E se Eu Te Deixar Ir? escrita por Anita


Capítulo 5
Capítulo 3- Zubo (parte 2 de 2)


Notas iniciais do capítulo

última parte do capítulo 3



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Presente

-Clef... Fiquei tão preocupada!-dizia Marine ao entrar em seu quarto, lágrimas percorrendo um caminho que já tinha sido traçado por outras anteriores.

-Eu estou bem agora.

-O médico disse para você descansar!-falava ela, sentando-se numa cadeira luminosa que Lucy estava há pouco.

-Imagino. Mas eu já estou melhor, como eu disse.

-Não faça mais isso, ouviu?

-Já não lhe disse que estou bem? Fique calma, ou trocaremos de lugar.

-Fico feliz por isso, Clef! Queria ter sido a primeira a vê-lo, mas Lantis parecia ter algo urgente a tratar... Que garoto estranho, é má influência para Lucy...-e ele observou a vivacidade na voz de Marine enquanto falava mal de Lantis. Começou a rir, como ela podia ser tão parecida e tão diferente.-...Lucy perdeu a espada e quem foi o culpado!?-ela continuava. Logo notou as risadas de Clef.-O quê foi? Eu não acho que uma amiga seqüestrada seja engraçada.

-Não foi isso... Quem foi seqüestrada!?

-A Lucy! Lembra? Na invasão? Aquela garota é tão ingênua, vai acabar se dando mal. E o culpado deve ser o próprio Lantis! Você está rindo agora, mas vai ver!

-Não é por isso que estou rindo...

-Então nem está prestando a atenção... Isso me magoa! Deve estar pensando o quão faladeira eu sou não é?

-Não... É que a sua vida... Faz lembrar uma pessoa muito querida minha.

-Minha vida? Faz lembrar quem? O Lantis é que não é!

-Ele também era assim, sabia? E ainda pior... Mas eu estava me lembrando de uma garota chamada Liana.

-Liana?

*-*-*-*-*-*-*-*-*

Passado

-Clef!-ele ouviu ao entrar em sua média sala seu anjinho.-Lindinho! Quero que veja isso!

-Mais um destes seus poemas malucos? Não é, Lia?

-E o que mais seria?-ela abriu um sorriso, a noite passada ela tinha tirado para refletir e agora sua vida iria mudar. Clef notou o novo brilho em seus olhos.-Vamos! Leia e depois me diga o que acha e pode ficar com o rascunho, certo?

-Onde conseguiu?

-No computador do Conselho.-desde que se tornara comandante ela tinha ido muito ao Conselho, seu trabalho estava sendo bastante admirado segundo o que ele ouvia.-De onde mais? Lá tem de tudo!

-Certo, depois eu o leio.

-Diga-me hoje, ouviu?

-Certo!-e ela saiu, tal qual entrou, pior que um furacão. E como ela era linda!

  O Feiticeiro passou o olho pelo papel e seu coração quase parou quando terminou.

-Soneto da Fidelidade... Será que ela quer dizer algo com isso?-perguntou-se, mas em voz alta.

-Ela com o quê!? Outro poema da Ia?-era Esmeralda, leitora fanática dos poemas que a “Ia” achava. Tomou rapidamente o poema das mãos de seu Mestre e começou a lê-lo.-Quê lindo!

-Sim, Lia tem bom gosto para poemas, não é?

-Sim! São bem melhores que os que o senhor me obriga a ler, mestre.

-Hahahaha. Esmeralda... Princesa, sabes que são para teu próprio bem!

-Eu sei, mestre. Mas não sei em que eles me inspiram em amar Zefir!

-Certo. Mas você é obrigada a lê-los, então para quê reclamar!

-Eu sei... Mas a esperança é a última que morre.

-Só sabe dizer “eu sei”? Ensinei-te muito mais que isto!

-É, eu sei.

-Desisto!

-Hahahaha!-aquela gargalhada gostosa dela era uma das coisas que dariam vida ao palácio, depois da morte de Liana. Sendo logo substituída por um outro furacão, ainda pior que Liana, Lantis.

-Veio aqui para quê, Esmeralda? Temos aula daqui a trinta minutos.

-Vim pedir-te para que me ensine um feitiço, mestre.

-Um feitiço? E qual seria este?

-O de manter a juventude.

-E para quê o quer? Sua força de vontade já o faz automaticamente, princesa.

-Mas eu quero um que adiante. Estive meditando, mestre.

-Sobre o quê?

-Sobre o que aconteceu com Ia, ontem.

