Perdida no tempo escrita por DreamUp


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oie ^^

** não me matem ainda **

Eu sei, eu sei, pisei feio na bola: demorei a vida para postar esse capítulo. Me desculpem vocês que estavam esperando.
O negócio é que tive uma extrema dificuldade para escrever a parte romântica MereJere desse capítulo, tanto que, vocês perceberão, não há de fato uma parte fofa (o que eu queria). Eu não sou romântica, talvez por isso minha dificuldade.

Bom, curtam o capítulo ;)



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Já havia passado um tempo desde que Alan chegou, estávamos na primeira semana de março. O casamento seria dali a um mês. Rosana começou a abordar um assunto estranho de adiantar o casamento. Cada vez que ela tocava no assunto, eu desviava. Logo eu iria embora, não podia nem queria me casar.

            Desci as escadas, virei em alguns corredores, até chegar a sala de jantar. Agora eu conhecia a casa como a palma da minha mão, o tipo de coisa que se aprende. Encontrei todos à mesa tomando café.

            – Bom dia! – Disse em alto e bom som. Sentei-me ao lado de Rosana e esperei que ela não mencionasse o casamento novamente.

            – Bom dia, querida. – Lhe sorri e comecei a me servir de ovos.

            – Aproveitando que você e Jeremy estão aqui juntos... vamos ao ponto: não vejo porque esperar até abril. Já está tudo quase pronto, questão de detalhes. – Rosa começou seu discurso. Lancei um rápido olhar para Alan, que entendeu meu apelo. Jeremy me encarava, me questionando.

            – Rosana, não sei o porquê da pressa. É melhor fazermos as coisas com calma e sair tudo perfeito do que adiantar por capricho. Podemos esperar, não é? – Encarei Jeremy e esperei que ele concordasse.

            – Ana tem razão, mãe. Podemos esperar. – Ufa!

Rosa bufou ao meu lado e soltou uns resmungos. Ela com certeza não pararia por aqui.

 

Depois do café, fui a cozinha bater um papo com Julia. A essa altura já estava a par de toda sua vida. Conversamos por horas, até que decidi resolver um assunto com Alan. Fui a biblioteca, onde sabia que o encontraria.

            – Mere! Olha só isso! São as primeiras edições.... Não me canso desse lugar. – Meu irmão olhava para a imensidão de livros apaixonadamente.

            – Sim, sim, é lindo. Quando iremos embora? Você ouviu a Rosana no café da manhã. – Perguntei apressada.

— Ah, sim! O casebre já está construído. Estou trabalhando na geração de energia agora. Pode demorar um pouco... uma semana... Dez dias no máximo. 

— OK, acho que posso enrolar Rosana por mais um tempo. – Alan abriu seu enorme sorriso, prometeu me manter informada e voltou sua atenção aos livros. 

Assim que me virei para sair da biblioteca, vi Jeremy passando pela porta animado. 

— Ana! Poderia vir comigo por um momento? 

— Claro! – Disse animada, pegando em sua mão. – Já estava saindo daqui mesmo. Onde vamos? 

— Você verá... – Ditou misterioso. Oba! Adorava surpresas. 

Jeremy nos guiou até o estábulo, onde dois cavalos, o Brown e um outro corpulento de pelagem negra, nos aguardavam, prontos para serem montados.

Partimos campo a fora com Jeremy guiando o caminho. Paramos próximos a um lago calmo que provavelmente deveria ter acabado de descongelar. Era um lugar muito bonito, rodeado por árvores altas de copas largas.

Descemos dos cavalos e os deixamos pastando por ali. Jeremy havia trazido um pano grande e algumas comidas numa cesta. Isso mesmo, era um piquenique. Acho que ele estava tentando ser romântico, ou qualquer coisa assim. Um outro cara uma vez também me levou a um piquenique. Interessante como dois séculos são incapazes de mudar a ideia de romantismo dos homens.

Sentei me no pano estendido no chão – o vestido atrapalhou um pouco a elegância do movimento, mas se tornou uma enorme almofada debaixo de mim –, Jeremy me acompanhou.

— Sua mãe ficaria orgulhosa de nós aqui. – Comentei.

