Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 25
O começo do fim.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!
Acho que devo algumas explicações á vocês sobre meu sumiço.
Um mês mais ou menos, se não me engano.
Peço desculpas, muitas desculpas, inicialmente.
Maaas, eu tinha que estudar, como vocês já sabem. Minha prova foi semana passada, mas tenho outra está semana >.< Porém, quis escrever esse cap logo, e talvez eu só volte a partir do dia 7, que é quando acabam minhas aulas, que coincide com as últimas provas escolares.
Enfim, apesar da demora, eu peço que comentem, por que esse cap foi bem... diferente.



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— Você vai ficar bem mesmo? — indago passando a mão com calma em seus fios coloridos, brincando com eles entre meus dedos.

— Você passou a noite aqui comigo, Seb — ela sorri. — Você ficou uma noite inteira na minha casa vendo filmes comigo... Isso é o máximo que pode fazer, o resto é comigo e meu coraçãozinho mesmo.

Fiquei quieto.

No fundo, eu sabia disso muito bem. Para começar, essa foi a primeira vez que eu tive que confortar alguém por problemas amorosos. Em Nova York, eu não tinha tantos amigos – na verdade, eram bem poucos, e nossa intimidade nunca foi grande o suficiente para compartilharmos segredos ou ir à casa um do outro – e quando precisavam de ajuda semelhante, eu nunca era procurado. Aposto que minha inexperiência no assunto ficou na cara.

E depois, eu havia comentado com ela sobre a mensagem de Charlie. Obviamente, eu não citei o fato de estarmos... Quase juntos. Apenas comentei que, como amigo (dando bastante ênfase na palavra) ele havia me chamado para conversar um assunto bem importante. Amie, depois de dizer que não a deixaria sozinha naquele estado, sugeriu então que eu marcasse de ir para casa dele amanhã, e que se eu quisesse, podíamos ir naquele momento assistir um filminho na casa dela. E eu aceitei, já enviando a mensagem para Charlie, confirmando o horário amanhã.

Só não imaginava que esse filminho, seria, na verdade, seis, incluindo inúmeros pratos de brigadeiro, pipoca e refrigerante. Acho que devo estar uns três quilos mais pesado. Porém, apesar desse pequeno contratempo de gordura, de alguns momentos que eu não soube o que fazer quando nas cenas finais dos filmes românticos Amie começava a choramingar alguma coisa e amaçar a pipoca, foi uma noite/madrugada bem... “Divertida”. Foi bom passar um tempo fora da escola com ela.

E foi isso que eu disse quando a roxinha me levou á porta.

— Obrigada — ela disse. — Por tudo. Eu sei que não somos amigos á muito tempo... Mas já te amo — ela sorriu meio sem graça.

— Eu também, Amie — bagunço seu cabelo. — Se cuida tá? Tipo, literalmente.

— Prometo. É só uma garota... Esse sentimento vai passar.

Despeço-me mais uma vez antes de entrar no táxi que, indiretamente, minha mãe pagaria para mim, mesmo sem saber. Poder arrumar o cabelo no reflexo do vidro foi a única coisa que eu pude fazer antes de chegar à rua da minha casa, o que me fez perceber que talvez eu demore bastante para apenas tentar colocar no lugar (sim, considere o verbo tentar, e não conseguir) esses fios, levando em conta que eles são curtos.

— Vinte e três e cinquenta — o taxista chamou minha atenção, com um sotaque meio brasileiro.

Entreguei o dinheiro um pouco amassado para o velho e murmurei um obrigado abrindo a porta.

Sem nem mesmo ir até minha casa (mamãe com certeza me mataria, apesar de eu ter avisado que dormiria na casa de uma amiga, o que, foi bem constrangedor, principalmente quando ela disse “não quero netos agora, use preservativo”) bati na companhia dos Ducan, e enquanto esperava tentava sem sucesso desamassar um pouco minha camiseta, afinal, eu havia “dormido”, além de passar o sábado interior todo, com ela. Aparência deplorável, presumo.

— Sebastian, á quanto tempo — a voz de Carl tirou minha atenção da blusa.

— Ah... Oi...

— Pode entrar — dá espaço para mim. — Charlie está lá em cima...

Sorrio meio amarelo.

— Posso usar o banheiro antes? — pergunto na maior cara de pau.

— Você sabe onde é?

— Acho que sim.

Mi casa, su casa.

Solto uma risada e andamos em silêncio para dentro da casa.

— A Cam está aí?

Ele dá ombros.

