Jake viu a luz do anunciador, a rajada de vento veio, mas ele se segurou para não ser empurrado para fora, agora que Azazel estava em sua mente, só podia esperar o pior.

–Pense em Hanna Jake – ele repetiu para si mesmo.

Olhou para luz novamente e foi para fora, quando saiu não sentiu o chão, então percebeu que estava caindo. Ele abriu as asas rapidamente, estava a metros de distancia, quando chegou, percebeu que estava no cemitério do reformatório, Jake já sabia que era coisa do Azazel.

–Droga – ele gritou chutando um túmulo.

–Jake, eu preciso de você – ele ouviu a voz de Hanna.

–Para com isso Azazel.

–Por que Jake? – ele se virou e viu que era Cam, a roupa dele estava cheia de sangue.

–Como pode ser tão egoísta? – Ele virou para o outro lado, Caleb estava no mesmo estado que Cam.

–Que isso? – Jake sussurrou.

–Nos matou para salvar esse tal amor – Livy apareceu.

–E no final, Hanna morreu você sabia que ela ia morrer! – Lola gritou se aproximando.

–Isso não real! – Jake gritou.

–Claro que é real – Tifany foi até ele.

–Que droga é essa Azazel? – ele gritava.

–Por culpa sua eu morri – Camila se levantou do tumulo, saindo da terra.

Então Jake observou, mãos saiam da terra se levantando.

–Isso já é demais – ele disse – que filme de terror esta imitando? Ataque zumbi?

–Isso é real Jake – ele ouviu a voz de Hanna outra vez.

–Não, não é! – Jake gritava.

–Preciso de você meu amor.

–Para com isso Azazel! Basta!

–Estou em perigo.

–Você não é minha Hanna!

–Não me ama mais? Vai deixar de cuidar de mim?

Jake não respondeu, o barulho agonizante começou, cada vez ficava mais alta e intensa Jake já não estava agüentando.

Ele olhou para o céu, milhares de corvos estavam voando em direção a ele, Jake pegou sua seta mesmo com dificuldade devido ao barulho.

Os corvos o rodearam, bicando ele e o ferindo, ele matava vários com a seta, mas parecia que não acabava nunca, ao contrario, se multiplicavam, a única opção foi tentar correr, mas aonde ele ia tinha corvos, estava infestado, ele corria de um lado pro outro e tombava nas pessoas que diziam que por culpa dele tinham morrido, Jake abriu suas asas e voou, veio anjos tentando o matar, ele rebatia cada um com muita dificuldade, o barulho, os mortos, os corvos e agora anjos! Como ele sairia dali? Como um anunciador apareceria no meio disso tudo? Um dos anjos o feriu rasgando sua blusa, Jake sentia uma dor imensa, estava ficando sem forças para lutar, pensou em tentar se matar, em acertar sua seta no seu próprio coração.

–Pense em Hanna Jake – ele gritava para si mesmo.

Os anjos o empurraram para o chão, Jake não teve forças para voar, caiu com tanto impacto, sentiu dor em seu corpo e em suas asas, viu que uma pena tinha caído e que sangrava no lugar onde ela estava.

–Chega de me atormentar Azazel!

–Jake! – Hanna gritou.

Ele conseguiu ver ela entre os corvos.

–Você não é real!

Começou a chover, tudo estava misturado, o barulho não havia parado, Jake desejou como nunca encontrar um anunciador, mas nenhum aparecia.

–Jake! – Ele viu Hanna estendendo a mão.

Ela estava como no ultimo dia em que se viram ele queria se aproximar, mas sabia que não era ela.

–Não pode ser você Hanna... – ele disse fraco.

–Sou eu sim – o sorriso de Hanna se desmanchou – eu não sei o que esta acontecendo.

Jake não respondeu, estava sem reação.

–Desde que eu fui empurrada pra aquele anunciador as coisas ficaram estranhas – ela continuou – estou a tanto tempo te procurando.

–Não – ele disse – não tem como ser você...

–Acredite, sou eu. Não me reconhece?

