Perdida no tempo escrita por DreamUp


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente *--*

Sério, fiz a maior burrada do mundo: deixei para postar o capítulo quarta de manhã e o que descobri? Site em manutenção ¬¬

Mas tudo bem, aqui vai mais um!
Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635151/chapter/11

Alguns dias se passaram desde o beijo e só pude perceber uma coisa: eu gostava de Jeremy. Não o amava, estava cedo para isso.... Mas com certeza ele era importante. Fiquei feliz em constatar que Jere ria e corava muito quando estava comigo, o que significava que eu tinha algum efeito sobre ele também. 

Outros beijos foram roubados antes de dormirmos. Havia virado rotina. Uma rotina muito gostosa.

Acordei cedo e me dirigi a sala de jantar para tomar café da manhã. Rosa e Jeremy já estavam lá. 

— Bom dia! – Exclamei e troquei um olhar cúmplice com Jeremy. 

— Bom dia! – Responderam em uníssono – Veja só quem teve uma boa noite de sono... – Completou, Rosa com seu usual sorriso. 

— Ah, sim, ultimamente tenho dormido muito bem! – Disse em sua direção. – Imagino o porquê... 

— É porque gosta daqui. – E por outro motivo também – Isso é muito bom. Talvez você devesse mandar uma carta para seus pais, contando sobre suas últimas semanas. 

— Claro! Vou fazer isso. – Não vou, não. 

O silêncio reinou por alguns segundos, enquanto nossas bocas estavam ocupadas, até que pudemos ouvir baterem na porta. Meu coração gelou e a comida em minha boca desceu difícil pela garganta. Não seja a Ana, não seja a Ana, não seja a Ana! 

Alguns passos depois, foi possível ver o Sr. Declair passar pelo batente, acompanhado Sr. McAdams. Eles nos cumprimentaram e sentaram-se para o café. 

McAdams não perdeu a oportunidade de me alfinetar diversas vezes. Algo me dizia que ele desconfiava de mim. Entretanto eu não daria o braço a torcer, não para alguém como ele.

Mais tarde, depois que o Sr. Declair e o Sr. McAdams se foram, tentando aprender a dar uns pontos de tricô – sim, cheguei a esse nível –, Rosa e eu tivemos uma conversa bem interessante. 

— A cada dia que se passa, McAdams se torna mais desagradável. – Ele disse assim que peguei nas agulhas. 

— Não gosta dele, Rosa? – Questionei curiosa. 

— Não. Nunca gostei. – A olhei nos olhos, imaginando o porquê. Como se adivinhasse meus pensamentos, Rosana completou. – Ele só... não é confiável. Meu sexto sentido não falha. Mas Richard não me ouve...

Tentei investigar um pouco mais, porém a Sra. Declair desviou do assunto.

Tinha feito cerca de dez centímetros de um cachecol e decretei ser o suficiente. Rosa havia ido resolver alguns assuntos do jantar e eu fiquei sem nada para fazer.

Jeremy não havia ido com o pai, portanto resolvi visitá-lo em seus aposentos. Bati na porta e não houve resposta. Girei a maçaneta e confirmei minha suposição: Jeremy não estava lá. 

Meu lado intrometido e curioso falou mais alto quando me virei para sair dali, me fazendo girar os calcanhares novamente e dar uma olhada no quarto de Jeremy. 

Aquilo era exatamente o que eu imaginava que seria. Era bem iluminado, organizado e limpo. Sua estrutura era como a do meu, porém espelhado.

Dei uma volta no ambiente, passando pela cama, imaginando-o ali, talvez comigo, até parar em sua escrivaninha, que contrapunha todo o resto. Ela era bagunçada, com muitos papéis e livros espalhados e objetos que eu não reconhecia. Apanhei um dos papéis e observei o que parecia ser um protótipo de alguma coisa. Olhei a papelada e descobri vários outros. Me surpreendi: Jeremy havia feito aquilo. Nunca passou pela minha cabeça que ele fosse criativo e inventivo. Além de coisas a se construir, havia ideias e reflexões sobre várias coisas. Será que Richard sabia disso tudo? 

