Doce Atração escrita por Arthur Araujo


Capítulo 6
Capitulo Cinco




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Julie

Acordo tão cedo quando não me lembro de ter feito outra vez em minha vida, está chovendo em Seattle, sinto saudades de tudo, pensar que antes eu trabalhava alguns andares abaixo desse quarto, e o Gustin tambem. Agora se não fosse por ele, eu estaria morta, se não fosse por ele, o Gustin estaria vivo.

Tento aceitar a idéia de que o meu ex marido se for para sempre, mas isso doe de uma maneira imensurável. Choro com a luz da lua que se vai e tento aceitar o que aconteceu. Ainda não estou pronta para me despedir mas vou tentar entender por que ele estava daquele jeito quando foi atrás de mim na formatura.

Por volta das Quatro, eu levanto, meu olho esta um pouco vermelho quando me olho no espelho do banheiro, lavo o rosto.

– Você vai ficar bem. – Digo para mim mesma, com medo de estar mentindo.

Minha barriga ronca, o Peter não me deixa cozinhar sem a permissão dele, mas decido quebrar a regra dessa vez. Desço até a cozinha e ligo a TV, deixo o volume no mínimo para não acordá-lo. Coloco na Mtv, está passando uma musica que não conheço.

Eu preciso de você aqui comigo.

Sorrio. Penso se realmente o mundo universo sabe como é sentir falta de alguém. Penso em fazer algumas panquecas e um pouco de suco de laranja, começo a procurar os ingredientes.

Procuro uma xícara, e colheres e duas tigela. Depois pego farinha de trigo, um pote com açúcar, outro com sal, Ovos, fermente e leite na geladeira.

Tiro as medidas, e derramo a farinha, o fermento, açúcar e o sal na tigela, e misturo tudo, e em outra coloco os ovos. Depois junto tudo, até ficar num ponto liquido não muito grosso.

Deixo de repouso o tempo que eu procuro a frigideira, e algumas coisas pra fazer o suco, não preciso pois já encontro pronto na geladeira. A TV agora toca uma musica do The Smith, cantarolo algumas frases.

⁃ Você consegue ser linda até fazendo algo que eu não mandei.

Viro-me rapidamente, quase derrubando a espátula. Peter está sentado olhando para mim, ele apóia o rosto sobre as mãos.

"Deixe me pegar o que eu quero pelo menos desta vez" Repito a parte da música.

⁃ Desta vez, mas não faça de novo. - Ele diz sério.

⁃ Desculpe.

Viro-me para o fogão para não deixar a panqueca queimar.

⁃ Tenho um presente para você.

Volto a olhar pro Peter, ele empurra a caixa do IPhone sobre a mesa até mais perto de mim. Quero gritar, abraçar e beijá-lo, mas respiro fundo e tiro a panqueca do fogo.

⁃ Meu Deus. Como você conseguiu?

⁃ Tenho amigos que devem favores.

Abraço-o e beijo deus lábios. Ele recua um pouco surpreso.

– Quer um pouco?

– Estou sem fome. – Ele responde, mas sei que é mentira, o Peter não é muito bom em confiar pra comer coisas feitas por outras pessoas.

Ponho as panquecas num prato, o suco num copo e sento-me.

– Porque está acordado tão cedo?

⁃ Sem sono. E você?

⁃ Igualmente.

⁃ Faz tempo que não temos uma conversa normal.

⁃ Tem razão, tenta coisa aconteceu, sinto falta do que pensei que seria um rígido negócio.

Posso ver um sorriso se formar no canto da sua boca.

⁃ Sério?

⁃ Sim, eu quero seguir em frente, ocupe minha mente. Temos que nos divertir, Sexo e comida para que mais?

Peter gargalha.

⁃ Você tem que trabalhar. Daqui a.. - ele olha no relógio da parede. - Duas horas e Vinte e três minutos tem-nos que estar no presídio. Em pouco mais de uma semana tenho uma festa beneficente da empresa e uma semana depois é seu aniversário, um evento por semana é bem animado.

⁃ Realmente. Me responde uma coisa? - Coloco uma garfada na boca e bebo um pouco do suco que perde o gosto por causa da cobertura do mel.

⁃ Respondo sim.

⁃ Quando foi o funeral do Gustin?

Ele para pra pensar, não tentando lembrar, mas sendo se estou pronta pra saber o que houve.

⁃ Dois dias atrás. Você estava esperando alta do hospital.

Meus olhos marejam. Duas vezes que eu perdi o Gustin e nenhuma delas eu pude me despedir.

Enxugo as lágrimas e termino de comer rapidamente e em silêncio.

⁃ Vou me arrumar. - Digo quando acabo. Levanto-me e saio, ele tenta dizer alguma coisa, sabe que foi só uma desculpa, ele me deixa ir.

