Lua Crescente - Blackswan escrita por Mandy


Capítulo 4
Fazendo avanços


Notas iniciais do capítulo

Galera, tudo certo?
Eu sei, mais de um mês, mas entendam, está sendo um verdadeiro desafio pra mim escrever essa FIC como eu imaginei - seguindo os preceitos e ritmo da Stephenie Meyer; é diferente de tudo o que eu já escrevi, além de ser um universo alternativo em longfic quando eu só escrevi oneshot UA, outra novidade. E provavelmente vou acabar precisando demorar dessa forma no próximo, o colégio e o vestibular estão arrancando minha alma. Não me matem, eu amo vocês.
Aproveitem.



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Meu pesadelo naquela noite foi na verdade uma lembrança com um final não tão ruim como fora na realidade. Estava escuro e eu estava novamente na floresta, depois de correr até me perder procurando por Edward. Eu estava deitada no chão frio, encolhida, quando Jacob, e não Sam, me encontrou. Abri os olhos de repente com a mudança do final tão conhecido para minha mente e levantei o olhar para o pregador de sonhos que Jake me dera em meu aniversário. Levei os dedos lentamente até o objeto, sorrindo de canto ao me lembrar de como tudo era diferente naquela época. Não percebi quanto tempo fiquei ali, pensando, até que o despertador tocou. Suspirei com má vontade ao me levantar para ir ao banheiro tomar banho.

– Hey, Bells, café? Acabei de fazer. – Charlie me perguntou da mesa da cozinha, sem levantar os olhos do jornal enquanto levava a xícara até a boca. Charlie fazendo qualquer coisa na cozinha significava que ele estava preparando o terreno para algum assunto delicado. Estreitei os olhos.

– Sim. Dormiu bem? – perguntei indo até a bancada procurar uma xícara.

– Muito bem. E você... Não... Não a ouvi acordar à noite – ele começou, deixando o jornal na mesa, mas ainda encarando a foto da capa. Eu sabia que era uma forma de perguntar sobre os pesadelos, mas fingi não notar.

– Sim, ãn, eu estava cansada. – falei me sentando na cadeira mais longe dele.

– Então... Você e Jake... Vocês estão...

– O quê? – perguntei tentando manter a calma.

– Estão... Ah, Bella, você sabe. – ele falou em voz baixa. Por pouco não me engasguei com o café.

– Nós... Quer dizer, Jake... Ãn... – não soube como responder. O que nós éramos? Não que não éramos nada, quer dizer, éramos alguma coisa, mas o quê? – Somos amigos, pai.

– Você me contaria, certo? – ele perguntou se forçando a me olhar. Eu desviei seu olhar a todo custo.

– Claro. Ãn, pai... Vou para a escola, ok? Tchau – me levantei rápido tentando evitar mais perguntas e peguei minha mochila no caminho para a picape.

– Bom dia, Bells. – ouvi a voz de Jake atrás de mim quando fechei a porta. Abafei um grito e segurei com força a maçaneta da porta para não pular com o susto. Me virei e vi-o sorrindo largamente, os braços cruzados na frente da camiseta preta enquanto se recostava em minha velha Chevy.

– A reserva estava pegando fogo hoje, Jake? – perguntei sorrindo e colocando as mãos dentro do bolso do moletom.

– Vim buscar você pra uma volta. – ele disse abrindo a porta do carona para mim. – Preciso voltar a trabalhar no Rabbit, você vem?

– Sabe, eu tenho aula, não posso trabalhar meio período como lobo igual vocês – brinquei indo em sua direção. Ele me abraçou forte escondendo o rosto em meu cabelo e fiquei ali por mais alguns segundos – Nunca vou me acostumar com você ser tão quente.

– Você não viu nada ainda, Bells. – ele riu e eu me afastei para olhar seu rosto sem saber o que responder – Brincadeira. – seu sorriso ficou maior ainda e resolvi apenas entrar na picape balançando a cabeça.

