Telephone escrita por Deh


Capítulo 6
Prentiss e Easter: Feliz Aniverário


Notas iniciais do capítulo

Creio eu que a maioria dos fans hotchniss não devem gostar muito do Clyde, mas deem uma chance a essa ligação, porque essa é especial.
Como sabem 12 de outubro é o aniversário de Emily Prentiss, e eu como uma fã, gostaria de fazer algo diferente.



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“E no final das contas não são os anos em sua vida que contam. É a vida nos seus anos.” Abraham Lincoln

O despertador tocou, ao primeiro toque ela já o desligou, ela abriu os olhos lentamente e bocejou, talvez fosse o dia de hoje, mas talvez ela esteja começando a acreditar que esteja realmente ficando velha e devo dizer que o fato de olhar o seu celular para confirmar o dia de hoje não tenha ajudado muito.

12 de outubro.

Ela não pode deixar de rolar os olhos, isso parecia o início de uma crise de meia idade, apesar que todos nós sabemos que ela não é desse tipo, ela não se importa de ficar velha, afinal isso é uma consequência de estar vivo, o que ela não gosta é das lembranças que foram feitas nesse dia ao longo dos anos.

Primeiro ela nasceu, o que é meio lógico, mas infelizmente para sua mãe, no mesmo dia a mãe dela, sua avó faleceu. No seu aniversário de um ano seu avô morreu. No seu aniversário de três anos pelo que ela se lembra sua mãe ficou muito doente e teve que ficar internada. No seu aniversário de quatorze anos seu pai pediu o divórcio...

Ela tem a triste crença que esse deve ser o pior dia da vida da sua mãe, já que ela nunca recebeu uma comemoração de aniversário. Apenas o rotineiro parabéns querida ou feliz aniversário, que com o passar dos anos passaram a ser substituídos por ligações. Ela nunca reclamou, talvez o fato de ter sido criada assim tenha levado a isso, afinal de contas como reclamar por algo que você acha normal ou não tem o costume?

Mas nem todas as memórias são ruins, uma em especial é sua favorita, embora com o passar dos anos, ela também tenha chegado à conclusão que não deveria ter acontecido. O acontecido? Simples, em doze de outubro de 1985 ela conheceu o garoto mais legal, mais doce e mais extraordinário do mundo, nesse dia ela conheceu Matt. Mas, infelizmente ela se arrepende desse dia, pois ela acredita de todo o coração que ela tenha estragado a vida dele, mas o que ela não vê é que aquele garoto foi um anjo para uma garota perdida.

Respirando profundamente ela se levanta, afinal mesmo hoje sendo seu aniversário ela ainda tem que ir trabalhar.

Para sua tristeza o trabalho segue monótono, deixando assim sua mente livre para vagar por algumas lembranças. Ela se lembrou dos inúmeros aniversários que passou com a mãe trabalhando, dos diversos cartões que seu pai mandava, tentando em vão pedir desculpas a filha, por estar trabalhando mais uma vez. Uma batida na porta de seu escritório a despertou de seu transe, o que ela agradeceu imensamente. “Agente Prentiss, agente Easter ligou, ele disse que assim que você tiver um tempo ligue para ele” Ela agradeceu a sua assistente, logo depois que a jovem fechou a porta, ela pegou o seu celular, aparentemente Clyde já tinha tentado falar com ela. “Ficando mais velha hoje Prentiss?” ela rolou os olhos “Eu realmente aprecio o quanto cavalheiro você pode ser Clyde” o britânico sorriu “Deveria ter adivinhado que você estaria rabugenta hoje” Ele disse o que de fato era verdade, ele a conhecia há doze anos e deveria saber o que esse dia causa a ela, embora ele não saiba exatamente o por que e olha que não é por falta de tentativa “Mas como você é a aniversariante eu não vou discutir” ela rolou os olhos “Sei que isso é clichê e que você irá rolar os olhos antes mesmo que eu termine de falar, mas feliz aniversário Emily” Como previsto por ele ela fez “Obrigada” ela disse educadamente “Emily se alguém nesse mundo merece ser feliz é você, tente fazer isso pelo menos hoje ok?” ela rolou os olhos “Eu sou feliz Clyde” agora foi a vez dele rolar os olhos “Você entendeu Emily. Até breve” eles se despediram. Ao desligar a chamada ela olha as horas, definitivamente é hora do almoço, ela franzi a testa, sua mãe já deveria ter ligado, mesmo que hoje não seja o melhor dia de todos, ela geralmente cumpre com sua obrigação de ligar e dizer feliz aniversário Emily. Quando vai finalmente casar? Você não está ficando mais jovem e blá, blá... Ela pensa que provavelmente a mãe deve estar com um novo assistente que deva ter esquecido de lembrar a embaixadora do aniversário da filha dela. Levantando para espantar esses pensamentos da cabeça, ela decide que é hora de almoçar.

