Depois de uma sessão de beijos e carinhos, trocados na cama do hotel, Emma e Regina foram tomar um banho, para poderem descerem para as atividades do dia. O banho demorou mais que o planejado, pois continuaram o que haviam começado na cama. Depois de estarem devidamente vestidas, Emma estava olhando algo em seu celular, quando Regina lhe chama a atenção.

— Meu anjo, vamos?

— Claro, meu amor!

— O que estava lendo?

— Eu recebi um e-mail de um antigo amigo, ele vai estar aqui hoje.

— Amigo? – Regina questiona, com a sobrancelha erguida. – Que tipo de amigo, Emma?

— O tipo normal. Conhece o conceito?

— Engraçadinha, vamos logo. – Regina se dirige a porta do quarto. – De onde ele é?

— New York. Trabalhamos juntos há um tempo atrás, quando fui correspondente do jornal dele.

— The New York Times? Por um acaso, você está se referindo ao Jefferson Stan?

— Sim, esse mesmo.

— Ele tem uma fama de conquistador.

— Assim como você. – Emma apontou sorrindo. – Fomos apenas colegas. Na realidade ele era meu chefe, mas nada além disso.

— Eu sou sua chefe. – Regina fala em um tom irônico.

— Vai para o inferno, Regina. – Emma tenta passar pela porta, mas Regina para na frente. – Eu não quero brigar, me deixa descer.

— Também não quero brigar. Estou apenas curiosa, não posso saber detalhes sobre essa amizade?

— Eu odeio quando você insinua coisas, principalmente referente a relacionamentos. Já te falei, que nunca me beneficiei dos meus relacionamentos pessoais para subir em minha carreira.

Regina solta um grande suspiro.

— Emma, eu sei que eu sou grosseira as vezes, mas eu não gosto deste cara. E não quero contato com ele.

— Fique à vontade, eu vou conversar com ele normalmente, é só você ignorar.

— Emma...

— Não me venha com Emma em mim. Eu não sou sua propriedade Regina, entenda isso de uma vez por todas.

— Eu nunca pensei isso.

— Mas age como. Eu não vou aceitar que tente mandar em mim, nem pense em fazer isso. E tem mais, o e-mail que eu estava lendo, é uma oferta de emprego.

— Que você não vai aceitar, é claro. Esqueceu que já tem um emprego?

— Fui demitida...

— De novo isso? – Regina bufa impaciente. – Não arrume desculpa, se quer aceitar, não precisa fazer de conta que não tem opção.

— Se eu quiser aceitar, farei isso, pode ter certeza. Não preciso me justificar para você, agora me deixa passar.

Regina cruzou os braços, ainda plantada firme na frente da porta. Fazendo Emma girar os olhos e ir para o banheiro, onde ela bateu a porta com força. Regina esperou a loira voltar, mas passou alguns minutos, e sua impaciência falou mais alto do que seu orgulho.

— Emma. – Regina bateu na porta do banheiro, que estava trancada por dentro. – Por favor...

— Eu perdi a vontade de ir. Pode ir sozinha, eu vou ficar aqui mesmo.

Regina respira fundo, e acha melhor fazer o que a loira propôs, assim daria tempo para as duas esfriarem a cabeça. Ela desce para uma palestra, mas não consegue se concentrar em nada, que não seja a loira marrenta que deixou no quarto. Decide abandonar a palestra em que estava, e vai na direção dos elevadores, mas antes de chegar ao seu destino, olha uma cena que a desagrada profundamente.

Emma estava conversando animadamente com Jefferson Stan, de longe podia notar que ele estava dando em cima de sua loira. Se aproxima a passos largos, interrompendo a conversa deles.

— Emma, podemos conversar em particular?

Emma olha de Jefferson para Regina, e concorda com a cabeça.

— Jeff, nos falamos mais tarde?

— Claro loirinha, já sabe onde fica meu quarto, não é?

— Você mencionou. – Emma comenta sem graça. – Até mais.

Emma segue uma Regina furiosa, elas vão até a área das piscinas. Quando finalmente Regina olha nos olhos verdes da loira, Emma percebe a decepção nos olhos castanhos e desvia o olhar.

— Perdeu a vontade de estar comigo, isso sim, não é verdade? Pois não teve problema nenhum em descer e conversar com seu amigo.

— Regina...

— Eu acho que o editor do The New York Times é mais atraente do que uma editora de um jornal de fim de mundo.

— Você está sendo injusta comigo.

— Estou mesmo? O que te impede de me trocar por uma chance melhor?

Emma acerta um tapa no rosto de Regina, que surpresa com o gesto, apenas coloca sua mão no local, sentindo seu rosto ferver.

— Meu amor por você. Ele me impede de muitas coisas, Regina. Mas nunca vai me fazer ser submissa e aceitar suas ofensas calada. Vai para o inferno com o seu sobrenome e dinheiro. No fundo você é igual ao seu irmão, uma pessoa mimada e arrogante.

Emma deixa Regina sozinha, indo para o quarto de hotel. Regina senta em uma cadeira vazia, perto da piscina, e se permite chorar. Não queria ter exagerado com Emma, sabe que passou dos limites, mas não conseguiu segurar o ciúme incontrolável que sentiu ao ver Emma com Jefferson. Ficou por ali mesmo, tentando colocar seus pensamentos em ordem. Não quis ofender a loira, mas quando viu já tinha proferido aquelas palavras, e não podia voltar atrás.

Algumas horas depois, quando Regina entra no quarto de hotel que dividia com Emma, percebe a mala da loira pronta perto da porta. Sente um nó na garganta, pensando que talvez elas não conseguissem se acertar. Emma está sentada na cama, olhando para fora da janela, e nem percebe a presença da morena.

— O que significa isso, Emma? – Regina questiona com a voz falhando.

Emma olha para Regina, a loira estava com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Levanta da cama, e se aproxima da morena, quando chega a um passo de distância, ergue sua mão direita e acaricia o lado do rosto em que havia acertado o tapa.

— Desculpe por isso, eu não deveria ter sido impulsiva, mas eu perdi o controle. – A loira falou baixinho, enquanto alisava o rosto de Regina. – E só para esclarecer, eu estava indo atrás de você, quando encontrei o Jefferson no meio do caminho.

— Emma...

— Deixa eu concluir. – Emma pediu doce. – Eu amo você com todo o meu coração, nunca duvide disso, por favor!

— Você está terminando comigo? É isso, Emma?

Emma sorriu tristemente e selou seus lábios nos de Regina.