O Nosso Amor escrita por ElaineBDQ


Capítulo 2
Bem vinda ao lar!




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Lisboa – Portugal, 2012

Enquanto o carro percorria na movimentada avenida da capital portuguesa, Rafael pensou no quanto era bom está de volta a sua casa. Sua cidade que tanto amava! Apesar de conhecer muitos lugares, era ali na sua queria capital portuguesa que sempre se sentia a vontade.

Quando o motorista estacionou o veiculo em frente à sua casa ele ficou por alguns segundos observando aquele lugar tão bonito que era uma regalia apenas para os que possuíam uma boa situação financeira já que estava localizado num dos bairros mais caros da cidade, pois toda aquela região ficava a beira do Rio Tejo.

Ele desceu do carro e a primeira pessoa que avistou foi Melissa que abriu a porta para ver quem estava chegando.

_ Senhor Rafael... _ disse ela ao vê-lo entrar carregando algumas malas _ Não sabia que o senhor chegaria hoje.

_ Quis fazer surpresa Melissa. Tem alguém em casa? O Armando está ai?

_ O seu irmão ainda não chegou, mas o senhor Antonio e a esposa avisaram que chegariam hoje.

Saber que aquela mulher estaria ali em poucas horas, dividindo o mesmo espaço que ele fez com que um ar pesado se formasse em seu rosto. Teria que se encontrar novamente com a aquela mulherzinha, apesar de ter desejado que isso nunca mais acontecesse. Parece que seria um teste forte, pensou ele enquanto subia para seu quarto.

Em seus aposentos desfez a mala com algumas roupas e livros e depois entrou no banheiro para uma chuveirada e logo em seguida desabou, pois estava morto de cansado. Acordou com o toque do celular ao lado da cabeceira , quando olhou no relógio se assustou com as horas.

_ Oi mãe. _ disse ele ao reconhecer o numero do telefone.

_ Oi amor, você chegou bem?

_ Creio que sim. Tudo bem por ai?

_ Querido...

Apesar do longo silêncio ele já imaginava do que se tratava.

_ Você tem algum dinheiro pra depositar na minha conta?

Rafael abriu um sorriso, pois tinha confirmado suas suspeitas. Quando sua mãe ficou doente ele e Armando haviam assumido ajudá-la porque Maria saiu daquele divórcio sem nenhum centavo já que antes de se casarem Antônio e ela haviam assinado um contrato pré-nupcial, sendo assim a única coisa que lhe restou foi o carro, um apartamento e algumas poucas jóias.

A verdade é que ele não compreendia muito bem essa lógica, pois sua mãe teria direito a grande parte daqueles bens já que metade dele foi feito durante os mais de vinte sete anos de casamento.

_ Eu vou fazer uma transferência daqui a pouco na sua conta. Tudo bem com a senhora?

_ Se você acha que eu posso viver bem assim querido. Agradeço por você e pelo Armando me ajudarem, mas não é fácil... E pensar que agora aquela mulher está desfrutando de tudo o que era meu! O pior de tudo, depois de ter destruído minha vida com teu pai.

Maria sempre descarregava aquela ira por ter sido despachada como um trapo pelo marido.

_ O casamento de vocês já tinha acabado faz muito tempo.

_ Nos tínhamos decidido tentar Rafael. Mas chegou aquela mulherzinha e se meteu com teu pai mesmo sabendo que ele ainda era casado comigo!

_ Eu sei mãe, vou desligar. Vou transferir pra sua conta. Ok?

_ Tudo bem querido. Mando beijos para vocês. Fale para a Marcela que eu a amo demais.

Dizendo isso desligou o telefone e levantou para fazer a transação bancária pela internet, mas seu computador não estava configurado para pegar o Wi-Fi da casa, então foi usar o da biblioteca. Saiu do quarto e ao dobrar no corredor teve uma desagradável surpresa ao dar de contra com aquela mulher causadora de muitos males àquela família.

Helena tentava conhecer a casa e não esperava encontrar Rafael logo assim de pronto, mas como não tinha o poder de prever as coisas, foi inevitável se assustar quando quase topou de frente com ele. Era impossível não se sentir intimidade diante daquele olhar acusador.

_ Oi Rafael.

Ela tentou demonstrar segurança, mas duvidava que tivesse êxito naquilo.

_ Parece que minha madrasta querida chegou.

Outra vez aquela voz cínica dele que lhe causava muita irritação.

_ Por favor, não fale assim! Você sabe que eu estou tentando fazer o melhor para que tudo fique bem.

