Doce Atração escrita por Arthur Araujo


Capítulo 2
Capitulo Um




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634953/chapter/2

Seus olhos estão vazios, não consigo identificá-los, será mesmo que já os conheci um dia? Em pouco tempo Lembro-me de tudo que já passamos, estou errada, será que ele já foi meu um dia?

Estou com a cabeça curvada, não consigo ver direito, a pouca luz chega até nos, o carro mexe, o cabelo loiro do Gustin ganha tons escurecidos a cada segundo, como se sua barba parecesse crescer nos milissegundos, acho impossível mais sua boca está diferente. Não consigo me mexer mas sinto tudo caindo.

– Peter? - Grito. Aliviada por ouvir o som da minha própria voz. Estou confusa, minhas memórias parecem um castelo de arreia feito na beira da praia que está sendo invadido pelas ondas.

Choro. Não quero que levem meus castelos embora. Não quero que o levem embora.

Peter Abre o olho ardidamente e se inclino sobre a maca. Fico olhando fixamente pra mim.

– Cadê o Gustin? Ele... Estava me encarando, igual a você, ele está aqui?

Peter desvia o olhar, tento não subentender o que seus atos dizem, espero ver o Gustin sentado em algum lugar.

– Ele...

Não completa a frase, já sei o que isso quis dizer, eu já sabia, só não queria acreditar.

– Sinto muito. - Ele diz.

Estou chorando.

– tudo bem. - digo. - Eu só quero sair daqui.

Tento me mover mais a grande quantidade de fios me impedem.

Olho para minhas mãos, as pontas dos meus dedos estão virando poeira, meu braço adormece volto para o acento, encostando-me no travesseiro.

Quero gritar, mas não tenho voz. Não sinto minhas pernas. Meus olhos doem como se fossem sair de órbitas, tudo fica borrado e então escuro.

Não quero abri-los. Por um tempo sinto as lágrimas escorrer por minha bochecha. Duas vezes que o Gustin se foi e nenhuma delas eu consegui me despedir.

– Vou chamar a enfermeira. Volto em breve. - A voz do Peter parece distante.

Não sei quanto tempo dura, ou se pego no sono, quando abro os olhos não vejo mais meu namorado, não há ninguém aqui, não na minha frente.

Tento me levantar. Bem sucedida. A quantidade de fios aqui diminui.

– Parabéns. - Alguém diz. Viro para a esquerda, olhando no sofá das visitas. Ele está lá. Não sei como é possível. Está usando sapatos sociais. Calça jeans escura. Camisa xadrez vermelho, roxo e vinho. Uma das mãos está em seu bolso. Outro braço está esticado pelo a cabeceira do sofá. Sorrio. - Não achei que veria você acordada tão cedo.

Olho pra baixo, tiro as agulhas do meu braço, não preciso disso. Estou vestido uma roupa comum de hospital. Envergonhada percebo que não ha nada por baixo. Lembro que já fomos casados, levanto-me.

O contato dos meus pés com o chão gelado faz meu corpo tremer.

– Digo o mesmo de você.

Ele está sorrindo e balançando a cabeça. Tenho medo do que ele vai dizer.

– Depois de tudo não vai vir me dar um abraço?

Corro até ele, que está se levantado, minhas pernas estão bambas, tento me sustentar em pé. Chega a ser engraçado.

Henrique estica os braços para mim. Tento apertá-lo. Senti-lo de novo. Mas isso é impossível. Afasto-me. Ele me olha. Dou passou para trás. Me bato na maca.

Não consigo mais agüentar o peso do meu corpo. Deixo meus joelhos cederem. Caio no chão, tento secar as lágrimas não quero que ele me veja chorando.

Abraço minhas pernas. Tenho uma visão como se fosse um passado ou um futuro esquecido pelos deuses que chegou hora de acontecer.

Envolve-me com meus braços. Estou em posição fetal, com cabeça abaixada mas o vejo se aproximar. Ele vai se sentando devagar, fica ajoelhado, põe um fio do meu cabelo para traz da minha orelha. Então senta sobre as próprias pernas.

– não é culpa sua. - Ele diz.

– Tento acreditar. Mas não parece verdade.

– Não ainda não perceber não é mesmo.

Não sei o que isso quer dizer.

Ele se levanta. Caminha até a porta do quarto. Levanto-me depressa.

– Onde você vai? - Indago. Minha voz ta gaga.

– Eu volto. - Gustin diz antes de desaparecer pelo corredor.

Fico com os olhos fixos na porta, permito-me sorrir quando ouço passos se aproximando. Não é ele. Peter entra no quarto. Parece espantado.

– você... Não deveria ter tirado os fios.

– Você também não deveria manter tanto espaço em uma frase.

Ele parece ainda mais confuso do que eu.