Depois do almoço, se era possível sua tarde ficar mais entediante ela ficou, mas ela não se queixou. Pelo menos enquanto estava preenchendo relatórios ela não lembrava que sua antiga equipe tinha esquecido o dia de hoje. Tudo bem, ela não esperava que eles lembrassem, afinal ela já nem estava lá, mas nem mesmo Penélope com seus inúmeros calendários de datas importantes não lembrou, nem mesmo Reid com sua infalível memória fotográfica.

Já estava na sua hora de ir e por algum motivo estranho, hoje ela não estava afim de fazer hora extra, sendo assim ela decidiu que já era hora de ver Sérgio, talvez ao menos seu gato estaria feliz hoje.

Chegando em frente ao seu apartamento, ela ouviu um ruído incomum, ela poderia estar sendo paranoica, mas uma pessoa bem vivida como Emily Prentiss tem o direito de suspeitar. Sendo assim, ela pegou sua arma em uma mão e abriu a porta com a outra. Quando ela entrou, um grupo de pessoas gritou “Surpresa”. Ela encarou aquelas pessoas um pouco confusa e devo dizer que isso foi reciproco, afinal não é sempre que você faz uma festa surpresa e é recebido pelo aniversariante empunhando uma arma, mas no final das contas o aniversariante é Emily Prentiss, e essas pessoas são nada mais, nada menos que sua família.

“Eu disse que isso era perigoso” Doutor Reid falou. “Que nada Reid, é só Emily” Garcia diz indo abraçar a amiga, mesmo retribuindo o abraço Emily ainda permanece em estado de choque. Ela é abraçada pelos outros membros de sua antiga equipe, até uma mulher de idade vir e abraça-la, é então que finalmente ela sai de seu choque.

“Uau isso é uma grande surpresa” ela diz meio sorrindo, e finalmente analisando a cena. Ela vê JJ, Hotch, Rossi, Reid, Garcia e Morgan segurando alguns embrulhos, e claro ela vê a mulher mais velha com um também. Ela simplesmente não pode acreditar que eles vieram até aqui, ela simplesmente não pode acreditar que sua mãe está aqui. “Embora eu esteja feliz em ver você Emily, eu fiquei horas dentro do jato querendo comer bolo, então você se importa...” Esse foi Morgan, que foi cortado por uma cotovelada de Garcia, ela franzi a testa, afinal ela não tinha encomendado bolo, mas eles são eles... “Parabéns para você...” JJ começou ao aparecer sabe-se lá de onde com um bolo, ela ficou feliz ao ver que a vela ao invés de ter sua idade tinha um ponto de interrogação.

Depois de comerem e conversarem um pouco, ela fez a pergunta que todos queriam evitar “Quanto tempo nós temos?” Hotch olhou em seu relógio “Apenas mais uma hora” Ele lhe deu um sorriso fraco, mas ela o retribuiu com um daqueles seus sorrisos colgate genuíno, afinal ela estava verdadeiramente feliz.

