O Nosso Amor escrita por ElaineBDQ


Capítulo 3
Retratos de família!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634192/chapter/3

“Abro com carinho, o velho álbum de família,

E nele reencontro o mundo mágico

Dos bons momentos que já vivenciamos. (...)”

Helena vestiu a roupa mais casual que tinha em seu guarda-roupa, mas apesar de simples não escondia a elegância de seu atual status. Uma coisa havia aprendido, ela não era mais aquela garota do campo que estava acostumada a se vestir com roupas simples então algumas horas mais tarde ela se juntou à família que estava toda reunida à mesa para o jantar.

Como uma família tradicional eles guardavam o costume de ter o pai como o chefe da casa. Ela nunca foi acostumada com essas coisas já que nem se sentar à mesa com Maura ela podia, mas quando foi morar com Antonio precisou aprender que um jantar em família era como uma reunião muito importante, por isso se manteve serena à mesa.

_ Boa noite Helena _ a primeira que a viu foi Marcela com seu jeitinho infantil mostrou o local onde ela deveria sentar.

_ Obrigada, meu amor. _ ela viu que Armando também estava sentado à mesa, somente sentiu a ausência de Rafael.

_ Oi Helena, tudo bem?

Ele era tão diferente do irmão maios novo, pensou ela enquanto respondia de modo educado.

_ Sim.

Por alguns segundos tentou achar semelhanças entre eles, mas não conseguia. Armando era o filho mais velho, tinha vinte sete anos, por isso sua aparência mais firme era notória, além disso, ele era também muito bonito! Seu olho em tons castanhos mel era bem parecido com o pai, mas seu cabelo negro e bem liso talvez recordasse sua mãe que ela não conhecia. Mas uma coisa era perceptível de imediato, a diferença entre os dois irmãos, pois a o jeito amável do irmão mais velho em tratar as pessoas cativava de imediato.

O jantar foi servido e Helena prestava atenção ao casal de irmãos que pareciam pertencer a uma família que sempre seguia as ordens do pai que regia tudo com pulso firme. Pai e filho comentavam algo sobre a empresa e logo ela começava a se sentir distante de tudo aquilo e Armando pareceu notar sua aflição e virou para ela.

_ Desculpa Helena, estamos deixando você entediada.

Antes de responder ela olhou para Antônio que tinha o olhar fixo nela então ela de modo suave disse:

_ De modo algum.

Naquele momento o olhar dela se deteve em Rafael que entrava na sala e ao ver que a família estava toda reunida, comentou em tom de ironia.

_ A família toda reunida? Não me esperaram?

Ele puxou uma das cadeiras para sentar à mesa.

_ Por favor, Rafael agora não!

O pedido foi feito por Armando que não parecia ser amante de confusão então Rafael levantou as mãos em sinal de que estava ali na paz. Mas não estava mesmo! Pensou ela o vendo sentar à frente, imediatamente começou a se sentir ofegante devido à adrenalina em seu corpo.

Aquele homem possuía uma presença marcante que lhe deixava muito nervosa e não conseguia esconder isso, mas tentava disfarçar olhando-o fixamente nos olhos no momento em que pediu que ela passasse a jarra com suco, mas logo sentiu a mascara cair quando percebeu que estava vermelha e ele riu triunfante.

Desde a primeira vez em que havia fitado naqueles olhos ela tinha a sensação que jamais os esqueceria, pois nunca viu em toda sua vida algo como aquele castanho esverdeado que ficava mais acentuado devido aos cílios negros. Era a combinação perfeita! Mas não era apenas isso que lhe prendia , tinha aquela força que o olhar dele possuía , era como se quisesse enxergar a sua alma.

Helena não deveria está que nem uma boba notando a cor dos olhos de Sergio, mas era algo que não poderia evitar. Logo aqueles belos olhos se transformaram em um olhar de felino pronto para o ataque e ela sentiu medo! Sim, sentia medo pelo que ele poderia fazer. Na verdade sempre que o via era impossível não sentir a pulsação acelerar.

_ Você já falou com a Eliza? _ perguntou Armando ao irmão.

_ Ainda não tive tempo.

_ E melhor falar com a pobre. Ela ligou tanto te procurando que já estava com pena dela.

Rafael não gostava de mulheres pegajosas como era o caso de Eliza. Quando saíram deixou claro que seria apenas por uma noite, mas ela pareceu fazer pouco caso das palavras dele e agora o perseguia por todo lado.

Helena notou a expressão séria no rosto dele, mas apesar do clima tenso o jantar aconteceu sem nenhuma situação fora do comum. Ela acreditava que isso se dava ao fato Antonio esta ali e agradeceu por isso.

