Acasos escrita por Renata Guimarães


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

sim, eu sumi, mas porque eu estava (estou) sem computador, comprei um notebook então agora vai!



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— Não sei... qual sua opinião? - Tentei parecer o mais relaxada possível e observei o céu naquele processo de passar do entardecer para o anoitecer, a luz ficando mais tênue.

— Não tenho uma opinião, só acho meio estranho... digo, vocês não parecem ter muito a ver, Mayra é meio irresponsável e você tem uma aparência bem... – ela me analisou. – séria, certinha, correta… sabe? Você tem um emprego e tudo mais, tem responsabilidades, já a gente aqui ainda mora com os pais, a maioria não tem emprego.

— Opostos se atraem, não é isso que dizem?

— É, pode ser, eu posso estar errada, você parece ser legal, eu sinceramente não faria o que você fez no estúdio, se chegassem na gráfica querendo coisa de graça, mesmo que eu não fosse funcionaria. Eu sempre mando eles fazerem vaquinha ou se virarem para pagar.

— Eu fiz por consideração pela Mayra, não queria causar confusão, não sou esse tipo de pessoa.

— É você não tem cara de briguenta mesmo - ela olhou para a tatuagem no próprio braço. – Você tem talento, podia me dar umas aulas.

— Obrigada, muito tempo de prática e sou péssima professora.

— Ah! - ela disse como se lembrasse de algo. – Não estranhe meu jeito não, é que sou meio ciumenta com meus amigos, me preocupo com eles, até porque os conheço a um certo tempo.

Respirei aliviada. Quer dizer então ela não me odeia, se tudo isso foi apenas ciúmes dos amigos, como ela diz, então ela não me odeia, certo? Porque eu estava pegando uma vibe pesada dela.

— Junta meu ciúmes com minha tpm e eu fico assim, meio insuportável, mas eu sei ser agradável, principalmente bêbada, e eu não to nem um pouco afim de grafitar hoje.

Parei um minuto e fiquei observando Mayra e os garotos empenhados no que estavam fazendo. Ela com os cabelos soltos, rosto suado, mas mesmo assim continuava sendo bonita, mesmo com as mãos sujas de tinta e o rosto também.

— Eu até que fui com sua cara, você tem o mesmo gosto por arte que a gente, aqueles outros bestas ali - ela apontou para os garotos. – Um bando de idiota, tudo arroaceirinho, tirando o Igor é claro, acham que tão pichando e não grafitando.

— Vou ser sincera - normalmente eu não sou sincera, prefiro ser educada e acabo sendo política – achei que você estava me odiando pela situação do desenho da tatuagem.

— Olha, eu fiquei chateada, meio puta. Porque, além de ciumenta, eu sou competitiva, amo uma competição e odeio perder uma competição. Na hora eu fico meio puta, mas depois relevo.

Avistei Mayra atravessando a rua correndo para o lado onde eu e Helen estávamos e se jogou entre eu e ela, no meio-fio. Ela limpou o rosto e me deu um beijo, seu rosto estava suado e sujo de tinta e eu nem ao menos me importei, só senti a a respiração ofegante dela batendo no meu rosto, como uma brisa. Os fios do meu cabelo se fixavam ao rosto dela e eu ignorei, me concentrei apenas na língua dela na minha.

— Ta ficando foda, olha só! - ela disse super empolgada apontando para o Drake mal acabado na parede e interrompendo nosso beijo, mantendo apenas uma mão na minha coxa.

— Parece uma criança boba né? - Helen disse olhando pra mim e se referindo a Mayra.

May jogou a cabeça no meu colo e as pernas no colo da Helen e ficou totalmente largada em cima de nós duas. Com os olhos fechados, seu cabelo castanho longo ainda grudado no rosto. Eu afastei com delicadeza esses fios e admirei a beleza do rosto dela.

— Parece – constatei por fim.

