Perdida no tempo escrita por DreamUp
Notas iniciais do capítulo
Oie, gente *--*
Sério, fiz a maior burrada do mundo: deixei para postar o capítulo quarta de manhã e o que descobri? Site em manutenção ¬¬
Mas tudo bem, aqui vai mais um!
Enjoy it!
Alguns dias se passaram desde o beijo e só pude perceber uma coisa: eu gostava de Jeremy. Não o amava, estava cedo para isso.... Mas com certeza ele era importante. Fiquei feliz em constatar que Jere ria e corava muito quando estava comigo, o que significava que eu tinha algum efeito sobre ele também.
Outros beijos foram roubados antes de dormirmos. Havia virado rotina. Uma rotina muito gostosa.
Acordei cedo e me dirigi a sala de jantar para tomar café da manhã. Rosa e Jeremy já estavam lá.
— Bom dia! – Exclamei e troquei um olhar cúmplice com Jeremy.
— Bom dia! – Responderam em uníssono – Veja só quem teve uma boa noite de sono... – Completou, Rosa com seu usual sorriso.
— Ah, sim, ultimamente tenho dormido muito bem! – Disse em sua direção. – Imagino o porquê...
— É porque gosta daqui. – E por outro motivo também – Isso é muito bom. Talvez você devesse mandar uma carta para seus pais, contando sobre suas últimas semanas.
— Claro! Vou fazer isso. – Não vou, não.
O silêncio reinou por alguns segundos, enquanto nossas bocas estavam ocupadas, até que pudemos ouvir baterem na porta. Meu coração gelou e a comida em minha boca desceu difícil pela garganta. Não seja a Ana, não seja a Ana, não seja a Ana!
Alguns passos depois, foi possível ver o Sr. Declair passar pelo batente, acompanhado Sr. McAdams. Eles nos cumprimentaram e sentaram-se para o café.
McAdams não perdeu a oportunidade de me alfinetar diversas vezes. Algo me dizia que ele desconfiava de mim. Entretanto eu não daria o braço a torcer, não para alguém como ele.
Mais tarde, depois que o Sr. Declair e o Sr. McAdams se foram, tentando aprender a dar uns pontos de tricô – sim, cheguei a esse nível –, Rosa e eu tivemos uma conversa bem interessante.
— A cada dia que se passa, McAdams se torna mais desagradável. – Ele disse assim que peguei nas agulhas.
— Não gosta dele, Rosa? – Questionei curiosa.
— Não. Nunca gostei. – A olhei nos olhos, imaginando o porquê. Como se adivinhasse meus pensamentos, Rosana completou. – Ele só... não é confiável. Meu sexto sentido não falha. Mas Richard não me ouve...
Tentei investigar um pouco mais, porém a Sra. Declair desviou do assunto.
Tinha feito cerca de dez centímetros de um cachecol e decretei ser o suficiente. Rosa havia ido resolver alguns assuntos do jantar e eu fiquei sem nada para fazer.
Jeremy não havia ido com o pai, portanto resolvi visitá-lo em seus aposentos. Bati na porta e não houve resposta. Girei a maçaneta e confirmei minha suposição: Jeremy não estava lá.
Meu lado intrometido e curioso falou mais alto quando me virei para sair dali, me fazendo girar os calcanhares novamente e dar uma olhada no quarto de Jeremy.
Aquilo era exatamente o que eu imaginava que seria. Era bem iluminado, organizado e limpo. Sua estrutura era como a do meu, porém espelhado.
Dei uma volta no ambiente, passando pela cama, imaginando-o ali, talvez comigo, até parar em sua escrivaninha, que contrapunha todo o resto. Ela era bagunçada, com muitos papéis e livros espalhados e objetos que eu não reconhecia. Apanhei um dos papéis e observei o que parecia ser um protótipo de alguma coisa. Olhei a papelada e descobri vários outros. Me surpreendi: Jeremy havia feito aquilo. Nunca passou pela minha cabeça que ele fosse criativo e inventivo. Além de coisas a se construir, havia ideias e reflexões sobre várias coisas. Será que Richard sabia disso tudo?