–Eu não sei no que acreditar – os olhos de Jake encheram de lagrimas.

–Eu sei o quanto você esta sofrendo meu amor, mas tudo acabou, você me encontrou, vamos embora juntos, por favor, quero voltar para casa e ficar com você. – ela estendeu a mão novamente.

Jake foi se aproximando dela, os corvos foram desaparecendo, junto com seus amigos que o culparam.

–Isso, venha não posso mais ficar sem você – ela continuou.

Ele pegou a mão de Hanna, ela sorriu o puxando e dando um abraço forte nele.

–Não pode ser você... – ele repetiu a olhando.

–Ainda tem duvidas?

–Hanna...

–Shh – ela disse colocando o dedo em sua boca.

Uma lagrima escorreu dos olhos de Jake, ele estava sofrendo tanto.

–Hei – ela secou a lagrima com o dedo – esta tudo bem, eu estou aqui.

–Mas...

Ela sorriu e o beijou antes que ele terminasse, ela o puxou para mais perto, ele entrelaçou sua cintura e ela colocou os braços em volta do pescoço dele, eles se apertavam um ao outro, o beijo ficava cada vez mais quente, até Hanna se afastar assustada.

–Como pode? – lagrimas escorreram dos olhos dela.

Jake a olhou, Hanna estava sangrando, ele percebeu que estava com a seta na mão, ele tinha a matado.

–Não, não! – ele gritou

Hanna caiu no chão, parando de respirar aos poucos. Jake a abraçou chorando.

O barulho voltou, ele gritava de dor, naquela hora desejou morrer.

–Ai ai – ele viu Azazel a sua frente de pé rindo. – como você é idiota.

–Por que ta fazendo isso? – Jake soltou Hanna e se levantou aos poucos tentando resistir ao barulho.

–Porque é divertido.

–Não é só por isso! – Jake pegou sua seta.

–Opa, Calma anjinho – ele riu – você roubou a coisa mais importante que tinha na minha vida, acho justo eu me vingar.

–O que eu roubei de você?

–Você sabe – ele também pegou a seta. – quer mesmo lutar?

–Você não pode invadir minha mente, é proibido!

–Desde quando eu sigo regras? Aliás, é você que esta entrando nos meus anunciadores.

–Seus anunciadores?

–Sim, eu os mando até você, antes que o seu chegue.

–Como faz isso?

–Ah isso não é da sua conta.

Jake não respondeu, atacou Azazel, que o rebateu.

Os dois abriram as asas e subiram pelo ar, a chuva continuava, Jake acertou a seta cortando o braço de Azazel.

–Ai que dor – Azazel zombou rindo.

Jake o atacou com mais força, a tempestade aumentava com trovoadas fortes. Azazel chutou Jake quase o derrubando no chão, Jake se recompôs rapidamente, conseguiu pegar Azazel pelo pescoço.

–Já chega dessas brincadeiras Azazel.

–O que? – ele riu – mas só esta começando.

Azazel se contorceu e os dois cambalearam no ar.

–Olha – Azazel apontou para um anunciador que vinha em direção a eles. – será que é seu anunciador Jake? Ou será o meu?

–Eu não vou entrar.

–Oras, então fique aqui.

–A luta não acabou Azazel!

–Não mesmo – ele riu – mas vou descansar um pouco e depois acabo com você.

–Ainda não entendo porque tem tanto ódio de mim.

–Um dia você vai saber, eu lhe garanto.

–Você é louco.

–Você não viu nada – Azazel riu voando e desaparecendo no ar.

O anunciador tinha parado na frente de Jake, tinha o formato de um circulo, Jake se aproximou, não sentiu que era seu anunciador, mas como ele ia saber se era ou não?

–Só mais uma vez, se não for, vou dar um jeito de acabar com isso, não posso perder minhas forças – Jake disse para si mesmo.

Ele entrou, o anunciador se fechou, Jake andou em direção a luz que não estava muito longe, estava determinado a enfrentar Azazel, se é guerra que ele quer, então é guerra que ele terá.