Depois de terminar o bendito grafite, fomos todos para uma praça arborizada, eles foram para uma ladeira pra ficar descendo de long e subindo. E Igor ficou me fazendo companhia com uma garrafa de bebida na mão. Eu dei uns bons goles na garrafa e já estava animadinha. Não era apenas a influência da bebida, era também a empolgação deles que estava me deixando empolgadinha. Eles descendo empolgados a ladeira me lembrava o passado, eu, meus primos e meu irmão descendo a ladeira perto de casa – na verdade era uma rua um pouco mais ingrime - na moto elétrica dele. Nós dois nos achando os donos do mundo, os radicais da ruazinha ingrime e eles também se achando os donos do mundo, os radicais da ladeira. Foi aos poucos escurecendo mais e a praça enchendo, tinha area para andar de skate que estava cheio de skatistas, pessoas em pé conversando ou em cima de brinquedos que não foram planejados para a idade delas, um grupo de pessoas unidos em volta de um carro de som fazendo batalha de rima e eu ouvindo tudo, mas sem entender nada... Acho que mcs falam muito rápido para o meu raciocínio, pra mim parece só uma sobreposição de palavras. Pelo menos quem estava lá estava vibrando com a batalha que estava tendo no momento.

Do nada aparece um dos garotos correndo e diz:

— Helen acabou de torcer o pé, bora lá pra baixo que a gente chamou um Uber e vamos direto pra casa da Mayra.

Igor já se adiantou a andar e eu fui atrás.

— Foi grave? - ele perguntou preocupado.

— Não, não foi grave, ela só não tá conseguindo pisar direito, a casa da Mayra é a mais perto, ai vocês vão com ela até lá, botam gelo e colocam um analgésico.

— Vocês quem?

— Você, Mayra e a bonitinha ai.

— Porra, Murilo! Vocês não vão?

— Não, sobrou spray e a gente quer curtir a rua, não precisa de mais de 3 pessoas pra dá um remédio pra ela e gelo no calcanhar.

— Isso é vacilo! É vacilo de vocês... Bando de vacilão do caralho.

— É só um pé torcido, moleque. Ela não tá morrendo, relaxa ae!

Igor deu um empurrão no garoto e u fiquei meio desconfortável com a situação porque eles estavam batendo boca sério. Um empurrão poderia começar uma briga, fiquei observando. Eles só se olharam e continuaram descendo a ladeira. Ao final da ladeira vi Helen que estava no chão aparentemente sentido dor. Igor se ajoelhou pra ficar perto do rosto dela.

— Você tá bem?

— É... Eu vou sobreviver, Igão.

— Vou te carregar pra você não ficar ai no chão.

Ele olhou em volta para os outros garotos e se ele fosse o superman teria derretido um por um com a visão de raio.

— Podem ralando, bando de filho da puta, vaza! - Igor gesticulou bravo e nenhum dos outros garotos discutiu, só pegaram as coisas deles e foram andando. – Deixa eu te tirar do chão. – Ele botou os braços sob ela e a pegou no colo de maneira delicada.

— E o Uber? - perguntei para May, que estava com o celular na mão.

— Ele já deve tá chegando, mandei irem chamar vocês porque achei que o Uber já tava perto, então ele não deve demorar muito.

Ela guardou o celular no bolso da calça, sorriu pra mim, se aproximou e me deu um beijo. De olhos fechados eu vi a luz do farol de um carro e instintivamente os abri e lá estava o Uber virando a esquina da rua da ladeira. Igor pôs Helen no banco da frente ao lado do motorista e eu sentei atrás perto da May e ao lado da porta. Fomos o caminho todo até o carro parar de mãos dadas e trocamos alguns beijos mais tímidos, foi um caminho curto, mas nesses 10 minutos dentro do carro sentir meu corpo arrepiar como se estivéssemos em uma longa viagem de montanha russa.

A casa dela era grande, o que me assustou um pouco, era como uma casa de luxo, casa de classe média alta. Não é do tipo de casa que eu to acostumada a ver todo dia. Mesmo minha família tendo uma boa condição financeira, eles tem uma casa de dois andar tradicional e não uma casa que parece que foi construída por um arquiteto, parece casa de the sims. Nesse momento eu me toquei que na verdade eu não sabia quase nada sobre ela, sobre a vida dela, percebi que só tínhamos trocado poucas conversas no whatsapp, um atropelamento, um jantar, um jantar, um dia constrangedor no estúdio, uma tarde grafitando parede e agora uma noite entrando de forma furtiva na casa dela. May me pegou pela mão, pôs o dedo na minha boca pedindo por silencio e foi andando pela lateral do terreno até os fundos que tinha uma porta de vidro de correr. Apenas soltou minha mão para abrir a porta dos fundos lentamente e quando entramos ela já tinha segurado novamente. Eu e May fomos em silêncio na frente subindo uma escada em espiral que tinha na sala.

