Doce Rendição escrita por NutellaCruz, Mrs Fox


Capítulo 18
Nível Inumano


Notas iniciais do capítulo

[Mariana] Olha só, isso é um capítulo novo? É sim! Aeeewww

Não vou enrolar, desculpa aí pelos erros gente e boa leitura.

PS.: Sei que tô ausente nas respostas dos comentários, mas é que agora que minha licença médica acabou tô ainda mais ocupada, e minha irmã voltou a estudar, então ela tá usando muito o note, e meu celular que me socorria nessas horas foi roubado. Desculpa gente, mas pode ter certeza que eu sempre dou um jeitinho de ler e agradeço a todos eles.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634828/chapter/18

– Pelo o treinamento de ontem deu pra ver que seu controle de chakra é excelente Sakura, verdadeiramente impressionante, porém isso terá que ser elevado a um nível extremo, quase que inumano. - Hiroaki foi até uma arvore na borda do campo de treinamento e pegou uma folha da copa, voltando a caminhar para onde tinha me deixado parada - Pra ser mais exato, preciso que você aprimore o seu bisturi de chakra a um ponto que seja capaz de dividir essa folha ao meio, como se estivesse desgrudando duas folhas de papel.

Acho que nunca estive tão espantada em minha vida profissional, meus olhos estavam arregalados e a boca totalmente escancarada, devia ser uma expressão muito ridícula até mesmo para meus limites, essa que eu deveria desfazer, mas estava espantada demais com o absurdo que tinha acabo de ouvir para pensar em outra coisa.

– Cortar ao meio? Como se tivesse dividindo ela exatamente em duas? I-isso é impossível Hiroaki, é um absurdo. - balancei a cabeça em um sinal de não, junto de minhas mãos que se mexiam freneticamente, dando mais enfase na minha opinião.

– Foi por isso que eu falei que era quase inumano, o nível de um ninjutsu médico como esse é inimaginável para qualquer um, nem mesmo Tsunade-sama seria capaz de fazer isto que estou lhe propondo. Foi por isso que abandonei a pesquisa desse método de cura à alguns anos, por achar que seria impossível.

– Se nem Tsunade-shisou conseguiria chegar a esse nível o que te faz pensar que eu possa? - sim, eu estava falando de forma histérica, e não me espantaria se um terceiro me dissesse que pareci uma louca desesperada, porém ouvir que a única forma conhecida para me salvar era basicamente atingindo um nível que seria um milagre dos deuses não ajudava em apaziguar meus ânimos. - Ela foi minha mestra, o que sou hoje devo aos ensinamentos que aquela mulher me passou, não tem como superá-la.

Olhei firme para seus olhos claros, até que ele sorriu levemente como se minha reação o diverti-se, mais tarde eu até poderia concordar que minha postura não estava sendo das melhores, muito menos profissional, afinal eu era a paciente da história por menos acostumada que estivesse, e ele era o meu médico, pessoa a quem eu devia obediência e respeito sobre a opinião profissional, principalmente lembrando meus descontentamentos quando era questionada por um paciente sobre meus pareceres médicos.

– Como eu disse, foi por achar impossível que desisti desse método anos atrás, mas vendo o Selo Yin na sua testa achei que poderia ser possível. - tentei fazer a observação que eu não era a única usuária daquela técnica, mas nem consegui abrir a boca direito e fui interrompida por sua mão erguida - Já sei, você vai dizer que Tsunade-sama também usa a mesma técnica, mas Sakura você levou apenas três anos para isso, enquanto ela passou quase uma década. Quando você apareceu na porta da minha casa dizendo que era uma ninja de Konoha e sua pupila achei que a marca tinha sido conquistada a pouco tempo, pelos boatos que ouvi nas minhas viagens Tsunade assumiu o posto de Hokage a uns seis, sete anos atrás, o que significava que você já tinha superado sua mestre em habilidade de armazenamento. Foi por isso que disse que isso era sua diferença, - ele apontou para minha testa ao falar - não é só uma ferramenta fundamental para o processo que teremos de realizar de cura, é também a prova da habilidade espantosa que você tem.