O trabalho de Jeremy era afrente de seu tempo. Algumas coisas não foram feitas ainda, outras nem existiam. Continuei mexendo, impressionada, até que ouvi a porta sendo aberta. Direcionei meu olhar para lá e vi Jeremy confuso me encarando.
— O que você está fazendo aqui, Ana?
— Ah... – Fuçando. – Vim procurá-lo.
— E quando não me encontrou resolveu mexer em minhas coisas? – Seu tom de voz engrossou e ficou sério. Ele estava bravo e não era como das outras vez que ele somente se irritava. Agora Jeremy parecia realmente furioso.
— Não foi bem isso. – Foi, sim. – Só fiquei curiosa.
Jeremy caminhou firme até mim e tirou o papel que eu segurava das minhas mãos bruscamente.
— Você não tem o direito. Você já deveria ter percebido que não pode fazer tudo o que quer. – Seus olhos azuis profundos me fuzilaram sérios. – Poderia sair, por favor?
— Realmente, eu não tenho o direito. Mas suas invenções são muito promissoras. Já mostrou a seu pai? Ele com certeza apoiaria você.
— Isso é passatempo, não ocupação. Srta. Ana, não acho que a esteja em posição de me dar conselhos. Por favor, saia.
— Eu só acho que você deveria tentar. – As saudades de Alan e do século 21 eram tantas que vi nos inventos de Jeremy esperança de ter tudo isso novamente, por isso desejei que eles fossem reais.
Sai do quarto frustrada: Jeremy era cabeça-dura demais. Desci firme as escadas, nervosa demais para saber onde ia. Acabei na cozinha. Julia não estava lá, o que me frustrou mais ainda.
Num impulso, rompi porta afora e caminhei até o estábulo. Haviam seis cavalos. Olhei cada um nos olhos para saber qual não me rejeitaria. O marrom corpudo, provavelmente o garanhão, pareceu me olhar de volta. É você! O soltei e, dificultosamente, subi nele.
Corremos campo afora, totalmente sem rumo. O trote macio do Brown me fazia fechar os olhos e só sentir o vento frio no meu rosto. Ficamos assim por um tempo. Quando dei por mim, estávamos na clareira onde o Tele transportador/Máquina do tempo havia me deixado na primeira vez. Não sabia que havia ido tão longe.
Desci do cavalo e o deixei pastando por ali. Caminhei até a poltrona caramelo e me sentei. Fechei os olhos e todos os momentos desde que cheguei passaram-se pela minha cabeça. Caminhar até meus pés doerem até a casa dos Declair, encontrar Julia, ser confundida com Ana, conhecer Rosa, Jeremy, Dick e McAdams.... Foram muitas coisas no último mês. Suspirei pesadamente. Como queria estar em casa.
Abri os olhos e me livrei dos pensamentos ruins. Com fé em Alan, isso seria por pouco tempo. Observei os outros objetos tele transportados a minha volta e senti pena por eles também. Deveríamos estar todos no século XXI.
Me levantei e fui até Brown, me preparando para montá-lo, quando ouvi um leve estalo e parei.
Voltei meu olhar para trás e o ar parecia agitado. Segundos depois, o tele transportador, juntamente com toda sua aparelhagem surgiu bem diante dos meus olhos. Quase não acreditei no que vi. Santo Alan! Brown olhou também e se assustou, relinchando. Acalmei-o como pude e ouvi mais um estalo, seguido por duas malas bem grandes, que caíram em cima do tele transportador, rolando para o chão.
Dei uns passos à frente, pronta para ver o que meu irmão mandou nas malas, até que parei no terceiro estalo. Esperei e vi Alan aparecer em carne e osso na minha frente, vestido à caráter do século XVIII.
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Espero que tenham gostado.
Até o próximo ^^
OBS: A postagem será toda terça, como antes, não se preocupem...