_ Bem família, vou deixar vocês. Tenho que resolver algumas coisinhas.

_ Rafael! _ A voz marcante de Antonio se fez ouvir na sala de jantar então Rafael virou para encarar seu pai que colocou os talhares ao lado do prato e disse:

_ Quero ver você amanhã na empresa, temos coisas que conversar.

_ Sem dúvida papai! _ sua ironia era perceptível a todos à mesa _ Mas alguma coisa chefe?

Raramente ele tinha conversas com o pai, a não ser quando se tratava de assuntos da empresa. Por isso esperou que ele falasse algo, mas como não comentou nada Rafael saiu sem olhar para os demais à mesa, logo Armando também saiu seguido da irmã Marcela.

Helena também queria sair, mas não tinha coragem era como se tivesse presa então permaneceu no mesmo lugar e comentou:

_ Sinto muito por você e seu filho terem problemas por minha causa Antonio.

_ O Rafael sempre teve problema comigo por causa da mãe dele, mas depois do nosso casamento isso apenas ficou pior! _ Ele levantou da mesa _ Não vou ficar perdendo meu sono por causa dele... Eu vou subir. Não demore!

Ela ficou calada apenas o vendo seguir em direção a saída. Assim que se viu sozinha automaticamente levou as mãos à cabeça em sinal e suspirou fundo em aflição, pois certamente Antônio iria querer que ela ficasse ao seu lado naquela noite. Não suportava sentir o toque daquele homem em seu corpo, era inevitável sentir nojo.

Como queria que tudo isso acabasse!

Seu maior sonho era sentir paz! Ela levantou e caminhou em direção a enorme janela que dava de frente para o belo jardim.

_ Senhora, posso tirar à mesa?

Ela se assustou e virou para ver a empregada que já retirava os pratos.

_ Sim, pode

Como não estava acostumada apenas em ficar olhando ela foi até a mesa e começou a retirar os talheres, mas Melissa ao ver o gesto ficou nervosa, pois tinha medo que o patrão a visse.

_ Senhora, esse é meu trabalho. Se o patrão vê isso, eu estou despedida.

_ Desculpe.

Nossa! Como era difícil viver aquela vida, pensou ela enquanto caminhava em direção a escada. Não teria mais como adiar aquele momento, então respirou fundo para criar coragem e abriu a porta do quarto onde encontrou seu marido saindo do banheiro já vestido na roupa de dormir. Assim que a viu ele logo se aproximou dela e a abraçou por traz beijando-a na nuca.

Sentiu agonia ao sentir os lábios do marido indo à procura da sua boca, mas não teria como fugir dali de onde estava. Antonio a levou em direção a cama e a beijava com ansiedade e sem sentimentos algum. Com brutalidade tirou sua roupa e sem nenhuma demonstração de afeto consumou o ato do sexo.

Ela virou o rosto se sentindo humilhada e rebaixada a um nada. Seu corpo estava dolorido pelo modo bruto como ele a tratou. Ao olhar para seu pulso e seu braço viu que tinham ficado marcas avermelhadas e sem nada que pudesse fazer nada para abrandar aquilo ela abraçou o corpo e virou para o lado e deixou que as lágrimas de humilhação e ódio rolassem em sua face.

_ Não sei por que você ainda chora...

Ela se manteve calada guardando consigo o enorme vazio que sentia toda vez que aquilo acontecia, depois de alguns minutos notou Antonio tinha virado para o lado e dormindo por isso aproveitou para se afastar dele. Em silêncio levantou da cama sentindo que um no se formava em sua garganta pressionou a mão sobre sua boca na tentativa de conter o choro e seguiu para o banheiro.

De frente para o espelho o que viu foi uma mulher apagada, sem aquele brilho nos olhos que teria uma mulher apaixonada ao consumar o ato de paixão com o homem que amava. Aquela imagem lhe entristecia demais!

Levou as duas mãos aos lábios para sufocar as grito que formava do vazio que sentia em seu peito, mas era quase impossível conseguir segurar o choro.

Queria uma saída para não ter que seguir com aquele casamento hipócrita, mas estava presa aquela maldita divida que parecia não ter fim! Passou as duas mãos no rosto pra afastar as lágrimas e após se vestir seguiu para pegar um pouco o vento da noite ou então iria sufocar ali naquele quarto.

*****


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que vocês estejam gostando.

Duvidas por favor deixe nos comentários.
Logo mais estarei postando os capítulos restantes.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Nosso Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.