— Boa noite, Mayra Ribeiro, você não tem mais modos? Entrando escondida pela porta dos fundos.

Mayra congelou na hora que ouvir a voz, que era de uma moça loira de uns 45 anos, ela era elegante, usava uma camisa social de seda branca e uma calça social azul com um salto alto.

— Se sua intenção era me matar do coração e não ter mais uma filha, mãe, você foi muito bem sucedida.

— Quanto drama! Por que não entrou pela porta da frente como uma pessoa normal?... E por que você está com ela no colo? - Observei o Igor ainda com a Helen no colo e fiquei com pena dele.

— Ela torceu o pé, Cecília.

— Você tá bem, Helen? Vou pegar gelo pra você por nesse pé, pode pôr ela no sofá, Igor.

— Não precisa, Mãe. Eu já ia fazer isso, ia todo mundo pro meu quarto e eu ia descer as escadas, pegar gelo e um remédio para dor.

— Não podem esperar aqui na sala enquanto eu faço isso pra você?

— Não, nós vamos lá para cima.

Eu estava em modo estatua completamente parada, tipo o chaves com piripaque, para minha surpresa a May ainda segurava minha mão.

— Tudo bem, mas tem alguém nesses todo de “nós quatro” que eu não conheço.

— Ah... Essa é a Alana, Alana essa é minha mãe Cecília.

— Prazer, senhora.

— Prazer, Alana... - Ela deu um sorriso educado na minha direção. – Essa é mais uma das suas amiguinhas?

E esse foi o momento que eu tremi na base, quando ouvi o “amiguinhas” em tom de ironia. Então entendi que não era a primeira vez que a mãe dela tinha que lidar com May levando uma garota para o quarto, talvez já tenha feito isso escondido diversas vezes.

— Não, não é mais uma das minhas amiguinhas, ela é... - May olhou pra mim, como se buscasse o que eu era. – ela é alguém especial pra mim.

— Ok... - respondeu perplexa.

Subimos as escadas ainda de mãos dadas até o quarto dela. Abrimos a porta e o caminho para o Igor passar e colocar Helen na cama. Ele avisou que ia lá embaixo pegar o gelo e remedio, ficamos nós, as garotas, no quarto.

— Então... - disse Helen quebrando o silêncio. – “alguém especial”. – E caiu na risada.

— Shiu! Fica quietinha antes que eu torça seu outro pé.

— Ta me ameaçando? Eu não sou uma pessoa especial?

— Não, no máximo você já foi amiguinha.

“Amiguinha”? Isso quer dizer que elas já se pegaram? Eu queria perguntar, mas não achei apropriado, pelo silêncio que veio depois da resposta. E o silêncio meio que foi uma confirmação.

— Liga pro André pra ele vir me buscar, to de saco cheio já.

— Achei que não estivesse falando com o André.

— Eu tenho outra opção? Não quero tomar fora só porque você não consegue lidar com seus sentimentos.

— Como assim eu não consigo lidar com meus sentimentos?

— Gente, eu vou lá embaixo ajudar o Igor. - Sim essa sou eu tentando fugir da situação.

— Não, não, fica ai! – ordenou Helen. – Mayra, se você é uma medrosa do caralho, não desconta em mim, não tenta me diminuir ou me menosprezar nessa merda, você mesma que disse que ela era “alguém especial” e ai eu faço uma brincadeira com você, você começa a ser grossa, se você tem vergonha de assumir o que falou não desconta em mim, ou era melhor você nem ter dito nada.

— Dá licença. – Mayra já ia sair do quarto, só que a Helen ficou em pé em um pé só e segurou o braço dela.