Ele bateu a porta e rapidamente engatou a marcha, segundos antes de Charlie abrir a porta da frente e caminhar até a viatura. Me abaixei no banco, me escondendo por instinto.

– Sério? Jura que você pensou por um segundo que podia ter 30 anos mentais? – ele perguntou rindo alto enquanto eu ainda olhava o retrovisor em busca de Charlie.

– Você não espera que ele apoie eu ficar por aí fugindo da escola, espera? – perguntei antes de me levantar, depois de ter certeza de que Charlie seguira para a direção oposta.

– Sabe que ele apoiaria você fugir pra qualquer lugar comigo, não é? – ele rebateu, o sorriso ainda no rosto. Mordi o lábio inferior porque sabia que era verdade. Charlie agradeceria qualquer esforço de Jacob para me tirar de casa e dos pesadelos. Meu pai nunca fora de expor sentimentos e eu puxara isso dele. Mas a preocupação comigo era perceptível de longe e eu não o culpava. Desde o fim, eu estivera cada vez mais distante dele, tão pouco tempo depois de voltar a morar com ele. A torcida por uma hipotética relação com Jacob alcançava limites vergonhosos até mesmo para ele algumas vezes. Se eu deixasse um bilhete na cozinha dizendo que fugi para me casar com Jacob em Las Vegas e voltaria depois de 3 dias, ele me receberia com uma festa pós-casamento.

– Charlie acha que estamos... – comecei sem pensar, mas me interrompi no final, a voz perdendo o tom.

– O quê? – ele perguntou se virando para me olhar.

– Olhe a estrada, Jake. – pedi tentando mudar de foco. Ele simplesmente revirou os olhos e continuou me olhando. Suspirei e mordi o lábio com força olhando para a janela de modo a evitar seu rosto – Ele perguntou se estamos... juntos.

– Juntos tipo... Juntos? – quase pude tocar o sorriso que ele segurava por trás das palavras.

– No sentido... completo da palavra. – olhei-o sob a cortina que meu cabelo formara entre nós. Como eu imaginara, ele estava sorrindo – Cuidado, Jake, vai acabar rasgando o rosto se continuar com esse sorriso.

– Como ele estava quando perguntou?

Estreitei os olhos para a pergunta pensando em como responde-lo.

– Constrangido. Nós dois estávamos.

– Não, eu quero dizer se ele estava com raiva.

– Não, ele só... Me perguntou se eu contaria pra ele se estivéssemos. – coloquei o cabelo atrás da orelha e cruzei os braços virando finalmente o rosto para ele. Já conseguia ver as árvores e casinhas de La Push.

– Isso é bom. – ele sorriu enquanto fazíamos uma curva, o olhar finalmente voltando-se para a estrada.

– Por quê? – franzi a sobrancelha. Não tinha certeza de que queria ouvir a resposta.

– Porque já sei que não vou ter problemas quando for contar a ele que estamos namorando. – ele falou quase como se dissesse ‘bom dia’. Arfei audivelmente e arregalei os olhos para ele. – Respire, Bells.

– Jake, eu não... eu não sei...

– Bells. – ele disse calmamente quando estacionou o carro perto do galpão velho ao lado da casa dele – Vou respeitar seu tempo, não tenho pressa. Não quero te obrigar a nada e nem te forçar a se sentir completamente bem e feliz. Mas vamos tentar, certo? – Jacob levou a mão até meu rosto afagando-o gentilmente. Fechei os olhos sob o toque de sua pele quente e balancei a cabeça em concordância. Ouvi o barulho que o assento fez quando Jake se inclinou em minha direção e senti os lábios dele em meu rosto, pouco abaixo do meu olho. Sua mão foi parar em meu queixo, me segurando gentilmente enquanto ele depositava outro beijo, um pouco mais abaixo do que o primeiro. Continuei com os olhos fechados. Senti um terceiro beijo no canto da minha boca e mordi o lábio suspirando levemente enquanto esperava pelo próximo. Jacob levantou o polegar até minha boca, contornando meu lábio inferior de modo a me fazer solta-lo. Minha boca permaneceu entreaberta enquanto eu sentia sua respiração cada vez mais perto do meu rosto e não demorou até seus lábios substituírem seu dedo.