– Não importa. Você já vai por ir embora amanhã. Eu queria ficar com você mas não sei se serei uma boa companhia. - Ele está frio. - Vejo você em breve. É melhor tomar um banho. Terá muita coisa pra fazer.

Não consigo definir como estou mas o que expresso é raiva. Como ele acha que tem o direito de falar isso pra mim? Quero acreditar que não seja pelo maldito contrato.

Isso não pode ser real. Tem algo errado. Eu nunca renegaria comida. Ele tem razão. Preciso pensar. Localizo a porta do banheiro e caminho até ela.

Água queima minha pele. Não ligo. É tão bom sentir alguma coisa. Minha cabeça parece uma pedra de gelo derretendo. Porém ainda durante e vazia. Queria me lembrar mais.

Consigo ver o carro subindo, saindo da pista enquanto tava no ar. Sinto-o volta. Meu corpo tem a sensação de ir junto. Sinto o que parece ser o pneu bater no chão. Sinto meu olhos se fecharem.

Abro-os tão rapidamente que minha cabeça doe. A água está fechada, apenas por algumas gotas que aem em mim.

Minha cabeça está encostada na parede assim como minhas costas e minha bunda no chão. Minhas mãos estas sobre meus joelhos dobrados. Estico um pouco das pernas.

– Bela posição.

Olho para o lado com medo. Só então me question como a água parou e tenho medo da resposta.

– Quem bom que você se banhou. Estava ficando ruim permanecer do seu lado o Peter deve amanher mesmo você.

– não tenho certeza se ele faz.

Me sinto constrangida por uma das pouca vezes que estive na presença do Gustin.

– Você estava diferente. - Digo.

– Talvez porque eu esteja morto. - Ele diz. - A morte muda as pessoas.

– Você não pode.

– Sim querida, eu posso. Assim como você pode mudar sua visão sobre mim.

Tenho racionalizar, lembro de ter chamado o nome dele e ele não ter respondido. Lembro de digitar números, um código, uma data, sinto um frio sobre minhas mãos. O Peter as vezes tem mãos realmente geladas. Penso nas coisas que ele me disse.

Me Apoio nas barra de ferro da porta do boxe do banheiro. Levanto é pego a toalha. Não fico contente em vestir aquele vestido sem graça.

Preciso trocar de roupa. Onde vou achar roupa que eu possa vestir e continuar aqui.

– Preciso de você. Conhece isso aqui? - Pergunto na esperança o Gustin poder responder.

– Você já veio aqui antes.

Não lembro quando, mas deve ter acontecido. Antes de sair do banheiro rezo pro Peter não estar, pois ele me impediria de ir atrás de uma roupa.

Graças a Deus ele não estar. Caminho devagar e saltitante. Ponho um pouco da cabeça para fora. Não já ninguém nesse lado do corredor.

Há três caminhos um largo cheio de barulho seguindo em frente. Um corretor para esquerda e pra direita, diferença é que a luz de uma pista e a outra está estável.

– Direita. - Obedeço o Gustin.

Começo a correr. Pulando para não fazer barulho. Caminho na porta dos pés até o Gustin Mandar eu parar

– Sobe essa escada.

Tem poucos degraus mas da duas voltas. Termino de subir. Está vazio também. Ha três caminhos de novo, similar a parte lá em baixo.

– Para frente

Corro freneticamente no corredor largo até ouvir uma voz.

Ela fica mais alta a cada segundo. Abro a porta atrás de mim e entro. A voz é de dois rapazes, olho pelo burraco da fechado e vejo ele passaram e se afastarem. Depois sigo meu caminho.

– Esquerda.

O corredor acaba.

– Como sabe dessas coisas? - Pergunto.

– O Peter sussurrou no seu ouvido. Ele disse que passou um tempo andando pelo hospital.

Olho para o Gustin, por um minuto ele parece ter derretido, sumidade perante meus olhos, então fica tudo normal. Seguro sua mão. "Por aqui." Ele me diz.

Corro até uma porta. Giro a maçaneta. Está aberta entro.

Há um tapete e almofadas no canto. Algumas prateleiras lotadas fazem parte do lugar. Procuro dentro das caixas algo pra estudar. Fico com uma camisa branca e uma calça azul bem claro. Sento-me no chão contra a parede.

Pego um travesseiro. Abraço-o. Não quero pensar na minha vida. Mas sou obrigada a imaginar o que farei quando sair daqui. Olho para o Gustin ele parece pálido. Quero perguntar se está tudo bem mas ele me perguntar de volta não saberei como responder. Isso é tão cansativo.

Passo os dedos pelo veludo. Inclino-me para o lado. Permito-me chorar. Pois sei que ele não está aqui de verdade. Sei a verdade mesmo me recusando a acreditar. Eu só quero me lembrar dele por mais um tempo.