— Não seja covarde, você tem o que medo que a sua “garota especial” saiba que você dorme com deus o mundo? Felizmente hoje eu namoro o André e mesmo que não namorasse não ligo em ter sido “apenas amiguinha”. Até porque o que sai da sua boca não da pra confiar né, você pode dizer isso pra ela e para as outras e outros 300 que você dorme por semana.

E então no meio da tragédia grega chega o Igor com um saco de gelo, um copo d'agua e uma cartela de comprimidos.

— O que tá acontecendo aqui?

Mayra não disse nada, só pegou e saiu do quarto. Eu fiquei sem saber o que fazer, digerindo a informação e imaginando como eu passei de um segundo ser alguém especial para no outro ser alguém que pode ser somente mais uma alguém especial. Me senti meio idiota por saber que ela tem 300 opções de pessoas, incluindo homens e mulheres. Enquanto eu só saio com ela, só gosto dela. Isso me assusta um pouco. Ao mesmo tempo que pode ser verdade, pode ser mentira dita no calor do momento ouN mentira de alguém que já foi magoada. Nós duas fomos parar do lado de fora da casa, nos fundos, ela olhava a piscina que estava acesa, dei alguns minutos para ela se acalmar e perguntei:

— O que aconteceu entre vocês duas.

— Nada de mais, a gente só se pegava, era uma amizade colorida, só algo carnal, nunca envolveu sentimentos sabe. Agora... Não vou mentir e dizer que não dormia com muitas pessoas, realmente eu fazia isso, fazia, não faço mais, eu cansei. Só que o foda é que esse tipo de coisa não se apaga, você ganha uma “reputação” então eu pelo visto sempre vou ser a garota puta que dorme com qualquer um que a interessa.

— Isso é triste.

— Eu dormir com várias pessoas?

— Não, te rotularem por isso, acho isso super errado, seu caráter não é composto por com quantos ou quantas você dormiu e sim por quem você é, as coisas que gosta de assistir, ler, fazer, ouvir. Com quem ou com quantos você transa, só diz respeito a você mesma.

— Eu sei disso, Helen sabe disso, mas ela é meio esquentada, ai ela pega pesado. Infelizmente nem todos pensam assim e essa é uma fama que eu tenho até pra minha mãe, mas se tem uma coisa que eu sou é sincera, todas as pessoas que eu tive algo casual, sabiam que era casual que não envolvia sentimento, que era totalmente carnal e casual.

— Então sobre ser especia, posso me achar por causa disso.

— Deve, eu nunca falei isso pra ninguém, você é diferente, todas as pessoas que eu conheci antes de você eram casuais por eu achar elas padronizadas, você é totalmente única.

Fiquei toda boba, soltei um puta sorriso, não pude evitar sorrir. Não pude evitar andar até ela e beija-la. Eu sorria durante o beijo e a gente estava se abraçando forte durante o beijo. Esfregando o corpo de uma no da outra. Aos poucos tudo foi ficando mais quente, as mãos foram para lugares que não deviam e eu estava com vontade de tirar a roupa dela toda e mergulhar naquela piscina.

— Daqui a pouco minha mãe aparece aqui para estragar tudo. – Ela tomou folego. – Espera aqui um segundinho.

Foi dentro da casa, pegou um controle e apertou um botão que ligou o som na parte externa da casa onde eu estava. Ela já veio dançando, era um reggaeton. Ela tem um puta ritmo, quem diria.

— Nunca imaginei que você soubesse dançar.

— Muitas coisas eu sei fazer e você não sabe, eu sou uma caixinha de surpresa, eu já fui muito mais feminina do que sou hoje, fazia aulas com minha mãe, era nosso programa de mãe e filha.

Ela prendeu os longos cabelos e veio rebolando para cima de mim.

— Eu sou uma dançarina terrível.

Com suas mãos ela puxou as minhas e me fez envolver a cintura dela enquanto ela estava de costas e então ficou dançando bem colada em mim, no meu campo de vista eu podia ver a tatuagem recém feita no pescoço dela, com alguns fios de cabelo por ali, eu queria encher o pescoço dela de beijos. Ela tinha um ritmo nela, que quem olha o estilo e como ela se porta nunca diria. Parece que um dia ela foi uma pessoa completamente diferente de quem ela é hoje. Eu olhei para dentro da casa e vi Helen descendo mancando as escadas e apoiada no ombro do Igor. Ela viu nós duas, acenou pra mim e foi em direção, imagino que, da porta da frente.