— Saiu com Ethan.

Assinto e Carl avisa que daqui a pouco estará saindo, e assim eu e Charlie teremos a casa só para nós. Não comentei nada, apenas fiquei vermelho, tirando alguns risinhos do gordinho.

Depois de uma rápida passada no banheiro, onde joguei um pouco de água no rosto e conferi se não estava exalando... Algum tipo de odor, subi rapidamente para o quarto do moreno. E, apesar da pressa, ao chegar à porta, fiquei parado, com um pouco de... Medo?

— Charlie? — chamei baixinho.

— Sebastian — a resposta foi quase que instantânea. A porta foi aberta quase logo em seguida.

Meu coração deu um pulo.

Fazia um tempo considerável que eu não via Charlie, apesar de cada detalhe de seu rosto ainda estar fresco em minha mente. Mas ele estava diferente, acho que com mais músculos... E talvez tenha cortado o cabelo.

— Oi — digo em quase um sorriso, olhando em suas safiras brilhantes, que me observavam com a mesma intensidade.

Oi? — choraminga. — Quero uma saudação adequada.

— E como seria essa saudação? — provoco.

Sem falar mais nada, o moreno se curva para tocar meus lábios com urgência. Em questão de segundos sua língua explorava minha boca exalando o ar de luxúria. Passei minhas mãos delicadamente em suas costas, sentando matar toda a saudade que senti, mas ainda sim com vergonha.

— Eu preciso falar com você — diz logo depois que se afasta. Sua expressão estava estranha.

— É sério? — murmuro.

— Bem... Sim — passa a mão pelos fios escuros. — Senta aí.

Acomodei-me em sua cama e ele puxou a cadeira que geralmente fica no canto do seu quarto para senta na minha frente.

— Posso fazer uma pergunta? — indago um pouco preocupado.

— Claro...

— Você está morrendo de câncer?

Charlie tomba a cabeça levemente para o lado.

— Que? — solta uma risada. — De onde tirou isso?

— Isso geralmente acontece nos filmes, só queria confirmar.

— Relaxa, ainda vou viver muito.

— Ainda bem — abro um sorriso, mas Charlie desvia o olhar.

— Então... Eu não sei muito bem por onde começar...

— Experimente do começo — tento amenizar o clima, o que não acontece, levando em conta sua contínua cara carrancuda. — Desculpa, não interrompo mais.

— Sebastian... Você gosta mesmo de mim?

Sinto meu rosto corar.

— Acho que... Sim.

— Acha?

— Essa coisa de beijar garotos ainda é novidade para mim... Eu gosto da sua companhia, da sua atenção, ou de quando você segura minha mão. Meu coração de alguma maneira sabe que você está por perto antes de mim por que sempre começa a bater mais rápido. Acho que isso é gostar de alguém. Não é?

Charlie ficou um pouco sem graça depois da minha quase “declaração” e desviou o olhar.

— Você não acha que é... Cedo demais para falar isso? — trava o maxilar, ainda sem olhar para mim.

— Cedo demais? — gaguejo um pouco.

— É... Você está parecendo aqueles casais que já têm mais de três anos de namoro.

— Isso é ruim? — franzo a testa um tanto ofendido.

— Não... — suspira um pouco cansado. — É que eu gosto de você, Sebastian.

— E esse é o problema? Você gostar de mim?

— O problema é que por eu gostar de você, não quero te magoar,

— Se gosta de mim, como vai me magoar, Charlie? — insisto, mesmo sentindo um nó se formar na minha garganta.

— Sendo eu. Assim que eu vou te magoar. Não sou uma boa pessoa, não deveria ter dado a iniciativa de me envolver com você, mas...

— Me deixa ver se entendi — balbucio. — Você está terminando o que nem começamos direito?

— Não necessariamente... Só estou sendo sincero, algo que eu não tenho sido desde que nos conhecemos...

— Charlie, para logo com isso — apertei as mãos com força. — Fala logo!

— Não estou dizendo que não gosto de você, como eu já disse... Eu gosto.

— Então o que é?! — esbravejei, cruzando os braços.

— Talvez, eu não tenha sido 100% fiel á você;

Engoli seco, enquanto minha garganta começava a arder. As lembranças de Levi e Leon me contando aquelas mentiras – agora aparentemente verdades – sobre meu moreno, que agora descobri que não era tão meu assim, voltaram à tona na minha cabeça mais uma vez.

— Não que sejamos namorados, e devemos algum tipo de satisfação — completou. — Não sei se você ficou com mais alguém.