Meus olhos se fecham.

Tento picar, meu corpo parece leve e móvel, tão próximo de um lugar novo. Abro os olhos. Vejo meu rosto num espelho estou tão estranha. Tão... Assustada. Estou num banheiro. Ligo a torneira e lavo o rosto.

Saio do cômodo. As luzes estão baixas. Um jovem Henrique está deitado na cama. Reconheço a menina do espelho como uma velha lembrança.

Caminho até ele. Deito-me sobre sei corpo. Nossos lábios têm sintonia. Ele tira a alça da minha roupa de dormir. Beijo seu pescoço.

– Está tudo bem. - Digo.

– É minha primeira vez também. - Ele diz.

Tento sorrir. Ele tira a camisa. Não para de me beijar. Ele tira meu vestido de seda fina. Beija minha barriga. Pulsa minha calcinha devagar. Não diz nada.

Estamos prontos. Sei quando chega a hora. Não sinto dor. Quero chorar, não por estar triste. Mas pro olhá-lo e saber que ele nunca me abandonaria.

– Julie. - Chama alguém.

Abro meus olhos devagar. Peter está aqui. Não sei como ele me achou. Não me importa. Todo meu amor ficou no passado.

Estendo os braços, sinto frio, o quero comigo. Peter me abraça. Sinto meu corpo sendo erguido. Fecho os olhos novamente. Sem sonho nem lembranças. Só vejo escuridão até eu acordar novamente.

Peter

Tem sido difícil. Para todos nos. A atitude dela é considerável. Mas não quero aceitar que ela pode ser tão liberal assim quando eu não consigo nem dormir. A família dela está aqui. Saio. E começo a caminhar.

O lado de fora do hospital é bonito. Não acho que só a dois lugares que eu preciso ir. Para casa e ao cemitério. Quero descansar, mas nada poderia fazer se o fantasma do Gustin não tiver bem enterrado.

– Sr. Eagle? - uma voz feminina me chama. Olho para trás. É uma garota com aparentes quinze anos. Ela se aproxima de mim e estende a mão. Sou educado a aparto. Seu cabelo castanho claro está preso em uma trança única e lateral. Ela está com um vestido azul. Ela me lembra a Julie, porém mais jovem. - Sou Lea Miller. Você tem um minuto?

Olho para os lados não acho uma desculpa para recusar e acabo intrigado por quem é essa menina. Sua voz é doce.

– Tenho sim.

– Estou o acompanhando muito antes de chegar aqui com sua namorada. Mas gostaria de tomar um café? Tenho algumas dúvidas para tirar.

Quero rir. Uma perseguidora? Será que ela sabe o nome da Julie? Seguro para não mandar ela marcar hora com minha secretaria.

– Com todo prazer.

Acompanho-o até um anexo do hospital onde fica a praça de alimentação para os acompanhantes.

Há uma rede de café expresso aqui, não muito famosa, mas boa.

Sentamos-nos numa mesa alta. Observo a garota enquanto ela pede um cappuccino pra si e um chá para mim.

– Quem é você Senhorita Lea?

– Isso lhe custará muito a descobrir.

Fico tenso.

– Estou brincando. Sou detetive particular. Você me contratou tem algumas semanas, lembra? Queria saber sobre a moça e o ex marido dela. Pelo visto achou as coisas mais rápido que eu. Entretanto. Sei de um fato que talvez lhe interesse bastante.

– Como pode ter tanta certeza?

– Isabela ficaria sem reação ao saber seu conhecimento sobre tais fatos.

– Como assim? – Não consigo negar agora estou curioso.

Lea pega um envelope sobre o caderno debaixo da sua grossa agenda de capa azul marinho. Ela puxa de dentro alguns papeis e os entrega para mim.

Parece uma tomografia, tento identificar, percebo que é um quadril. Entendo que é um abdômen, os pulmões estão mais cinza do que as outras áreas, mas ainda sim o resto não escapa.

– O que é isso? – Pergunto.

– O Gustin estava mais brilhante que uma arvore de natal.

Ela estica a mão e me mostra uma imagem de um cérebro.

– Esse é o mais recente. Talvez isso explique o surto que ele teve para fugir. – Observo com cautela tentando entender. - Digamos o que ele estivesse contaminado por inteiro... Então o filho dele com a Julie pode ou poderia nascer com defeitos.

Fico com muita raiva levando.

– Não quero saber.

Saio da cafeteria.

– Espere, senhor.

Viro-me para ela.

– Mas, não que dizer que ele teve um filho com ela.

Não entendo.

– Então o que quer dizer?

Tento somar um mais um. Espero a resposta dela.

– O nome dele é Nolan. E ele deve ter mais ou menos cinco anos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Atração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.