— Seus amigos foram embora – avisei a ela.

— É, eu percebi.

— Acho melhor eu ir embora.

— Não! Não... – Ela se aproximou e segurou meu rosto. – Dorme aqui comigo hoje, a gente pode assistir a alguma coisa no Netflix.

Eu parei um momento para pensar, estava pensando se era adequado, a primeira noite que estou na casa dela, acabei de conhecer a sua mãe, se era correto eu dormir aqui. Vontade eu tinha, eu possivelmente iria para casa, assistir a algo no Netflix mesmo, seria ótimo ter a companhia dela e do jeito que ela está acariciando minha mão agora é quase que uma tortura boa, me compelindo para aceitar. Ao mesmo tempo que eu quero muito subir para o quarto dela, eu não quero ser mais uma pessoa na estatística dela de pessoas que ela já dormiu. Apesar dela me passar confiança quando ela fala comigo sobre eu ser diferente e especial. Mesmo eu sentido algo parecido por ela. Eu não tenho muita certeza. Não tenho certeza nem do mínimo, se nós duas vamos nos controlar sozinhas em um quarto, com a mãe dela dormindo na mesma casa.

— Não seria desrespeitoso com sua mãe?

— Não, ela dorme profundamente, ela não se importaria com você dormindo aqui, ela aceita muito bem minha orientação tudosexual e a casa toda tem isolamento sonoro, inclusive meu quarto.

Ela piscou para mim, segurou minha mão e saiu me conduzindo, escada a cima, para seu quarto. Nem aguardou minha resposta e eu não fiz a menor questão de lutar contra. Quando chegamos lá em cima eu tomei a liberdade de trancar a porta e jogar ela na cama o mais rápido possível. Eu não sabia o que eu queria fazer até onde eu queria ir, só sei que eu queria ela. Pude ver o ar de surpresa no rosto dela e um suspiro que interpretei como vontade. Subi em cima dela, deixei meu corpo cair sobre o dela, meu peso contra o peso do corpo dela e então começamos um beijo lento. O ritmo do beijo foi quebrado porque eu a provocava, provocava a vontade dela roçando meus lábios no dela e fugindo do beijo quando ela vinha me beijar, foi assim até que eu mesma não consegui mais resistir, e deixei ela me beijar. Eu sentia a língua dela na minha e era uma sensação ótima. Levada pelo calor do momento eu estava disposta a fazer qualquer coisa com ela. Na minha mente passava a imagem dela rebolando enquanto dançava, todo o ritmo que a cintura dela tinha. Minhas mãos já tinha percorrido boa parte do corpo dela e se encontrava na bunda, puxando para mim e fazendo pressão no meio das minhas pernas. Eu soltei um gemido baixo e ela agarrou meus cabelos. Eu já estava entregue. Foi quando ela puxou meu cabelo para trás respirou fundo e me fitou.

— Acho que deveríamos ir devagar, não é que eu não queria, eu quero, mas não quero que você seja mais uma pra mim e muito menos eu pra você. – Os dedos dela foram lentamente escorregando do meu cabelo e eu deitei ao lado dela na cama olhando o teto.

— Você não seria mais uma pra mim – olhei para ela.

— Então teremos outra oportunidade, hoje vamos só assistir netflix e relaxar, netflix and chill!

Olhei para ela meio contrariada, cortou completamente minha vibe e eu ainda estava com o corpo quente. Netflix nunca te odiei tanto.

— Ok... Netflix and chill, mas quero chill com beijos.

— Pode ser, neflix, chill and kisses.

— Agradeço, agora vamos enfrentar a famosa luta pra escolher o que assistir. Vamos ver Friends?

— Ah não... Bota Orange.

— Orange todo mundo já viu.

— Melhor que não precisamos prestar tanta atenção. – Ela piscou para mim.

Nós duas deitamos juntas e aproveitamos aquele momento juntas.


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Notas finais do capítulo

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