_ Não perca seu tempo porque isso jamais vai funcionar!

Ele não estava com vontade de se irritar então se afastou para continuar seu caminho, mas ela o segurou pelo braço.

_ Rafael...

Quando ele sentiu aquela pequena mão lhe segurando imediatamente puxou seu braço e a fitou fixamente apontando o indicador em direção ao seu rosto de modo que ficasse bem claro o que sentia.

_ Nunca mais faça isso! Eu nunca vou aceitar você como esposa do meu pai, porque para mim você sempre vai ser uma golpista interesseira que se meteu no casamento dele! Eu te odeio Helena!

Cada palavra que ele falava era forte demais! Apesar deles não terem laços emocionais foi inevitável sentir um vazio formar em seu interior. Encarando-o fixamente ela sentiu lágrimas se formarem e apesar de se segurar não pôde evitar que elas rolassem em sua face. Se sentindo diminuída e humilhada ela esqueceu que queria conhecer a casa e saiu à procura do seu quarto.

Sabia que reencontrar com Rafael não iria ser fácil, mas definitivamente não esperava esse confronto. Na verdade o que não esperava era se sentir aquela tristeza ao ser afrontada por ele e para piorar não tinha conseguido esconder aquelas lágrimas e acabou desabando na frente.

Foi até o banheiro e lavou o rosto, e se olhando no espelho pensou que “era melhor ficar bem logo, antes que Antonio entrasse e a confusão fosse maior!”

Rafael seguiu para a biblioteca em passos firmes e na mente apenas pensava no encontro com Helena e no quanto aquilo o aborrecia que quase não percebeu seu pai o cumprimentou no instante em que ele passava pela sala.

_ Tudo bem Rafael?

Talvez se fosse num outro momento ele tivesse respondido com mais calma, mas estava demais aborrecido pelo encontro com a madrasta e por isso respondeu a primeira coisa que veio à sua mente.

_ Ficaria melhor se aquela mulher não estivesse aqui!

Antonio largou o jornal que estava lendo e se aproximou do filho. No seu semblante estava a evidente que havia ficado descontente com aquele comentário.

_ Pensei que já tivesse ficado claro que ela é a minha esposa!

Disse ele parando em frente a Rafael que não se demonstrou intimidado e disparou:

_ Pois pra mim sempre vai ser uma vagabunda interesseira que se meteu no seu casamento!

A tapa que ele deu no filho fez um barulho alto e na sala o que se via era um evidente enfretamento nos olhares de pai e filho. Naquele momento Armando chegava e ao ver a cena ficou surpreso porque desde a infância até a vida adulta jamais tinha visto o pai tratar assim algum dos filhos.

_ Papai! Mas o que esta acontecendo?

_ Pergunte ao teu irmão!

Ele virou de costa se afastando de Rafael que riu cínico diante daquela atitude.

_ Tudo culpa dessa vagabunda! Um dia o senhor vai me dar razão e ver que ela não vale nada!

_ Rafael! _ disse Armando ao ouvir o irmão falar daquele modo _ Você sabe que o papai se casou de novo. Para de ser menino!

_ Menino? O papai deixou nossa mãe internada naquele lugar e sem direito a nada! E tudo pra dar aos luxos dessa mulher. Não se admire maninho se um dia ela roubar teu dinheiro e te deixar na rua.

Dizendo isso ele seguiu para a biblioteca para realizar a transação bancária, mas ao entrar no espaço expressou a fúria que sentia e atirou a cadeira no chão com força e logo em seguida levou as duas mãos à cabeça tentando se acalmar.

Sentia raiva porque aquela mulher conseguia ganhar a afeição de todos, era como se não vissem o óbvio! Ela além de ser uma interesseira tinha também sido amante do seu pai durante todo aquele tempo, por causa disso um casamento tinha chegado ao fim e agora depois de tudo Helena desfrutava de uma vida de riqueza. Quando tudo aquilo era direito de sua mãe! Sentia raiva por não poder agredi-la com suas próprias mãos. Sentia raiva por se sentir daquele jeito!

Ao concluir a transação bancaria olhou seu saldo e viu que logo teria dinheiro suficiente para quitar a conclusão da construção de sua casa e finalmente poderia sair dali. Mas se perguntava “Porque teria ele que sair dali?” Ela é que teria que sair e de preferência sem levar nenhum centavo, como havia acontecido com sua mãe! Não ficaria tranquilo até ver essa cena.

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Notas finais do capítulo

Qualquer duvida por favor comente .
Gostaria de saber a opinião de vocês , pois essa trama ainda esta aberta a revisão.



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