente cai de cabeça nisso.. - PArrish disse.
Lydia concordou com a cabeça e focou no seu prato.
Eles comeram por algum tempo em silêncio mas Parrish logo o quebrou.
– Está tudo bem?
– Como assim? Com a pesquisa? - Lydia pareceu confusa. Parrish limitou-se a rir.
– Não, com você.. - ele disse. Lydia sorriu.
– Estou bem, e você? - perguntou ela.
– Na medida do possível. Algumas coisas tem me tirado o sono, como não saber que tipo de criatura mística eu sou.. - ele brincou e Lydia riu alto.
– Acho que só perde para mim - ela disse.
– Pelo menos sabe o que você é..
– Mas não sei o que fazer com esse conhecimento.
– Parece que a gente se parece.. - ele disse baixinho.
– Parece que sim.. - Lydia sussurrou. Eles sorriram e continuaram sua refeição.
*
– Isso não é bem um programa masculino.. - Scott falou.
Eles estavam no campo da escola. O gol do lacrosse posicionado e Scott na sua defesa. Stiles estava com o taco em mãos e a sua frente, uma fileira de bolas a espera de um lançamento. Ele sorria.
– Há quanto tempo não fazemos algo assim normal? - Stiles perguntou.
– Não sei, alguns meses? - Scott sugeriu. Stiles balançou a cabeça.
– Está mais para anos.. - disse - Vamos lá, depois que
essa loucura toda começou nunca mais fizemos esse tipo de coisa. Era só mistérios, lobisomens, mortes e mais mistério. - ele bufou - Vamos aproveitar que estamos tendo um momento de sossego e relaxar nas maravilhas de ser um adolescente comum..
Scott assentiu.
– Bom, vamos lá.. - ele se preparou no gol. Stiles sorriu e pegou uma das bolas no chão com o taco.
Ele se preparou para lançar-las mas antes, deu um aviso:
– Se você trapacear usando os sentidos de lobo, arranco sua pele - disse sério.
Scott limitou-se a rir e depois, voltou para sua posição.
Stiles se preparou novamente lara lançar. Segurou firme no taco e deu alguns passos antes de lançar a bola na direção do gol com força.
Scott n usou os seus poderes mas conseguiu defender a bola que iria entrar pelo canto.
Stiles o encarou mas ele simplesmente sorriu como se dissesse: “ei, estou sendo honesto”.
Stiles pegou mais uma bola e fez a mesma coisa. Desta vez, o lobo não conseguiu defender e a bola entrou pelo gol.
– Como as coisas tem indo? - Scott perguntou enquanto Stiles pegava uma nova bola.
– COmo assim? - ele disse antea de lançar.
– Com.. bem.. você sabe.. as garotas.. - Scott respondeu.
– Está querendo dizer com a Lydia? - ele perguntou. Scott respondeu que sim - Bem, ela é minha amiga - respondeu e lançou a bola que Scott defendeu.
– Sei que são amigos.. mas ela não tem te dado nenhuma chance? Quer dizer, você ainda gosta dela.
– Lydia não me ver desta forma. Gostar dela não faz com que ela se apaixone por mim - Stiles respondeu com a voz baixa - Ela até quer me ajudar a conquistar uma garota.
– Como assim? - Scott perguntou.
Stiles largou o taco de lado e foi se sentar no canto do gol. Scott se juntou ao amigo que deu um suspiro longo antes de começar a explicar.
– Na noite do bar, ela disse que eu era péssimo no papo para encontrar uma garota - Scott tentou segurar o riso - e disse que iria a me ajudar a conquistar uma menina. Disse que com a experiência dela e as dicas, eu ia me tornar um garanhão ou algo assim...
Scott riu alto, bem alto mesmo. Stiles simplesmente torceu o nariz.
– Sério isso? - ele tentou se controlar - Veja pelo lado bom, você pode aprender a amar outra garota
– Estou apaixonado pela Lydia desde que me entendo por gente, não sei se consigo fazer isso.
– Mas nada é impossível não é mesmo? - Stiles assentiu - Acho que você deveria tentar gostar de outra pessoa. Se a Lydia não está envolvida com você, não impedirá que isso aconteça. Dê uma chance, vai que você descobre o amor onde menos se espera?
– Você tem noção do quanto ficou sensível depois que começou a namorar a Kira? - Stiles brincou.
– não é legal? - Scott ironizou.
Os dois riram por um tempo.
– Mas estou falando sério, quem sabe? - Scott retomou o assunto.
– Pois bem, quem sabe? - Stiles repetiu sorrindo
*
Depois do almoço, Parrish sentou-se ao lado de Lydia para ver o que a ruiva tinha achado.
Não parecia chegar a lugar nenhum, estava cada vez mais confuso. Eles tinham ficado quase duas horas dentro do restaurante para nada. Ou, quase nada.
A todo momento, Parrish lançava um olhar para Lydia. Até algumas frases de interesse pessoal. A ruiva tinha percebido mas não sabia, pela primeira vez, como agir.
FInalmente, depois de quase duas horas presos no computador, o telefone de Lydia tocou. Era sua mãe, pedido para que ela fosse pra casa pois tinha amigas distantes para ela conhecer.

Parrish se ofereceu para levar a garota em casa que aceitou, sem protestar.
Lydia guardou as coisas na bolsa e se levantou.
Juntos caminharam até o carro do oficial.
O caminho até a casa de Lydia, foi silenciosamente pertubador.
Ela agradeceu quando finalmente chegou na porta de casa.
– Bom, entregue - Parrish sorriu.
– Obrigado pela carona - ela disse - desculpe não ter ajudado o bastante.
– Você fez mais do que deveria - ele colocou a mão sobre a dela que subitamente sentiu seu corpo arrepiar - Espero que um dia, possamos sair como duas pessoas normais.
– eu também.
ELe sorriu e se aproximou da ruiva que congelou. Os rostos estavam tão proximos que ela podia sentir o hálito fresco dele. Por um instante, ela pensou em grudar seus lábios nos dele mas essa ideia partiu quando ele fez caminho até o canto do seus rosto.
– vou esperar - sussurrou e beijou a bochecha da ruiva.
Ela ficou paralisada e nem percebeu que a porta já estava destrancada. QUANDO ELE riu, ela se tocou e saiu do carto.
Chegou na porta e deu um "tchauzinho" e esperou até ele virar na esquina para entrar.
Em sua mente, ela perguntava:

"Mas que merda foi essa?"