O trabalho de Jeremy era afrente de seu tempo. Algumas coisas não foram feitas ainda, outras nem existiam. Continuei mexendo, impressionada, até que ouvi a porta sendo aberta. Direcionei meu olhar para lá e vi Jeremy confuso me encarando. 

— O que você está fazendo aqui, Ana? 

— Ah... – Fuçando. – Vim procurá-lo. 

— E quando não me encontrou resolveu mexer em minhas coisas? – Seu tom de voz engrossou e ficou sério. Ele estava bravo e não era como das outras vez que ele somente se irritava. Agora Jeremy parecia realmente furioso.

— Não foi bem isso. – Foi, sim. – Só fiquei curiosa. 

Jeremy caminhou firme até mim e tirou o papel que eu segurava das minhas mãos bruscamente. 

— Você não tem o direito. Você já deveria ter percebido que não pode fazer tudo o que quer. – Seus olhos azuis profundos me fuzilaram sérios. – Poderia sair, por favor?

— Realmente, eu não tenho o direito. Mas suas invenções são muito promissoras. Já mostrou a seu pai? Ele com certeza apoiaria você. 

— Isso é passatempo, não ocupação. Srta. Ana, não acho que a esteja em posição de me dar conselhos. Por favor, saia. 

— Eu só acho que você deveria tentar. – As saudades de Alan e do século 21 eram tantas que vi nos inventos de Jeremy esperança de ter tudo isso novamente, por isso desejei que eles fossem reais.

Sai do quarto frustrada: Jeremy era cabeça-dura demais. Desci firme as escadas, nervosa demais para saber onde ia. Acabei na cozinha. Julia não estava lá, o que me frustrou mais ainda.

Num impulso, rompi porta afora e caminhei até o estábulo. Haviam seis cavalos. Olhei cada um nos olhos para saber qual não me rejeitaria. O marrom corpudo, provavelmente o garanhão, pareceu me olhar de volta. É você! O soltei e, dificultosamente, subi nele.

Corremos campo afora, totalmente sem rumo. O trote macio do Brown me fazia fechar os olhos e só sentir o vento frio no meu rosto. Ficamos assim por um tempo. Quando dei por mim, estávamos na clareira onde o Tele transportador/Máquina do tempo havia me deixado na primeira vez. Não sabia que havia ido tão longe.

Desci do cavalo e o deixei pastando por ali. Caminhei até a poltrona caramelo e me sentei. Fechei os olhos e todos os momentos desde que cheguei passaram-se pela minha cabeça. Caminhar até meus pés doerem até a casa dos Declair, encontrar Julia, ser confundida com Ana, conhecer Rosa, Jeremy, Dick e McAdams.... Foram muitas coisas no último mês. Suspirei pesadamente. Como queria estar em casa.

Abri os olhos e me livrei dos pensamentos ruins. Com fé em Alan, isso seria por pouco tempo. Observei os outros objetos tele transportados a minha volta e senti pena por eles também. Deveríamos estar todos no século XXI.

Me levantei e fui até Brown, me preparando para montá-lo, quando ouvi um leve estalo e parei.

Voltei meu olhar para trás e o ar parecia agitado. Segundos depois, o tele transportador, juntamente com toda sua aparelhagem surgiu bem diante dos meus olhos. Quase não acreditei no que vi. Santo Alan! Brown olhou também e se assustou, relinchando. Acalmei-o como pude e ouvi mais um estalo, seguido por duas malas bem grandes, que caíram em cima do tele transportador, rolando para o chão.

Dei uns passos à frente, pronta para ver o que meu irmão mandou nas malas, até que parei no terceiro estalo. Esperei e vi Alan aparecer em carne e osso na minha frente, vestido à caráter do século XVIII.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até o próximo ^^

OBS: A postagem será toda terça, como antes, não se preocupem...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perdida no tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.