Doce Atração escrita por Arthur Araujo


Capítulo 4
Capitulo Três




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Julie

Fico feliz por está voltando para casa, estou confusa, e com saudades do Gustin, faz tempo que não o vejo. Talvez a dose de morfina não seja suficiente.

Estou no carro do Peter, minha cabeça doe mas isso não me incomoda. Estou triste. Não sei porque. Não sei se quero pensar sobre isso. Meus olhos doem.

– Você não devia forçá-los tanto. - Olho para trás e sorrio. Peter está vidrado na pista, mas posso ver que ele achou estranho minha emoção.

– Não posso conversar agora. - Sussurro entre os dentes.

– Falou comigo? - Pergunta Peter. Resolvo ficar calada. Gustin ri do banco traseiro. Fecho os olhos não quero dormir, não mais, me imagino ficando bastante tempo acordada.

Meus olhos se enchem de lágrimas. Deixo-os fechados. Abro-os.

Estamos chegando perto da Torre. Olho para o Peter, estou brava. Tão brava. Ele freira o carro.

– Eu queria ir para a MINHA Casa. - Grito. Abro a porta e corro. Não olho para trás, carros buzinam. Alguém pena no meu ombro.

– Está é a sua casa. Minha casa pode ser sua também agora. - Peter está segurando os meus braços com força, não para machucar mas para me deixar segura.

– Eu só quero andar um pouco.

– Só me espere estacionar o carro primeiro. - Os outros carros na pista continuam buzinando.

– Eu preciso ir sozinha. - Limpo as lágrimas da bochecha, ponho o fio de cabelo para trás da orelha.

– Você sabe como voltar para casa?

– Sim, eu consigo.

Ele me solta.

Minhas pernas conseguem se adaptar a uma velocidade onde eu consigo tremer e não cair de cara no chão.

Olho as pessoas aí meu redor, dois caras passam por mim. Não agradeço por estar sozinha. Sinto-me traída pelo Gustin não ter vindo atrás de mim. Demora tanto tempo assim para um fantasma sair do carro?

O vento bagunça meu cabelo mas não reclamo pelo menos seca o suor em meu rosto.

– você sabe onde está? - Gustin pergunta, correndo do meu lado, na mesma velocidade que eu.

– Não faço a menor idéia.

– você já esteve aqui comigo.

– Eu... não lembro.

Paramos, olho para ele. Pessoas passam por nos, me olhando estranho, finjo que estou cantando alguma coisa ora disfarçar minha conversa com o imaginário.

– Tudo bem, deveríamos voltar.

– Pare de falar nós, só tem você aqui.

Começo a correr de volta para a torre, seja lá onde isso fique, deixarei minha pernas me levarem.

– Não gosto do cheio que você sempre volta atrás. - Diz o Henry.

– Você sabe que eu não faço mais isso.

– E o que estamos fazendo agora?

Estou irritada comigo mesma por perimir que ele diga isso. Paro. Estamos de frente a uma cafeteira. Olho pelo vidro e me vejo sentada aqui com o Peter.

"Você me deixa dois cubos de açúcar"

– Julie Zaneze, acho alguém aqui apaixonada...

– Sim, eu o amo. - digo.

– parece que alguém aqui também esqueceu a promessa de não quebrar o coração dele.

Preparo minha mão, e viro-me para dar um tapa na cara dele. Ouço um barulho.

– Eu realmente não esperava por isso.

Pisco algumas vezes. Vejo o Isaac segurando meu pulso.

– O que cê faz aqui? - pergunto.

– essa pergunta era minha. - Rio. - Eu vi você conversando sozinha aqui então vim ver o que estava acontecendo.

– Você estava no café... Sozinho?

Isaac parece nervoso, olha para os lados, ele deve estar pensando, ele fica de olho na porta. Vem um garoto de com cabelo penteado para o lado.

Tem olhos um pouco puxados mas tem uma pele morena pra ser ocidental. Ele tem um sorriso perfeito E está vindo até onde estamos.

– Julie esse é o Allen Stewart.

– Nils, essa é a Julie, aquela minha amiga.