Desviei meus olhos do seu rosto para as árvores que nos circulavam, absorvendo cada significado preso nas silabas, ele conhecia minhas habilidades e me orgulhava do meu potencial atingido, o controle perfeito de chakra que antes me parecia quase inútil para me tornar uma grande kunoichi tinha virado o meu grande trunfo no campo de batalha. E ainda assim pensar no que ele pretendia para mim era assustador demais para aceitar assim tão facilmente.

– Pude ver no treino de ontem que o seu controle não é só perfeito, como também fácil, alguns ninja fazem treinamentos especiais para regularem o gasto de chakra, afinal não adianta possuir grande quantidade de chakra se você desperdiça mais do que usa, porém isso é tão natural em você que nem exige concentração, nem quantidades absurdas de chakra para qualquer coisa. Conversei com Tsunade-sama à noite depois do treino, ela riu quando falei de minhas observações sobre seu nível, e me deixou ainda mais espantado me revelando que em somente três anos você tinha chakra o suficiente para seu Selo Yin. Isso é incrível, e mesmo que você não veja, é praticamente inumano Sakura, pode parecer assustador, mas sei que você é totalmente capaz de fazer isso.

Passei meus dedos pela minha testa sentindo uma leve ondulação no lugar do losango, não era mais uma questão de capacidade, e sim de sobrevivência. Não queria e nem admitiria morrer daquela forma, não agora que tudo parecia estar nos eixos. Eu tinha crescido de várias formas, estava tão contente com o caminho que minha vida profissional e pessoal estavam andando que não seria uma doença dessas a me parar. Nunca admitiria uma derrota dessas, não quando até ele estava se encaixando de alguma forma na minha vida.

– Tudo bem, eu só estou apreensiva sobre o resultado disso tudo, - cocei o olhos antes de voltar a encara-lo - explique como isso vai funcionar.

– Entendo, mas tenha calma. - ele deu um leve aperto em meu ambro antes de soltá-lo, me passando conforto e compreensão, como só alguém que lida com doenças alheias sabe fazer com outro. - Pra você fazer o que estou pedindo terá de moldar o chakra na sua mente antes mesmo de fazer o bisturi, assim ficará mais fácil de chegar aonde precisamos mais rápido. Como você irá acabar curando sua própria rede de chakra precisamos que seja algo de áreas extremamente específicas, já que diferente do ninjutsu médico que aumenta a velocidade regeneração de um orgão ou sistema você terá de realizar o processo célula por célula. Os exames não apontaram nada, mas pode ser que seus portões de chakra já tenha regiões afetadas pela toxina da erva, as sessões de expurgo nos ajudarão a ganhar tempo, mas a parte mais importante será o procedimento que terei de fazer junto de Tsunade-sama com você.

– Ai, - suspirei estendendo minha mão para pegar a folha - não vai ser fácil, mas é melhor começar.

Me sentei no chão sem paciência, quanto mais o tempo passava o medo tomava conta de minha mente, e naquele caso tempo e sanidade perdidas de nada seriam úteis. Conforme tentava fazer para a folha se dividir em duas, Hiroaki mantinha-se todo tempo do meu lado, dando dicas de como eu deveria estar procedendo.

Os três primeiros dias foram completamente estressantes, nada funcionava, nem mesmo um arranhão na folha, cheguei a questionar que por minhas Transformações da Natureza serem de água e terra aquilo não seria possível, contando a Hiroaki sobre o treinamento de Naruto com Kakashi-sensei feito anos atrás, mas este negou a possibilidade, já que o bisturi de chakra de um ninjutsu médico tem propriedades bem diferentes das Transformações de Natureza.