Admito que essa última parte foi como uma facada no fundo do meu peito. Sim, eu já nos considerava namorados. Sei que sou novo nesse negocio de relacionamentos e acho que por isso me iludi. Provavelmente ainda vivo no século passado, onde se um casal dá um beijo já estavam comprometidos para o resto da viva para conviver apenas um com o outro. Mas não, atualmente um beijo é como um aperto de mãos. Insignificante.

— Eu fiquei e fiz mais algumas coisas com outros garotos no período em que estávamos... Sei lá, juntos. Não que eu tenha me sentido culpado. Eu sei que não fiz nada de errado, como já citei... Só que a Camily insistiu para que te contasse — continuou a falar, e a única coisa que senti foi vontade de chorar... Ou então chutar alguma coisa. Bem forte. — Mas eu achava que você não estava se envolvendo tanto... Pelo menos eu achava.

Suspirei.

— Eu vou embora.

Charlie franziu a testa.

— Tá falando sério?

— Tchau, Charlie — me esforço para ser o mais cínico.

Simplesmente dei as costas e em questão de segundos já estava no andar de baixo, sem vontade nenhuma de ir para casa. Quem sabe não poderia passar em um shopping, ou, sei lá, fliperama? Na verdade não sei se tem algum tipo de fliperama nessa cidade. Posso perguntar para a Amie um dia desses... Podemos afogar nossas mágoas batendo em lutadores no street fighter. É, uma boa ideia.

Como já sabia abrir o portão automaticamente por um botãozinho que ficava ao lado da bancada, não tive que procurar o Carl para que pudesse sair logo daquela casa. Logo já estava do lado de fora da casa, apertando os punhos de raiva e segurando as lágrimas que insistiam em escorrer pelas minhas bochechas. Eu teria que conseguir segura-las pelo menos até me trancar no meu quarto. Não podia dar esse gostinho ao Charlie, muito menos preocupar minha mãe.

— Camily? — sussurrei baixinho.

Assim que coloquei os pés para fora da casa, encontrei a baixinha chorando desesperadamente.

— Seb! — ela gaguejou, vindo até minha e abraçando meu tronco com força.

— O que aconteceu?! — exclamei, sentindo a vontade de chorar desaparecer quase que instantaneamente.

— O Ethan, terminou comigo!

Uau, o universo está de parabéns ultimamente. Pisoteando o coração de todo mundo, sem dó.

— Calma, calma — passei a mão pelo seu rosto, tentando acalmá-la. — Explica direito o que aconteceu.

Delicadamente, ela me soltou e ficamos frente á frente.

— Eu não sei! Pensei que estivéssemos bem! Mas... Ele disse que não queria nada comigo, que não me amava mais...

— Mas não faz sentido, Cam...

— Eu sei! Eu o amava tanto, Seb — choramingou olhando em meus olhos. — Eu o amo tanto... Não vou conseguir... Ficar sem ele!

— Deixa de ser idiota, é só mais um cara — a voz de Charlie me assustou, e como consequência, dei um pequeno pulo. Logo depois da frase totalmente delicada do querido irmão da Cam, a garota começou a chorar novamente. Sugeri que ela fosse tomar um banho para acalmar um pouco, e que depois fosse comer alguma coisa. Comer sempre ajuda. Ela concordou e entrou, sem nem olhar para o Charlie.

— Dá para você entrar? Temos que terminar de conversar! — se dirigiu a mim.

— Já terminamos! Você deixou bem claro que eu sou apenas mais que você apenas de diverte!

— Sebastian! — bufa. — Para com draminha.

— Que drama, Charlie? Não quero mais nada que a sua pessoa esteja envolvida, e você que está insistindo! Só quero ir para casa.

Ele fica um pouco me observando, com as sobrancelhas um pouco franzidas.

— Uma última coisa — diz.

— O que? — não desfaço minha cínica.

E, em rápidos segundos seus lábios foram pressionados contra os meus. Não resisti, e retribui o beijo. Mas não foi como de costume. Não o beijei com paixão... E sim com indiferença. Pelo menos tentei fazer isso. Mordi seu lábio inferior com força, e o ouvir grunhir durante o beijo, o que me deixou incrivelmente bem.

— Tem certeza que não quer mais nada que minha presença esteja envolvida? — indaga sarcasticamente assim que se afasta.

Novamente, pela segunda ou terceira vez no dia, dou as costas. Mas, desta vez, minha mãe estava ali parada olhando fixamente para mim, com os olhos arregalados.


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