Doce Atração escrita por Arthur Araujo


Capítulo 1
Prólogo




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Peter

Olho seu rosto, passo o dedo por sua mão imóvel, observo seus batimentos na tela. Não me lembro como cheguei aqui, nem faço questão de me importar com as últimas horas. Espero que ela acorde.

Desde ela saiu da festa eu sabia que tinha algo errado, falhei em não ir diretamente atrás dela, quando me dei conta não havia lugares possíveis pra Julie estar.

Sua ligação fez meu coração acelerar, e pará-lo no instante seguinte, ela não respondia, eu não consegui pensar, o barulho, maldito barulho, graças que o rastreador de ligações foi mais rápido, eu falei com a polícia no tempo necessário, ou talvez não o bastante.

Isso. Não importa. Ela está bem agora. Henry Gustin não está, não sei se eu queria que ele estivesse. Eu o mataria por ter posto a vida dela em risco, dinheiro cega as pessoas, temo minhas manias por comida, só consigo senti medo agora. Sua mão está fria.

Tocar sua pele gelada me dá arrepios, olho os canos que levam ar até seus pulmões, se eles parassem o que eu fazia. Não quero pensar.

Completo mentalmente cada palavra que ela disse, tentando imaginar como ela se sentiu naquela hora.

Eu queria dizer "Julie, eu também preciso de você, não tanto quando você precisa de mim agora, desculpe se o Gustin faleceu, não faleceu é uma palavra fraca, ele morreu, eu não quero Que você morra, não precisa implorar. Estou no caminho"

Faz dois dias que ela continua parada, não se move apenas alimentada com soro, não quero deixá-la, Richie me obriga a sair, tento me recompor a ponto de conseguir vestir um terno e me preparar para um tribunal, Isabela estará lá, fico o caminho no carro repassado o que devo falar. Richard ta usando os termos que a Julie escreveu.

Não ouço o que a juíza diz na maior parte do caso, o Júri avalia com atenção, Richard parece o melhor advogado que eu já tive, ele parece ter nascido pra isso, tanto que conseguiu impor um contra processo, meus bens estão liberados, Isabela está sobre custódia.

Estou voltando pra casa, quero voltar Para o hospital, o cansado me consome, Witija e Yamaha passam a noite com a Julie, me sinto culpado por não tê-la ajudado antes nem estar do seu lado agora.

Passo a quarta-feira inteira lá, as pessoas do hospital não ligam, eu leio, vejo TV no volume baixo, escuto um pouco de música, coisas pra relaxar como os médicos indicaram e falaram que poderia a "puxar de volta", Meu irmão e a melhor amiga da Julie, estão aqui logo quando chega a noite, eles me obrigaram a sair para no mínimo trocar de roupa.

Vou pra casa, America e Theo disseram que viriam, eles tiveram que sair da cidade por causa do trabalho, mas já estariam de volta. Tento dormir um pouco.

Hoje é quinta, a chuva caiu tanto forte que me recuso a ficar parado imaginando como seria com a Julie aqui. Os parentes dela chegaram esta manhã, eu não queria incomodá-los.

Achei incrivelmente estranho eles não ficarem aqui, o amor dela pela filha pareceu tão franco, mas também acho que ela foi solidária ajudando a pouca família do Henry, eles opinaram por fazer o funeral quando a Julie acordasse.

Com a empresa de volta em minhas mãos, estou estonteante e confuso. Não reabrimos as portas, não ainda. Há uma grande querela aqui dentro, pelo menos tenho minha casa de volta.

Penso em ligar a TV, mas tenho uma idéia otimista. Vou para o quarto, abro a aba de pesquisa, tento fazer alguma coisa, mas Julie não sai da minha cabeça.

Sinto medo. Quero que ela acorde, mas não sei quais poderiam ser as consequências.


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