As sessões de expurgo não estavam sendo nada fáceis, Tsunade-sama sempre estava junto de mim realizando o processo, já que ela era muito mais proeficiente nesta área que Hiroaki, porém como tudo no tratamento eram necessário que eu me curasse, o que resultava em três horas diárias gastas tentando achar partes do meu corpo infectadas para que Tsunade-shisou pudesse retirar as substâncias. No final do dia eu estava completamente exausta, cada parte do meu corpo sentia os efeitos da doença, era difícil manter alguma comida no estômago, meu cabelo caía durante o banho deixando o chão encoberto por uma camada rosa, e os bolsos das minha vestes viviam cheios de lenços para disfarçarem o sangue que vinha junto da tosse.

Talvez mais complicado que lidar com os efeitos colaterais era fugir de todos meus companheiros, ninguém sabia das minhas condições, e preferi que fosse mantido assim, como médica sempre vi os efeitos que uma noticia dessas poderia afetar as relações do enfermo com parentes e amigos, e não me sentia bem nem fisicamente ou mentalmente para lidar com essa situação. Minha rotina tinha se convertido entre as paredes do hospital e idas aos campos de treinamentos mais afastados da vila, a noite me refugiava dentro de casa, deixando todas luzes apagadas para pensarem que estava dormindo mesmo nos dias que me contorcia de dor na cama, isso quando não era obrigada a dormir na casa de minha mestra.

Lógico que esse comportamento foi observado por alguns, um dia encontrei Ino quando estava a caminho do hospital e tive de ouvir suas perguntas sobre o meu estranho sumiço, dei a desculpa que estava trabalhando numa importante pesquisa com a shisou antes de conseguir uma brecha para escapar, no hospital não tinha sido fácil de despistar suspeitas, sendo necessário alguns berros meus e da antiga Hokage para o fim as especulações. Akio tinha sido o mais insistente de todos, mas uma conversa entre a Goidaime e Shizune-san foi o suficiente para conseguir um jeito de Naruto mandá-lo para alguma missão médica de forma discreta, esta última desconfiava que algo acontecia, entretanto não forçou nada depois que eu pedi para que esquecesse o que estava acontecendo.

Naruto tinha se tornado impossível, sua curiosidade não só era incômoda como estressante, chegando a audácia de chamar Hiroaki em sua sala para tentar extrair alguma informação sobre o que acontecia, ele foi fiel a promessa de sigilo e nada revelou ao Kage. Assim que descobri esse fato fui pessoalmente a sala do Hokage, ninguém ousou me parar ou se incomodou com o barulho do soco que dei no meu amigo assim que fechei a porta, ele acordou assustado, reclamando da dor enquanto massageava a cabeça. Gritei lições de moral sobre insolência e invasão de privacidade, explicando todos os porquês daquilo ser caracterizado como abuso de poder, ele defendia justificando sua atitude com preocupação para comigo.

– Sabia que até o teme está preocupado com você? - ele gritou de volta, surpreendendo-me com a notícia. - Toda vez que nos vemos nessas últimas duas semanas ele pergunta sobre você.

– Sasuke-kun tem perguntado por mim? - repeti a informação abobalhada, Naruto acenou firme com a cabeça, mesmo sabendo que aquilo se tratava mais de uma observação pessoal do que de uma pergunta. - Como ele está?

– Bastante ocupado com a Anbu e fazendo um trabalho para mim, mas mesmo assim ainda acha tempo pra você, mesmo que só com informações.

Seu olhar duro me deixou envergonhada, era explicita a implicação de sua frase, mesmo estando tão ocupada, como eu justificava minha reclusão, deveria ter tempo para aqueles que me eram queridos. Encarei os olhos azuis do meu amigo, e conforme a raiva se dissipava pude ver a situação com clareza, tinha sido Sasuke a incitá-lo em obter informações com Hiroaki, já que usar de sua posição para vantagem pessoal não era típico de Naruto, porém Sasuke não se importaria em recorrer a esse métodos.

