Telephone escrita por Deh


Capítulo 14
Hotchner e Rossi: Estão todos bem


Notas iniciais do capítulo

Da série: "Coisas estranhas que acontecem na quarentena", eis eu aqui atualizando essa fic, após três aninhos de abandono.
Juro que dessa vez até eu me surpreendi, mas hj parece que eu acordei com essa ideia e eu só tive que escrever ou se não, parece que seria impossível me concentrar em qualquer outra coisa. O detalhe é que ainda não tive a coragem de assistir a temporada final, sim, eu sei. Eu sou estranha, mas espero que se divirtam *-*

Se fosse para chutar o tempo em que ocorre, eu diria pós temporada final.



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 Empatia: a arte de se colocar no lugar do outro. (Autor desconhecido)

 

Na opinião dessa "autora" algo essencial para a convivência em sociedade, entretanto, poucos se aventuram a "praticar".

 

Aaron Hotchner tenta fugir ao máximo que pode de notícias sangrentas sobre crimes, desde que saiu. Ele evita pensar no FBI ao máximo todos os dias. Não que ele não goste da vida que leva, mas a verdade está cravada em seu âmago, ele gosta da vida de agente e sente falta. A vida caçando bandidos é perigosa, isso é fato, mas também mantém a adrenalina circulando em todo o seu corpo e ele sente falta disso. Não que ele não ame Jack e sua nova vida, ele só sente falta de poder resolver casos, pegar bandidos e acima de tudo estar com sua equipe.

Sua equipe....

Ele é obrigado a rir com o simples pensamento. Uma equipe que inevitavelmente mudou enquanto ele estava à frente, uma equipe que hoje pertencia a ela.

Ela...

Emily Prentiss, inevitavelmente ele sente um aperto no coração, não que ela não tenha sido uma boa escolha, pois ela foi. Embora ele tenha cogitado seriamente deixar Jayjay a frente, ele sabia que a loira ainda não estava pronta e francamente ele sabia que a equipe precisava de alguém para ajudar eles a passarem por aquela fase de “luto” sem ele e ninguém seria melhor para fazer do que Emily. Afinal, ela o ajudou a passar por seu próprio luto há alguns anos. E a quem ele queria enganar? Prentiss era uma agente muito boa e trazê-la de volta não só a UAC, mas para o FBI era um grande trunfo, então ele até se orgulha de ter sido ele a finalmente conseguir fazer essa façanha.

Havia dias em que ele quase não pensava na antiga vida, quase não pensava neles e principalmente quase não pensava nela. Mas então em um determinado dia ele assistiu o noticiário e soube sobre o a explosão em que Spencer estava. Aaron não pensou muito, ele tinha certeza que precisava entrar em contato.

Ele só não sabia quando....

Era lógico que ele estava preocupado, mas ele esperaria que tudo se resolvesse antes de incomodar um dos velhos amigos. Ele não se sentia no direito de interferir agora que eles precisavam de todas as suas energias para caçar o responsável.

E assim os dias passaram até que ele finalmente tivesse a coragem para ligar para alguém, mas quem?

Emily era a chefe, parecia o certo.... No entanto, por mais que ele quisesse ouvir sua voz, era sempre tão difícil quando desligava.

Spencer foi quem havia se machucado, ao menos até onde ele sabia, mas ele não queria se intrometer muito. Ele tinha medo da reação do garoto prodígio, sempre marcado por abandonos.

Rossi, era por fim a escolha mais sábia. Por mais que ele saiba que o velho amigo pode ter ficado um pouco chateado por não ter comparecido ao seu casamento, Rossi ainda é e sempre será o seu mentor.

E assim ele disca o número do italiano.

—Hotch, há quanto tempo. –É a primeira coisa que o italiano diz ao atender.

Hotch pensa que isso é bom, sinal que ninguém havia de estar em grande risco de vida no momento.

—_Dave, como está? –Ele pergunta.

—Velho, mas bem –Rossi responde e ambos riem.

—E os outros? –Hotch questiona.

—Reid nos passou um susto, mas está bem. –David o tranquiliza e logo acrescenta –Estão todos bem.

—É bom saber. –Hotch diz aliviado.

Rossi pondera se deve ou não compartilhar as recentes novidades com o amigo, ele não é fofoqueiro, mas se sente na necessidade de dizer:

—A equipe está mudando Hotch.

—Mais agentes chegando? –Hotch questiona.

Rossi dessa vez sorri, mas não chega a ser um grande sorriso, antes de responder quase que melancolicamente:

—Penélope está nos deixando, Jayjay tem a oportunidade de ir para New Orleans e Emily, bem... tem algo grande chegando.

Instantaneamente Hotch sente um sentimento estranho o preencher, ele ainda não consegue nomear o que seja, talvez um misto entre saudade e perda...

Penélope havia cansado de ver tanta escuridão... E se fosse para chutar, ele diria que isso com certeza em grande parte se dava em razão da ausência de Morgan. Afinal, ninguém nunca se esforçou para que a loira se esquecesse de toda a escuridão, como Morgan. Ele sabia que não era culpa dos outros, afinal inevitavelmente uma parte de você acaba se acostumando, mas Penélope era diferente, ela sempre fora muito iluminada para aquele lugar.

A decisão de Jayjay com certeza tinha relação em estar mais próxima a família de Will, ele não podia julgar e ele tinha certeza que seria uma boa oportunidade. Talvez já fosse hora dela ter sua própria equipe, pois ao longo de todos os anos em que esteve com a equipe, ela foi com certeza a que mais evoluiu como agente. De certa forma, ele estava orgulhoso de ter estado com ela por bons anos, ele gostaria de dizer isso à ela. Talvez ele devesse a ela uma ligação.