— Acho que a expressão mais adequada seria 'estridentemente entusiasmada'. – Ri ao visualizar Rosana com seu sorriso enorme repetindo como nossa aproximação era fantástica, que em sonho algum ela imaginaria tal coisa, como fizera nas últimas semanas.

— É acho que lhe cabe perfeitamente. – Concordei.

Observei Jeremy e ele me admirava do mesmo jeito que Alan fazia com os livros. Perigoso, isso. Logo eu partiria e tudo que lhe restaria seria um coração partido. Me desvencilhei dos pensamentos de culpa e foquei no pãozinho a minha frente. Apanhei um e mordi.

— Ana... – Jeremy começou também apanhando um pãozinho. – Depois que nos casarmos, estará tudo bem para você se permanecermos na casa dos meus pais? – Ele pergunta inocentemente. Quase ri.

— Acho que isso não será um problema. Você sabe que eu gosto deles.

Jeremy e eu passamos o resto da manhã e um início de tarde agradável no lago. Acima de “noivos”, havíamos nos tornado bons amigos. Eu sabia toda a sua vida, só que ele não sabia a minha. Ele me amava – disse isso alto e claro, mas eu não pude fazer o mesmo. Suas exatas palavras foram “Eu te amo, Ana”.

Ana. Não Meredith.

Jeremy era todo certinho e romântico. Meu oposto. Perfeito para mim. Debaixo de toda a ironia e irritabilidade em torno da nossa relação nas primeiras semanas, havia entre nós uma conexão e uma eletricidade inexplicável. O grande defeito disso tudo eram os 247 anos entre nós.

 

Depois do jantar, como o costume, fomos a sala de jogos. A rotina opressora não nos permitia sair do básico, portanto, Rosana e Dick jogavam gamão, Jeremy lia e, agora com Alan, eu tocava o piano. Apesar de fazermos isso todas as noites, não deixava de ser divertido, principalmente agora que meu irmão estava comigo. Mesmo que eu não admitisse, ele era animado e, impressionantemente, estava tocando o piano melhor do que eu, ainda que com menos tempo praticando.

Nosso momento foi interrompido pela silenciosa Jane, que anunciou convidados.

— Quem poderia ser a essa hora? Eu não estou esperando ninguém... – Rosana pronunciou pensativa. – Mandem-nos entrar, Jane.

Nos acomodamos nos sofás, à espera dos convidados misteriosos.

 

Pela porta, passaram um homem gordinho, de cabelos pretos e olhos azuis, uma mulher alta, magra, com longos cabelos castanhos e olhos mel, e, por fim, uma garota, nem gorda nem magra, com os cabelos como os da mulher e olhos como os do homem.

— Olá, Richard e Rosana. – Disse o homem, com um leve sorriso nos lábios, olhando curioso para mim e Alan.

— Mike e Vivian d’Franklin! É um prazer recebê-los. Não sabia que vinham. Você sabia? – Dick pronunciou animado, se levantando e me encarando na última frase. Droga, droga, droga!

— Ahn... – Eu não soube o que dizer, até que um pigarreio do Sr. d’Franklin foi ouvido.

— Olha, Dick, eu realmente sinto muito sobre o que aconteceu. As coisas não saíram como planejado, mas você sabe como são os jovens!

Senti o chão sumir dos meus pés. Olhei para Alan e, ele passava pelo mesmo desespero. Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a suar. Vi toda a mentira que criei se despedaçar bem diante os meus olhos. Justo agora, d’Franklins?

— Desculpe, Mike, mas o que deu errado? – Rosana pergunta.

— Ah, vocês sabem, a fuga... o soldado... toda a coisa com a Ana... Teimosia de garota.

— Mas a Ana está bem aqui. Do que você está falando, Mike? – Dick perguntou, apontando para mim.

Mike inclinou seu pescoço, me encarando.

— Esta não é minha filha, Richard. Essa é minha filha. – Vivian respondeu pelo marido, apontando a garota ao seu lado.

Custava esperar mais uma semana, Ana?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo.

OBS.: A partir de agora, espero que as coisas fluam melhor. Vou tentar (e de verdade) não me atrasar mais.

Minhas sinceras desculpas,
DreamUp



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