-Com Liana? E o que foi?

-O amor.-os olhos de Clef se abriram, Esmeralda tinha este pode de saber o que havia com cada um no palácio, era a única que realmente sabia da paixonite de Clef em Zefir.

-Explique-se melhor, princesa.-a garota deu aquele sorriso travesso.

-É segredo, só meu e da Ia.

-Só vocês sabem?

-Não... Mas só nós sabemos por completo. Mas voltando ao assunto...

-Não, complete este primeiro, princesa. Como ficou sabendo?

-Eu estava olhando o horizonte, ontem, e vi o amor. Agora eu encerro este assunto e retorno ao outro. Quero que aplique este feitiço sobre mim, mestre.-Clef não mais insistiria com ela, Liana lho explicaria melhor.

-E para quê o quer, princesa?-perguntou pacientemente, no fundo ele ainda alimentava a ilusão de Liana ter se decidido por ele.

-Se eu parar o tempo, não terei que ver o amor.

-Quer dizer que quer parar seus hormônios? Pode ser uma boa idéia, é melhor prevenir do que remediar... Que assim seja!

  E a partir deste dia, o corpo de Esmeralda não mais cresceu, ao contrário das esperanças de Clef.

  Já era noite quando Liana entrou novamente na mesma sala, estava radiante, um rubor no seu rosto lhe dava uma beleza madura e ao mesmo tempo de moça. O coração de Clef passou a bater mais rápido.

-E o que achou?

-Ele é lindo, Liana! Mas por que tanta importância?

-Espere e verá!-ela não o diria... Ele abriu um sorriso, seria uma surpresa. Mal sabia que seria a sua primeira facada, das três que Liana ainda lhe daria.

-Certo, queria lhe falar sobre outra coisa.

-Sobre a viagem de amanhã?

-Não...

-Sobre aquela promessa? Saiba que já me acertei com Zubo, ele pode ficar.

-Não era isso também, mas fico feliz.

-Então diga!

-Então me deixa dizer!

-Prossiga.

-Ótimo! A princesa Esmeralda me contou coisas esquisitas hoje.

-Sobre o quê?-perguntou ela, mais preocupada agora.

-Sobre o amor. Ela disse que você viu o amor,ontem, Lia.

-Lindinho... Você vai saber sobre isto mais tarde!-e ela saiu, o rubor, ainda mais forte, lhe enfeitando a face.

  Naquela mesma noite, no jantar de despedida a Liana e Zubo, Clef recebeu a sua facada, os dois anunciaram o seu namoro.

  A partir daí, nada seria como antes, mas Clef não deixou Liana saber, não... Ela não soube então e ainda demoraria muito tempo para sabê-lo.

  Por incrível que pareça, Zubo acabou se tornando um grande amigo de Clef e os três acabaram se tornando confidentes de tudo. O feiticeiro estava feliz por seus amigos, nenhum deles tinha culpa alguma. E logo seu relacionamento foi se tornando mais sério, cada vez mais sério, até que um dia Zubo chegou até a sala de Clef, ao voltar de uma viagem qualquer.

-Quero me casar com ele, Clef.

-Como!? Está maluco, Zubo? E por que vem aqui me falar?

-Por que eu sinto que devo lhe pedir permissão.

-Não sou o pai dela.

-Mas lhe é como um irmão.

-Entendo... Tem minha permissão, Zubo... Foram feitos um para o outro!

-Foi o mesmo que meu irmão falou.

-Zenks é sábio, por isso.

-Sim.

-E como ele vai indo no conselho? Depois de treinar ótimos feiticeiros aqui, deve ir muito bem!

-Não tanto como você! Soube que ganhou o título de sub-chefe da Sétima Divisão! Liana é a sua assistente, não é?

-Sim... Só aí eu a passo.

-O Conselho não abre muito espaço para espadachins. Mas mesmo assim, ela está na minha frente! Eu na oitava... O Chefe. Meu irmão é o sub-chefe, somos a pior dupla já formada, meu caro.

-Mas vocês dois se dão muito bem... Não acredito que estejam tão mal assim.

-Meu irmão gosta de me aplicar truques... Este é o problema.

-Mudando o assunto, quando a pedirá em casamento?

-Hoje a noite! Creio que se ela aceitar, você será seu padrinho!

-O seu é o seu irmão, certo?

-Exato! Entre tapas e beijos, amigo.

  E assim foi... Liana aceitou e a cerimônia foi linda. Ocorreu fora de Zefir, e o salão foi cedido pelo próprio conselho. Convidados ilustres brilharam no salão. Kei não pôde deixar de comparecer e lá foram ele e Mistai, agora sua esposa.