E Emily, ah Emily Prentiss. Sempre for a uma caixinha de surpresas, quem diria que aquela agente que Strauss colocou para espioná-lo, seria um dia, uma das pessoas a quem ele mais confiava a vida? Seria ela capaz de fazê-lo se atentar as pequenas coisas e inevitavelmente o fazer sorrir, mesmo que minimamente, com seus comentários sarcásticos. Se provaria alguém tão leal e ao mesmo tempo tão corajoso, que despertaria até um pouco de inveja em si mesmo. Mas também seria alguém que ele odiava ver machucado, alguém a quem ele estranhamente sugeriu aquela coisa do dia ruim. Mas seja qual for essa boa oportunidade, ele está feliz por ela.

—Hotch, você ainda está aí? –Rossi questionou.

—Sim Dave, só estava pensando. –Hotch confessa.

—Arrisco-me a dizer que em sua sucessora? –Dave ousou dizer, afinal ele não era cego e inocente, em saber que definitivamente havia uma coisa entre Hotch e Emily.

David Rossi em sua vasta experiência de vida sabia que era lógico que havia algo entre os dois, bem mais do que o sentimento mútuo de respeito e amizade. Talvez algo mais profundo. Por que Emily jamais voltaria se não fosse por um pedido de Hotch, por mais que ela amasse a todos, sua posição na Europa estava firme e suas chances de subir até o topo eram grades. Mas um pedido de Hotch e ela abandona tudo? Certamente não é só por amor a equipe, há algo mais. Ele sempre soube que houvera, afinal não passou despercebido por ele as mudanças que começaram após a morte de Hayley e principalmente a proximidade deles, após ela ressuscitar. Não, Aaron sempre se arriscou demais quando se tratou de Emily. Inevitavelmente um fraco sorriso apareceu em seu rosto cansado, inevitavelmente se lembrando de um dia ter tido uma agente loira subordinada a ele, com quem compartilhou muitos sentimentos, inclusive e principalmente ódio mútuo, mas ambos era orgulhosos demais e ela acabou decidindo por ter uma carreira do que lutar por um homem ranzinza como ele. No fim da vida dela, ele teve uma prova de como poderia ter sido, se ele não fosse orgulhoso demais para correr atrás dela.

E são com esses pensamentos que ele se vê obrigado a dizer:

—Acho que você deveria saber que não acho que demore para que ela finalmente se case.

A linha então fica muda.

Dave sabe que isso o pegou Hotch desprevenido. E pensa que talvez ele devesse ser corajoso o suficiente para fazer uma ligação.

—Isso é bom, ela merece uma vida além do FBI. –Hotch se vê dizendo.

Rossi jura que se tivesse diante de Hotch teria lhe dado um cascudo.

—Sabe Aaron, há muito tempo eu me vi apaixonado por uma agente. –Dave revelou.

Hotch não precisava perguntar quem, ele tinha uma grande suspeita de quem fosse. Afinal, quem havia milagrosamente feito com que David Rossi interrompesse sua aposentadora?

—E o que você fez Dave? –Hotch ousou perguntar, afinal era bem claro que a mulher que um dia foi sua chefe tinha um certo desprezo por seu velho amigo.

—Eu simplesmente a deixei ir Hotch. –Rossi admitiu seu erro.

—É uma pena Dave. –Hotch lamentou, não sabendo ao certo se era pelo amigo, ou por si mesmo.

—Pai, está na hora do meu jogo. –Jack grita do seu quarto e Hotch sabe que é hora de ir.

—Eu preciso ir Dave. –Hotch diz.

—Tudo bem velho amigo.

—Adeus Dave. –Hotch se despede.

—Até breve, velho amigo. –Rossi diz.

E assim ambos desligam seus telefones.

—Ah Hotch você é teimoso demais para admitir certas coisas. –Dave diz ao desligar, enquanto de sua sala observa uma chefe de unidade conversar com Reid e Luke.

Enquanto isso, Hotch guarda o celular no bolso e embora estivesse feliz em saber que estavam todos bem, algo definitivamente o estava incomodando.

No entanto, Jack não deixou que ele pensasse muito nisso, já que estava com muita pressa para chegar em seu jogo.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, meio exagerado esse paralelo de relação-não relação de Hotchniss e Straussi?
Uma coisa que sempre me intrigou na série e eles nunca exploraram, foi o fato de ter claramente um relacionamento (ou a falta dele) entre Rossi e Strauss, porque claramente aquele ódio mutuo que se tornou em "amor" é resultado de algo bem antigo.

Espero que tenham gostado. Como sabem essa fic, é para capítulos aleatórios em que os personagens ligam um para os outros, por isso não me vejo atualizando ela novamente, no entanto, ainda não marquei como finalizada, pois nunca se sabe quando vai surgir uma epifania como hoje ;)

Ademais, só para fazer uma propaganda:
Aos fãs de CRIMINAL MINDS, em especial aqueles que leram acordando para a vida, postei uma one de dia dos namorados (For you) focada em Anne e logicamente com participação da family ♥
Se houver fãs de NCIS, saibam que retomei o projeto de uma long-fic parada há algum tempo (Try Again)
Para aqueles que se arriscam a ler ORIGINAIS, tenho um projeto original que atualizo simultaneamente com try again (ou seja, quando tenho tempo, mas tá viva), chama-se Retratos de Família, quem puder dar uma passada por lá ;)

No mais, me despeço por aqui ;)

Desejo a todos uma boa semana e que não se esqueçam de ter fé, nesses tempos sombrios que estamos vivendo. Lembrem-se: Toda tempestade, por mais terrível que seja, passa ;)

Um abraço e até qualquer hora ou fic (ou um surto qualquer) ♥



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