Uma hora e meia depois, lá estava ela e sua mãe tomando vinho, em sua sala de estar, nem parecia que a pouco tempo havia mais algumas pessoas ali. “Você tem grandes amigos” a senhora mais velha falou “Eu tenho” ela sorriu “Sabe eu nunca acreditei nessa coisa de amizade, talvez a política tenha feito isso comigo, mas o que vocês têm é algo realmente bonito. Imagine minha surpresa, há um mês atrás ao receber um telefonema de uma analista técnica do FBI para falar sobre a minha filha? A primeira coisa que eu pensei era que tinha algo acontecendo com você” Emily sorriu, era claro que isso só poderia ser obra de Penélope Garcia “Devo agradece-la por ela conseguir que minha mãe comemore meu aniversário pela primeira vez” Ela disse lamentando, não era pra ter saído assim, mas... “Me desculpe Emily” a embaixadora a olhou tristemente “Tudo bem, todos temos um dia ao qual não gostamos e que culpa eu tenho se você não gosta do dia doze de outubro?” A embaixadora deixou seu copo na mesinha de centro e se aproximou da filha “Eu não odeio o dia de hoje, querida.... É só que é difícil para mim, tantas coisas aconteceram nesse dia ao longo dos anos” “Eu nasci” Emily a lembrou “E é só por isso que eu consigo suportar esse dia Emily. No dia de hoje há anos atrás eu perdi minha mãe, eu perdi meu pai, eu perdi uma criança que ainda não tinha nascido” Emily a olhou horrorizada “Eu não sabia” a embaixadora a olhou tristemente “E nunca saberia, isso aconteceu há tanto tempo Emily, eu fiquei tão desorientada e me culpo tanto por isso, eu deveria ter sido mais forte por aquela criança, eu deveria ter sido mais forte por você” Emily olhou sua mãe, ela parecia esconder tanta coisa e ela própria não duvidava. “Você é uma boa mãe” a embaixadora ri secamente “Que boa mãe sou eu, se esse é o primeiro aniversário que comemoro com você” Emily dá de ombros “É o primeiro, mas não precisa ser o último” a embaixadora sorri, talvez ela não tenha errado com Emily em tudo. “Sabe por que eu sempre pergunto sobre os seus relacionamentos?” Emily fez que não com a cabeça “Porque eu sempre desejei que você tivesse uma família querida, eu sei que o trabalho é importante, mas a família também tem seu preço, quando eu me for quem mais estará aqui para você? Mas hoje eu descobri. Você tem uma família linda e se você permitir não só a eles, como a mim também para fazer parte da sua vida, creio eu que todos nós seremos mais felizes” Emily a olhou espantada, “Eu...” ela tentou dizer algo, mas falhou “Eu te amo Emily e eu sei que aquelas pessoas fazem o mesmo, afinal quem atravessa o oceano para uma festa surpresa que ainda por cima corre o risco de levar um tiro?” Nesse final ambas as mulheres Prentiss riram “Aproveite isso Emily, sempre temos trabalho, mas a vida é única. Aproveite sua família e viva do jeito que achar melhor, mas seja feliz.”

Eles são separados por oceanos, fronteiras e seus deveres, mas são uma família. Tudo bem, a família nem sempre está presente quando mais precisamos, mas isso não significa que não nos amem menos. A família é aquela unidade que te ensina a viver no mundo, é a união daquelas pessoas muitas vezes consideradas chatas, duronas, loucas e até mesmo irritantes, mas que de maneira nenhuma você consegue viver sem. Mas acima de tudo a família não é apenas sangue, a família é mais do que isso: é companheirismo, carinho e acima de tudo amor.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo, uma nota sobre minhas fic's: Não me perguntem como, mas eu consegui fazer a arte de sumir o meu pen drive com minhs fic's, rascunhos e ideias para outras histórias. Acredito que não tenha desaparecido, acho que apenas o guardei em um local que eu não me lembro. Sendo assim, infelizmente ficarei de castigo por um tempo :(

Então o que acharam desse capitulo um pouco fora do padrão???
Esperando ansiosamente os comentários.
Bjss e até breve



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