-Soube de sua irmã, Clef, meus pêsames.

-Em Zefir só morre quem quer, Kei... Era a hora dela.

Mistai:- Mesmo assim, ainda é muito triste.

Clef:- Eu sei...

Kei:- E como vai tudo?

Clef:- Bem, por que?

Mistai:- Acaba de ser o padrinho de casamento de seu grande amor, Clef, como tudo pode estar bem?

Kei:- Cara, ela tem razão...

Clef:- Eu já me acostumei com os dois e são grandes amigos... Fico feliz por Liana, ele a deixa muito feliz, enquanto for assim... Eu estou bem.

Mistai:- Mas ainda é triste.

  Depois de alguns poucos meses de casados, eles anunciaram uma notícia alegre. Liana estava grávida. Meses depois nascia o bebê.

*-*-*-*-*-*-*-*

Presente

-Liana...-Marine repetia seu nome mais uma vez.-Quem é ela Clef?

-Foi uma mulher a quem a amei muito, Marine... Mas agora acabou, ela está morta.

-Que trágico!-sua expressão triste logo se converteu para indignada.- Mas peraí! Comparou a minha vivacidade com a de uma mulher morta!?-Clef gargalhou forte desta vez.-Não tem graça, Guru Clef!

-Sinto muito... Comparei com quando ela estava viva, Marine.

-Melhor e espero que ela tenha sido muuuuito bonita!

-E foi! A mais bela de todas!

-Ótimo! Mas quem foi ela? Fale-me dela, Clef!

-Era foi uma amiga apenas... Nunca tive o seu coração pra valer. Ela amava a outro, um outro amigo, na verdade, Zubo.

-E o que ela era?

-Uma ótima espadachim e era Comandante da Guarda.

-Ela foi quem antecedeu Lantis?

-Sim, mas não de imediato, teve um outro no meio, mas foi ela quem fez permitir que o Comandante fosse um mero espadachim, e não só um feiticeiro, como era antes. Uma grande mulher.

-Eles tiveram algum filho?

-Sim...

-Sério!? Quem? Eu conheço?

*-*-*-*-*-*-*-*

-Lantis!-Lucy lhe seguia fazia cinco minutos.-Não fuja! Isto é covardia.

-Já lhe disse que prefiro não responder!-disse ele, parando e se virando para ela. Lágrimas lavavam seu rosto.

-Lantis...-ela levou sua mão ao rosto do rapaz.-O que essa mulher tem que te deixa desta forma? Confia em mim, conta!

-Certo.-então eles se sentaram observando uma floresta que rodeava o palácio.-Ela...

*-*-*-*-*-*-*-*

Passado

-Finalmente!-disse Clef, suado de nervoso.

-Zubo tinha que estar aqui.-falou Liana, fraca, mas com seu primogênito no colo.

-Sabe que como Feiticeiro Principal, ele tem muitas funções.

-Com licença.-uma menina de aparência de dez anos ou algo assim, com longos cachos dourados maiores que ela própria entrou naquela sala.-Olá, Ia!

-Princesa! Olhe meu filho!

-É um menino... Que lindinho! Qual será seu nome?

-Eu não sei... Espero Zubo.

-Escolha você mesma, como um castigo!

-Princesa! Não diga isso...-falou seu mestre, mas sorria com a travessura dela.

-Ah! Mestre... Só vim aqui me despedir de vocês... Não o veria tão cedo... Agora farei a jornada por Zefir com o velho Guru. E quando eu voltar vocês estarão no lugar que será o novo palácio não é?

-Sim, Princesa. Meu marido e eu ajudaremos a construir um belo palácio só apara Vossa Alteza.-falou Liana sorrindo.

-E o mestre também!!!-falou a garota, que de repente parou de pular de excitação e voltou a observar a criança nas mãos de Liana. Aquele bebê a encantava profundamente, como era lindo! Seu coração disparava de tristeza ao lembrar que nunca poderia ter um, não tinha um corpo para isso, mesmo que tentasse, era só uma criança. Mas era pelo bem da terra que amava acima de tudo.

-Princesa...-falou seu mestre, observando a expressão triste em seus olhos.

-Ele é... Eu não sei, sinto-me estranha ao olhar para ele, mestre.

-Ser um pilar não que dizer que não possa ter filhos, princesa.-falou Liana que logo chegou ao raciocínio da menina.-E se quiser eu o empresto para você cuidar!