Sua boca se encaixou delicadamente com a minha e por alguns momentos me permiti sentir como aquilo parecia certo. Era fácil estar com Jake, era fácil beijá-lo. Era fácil não ter que me controlar com ele. E ao mesmo tempo que aquilo me maravilhava, me assustava. Jake levou as duas mãos aos dois lados do meu rosto e eu entrelacei as minhas às dele. Senti-o sorrir e a sensação de paz que se apossou de mim foi tão instantânea que eu sorri também. Abri os olhos sem me afastar nem um centímetro e me perdi na imensidão negra deles. Os olhos de Jake, que sempre me foram tão sinceros, continham uma alegria quase infantil e me apeguei a ela, lembrando a mim mesma de sempre tentar mantê-la ali.

– Preciso trazer você pra matar aula mais vezes. – ele falou ainda sorrindo e eu apertei mais meus dedos aos dele. – Vamos, temos muito trabalho à fazer.

– “Temos”? – perguntei cínica enquanto ele me soltava relutantemente e abria a porta. Fiz o mesmo.

– Sim, ou você achou que as motos sairiam de graça como eu disse? Vai me pagar como assistente, não te ensinei a diferença entre uma chave de roda e uma chave de boca à toa. – ele falou nos fazendo rir e eu o empurrei com o ombro enquanto andávamos os quatro passos necessários para chegar ao galpão.

– Enganar o cliente não deveria ir contra os princípios do comércio, Jake? – perguntei me sentando no banquinho usual ao lado do carro. – Parece que faz anos desde a última vez...

– Parece mesmo... Você ainda não era uma doida que pula de penhascos. – ele riu baixo, mas, dessa vez, eu estremeci com a lembrança, abraçando meu corpo como fazia quando coisas como aquela invadiam minha cabeça. O vazio que eu senti durante a queda ao perceber que, apesar de vê-lo, ele não estava ali. Jacob deve ter percebido meu silêncio porque se virou para mim depois de alguns segundos e me abraçou de lado parecendo assustado.

– Ah, Bells, me desculpe, eu não quis deixar você assim, eu... Por Deus, eu sou um idiota! – ele pediu.

– Hey, Jake, tudo bem. – menti – Só... não vamos nos lembrar disso, ok?

– O que você quiser. – ele me apertou mais forte e eu retribui.

– Então, vamos? – perguntei apontando o carro. A animação de antes agora um pouco mais fraca, mas nada que desse para transparecer. Jacob pareceu recuperar o humor e se levantou animadamente indo buscar algumas ferramentas e eu me permiti observar o carro por um tempo – Pouca diferença de quando eu trouxe as motos.

– Você monopolizou minha força de trabalho, Bells, o que esperava? – ele perguntou rindo e voltou com as coisas que precisaria, colocando-as no chão ao meu lado. – Chave de boca.

Entreguei-o a chave e fui à procura de algum engradado de refrigerantes quentes no canto de trás da oficina. Quando achei, levei duas latas até onde estávamos e voltei a me sentar no banquinho abrindo uma das latas e o entregando.

– Hey, Bella, o que... o que você acha de irmos, sei lá, ver um filme amanhã? Se não tiver problema pra você, é claro. – ele perguntou parecendo envergonhado. Eu segurei o riso ao pensar nos prováveis desfechos. Por fim, me lembrei do que eu disse sobre tentar e respondi com um sorriso se formando no canto da minha boca.

– Claro. Port Angeles?

Os pedacinhos dentro de mim estavam orgulhosos.


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Notas finais do capítulo

O que acham que vai ser do cinema?
Beijinhos.



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