Chego no quarto, lembro que não estou em casa, sinto raiva e tristeza. Eu vou ficar bem. Repito. Minhas costas travam.

Uma dor aguda corta no meio da minha coluna vertebral. Minhas mais ficam leves e meus joelhos dobram, não consigo forçar a mexê-los.

A dor é profunda. Grito, tento mexer os braços para me apoiar na cama e conseguir sentir no mínimo mas não tenho sucesso.

Meu pescoço aperta como se eu estivesse sendo enforcada ou esfaqueada, ou simplesmente os dois ao mesmo tempo.

Grito novamente. Peter abre a porta e o mais rápido que a física lhe permite ele me põe sobre a cama.

⁃ O que houve? - ele pergunta, abro a boca, tenho a história formulada mas nenhum som sai.

⁃ Não está doendo mais. - consigo dizer. Seus olhos me analisam sua boca me convida, mas não tenho forças pra chegar até ela. - Eu preciso tomar banho.

⁃ Sorte a sua que eu também.

Sinto as pernas do Peter debaixo da minha, é uma sensação boa, recosto-me da banheira e deixo minha cabeça deve apoiada no piso.

Assim que eu consegui me mexer novamente e a dor deixou de ser tão aguda, Peter disse que tinha era para tomarmos banho na suíte do quarto dele.

Eu não tinha especulado como seria entrar aqui e foi bem agradável. Seu quarto é cético, seja lá o que isso signifique, ele tem uma cortina cinza, uma cama Box grande e arredondada, uma estante com muitos livros, uma cômoda, uma mesa de trabalho, tem um closet também. É simples e robusto. Assim como o Peter, seu quarto é algo que eu não sei definir.

Agora estamos dividindo o mesmo espaço pequeno e cheio de água. Os ombros do Peter estão tensos.

⁃ Nunca tomou banho com uma garota antes? - Falo tentando manter minha voz firme sem deslizes pra demonstrar como estou nervosa.

⁃ Julie, você é a garota das primeiras vezes, pode crer que eu já fiz coisas bem mais aguçadas que essa.

⁃ Tal aguçadas como essa?

Abaixo-me, inclinando em direção a ele. Envolvo com a boca, sinto gosto de sabão, porém um pouco doce, como açúcar de confeiteiro.

⁃ Sério? - Pergunto. Ele sabe do que estou falando.

⁃ Algumas pessoas passam palco, mas você sabe o que faz mais meu estilo.

Peter parece bem satisfeito com meu trabalho, o Gustin também ficava.

Tento me afastar do local físico, deixando minha mente viajar enquanto as mãos do Peter percorrem meu corpo.

Eu vou ficar bem, repito.

Peter se enrola na toalha, e eu fico mais um pouco.

Quando saio ele ainda está sem roupa, mexendo no computador.

⁃ Vista-se, vamos ter que ir mais cedo. A Lea disse que talvez tenhamos que passar mais tempo fora do que eu tinha planejado.

⁃ Quem é Lea? - Pergunto.

⁃ Falo mais sobre ela no elevador. Digamos que a Lea já ouviu o que a Isabela vai nos falar hoje. Então temos que estar preparados.

Peter

Não demoro para me vestir, Julie consegue ser ainda mais rápida. Tenho medo da reação dela, tenho medo que ela fique com raiva de mim por saber do Nolan primeiro e não tê-la contado.

Saio do quarto, Julie está me esperando na porta do Elevador.

⁃ O que a Isabela sabe que não sabemos?

⁃ Eles estavam juntos por um tempo, ele contou pra ela o que esteve fazendo nesse tempo fora.

⁃ O que?

⁃Peter, como você não me disse antes que a Isabela sabia dessas coisas?

A porta se abre, entramos. Aperto o botão da garagem.

⁃ Eu não sabia disso a tanto tempo, eu contratei uma moça, a Lea Miller pra ela descobrir o que a Isabela estava planejando, foi quando teve o seu acidente que ela começou a investigar sobre o Gustin. O resto a Isabela lhe explica.

⁃ Você não comeu nada, vai ficar assim?

⁃ Não se preocupe, eu tomo um café.

⁃ E vai dar tempo?

A porta se abri. Lea aparece, ela está mais bonita do que a última vez que nos vimos. Ela está usando um sobretudo gelo e camisa preta, bolsa e salto da mesma cor. Ela está com dois copos de café na mão.

⁃ Achei que você ia precisar. - ela entrega um copo de café do Starbucks pra mim.

Bebo, é chá e não café.

⁃ Como sabia?

⁃ Eu sou investigadora, lembra?

Olho para Julie e me pergunto se ela lembra que eu prefiro Chá do que café. Ela fulmina Lea com o olhar, não acredito que estou a vendo ter ciúmes, sorrio e caminhamos juntos até o carro.


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