-Seria muito bom, mas não! Aí eu o amaria muito... Zefir se sentiria traída! Mas posso pegar?

-Não!-falou Clef, num tom que não tinha como enfraquecer.

-Mas talvez eu nunca mais o veja, mestre...

-Já disse que não!

-Está certo...

*-*-*-*-*-*-*-*-*

Presente

-Clef, quem são seus filhos, afinal?-perguntou Maine ao perceber a hesitação no olhar de Clef.

-São dois de meus discípulos.-Marine já sabia quem eram.

*-*-*-*-*-*-*-*

-Ela era a minha mãe, Lucy.

-Lantis...-e ela o abraçou.

-Mas eu não nutro sentimentos por ela. Nunca a vi, não a conheço. Largou um filho de um ano por uma causa falha, Lucy. Sem contar que mal criou Zagar. Esta mulher... É a que causa sofrimento em Clef, aquele que foi como um pai para mim.

-Como assim?

-Ela é uma traidora rebelde... Eu sei que não é verdade, mas é assim que o Conselho considera.

-Não vai entrar em detalhes, não é? Mas ela se ela está sendo acusada injustamente... Por que não faz nada, Lantis? Ela era a sua mãe e é o seu nome.

-Não sei... Acho que não vale a pena.

-Talvez se Clef não pode tê-la de volta em carne e osso, ele poderia ter a certeza de saber que ela não morreu em vão, não é?

-Eu teria que ir contra o Conselho, Lucy, não seria fácil...

-Mas eu vou estar ao seu lado!

-Vejo que não vai mudar de idéia... Farei o que puder, mas eu não sei...

-Ótimo! Tenho certeza de que Clef também ficará feliz!

-Assim espero.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Passado

-Então? Qual será o nome dele, Ia?-perguntava Esmeralda, ansiosa.

  Liana contemplou seu filho por um instante.

-Terá o Z do pai, seguido do A final da mãe, e o resto lembrará Guerra e Garra. Pois sinto é isso o que sua vida será, uma Guerra combatida com Garra. O nome de meu filho será Zagar.

-Que belo nome para este fofinho!-disse a menina dando pulinhos e batendo palmas. Logo o Guru apareceu no quarto.

-Princesa, precisa ir.

-Está bem...-disse ela de cabeça baixa. Olhou o bebê que discretamente abria os olhos azuis e lhe deu um beijo na testa.-Vamos ser grandes companheiros de garra na Guerra, Zagar.

E ela se foi.

-Ela estava estranha, com ele.-falou Clef, observando a porta fechar.

-Eu sei... Estou tão cansada... Coloca o fofinho no berço, Lindinho.

-Você gosta destes apelidos, não é?

-Fofinho é em homenagem a Princesa Esmeralda, lindinho.

-Que seja!

CONTINUARÁ...

Anita, 27/03/2002

Notas da Autora:

Olá!!! O quê acharam deste capítulo? Mandem seus comentários pro meu e-mail!!! anita_fiction@yahoo.com e não poupem palavras!!!

Finalmente descobriram quem Liana é! E já têm uma idéia de sua morte... Mas ainda tem muito por vir. Vou dar uma idéia, mas não espere que esteja tudo no próximo capítulo, certo?

Zubo viaja muito e Liana se esforça demais, Zagar sente-se sozinho, mesmo quando está com seus amigos. Ele cresce um menino rebelde.

Lantis e Lucy se unem para tentar descobrir como livrar Liana das acusações, Marine também logo descobre a causa da morte dela e resolve ajudar.

Continuem curtindo esta história, pois estou dando toda a minha alma para que fique boa.

Agradecimentos: Ao Fórum, que mesmo assim ainda não leu esta fic, mas eu estou quase colocando-a na goela de cada um... Ao Wlad e à Fabíola, por hospedarem todas as minhas fics. E aos outros que ainda não mandarem respostas aos meus e-mails excessivos pedindo hospedagem, mas pelo ao menos me deram o e-mail para eu mandar as fics.

Sugestões: Comentem as fics que lêem, só assim surgiram mais... Eu nem sei porque ainda tô escrevendo esta daqui, ninguém parece gostar, ou ler. E visitem, em breve, o meu site: Olho Azul. Uma outra sugestão e meter paulada no Roney Louvain que além de ainda não ter me devolvido a minha fic de Eva (metade dela, na verdade) ele não quer mais falar comigo. E a última é que continuem lendo esta fic!!! Ela ainda vai melhorar muito!!! Eu garanto!


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