– Naruto, o assunto que estamos tratando é delicado, na hora certa você irá saber, mas até lá confie em mim.

No outro dia estava andando junto de Hiroaki para um dos campos de treinamento, eu lhe contava algumas histórias engraçadas com pacientes, ele achava graça e compartilhava as suas, mesmo sem falar, sabia que aquilo era um método de tentar me distrair de tudo que se passava, e eu agradecia por sua atitude.

– Sakura, pelo o que você vive?

Sua pergunta repentina me surpreendeu, abrir a boca para logo fechá-la por falta de resposta. Ele aguardava em silêncio a minha resposta enquanto continuamos o caminho em silêncio, pensei em cada acontecimento importante que me acontecera, nos motivos de minhas decisões e opiniões, e em cada resposta rostos se repetiam na minha cabeça, olhos de diferentes tons de azul, verde ou castanho, olhos negros que passavam da dor, do ódio, para a confusão.

– Vivo por tudo aquilo que amo. - respondi assim que entramos no campo de treinamento.

– Boa resposta. - ele sorriu calmo satisfeito com o que ouvira. - Agora vá logo pegar algumas folhas, creio que até o fim da semana você terá conseguido fazer o que lhe pedi.

Caminhei até uma árvore, usando da minha força pra quebrar um galho cheio de folhas, em outros tempos eu nem sentiria o esforço, entretanto pequenos detalhes com aquele já me deixavam fadigada.

– Este campo de treinamento está reversado para treinamento.

A voz grossa e rouca me chamou a atenção, Sasuke-kun andava sério com uns vinte Anbus o seguindo até Hiroaki que se mantia em pé no centro do campo, nenhum usava máscara, mas como ninja médica conhecia todos ninjas e sua respectivas divisões. O olhos negros do Sasuke-kun fizeram uma rápida análise em Hiroaki, até mudá-los para o campo e se fixarem em mim, larguei o tronco e fui até o grupo, em nenhum momento desviando seu olhar do meu.

– Desculpe-me Sasuke-kun, não sabia disso, iremos para outro lugar.

Tentei sorrir, mesmo que parecesse forçado, esperando que assim nenhuma pergunta fosse feita, sem falar mais nada ou esperar uma resposta iniciei meu caminho para fora daquele lugar, sendo seguida pelo meu novo companheiro, quando senti uma mão se fechar ao redor do meu braço puxando-me para voltar a encará-lo. A intensidade do seu olhar me deixava acuada, esperando que algo saísse de sua boca levemente aberta, entretanto ele somente apertou os lábios, como se estivesse em uma luta interna, antes de me soltar e andar para a outra extremidade do campo. Pisquei duas vezes antes de notar todos aqueles ninjas que observavam a cena curiosos e ir diretamente para aonde Hiroaki me esperava.

– Sabe, dá pra perceber o que vocês sentem um pelo outro somente pela forma como se olham, - ele comentou enquanto nos dirigiamos para um outro lugar - por que não estão juntos?

– É complicado Hiroaki, - chutei um pedra no meio do caminho, tentando descontar minha frustação, - temos um passado difícil, e meio que temos um acordo não dito de levar as coisas com calma.

– Sabe Sakura, pra ir com calma vocês não precisam necessariamente estarem separados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[Lee] oooooi galera, mais um cap ae pra vces e espero que tenham gostado, continue com a gente ke tem mta coisa pra rola ainda hahaha

Vejo vces nos comentários kk bejooooow ;*

Continuem com a gente pois tem ...

[Mariana] ALERTA! TÔ INVADINDO AQUI Gente, eu não sei se ficou exagerado esse nível de controle de chakra da Sakura, foi complicado achar algo no ninjutsu médico dela que pudesse ser melhorado e ainda combinasse com a doença, e deixar ele nesse super nível microscópico foi o único jeito que eu achei.