Allen estende a mão para eu espertar.

– Prazer em conhecê-lo. - Digo.

– O Isaac falou muito de você.

Sorrio.

– Pode me emprestar ele um minutinho? - Puxo Isaac para longe de Allen.

– Você não acha ele muito novo para você? - Meu melhor amigo está surpreso por eu ter entendido o que te passa aqui, ele abri a boca algumas vezes, mas não diz nada.

– Se eu lembrar da ultima vez que você disse que tava com alguém... Deve ter mais de quatro semanas... Vamos fale, me conte, e porque você me beijou?

– Julie... Ele tem Vinte e um, ta tudo tranquilo... Eu... Não sei explicar.

Muitos espaços vazios. Minha cabeça doe mais do que não consigo me lembrar. Tanto a parte da frontal quando o lado esquerdo. Não sei o que estou fazendo aqui.

– Muitos espaços vazios, Isaac. Tenho que ir. Volto a correr.

O sofá cai na minha frente. Me assusto. Não tem nada aqui. Sinto o tapa da Isabela no meu rosto. Isso doe. Fico triste. Sinto a sopa queimar.

Lembro de comer macarrão em uma sala escura. Lembro da Camila e do Rafe, lembro da foto que o Peter mandou de avental. Tropeço. Lembro da minha promessa.

"Espero que ela não quebre o meu coração"

"eu não vou" digo para mim mesma tantas vezes, não consigo lembrar meu nome quando chego em casa.

Peter

Recebo a ligação do porteiro, Ele fala que tem alguém me esperando, não lembro se ele cita o nome da Julie mas lembro me de ter decidi o mais rápido que pude.

Aproveito que a Julie está dormindo para fazer ligações e mandar alguns emails também, quando ela acordar tenho uma surpresa boa e algo pra contá-la.

Ligo o MacBook. Pego o celular e deixo próximo, o Yamaha está com a Witija, então ligares para ele assim aviso os dois de uma vez.

– Irmão, como vai?

– As coisas estão indo aqui... - Nunca vi o Yamaha fazer um silêncio desses na frase. - A Wit, ela não ta muito bem, eu fiz uma comida pra gente, ela correu pra vomitar. Não sei se fiz algo errado, mas tenho medo dela está doente.

– Calma, deve ser alguma coisa que deixou ela enjoada... - Controlo-me para manter o assunto pelo tempo que ele achar necessário.

– Tudo bem, como a Julie está?

– Surtando. Ela está diferente mas o médico disse que isso faz parte das seqüelas do acidente, mas além do mais ela ainda ta falando sozinha, quem dizer pelo que já ouvi ela dizer para alguém que ela era bem próxima.

– Ciúmes? Talvez seja o August, ela não deve ter reagido bem a morte dele e criou ele na própria cabeça. Ela precisa falar com alguém, seja esse alguém que ela pode contar.

– Tentarei, até mais, diga a Witija que eu desejei melhoras.

Desde algum tempo atrás eu soube algo do Isaac que me deixou despreocupado em relação a ele querer tomar a Julie de mim, mas agora está tranquilo. Mando uma mensagem de texto para ele, em pouco tempo responde.

"Encontrei a Julie na rua, ela tava falando sozinha, e quando eu me aproximei ela me bateu!!"

"Agora ela está bem"

"espero que esteja, ela saiu correndo, foi muito estranho"

"Agora ela está bem, eu garanto"

Isaac desliga, não me sinto ofendido.

Abro o email, tenho que comunicar o American Show sobre o estado da Julie. Estou triste, resolvo ligar para minha mãe. Depois dela perguntar algumas coisas, eu toco no assunto que planejava falar.

– mãe, o que devo mudar pela Julie?

– você acha que eu te amo do jeito que você é?

– sim.

– ela deve fazer o mesmo.

– mas você é da minha família.

– ela em breve será a sua.

Ela desliga.

– Com quem estava falando?

– Minha mãe. - Julie parece triste e a deriva - Você não deveria ter levantando.

– To com fome.

– Eu esperava que estivesse.


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