Emma olhou para Cora preocupada, a sogra nunca tinha ido até sua porta antes.

— Emma, querida. Você se retirou tão cedo ontem de noite, que fiquei preocupada que não estivesse se sentindo bem. Agora pouco, ouvi barulhos no corredor, por isso vim aqui ver se estava tudo certo.

Emma estava em choque, Cora tinha ouvido alguma coisa, e estava pescando informações, o que falaria agora?

— Eu só estava cansada, acabei dormindo super cedo. Não precisava se preocupar...

— Mas eu me preocupo, estou sempre atenta aos meus filhos, e consequentemente a você também.

Emma engoliu em seco, Cora era muito perspicaz, tinha percebido algo, restava saber o que.

— Obrigada por me incluir, eu fico realmente grata.

— Não precisa agradecer, família é para isso. Vamos descer?

— Claro, vamos sim, eu já estava indo para tomar café mesmo.

As duas desceram as escadas em silêncio, foram tomar café da manhã juntas, Emma estava mais quieta que o normal, o que não passou despercebido por Cora, que estava observando a sua nora.

Killian surgiu alegre, beijou o rosto de sua mãe e depois a testa de sua namorada.

— Bom dia família! O domingo vai ser lindo! Vocês viram o sol lá fora?

— Não querido, faz pouco que descemos, ainda não fomos na rua. – Cora respondeu. – Mas acho que poderíamos aproveitar o dia na piscina, o que acham?

— Excelente ideia. – Emma respondeu rapidamente, um domingo na piscina em família, era mil vezes melhor, que um domingo sozinha com seu namorado. – Faz tempo que não fazemos isso!

— Claro amor, você está sempre ocupada com aquele jornal! Nem tem tempo para mim...

— Killian, não deixe a garota sem graça. – Sua mãe lhe interrompeu. – Reclame com a Regina, que está passando trabalho demais para a sua namorada.

Emma agradeceu por não estar com nada na boca, senão com certeza, teria se engasgado novamente. Cora realmente estava desconfiada de algo. Ela e Regina precisam conversar sério.

O resto do café da manhã, passou tranquilo, sem mais cobranças ou frases ambíguas por parte de Cora.

— Vamos trocar de roupas e já vamos para a piscina, Mamãe.

Cora concordou com a cabeça, e Killian e Emma subiram para o andar de cima. Na frente do quarto de Emma, Killian prensou Emma na parede, lhe pegando desprevenida e lhe beijou. Emma retribuiu, meio que no automático, mas não conseguiu evitar comparações. Sempre gostou de beijar o namorado, mas agora não tinha mais graça. Não era os lábios dele, em que desejava se perder. Foram interrompidos por um pigarrear de garganta, quando se afastaram, Regina estava na frente deles, com uma expressão nada boa.

— Irmãozinho, o corredor não é motel!

Emma queria poder sumir, já não bastava de sido surpreendida por esse beijo, ainda foi pega em pleno ato pela Regina. Que não estava contente, seu maxilar estava travado, e parecia se segurar para não piorar a situação.

— Regina, deixa de frescura, você nunca foi puritana. Está adquirindo novas manias, agora? Esqueceu de quantas vezes eu te flagrei por aí, com alguma mulher qualquer?

Regina ficou ainda mais irritada com esse comentário, a vontade de esganar seu irmão estava enorme. Ele estava com aquele ar arrogante, que ela tanto detestava nele, e seu braço rodeava a cintura de Emma possessivamente. Queria muito cortar a mão dele fora, quem sabe assim, ele parava de agir como um idiota.

Emma olhou para Regina, como se pedisse desculpa, e a morena respirou fundo. Killian continuou.

— Irmãzinha, vai colocar seu biquíni, iremos todos aproveitar o belo dia de sol na piscina. E nem pense em negar, você não vai trabalhar hoje, vamos todos curtir uma folga!

Regina arqueou sua sobrancelha, e respondeu com o máximo de ironia que conseguiu reunir.

— Com uma condição, eu não vou falar de trabalho, mas você irá me emprestar a Swan por um segundo. Te encontramos na piscina, o que acha?

Killian sorriu orgulhoso, achando que tinha ganhado o argumento, concordou com a cabeça, deixou um beijo na testa de Emma e foi para o seu quarto, colocar a sunga.

Emma e Regina se encaravam, sem dizer uma única palavra, Regina a puxou pela mão, entrando no quarto da loira. Ainda sem falar nada, Regina a conduziu até o closet, segurando pelos dois lados da sua cintura, em suas costas, sussurrou em seu ouvido.

— Vai, escolhe o biquíni, Swan! Você precisa ficar linda para o seu namorado!

— Regina...

— Não quero ouvir.

— Você está sendo injusta!

— Injustiça é presenciar aquela cena ridícula no corredor!

— Ele é meu namorado!

— Eu sei porra. – Regina soltou Emma e lhe deu as costas, passando a mão pelos cabelos. – Você acha que não sei disso? Eu estou com raiva do meu próprio irmão, e ele nem tem culpa disso. A culpada de toda essa história sou eu, apenas eu.

— Ei. – Emma lhe puxou pelo braço, fazendo a morena ficar de frente para si. – Eu também sou culpada, quando um não quer, dois não fazem!

Regina suspirou pesadamente.

— Me desculpa, eu exagerei, mas não foi uma cena que eu gostaria de ter visto.

— Está tudo bem, baby!

— Eu nunca senti isso antes.

— Ciúmes? – Emma perguntou, segurando o riso. – Você nunca tinha sentido ciúmes?

— Palhaça. Não, eu nunca tinha sentido ciúmes de uma mulher antes, satisfeita? – Questionou irritada. – Você já teve a sua cota dele, agora foi a minha vez.

Emma gargalhou, e puxou Regina para um abraço.

— Estou feliz de ter sido a causa dele. – Sussurrou no ouvido da morena.

Ouviram o barulho da porta do quarto sendo aberta, e Regina se amaldiçoou por ter esquecido de trancar a porta, maldito ciúmes. Se afastaram e Emma se abaixou, como se estivesse procurando algo na prateleira de baixo.

Cora entrou no recinto, surpreendendo as duas, principalmente Regina.

— Mamãe?

— Killian já desceu, vim ver o motivo da demora de vocês! Não estão trabalhando, estão?

Emma a olhou, ainda abaixada e respondeu, diante da mudez repentina de Regina.

— Regina estava apenas me passando algumas informações, enquanto procuro o meu biquíni, não sei aonde guardei ele.

— Certo. Regina, uma palavra? – Questionou, já saindo do closet. – Estou lhe aguardando no meu quarto, não demore, odeio esperar!

Emma e Regina se olharam receosas.

— Tem uma coisa que preciso lhe falar.

— Depois... – Já ia saindo do closet, quando ouviu o resto.

— Ela esteve aqui no meu quarto hoje de manhã, falando que estava preocupada porque me ausentei cedo ontem à noite, e ouviu barulho no corredor de manhã. Eu acho que ela sabe de algo...